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INTRODUÇÃO

 
 
Ao longo dos anos as intituições manicomiais sempre estiveram envolvidas com questões por vezes
consideradas polêmicas, que se relacionavam quanto à forma de encarar os doentes, bem como os
métodos adotados nas mais várias patologias. Em momentos tais instituições envolviam em sua prática
formas consideradas por muitos como nada eficazes e ainda por cima destituídas de aspectos humanos.
Todavia, ao longo dos anos. Tal  situação foi paulatinamente mudando, uma vez que a ciência se
desenvolveu, e isso logicamente influenciou na forma de se encarar e tratar o indivíduo. Tal mudança
trouxe consigo também a idéia de se ter medidas mais humanizadas e racionais no trato para com os
doentes, uma vez várias críticas se avolumaram contra o sistema manicomial necessitando uma ação
imperativa de mudança.
O presente trabalho apresenta uma breve reflexão sobre o sistema manicomial, bem como a prática do
psicólogo no contexto atual de tal organização. Uma vez que o psicólogo, juntamente com outros
profissionais da área de saúde, tenta por meios científicos alcançar forms de resolver ou pelo menos
amenizar o problema do paciente. Sabendo que o mundo muda e consequentemente o entendimento
dele também, é, mais do que nunca, a importância de se estar revendo velhas práticas, quanto a sua
eficácia ou não, bem como na busca de novas formas que abordem o assunto de outra forma.
Assim o psicólogo da atualidade, logicamente tem que ter além de uma ação consciente, fundamentada
em algo factível, deve ser acima de tudo contextualizada com o seu ambiente de aplicabilidade, pois
uma prática mesmo sendo verdadeira, fundamentada, não sendo contextualizada, não terá a real
eficiência e mudança profundas na vida dos sujeitos, fator esse que julgamos ser um dos principais
objetivos da psicologia, a saber: oferecer e/ou dar melhor qualidade de vida ao ser humano em todos os
seus aspectos.
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 
 
