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Destarte, à luz do art. 58, § 3º c/c art. 29, caput, todos da CF/88, as
Comissões Parlamentares de Inquérito municipais possuem as seguintes
características:
(a) Poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de
outros previstos no Regimento Interno da Câmara Municipal.
(b) Serão criadas pela Câmara Municipal mediante requerimento de 1/3
(um terço) dos vereadores.
(c) Destinar-se-ão à apuração de fato determinado e por prazo certo.
(d) Suas conclusões, se for o caso, serão encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Por isso, impende ao inscrito no art. 58, § 3º, da CF/88 servir de baliza ao
Poder Judiciário no controle de legalidade das CPIs municipais. Nesse sentido,
atente-se para a ementa, abaixo colacionada, da Apelação em Mandado de
Segurança nº 5.461 (88.038187-6), proferida em 18 de novembro de 1998 pela
Câmara Cível Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
(Relator, Desembargador Solon d‘Eça Neves).
4
SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (Câmara Cível Especial). Ementa do
acórdão em sede da Apelação Cível em Mandado de Segurança nº 5.461 (Processo nº 88.038187-6 — Comarca
de Blumenau). Numeração também citada para este autos: Apelação Cível em Mandado de Segurança nº
1988.081950-3.Relator: Desembargador Solon d‘Eça Neves. Florianópolis, 18 de novembro de 1998 (votação
por maioria). Disponível em
<http://app.tjsc.jus.br/jurisprudencia/acnaintegra!html.action?parametros.frase=88.038187-
6¶metros.todas=¶metros.orgaoJulgador=¶metros.pageCount=10¶metros.dataFim=¶met
ros.dataIni=¶metros.uma=¶metros.ementa=¶metros.cor=FF0000¶metros.tipoOrdem=relevan
cia¶metros.juiz1Grau=¶metros.foro=¶metros.relator=¶metros.processo=¶metros.nao=&
parametros.classe=¶metros.rowid=AAARykAAKAABZwoAAI>. Acesso em 2 out. 2010.
Breves considerações sobre o direito da minoria parlamentar à criação de CPI municipal
(Hidemberg Alves da Frota) 3
5
BULOS, Uadi Lammêgo. Comissão parlamentar de inquérito: técnica e prática. São Paulo: Saraiva, 2001, p.
193.
6
Embora preceitue o art. 3º, caput, da Lei nº 1.579/1952, que indiciados e testemunhas serão intimados de
acordo com as prescrições estabelecidas na legislação penal, à luz da interpretação sistemática e teleológica, o
teor do mencionado artigo alude à legislação processual penal. Cf. ALVES, José Wanderley Bezerra. Comissões
parlamentares de inquérito: poderes e limites de atuação. Porto Alegre: Fabris, 2004, p. 241.
7
BULOS, Uadi Lammêgo. Comissão parlamentar de inquérito: técnica e prática. São Paulo: Saraiva, 2001, p.
194.
8
MORAES, Alexandre de. Limitações constitucionais às Comissões Parlamentares de Inquérito. Revista de
Direito Constitucional e Internacional, São Paulo, v. 11, no 44, jul.-set. 2003, p. 154.
9
Art. 156 do CPC (reformado pelo art. 1º da Lei nº 11.690, de 9 de junho de 2008), in litteris: ―Art. 156. A
prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes
de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a
necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.‖
Breves considerações sobre o direito da minoria parlamentar à criação de CPI municipal
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vereadores, apuram fato determinado, por prazo certo, e devem suas conclusões,
se for o caso, ser enviadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
O requerimento para a criação de CPI municipal, a consignar o fato
determinado a ser apurado e o prazo certo de duração, deve contar com a
assinatura mínima de um terço dos vereadores — todos os três pressupostos
mencionados são requisitos explícitos do art. 58, § 3º, da CF/88 (aplicáveis à
esfera municipal por força do indicado princípio da simetria e do paralelismo
das formas, implícito no art. 29, caput, da CF/88).
Por meio do voto-condutor da Desembargadora-Relatora Maria Elza, a
Quinta Câmara do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na Apelação
Cível nº 000.302.793-5/00 (Comarca de São Lourenço), de 22 de maio de 2003,
considerou inconstitucional o dispositivo do Regimento Interno de Câmara
Municipal que condiciona a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito à
prévia chancela do Plenário da Casa Legislativa:
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MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (Quinta Câmara Cível). Ementa do acórdão
em sede da Apelação Cível nº 1.0000.00.302793-5/000 (Comarca de São Lourenço). Numeração única:
3027935-30.2000.8.13.0000. Relatora: Desembargadora Maria Elza. Belo Horizonte, 22 de maio de 2003.
Diário do Judiciário, Belo Horizonte, 13 jun. 2003. Disponível em:
<http://www.tjmg.jus.br/juridico/jt_/inteiro_teor.jsp?tipoTribunal=1&comrCodigo=0&ano=0&txt_processo=302
793&complemento=0&sequencial=0&palavrasConsulta=C%E2mara%20Municipal%20de%20S%E3o%20Lour
en%E7o&todas=&expressao=&qualquer=&sem=&radical= >. Acesso em: 02 out. 2010.
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13
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Trecho do voto-condutor do Ministro Celso de Mello,
em sede do Mandado de Segurança nº 24.831/DF. Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 22 de junho de
2005. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 4 ago. 2006, p. 26. Disponível em:
<http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=86189>. Acesso em: 02 out. 2010.
14
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Trecho do voto do Ministro Marco Aurélio, em sede do
Mandado de Segurança nº 24.831/DF. Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 22 de junho de 2005.
Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 4 ago. 2006, p. 26. Disponível em:
<http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=86189>. Acesso em: 02 out. 2010.
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15
Ibid., loc. cit.
16
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Trecho do aditamento ao voto do Ministro Carlos
Britto, em sede do Mandado de Segurança nº 24.831/DF. Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 22 de
junho de 2005. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 4 ago. 2006, p. 26. Disponível em:
<http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=86189>. Acesso em: 02 out. 2010.
17
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Trecho do voto do Ministro Cezar Peluso, em sede do
Mandado de Segurança nº 24.831/DF. Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 22 de junho de 2005.
Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 4 ago. 2006, p. 26. Disponível em:
<http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=86189>. Acesso em: 02 out. 2010.
18
Ibid., loc. cit.
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22
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Trecho do voto do Ministro Nelson Jobim, em sede do
Mandado de Segurança nº 24.831/DF. Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 22 de junho de 2005.
Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 4 ago. 2006, p. 26. Disponível em:
<http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=86189>. Acesso em: 02 out. 2010.