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O Naturalismo Moral
Como já mencionado, o naturalista moral é aquele que acredita que é
possível haver uma explicação filosófica acerca da moralidade com base em
uma posição naturalista. Todos os fatos e propriedades morais são naturais, ou
seja, são fatos e propriedades que estão presentes no mundo físico e, portanto,
podem ser entendidos por meio das ciências naturais. O naturalismo é,
também, reducionista, ou seja, para o naturalista há sempre como quebrar um
conceito moral (a bondade e a maldade, por exemplo) em algo menor que
explique o todo, assim como as ciências naturais tratam seus objetos de
estudo.
Problemas
O naturalismo moral enfrenta problemas lógicos, como a falácia
naturalista, proposta por G. E. Moore (antes já havia sido apresentada por
Hume), que consiste em um movimento da proposição “SER” para “DEVER
SER” na argumentação. Isso significa que, em determinado momento, a
argumentação a respeito de como as coisas são passam a definir como as
coisas devem ser. Não é aceito que, de premissas relacionadas a fatos
verificáveis, derivem-se conclusões morais, ademais, por seu caráter
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André Ricardo Pontes – RA: 200500200 (2AFIN/2010)
Seminários de Filosofia 2 – Profª. Regina Rebollo
Naturalismo moral e Darwinismo social. Perspectivas e problemas.
prescritivo. Ora, se a moral define o que é bom e o que é mau, como se pode,
a partir da suposta bondade ou da suposta maldade, chegar à regra original?
Darwinismo social
Esta doutrina baseia-se na Teoria da Evolução, que utiliza, como
mecanismo, a seleção natural. Charles Darwin imaginou que os mais bem-
adaptados ao meio-ambiente levariam uma vantagem na reprodução. O
darwinismo social, entretanto, tem má fama, pois teria servido de modelo para
vários tipos de discriminação, já que alimentou ideologias de limpeza étnica,
baseadas na idéia errada de que a Teoria levaria à conclusão de que algumas
pessoas seriam melhores que outras, pois teriam sido beneficiadas pela
natureza.
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André Ricardo Pontes – RA: 200500200 (2AFIN/2010)
Seminários de Filosofia 2 – Profª. Regina Rebollo
Naturalismo moral e Darwinismo social. Perspectivas e problemas.
Conclusão
Neste ensaio, pretendi apresentar brevemente o naturalismo moral e,
provavelmente, seu mais ilustre filho, o darwinismo social. Passamos
rapidamente pelo naturalismo moral e suas definições, e possibilidades de
escolhas de metodologias ontológicas para analisar as reduções dos grandes
entes da filosofia moral, em especial a bondade e a maldade, e vimos a
tentativa de desconstruir o naturalismo pela falácia naturalista.
Ainda assim, acredito que reste evidente que o darwinismo social não é
capaz de explicar satisfatoriamente a moral, que é algo complexo, e que
envolve mais do que a determinação genética, que menos é determinação do
que tendências que podem facilmente ser suprimidas.
Bibliografia utilizada
PIGDEN, Charles R. “El Naturalismo”. IN: Compêndio de Ética. Páginas 563 –
579, ano 2004.
RACHELS, James. “How Evolution and Ethics Might be Related”. IN: Created
From Animals. Páginas 66 – 70, ano 1990.
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