 
Nos tempos atuais, a psicologia alcançou mais do que nunca uma grande importância no que se refere
ao seu objetivo maior: dar maior qualidade de vida aos sujeitos. E essa importância tem se estendido
nos vários âmbitos sociais, desde lugares onde sua ação já é tradição até outros onde a sua presença é,
de certa forma, nova. O psicólogo passa agora a ter uma percepção maior quanto a sua atuação na
sociedade e, paulatinamente certos preconceitos e/ou idéias errôneas relacionadas a ele são quebradas. 
Todavia, o psicólogo sempre esteve relacionado como um profissional que tinha unicamente como
objetivo cuidar da doença mental, onde inevitavelmente  muitos  ainda o confundem com outro
profissional de área parecida: o psiquiatra. O curioso é que muitos profissionais se perdem até mesmo
no exercer da sua profissão. A prática de um profissional pode ser uma algo benéfico ou ruim para o
profissional , dependendo da sua competência em tal contexto. Sabendo ser a psicologia uma ciência
que permite ao profissinal trabalhar em diversos âmbitos da sociedade. No caso em questão , nas
instituições manicomais, é sabido que o papel do psicólogo juntamente com o psiquiatra  e outros
profissionais é extremamente importante, uma vez que a  prática adotada e tal insituição é pode ser
considerada como definitiva na recuperação do sujeito.
              As insituições manicomais são ainda vistas com certos sentimentos negativos, sejam eles
repulsa, raiva, ou indignação . O modelo manicomial persiste em nossa sociedade, e ainda se faz
presente na maioria das insituições presentes. Na instituições tal o modelo pode ser observado tanto no
discurso do entrevistado quanto na localização da mesma e na disposição dos edifícios.
Porém, fato é que tais organizações tem passado por grande transformações no sentido de se dar uma
forma alternativa de se lidar com o interno,humanizando assim certas práticas que além de serem
ineficazes, so perduravam o problema do doente.  Isso se deve  em parte à indignação de uma parcela
da população frente aos modelos tradicionais, mas também a contribuição que a psicologia deu no
sentido de levar a todos os envolvidos na questão a uma maior reflexão quanto as variáveis envolvidas
no processo de recuperação do internado. (Amarante, P.; Rotelli, F; 1992)
A partir da segunda metade do século XX, psicólogos se integram às instituições de saúde mental,
enfrentando, criando e reproduzindo desafios que começam na escolha de uma orientação teórica e
desembocam em sua atuação cotidiana. Isso logicamente que contribuiu, e muito, para que ta l
mudança acontecesse.
Considerar o louco como uma pessoa que necessita ser compreendida e tratada em sua totalidade e
respeitada como cidadã é uma conquista recente.  A lei antimanicomial  foi uma dessas grande
conquistas e pretendia instaurar mudanças na concepção do tratamento da loucura, que contribuiu
sensivelmente para que isso acontecesse. Dessa forma, cabe questionar como os psicólogos inseridos
no sistema de saúde entendem e desenvolvem seu trabalho nesse novo contexto. (Amarante, P.; Rotelli,
F; 1992)
Em termos gerais, a Psicologia compreende a loucura como alteração mental, como sofrimento
psíquico, como uma desorganização das relações ou da personalidade. Via de regra, as diferentes
teorias associam o sofrimento, a desorganização psicológica, à condição de vida social do indivíduo, às
suas relações com a família e outros grupos e com suas próprias experiências.
Em meio à multiplicidade de abordagens, os profissionais de Psicologia têm dificuldade em estabelecer
os princípios que devem ser aplicados no cuidado com os loucos, no que tange ao aspecto psíquico, à
história de vida, à cultura em que se encontra inserido, etc. Além disso,  como membro do sistema de
saúde, tais profissionais devem trabalhar em redes, em equipes interdisciplinares, possibilitando trocas,
ações coletivas e integradas, com o desafio de evitar o isolamento e a superposição de ações de ciências
distintas (Ribeiro, 1998).
As mudanças na concepção da profissão de psicólogo, nas últimas décadas, geraram uma ampliação
das áreas e das maneiras de atuar de psicólogos em diversas instâncias, o que acarreta uma diversidade
de definições possíveis sobre o papel do psicólogo na sociedade (Bock, 1993).
Outro ponto importante é que para se compreender o papel do psicólogo na instituição psiquiátrica, é
necessário considerar que suas ações se inserem na história de sua profissão, na história das instituições
psiquiátricas e da loucura, e incluem as características pessoais de cada profissional e da instituição em
que está inserido, em uma combinação dinâmica que não se atualiza imediatamente a partir de uma lei.
O papel do profissional de Psicologia, em termos gerais, é atuar como agente de reintegração na vida
do louco, desvinculando-o da instituição, viabilizando o resgate da cidadania, combatendo a
cronificação, tentando evitar novas crises e demonstrando que o louco tem direito a buscar e realizar
seus desejos, como o de estudar, trabalhar, ter e conquistar seus direitos plenos (Ribeiro, 1998).
O trabalho do psicólogo numa instituição, em qualquer instituição de saúde mental, é um trabalho de
cuidar do sofrimento psíquico do sujeito, é um trabalho que permite fazer uma articulação desse sujeito
com a sua contingência de vida e de poder trazer, mais pra perto, significações simbólicas de um
adoecimento que, dentro da visão da psiquiatria, não tá preocupada com isso, nem dentro da visão do
serviço social, nem da enfermagem, e aí tem mais a nutrição, tem outras modalidades, outras
disciplinas, ah instituição, aqui, ela é multidisciplinar e trabalha em equipe, equipe de vários
profissionais que assistiam um determinado grupo. (Brito,2002)
Outro fator que merece ressalva é que além dessas dificuldades internas existentes no ato de se
trabalhar na psicologia, existe também a questão da dificuldade de se coneguir um trabalho realmente
interdisciplinar que favorecerá e decisivamente a recuperação do interno.Isso porque a  a Psicologia
produzida no interior da Medicina foi reduzida à condição de “auxiliar da ciência médica”, embora seu
desenvolvimento nesse espaço tenha se tornado importante terreno sobre o qual a Psicologia
conquistaria sua autonomia
Um trabalho afinado em grupo ou equipe, em uma tarefa coesa e com envolvimento de todos os
participantes, facilita a execução, reduz o tempo, economiza custos, aumenta a produtividade e
alimenta a interação dos conhecimentos entre todos seus membros.
Pois cada ciência, seja ela qual for, tem a sua importancia, onde cada um trabalha na sua área
específica, sem entrar em partes que são outorgadas a outros, mas ao mesmo tempo o trabalho funciona
interligado, tendo exatamente um funcionamento de um sistema. (Brito, 2002)
Essa visão da equipe agir como um sistema, nada mais reflete do que o próprio protagonista da
situação, a saber: o paciente. Segundo Brito (2002, P.49)
 
O próprio paciente é uma espécie de sistema, pois é um sujeito de
um contexto que envolve várias variáveis  biológicos, sociais,
econômicas,  psíquicas, que forma o todo.
 
