R Figgins, somente para se endireitar e arrumar os
lados da sua saia de veludo colete. Seus botões brancos e rosa e verde do seu suéter de Argyle pareceu gritar surpreendentemente – não que Figgins precise se lembrar que Rachel Berry era especial. McKinley High não era o tipo de colégio onde os alunos queriam se destacar. E Rachel se destacou. - Bom dia, Sra. Goodrich. – Rachel sorriu com seu sorriso de 1000 watts na face dura da secretária do lado de fora do escritório. Sra. Goodrich sempre sorria como massa de biscoito, e por alguma razão ela sempre era carrancuda com Rachel, o que parecia muito injusto. Ela deveria ficar feliz por não ver um delinqüente juvenil entrar no escritório do Diretor. – Diretor Figgins está? - Alguém te mandou aqui, Rachel? – Os olhos de Sra. Goodrich desviaram os olharem em Rachel por cima do topo das minúsculas lentes bifocais. - Não. Mas Figgins me disse que ele sempre fica feliz em me ver. – Rachel ventilou ao passar pela mesa da Sra. Goodrich, sentindo um desejo por biscoitos. Rachel não deixaria a tristeza da existência do Figgins de abalarem – não hoje. Talvez ele foi preso num escritório ruim em Lima, Ohio, mas Rachel não estaria ali para sempre. Não se ela tivesse algo a dizer sobre isso. Para Rachel, o ano como novata foi um fracasso. Ela pensava que o colegial ia ser tudo sobre ajudando os outros a notarem que ela foi incrível e talentosa. Em vez disso, sempre que ela levantava a mão para dar –sempre certa— resposta na aula de História, seus colegas viravam os olhos e sempre que ela se voluntariasse para atuar em uma cena –geralmente como principal- em qualquer peça de Shakespeare que lessem na aula de inglês da Sra. Horn, ela era incomodada com perguntas. Só em Lima alguém seria ridicularizado por querer sair de Lima. Mas o ponto mais alto da sua humilhação foi falhar na campanha para presidente da classe. Os cartazes que ela fez com cuidado, combinando com o patriótico vermelho, branco e listras azuis com a sua assinatura, estrelas douradas, chegaram a qualidade profissional. Mas os cartazes, junto aos slogans que seus pais inventaram, todos foram profanados por colegas. Alguém pegou um marcador Sharpie e mudou de “Vote Berry – Ela é uma Estrela” para “Vote Berry – Ela é Bizarra”. Após a eleição, na qual o popular Sebastian Carmichael ganhou, para a surpresa de ninguém, Rachel exigiu uma recontagem. Jessica Davenport, uma contadora oficial das células, disse a Rachel que nenhum candidato jamais perdeu por essa tamanha margem. Na história da escola, ela disse que os votos foram contados em dobro, e que havia um erro. Mas não havia. - Rachel. Bom dia. – Diretor Figgins olhou resumidamente da sua mesa. A janela atrás olhou de fora no estacionamento dos estudantes em toda sua glória, com estudantes atrás dos seus carros fumando os últimos sopros de seus cigarros. Um grupo de jogadores de futebol pairava sobre um grupo de novatos, provavelmente ameaçando trancar-los no banheiro público perto da arquibancada descoberta do campo. – Estou muito ocupado hoje. Alguém vazou dez galões de raspadinha de amora azul na piscina, e a equipe de natação ficou toda azul. Ele suspirou pesado. O seu sotaque indiano se tornou mais acentuado quando ele ficou frustrado. Como filha de dois pais gays, Rachel apreciou o fato que Lima era muito diversa, até o Meio-Oeste. - Desculpe-me pela interrupção, Diretor Figgins, mas é muito importante. – Ela graciosamente sentou em uma das cadeiras da mesa, tentando ignorar o som deselegante de peido quando ela senta no enchimento de couro dela, e cuidadosamente cruzou as pernas. Sim, um ano como novata estava atrás dela. Nada mas uma memória ruim distante. - Sim, Rachel. – Ele esfregou as manchas escuras abaixo dos olhos, e Rachel se perguntou momentaneamente se a vida dele em casa estava bem. Ele nunca parecia feliz. – Por