Através de uma conversa informal com uma acadêmica do 4º semestre
do curso de Direito da Univale, extraiu-se as opiniões apresentadas a seguir:
“O tema é bastante polêmico, pois engloba áreas distintas, assim como
divergências de interpretações da realidade social e cultural do país. Embora a maioria das pessoas pensem que essa é uma discussão que se limita ao direito, não o é. Essa é uma questão que somente será “resolvida”, quando entendermos a multiplicidades de fatores que influenciam tais decisões e, podermos aceitar que não existe uma solução que agradará a todos. Como alguém disse: “A democracia é a ditadura da maioria.” Ou seja, a vontade da maioria impera, mesmo que essa escolha esteja na contramão daquilo que julgamos ser o melhor para nação a longo prazo. Como ocorrido no plebiscito das armas, talvez essa questão seja “resolvida” utilizando-se da mesma estratégia. Deixarão as massas (influenciáveis) decidirem sobre uma questão de conseqüências futuras imprevisíveis. É inegável que a resolução desse impasse está intimamente ligada à educação. Contudo, são necessárias atitudes no presente, de cunho meramente paliativo ou punitivo, em conjunto com medidas que visem à formação de cidadãos/ pessoas, de modo a prevenir que estes que ainda não se enquadram na faixa etária aqui discutida, possam se envolver em atividades criminosas; Promovendo assim oportunidades de desenvolvimento social, profissional e intelectual a essas “crianças”. Veja o quanto o leque se abre quando vamos um pouco mais a fundo em temas como esse. Ocorre algo semelhante com assuntos como: aborto, pesquisas médicas com células tronco, pena de morte etc. São questões que demandam muita discussão e reflexão, e em que estão envolvidos dilemas éticos, que geralmente confundem-se com questões morais. Quando se inicia a vida? Na concepção? A partir de que momento essa nova vida torna-se humano e adquire o direito de ser? A partir da formação do sistema nervoso? Ou somente no momento do nascimento? Estas respostas estão embasadas nas cargas culturais e emocionais que influenciam nossas opiniões e pontos de vista, que podem ser de origem religiosa, acadêmica, etc. Então, vamos abrir o tema ao debate e discuti-lo sob a égide da razão e da ética, e fatalmente chegaremos a um “caminho do meio”, onde não haja espaço para extremismos e a dignidade humana e a justiça possam caminhar lado a lado.”