Assim, encarar o sujeito somente por uma ótica organicista é totalmente precipitado, pois nesse ser
existe mais do que um organismo, existe uma subjetividade. Assim,  a “loucura”, é mais do que uma
doença que deve ser tratada apenas com o remédio, pois como a história comprova , so o remédio não
resolve, muitas vezes so perdura o problema do paciente. Além disso tem o estigma que o sujeito vai
levar  pro resto da sua vida, permanecendo como o “eternamente louco”.
Dessa forma , o  trabalho do psicólogo em instituições manicomiais, além de estar relacioando quanto
ao fato de amenizar o sofrimento do paciente, relaciona-se também à quebra de certos pensamentos,
preconceitos, padrões que ainda imperam na atualidade. (Vieira, V. A; 2002)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUSTIFICATIVA
 
 
O presente trabalho parte da idéia de que toda ação merece sempre uma reflexão, independente do
contexto que um sujeito possa  se encontrar. A inserção da psicologia em diversos ramos da sociedade
é uma conquistra grandiosa, que veio possibilitar a criação de um amplo espaço de atuação do
psicólogo, mas também um grande meio de ajuda a todos os setores nos quais ela está presente.
Entretanto, tais conquistas geram também novas responsabilidades no que se concerne a atuação
diferenciada do psicólogo em diferentes meios e logicamente a sua postura frente aos problemas
apresentados em cada contexto apresentado. No  referido trabalho, procuramos nos especificar apenas
em um, dentre vários locais que o psicólogo atua, a saber: as insituições manicomais.
Atuar em instituições diversas nunca foi fácil, pois o psicólogo se depara com diversos problemas a sua
volta, e principalmente se tratando de insituições manicomiais, pois como se sabe, tais insituições ainda
passam por um processo de transição no que se refere as velhas práticas e aos novos métodos adotados,
métodos esses influenciados pelo movimento antimanicomial. Assim, julgamos oportuna uma breve
reflexão relacionada à prática desse profissional em tal contexto, já que sempre é bom analisar a nossa
prática em qualquer que seja o contexto.
Assim, é compreensível que o interesse pela psicologia seja crescente nos dias de hoje, pois no nosso
mundo nunca houve um crescimento de psicopatologias, e dessa forma o trabalho do psicólogo nas
insituições, em especial nas instituições refereridas, se torna mais imprescindível do que nunca. Porém
tal trabalho se terá real valor se for algo contextualizado, pois mesmo um profissional fundamentado
teoricamente, se não souber aproveitar esse conhecimento no local onde atua de nada valerá tal saber.
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS
 
Objetivo geral
 
·                  Analisar a prática do psicologo nas instituições manicomiais.
 
Objetivos específicos
 
·                  Identificar as atividades existentes nas instituições manicomiais quanto ao processo de
internação do interno
·                  Verificar o funcionamento das instituições no quer se concerne a prática do psicólogo
·                  Enumerar quais os maiores empecilhos na prática do psicólogo bem como de outros
profissionais e/ou instituições.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
 
AMARANTE, P.; ROTELLI, F. Reformas Psiquiátricas na Itália e no Brasil : Aspectos Históricos e
Metodológicos. In: Amarante, P.; Junior, B. B. Psiquiatria sem Hospício : Contribuições ao Estudo da
Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro : Relume Dumará, 1992.
 
BRITO, V. C. A. Nem Crime, nem Castigo. Tese de Doutorado em Psicologia. Universidade de
Brasília. Brasília, 2002.
 
BOCK, A. M. B. & Furtado, o. & Teixeira, M. L. T. Psicologias: uma Introdução ao Estudo de
Psicologias. 5ª ed. São Paulo : Editora Saraiva, 1993.
 
RIBEIRO, M. A. Atelier de Trabalho para Psicóticos. Revista Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília,
ano 18, nº 1, pp. 12-27.
 
VIEIRA, V. A. Psicologia, Psiquiatria e Direito? : uma Contextualização Sociohistórica-cultural no
Brasil. Psique, Belo Horizonte, ano 10, nº 16, pp. 125-145, maio. 2000.
 
 
 
             
 
 
 
 
 
 
 

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