que não me conta o que é isso? - Como você sabe, o colégio McKinley tem um número limitado de atividades criativas para performances memoráveis de estudantes, como eu. – E era verdade. Quanto longo ela lembrava, os pais da Rachel inscreveram ela para todas as atividades que ela queria – sapateado, ballet e, resumidamente, hiphop. Treinamento vocal, aulas de piano, aulas de atuação. Treinamento de discurso em público. Improvisação. Esplendor. Qualquer coisa que fosse usada em palco. Mas quando ela entrou no colegial, suas opções desapareceram. Ela foi incluída no contexto do colegial. - Sim, bem. – Diretor Figgins puxou seu cabelo preto, mostrando seus cabelos que retrocedem. – Os cortes no orçamento fazem disso uma situação bem enganadora. Não sei se posso fazer alguma coisa. - Mas há, senhor. – Rachel acreditou que quando pessoas dão não como resposta, elas são, normalmente, preguiçosas para pensar como dizer sim. - Diga-me, então. Rachel havia preparado um discurso inteiro enquanto ela fazia 30 minutos no treinador elíptico no seu quarto. Ela acordou cedo cada manhã para fazer exercício para o coração ou ioga. Essa rotina deixa-a equilibrada. - Eu notei que há uma atividade não-utilizada que está sendo desperdiçada – e eu quero trazer-la do fundo do poço. Os anúncios matinais – Seus braços tremeram, como se anunciasse um vencedor de Oscar. - Mas Sra. Applethorpe sempre... - Eu sei, senhor. – Sra. Applethorpe foi a assistente que, toda manhã, durante o primeiro período, anunciava os anúncios diários com entusiasmo de um agente funerário. – Mas pensei que seria justo deixar mais alguém ter uma chance. Alguém que poderia apimentar os anúncios. – Foi difícil ainda ficar sentada quando Rachel se sentiu perto da vitória. Quem faria melhor se não ela e sua incrível voz. Seria o mais próximo que a escola teria de uma estação de rádio. E com uma audiência cativa – ninguém poderia mudar a estação, só teria ela! Depois de tudo, muitas celebridades importantes começaram na radio, como Ryan Seacrest. “Não que ele não seja tão talentoso feito eu” – pensou Rachel. Diretor Figgins se inclinou na cadeira. - Não é uma má idéia. Sra. Applethorpe vem reclamando sobre sua vertigem quando ela fica na frente do microfone. - Excelente! – Rachel exclamou. Sra. Applethorpe perdeu, mas foi seu lucro. Figgins acenou com a cabeça, pressionando os lábios como uma linha de perigo. - Você pode começar como um teste, apenas. – Ele olhou para o relógio. – Pode começar hoje, se você chegar no escritório da assistência a tempo. Dez minutos depois, Rachel ajustou o microfone e passou a escova em seu cabelo. Não importava que ninguém a visse, ela ainda queria ser a melhor. A instalação foi um pouquinho simples – o escritório da assistência não tinha todo o equipamento que ela preferia trabalhar – mas aquilo era um começo. - Somente aperte o botão vermelho e comece a ler o papel. – disse Sra. Applethorpe. - Obrigada. – Rachel respondeu educadamente, agradecida que Sra. Applethorpe fosse embora. “Da Da Da Da Da Da Da Da Daaaa”, ela cantou silenciosamente, cuidando da voz. Borboletas tremiam seu estômago, e ela sentia seu sangue tremer nas suas veias. Cada parte do seu corpo se sentia viva, como se uma primavera viesse após um longo e frio inverno. Isso era sobre o que significava fazer alguma performance. Ela apertou o botão vermelho. - Bom dia, McKinley High. Aqui é Rachel Berry te trazendo os anúncios diários. - Ela respirou fundo. – Eu gostaria de começar com um tom de música clássica que todos amamos, Singin’ in the Rain. – Em um segundo, ela cantava sua interpretação a plenos pulmões de “Good Morning”. E enquanto ela cantava, imaginava suas palavras soando nos alto-falantes de cada sala de aula, cada estudante da escola ouvia sua magnífica voz. Ela imaginava os sussurros, “Quem é essa? Rachel Berry? Eu não sabia que ela era tão talentosa!”. Não havia maneira de que Sra. Applethorpe interrompesse o Show da Rachel. Ela ficou encantada pela voz da Rachel ou enrolada na sua malha. De qualquer forma, Rachel conhecia a vitória quando via. Quando ela acabou de cantar, ela leu rapidamente a lista de anúncios: - E agora, as notícias do dia. Espero que todos estejam planejando em vim para o recital de música do outono: Caia em Amores pela Música! – Rachel pensou que se não se inscreveria; se preocupou se a escola não estava pronta para vê-la em toda a sua glória. – Também, a votação para o rei e rainha da turma começa hoje no almoço. – “Chato”, ela pensou. Como se o rei e a rainha fossem surpresa. Sempre a mais linda e loira garota, e o cara mais bonito, mais do tipo-boneco-Ken de cara. – O rei e a rainha serão anunciados e coroados no baile, que todos verão o jogo de futebol americano sexta a noite. Eu gostaria de inscrever o Prêmio Estrela Dourada de Rachel Berry da Semana – um prêmio muito especial toda semana para uma pessoa que fez algo fenomenal para melhorar a vida no McKinley High. – Ela pensou nisso noite passada, e pareceu uma forma inapropriada de voltar à escola. Rachel continuou: - Eu gostaria de dar o prêmio dessa semana para... – pausa para efeito – eu mesma, para cuidar dos anúncios e trazê-los de volta a vida! – Ela estava feliz porque a Sra. Applethorpe não estava ouvindo. Talvez fosse muito para dar para ela a primeira Estrela Dourada, mas ela estava fazendo um grande favor para a escola. E qual o problema de se dar um luxo quando ninguém mais dava. – Eu espero ter feito a manhã de todos mais brilhante! Vejo todos vocês amanhã! Ela apertou o botão “desligar” e desencostou do microfone. Seus dedos mexiam pelo sucesso. Ela conseguiu! Ela conquistou o primeiro passo para se tornar alguém conhecido e admirado. Quem sabe? Talvez ano que vem, pessoas votassem em ela para rainha do baile. O pensamento a dava calafrios. Rachel apoiou sua mochila no ombro e saiu do escritório da assistência. O corredor estava cheio de estudantes abrindo seus armários. Ela só tinha alguns minutos para ir ao seu armário antes do primeiro período. Seu rosto estava excitado. Era uma nova mulher. Mas ninguém parecia olhar para ela. Ela encarava os colegas, mas eles nem ligavam, mesmo ela tendo cantando uma incrível performance no auto-falante. Era possível que todos estavam com inveja do talento dela? Isso a fez se sentir melhor. Ela olhou para Sue Sylvester, a treinadora das Cheerios. Ela não gostava da treinadora Sylvester, mas parte dela admirava a mulher por aproveitar o máximo da situação. Tendo um grupo de torcida muito ruim, treinadora Sylvester tornou o programa da torcida do McKinley no melhor do estado, levando as Cheerios por 12 anos às competições nacionais. - Espero que esteja preparada para ser comida viva pelos estudantes pela sua própria exposição esta manhã. – Sylvester diz. - O que? – Rachel disse, mas Sue Sylvester estava indo embora. – Se eu não for a minha própria advogada, quem será? “Aqui está uma estrela dourada para você!” Rachel ouviu alguém gritar enquanto ela virava, mas tudo que viu foi um jogador de futebol americano do McKinley jogar uma raspadinha na sua cara. A risada deles tomou o corredor enquanto andavam. Respirou fundo. Ter uma raspadinha na cara não era algo novo. Aqueles caras poderiam ser mais criativos. Ela teve uma raspadinha na cara pelo menos 12 vezes ano passado, ela tem roupas no armário por essa razão. “Boa tentativa, mas terão que tentar mais para abalar Rachel Berry esse ano”. Pelo menos, ouviram sua rádio. “As coisas vão mudar”, ela pensou enquanto ela abria o armário e todos ignoravam o fato dela estar com raspadinha fria até o pescoço. Seriam muitas semanas no McKinley High, e ela seria o centro delas. Depois ela trocou para um suéter limpo.