88
É aconselhável, ainda, dispor de um arquivo com registos da identificação dos produtos utilizados,
como as zonas tratadas e a frequências das aplicações dos produtos insecticidas. Não deve ser
utilizado nenhum produto que possa ser nocivo para a saúde do pessoal ou dos produtos que se
elaboram no estabelecimento.
4.2.2. Desratização
• Eliminar todos os possíveis focos de atracção, evitando a acumulação de materiais sem utilização
aparente, nos arredores do estabelecimento;
• Garantir que não hajam aberturas para o exterior. As portas podem levar protecções de chapa
(alumínio) na parte inferior, junto ao chão;
• Evitar o armazenamento de produtos junto às paredes;
• Estabelecer programas de inspecção a todos os locais do estabelecimento para detecção de
agentes roedores, através da observação de pelos e excrementos;
• Promover um programa de controlo efectivo de roedores, estabelecido por uma empresa espe-
cializada.
Como no caso dos insecticidas, é aconselhável dispor de um arquivo com registos da identificação
dos produtos rodenticidas utilizados, bem como as zonas tratadas e a frequências das aplicações
desses produtos. Não deve ser utilizado nenhum produto que possa ser nocivo para a saúde do
pessoal ou para os alimentos que se elaboram no estabelecimento.
Atenção:
De modo a prevenir a entrada destes agentes infestantes deve-se ainda adoptar determinados cui-
dados com os restos alimentares e resíduos. Nomeadamente:
• Manter os contentores do lixo afastados dos locais de laboração, a não ser quando estritamente
necessário;
89
Segurança Alimentar
Estado de Saúde
Os trabalhadores devem efectuar exames médicos completos, antes do inicio da sua actividade pro-
fissional e posteriormente com a regularidade prevista na legislação ou sempre que se justifiquem
novos exames.
Todo o trabalhador deve informar o seu superior hierárquico, sempre que manifeste sintomas de
doença gastrointestinal, doenças de garganta ou outras, e deve ser, temporariamente, afastado do
local, onde contacte directamente com os alimentos
90
Regras de sanidade e higiene pessoal
As nossas mãos contactam frequentemente com os alimentos e existem muitas oportunidades para
transferir microrganismos, contaminando os alimentos.
As mãos da maioria das pessoas são portadoras de bactérias, particularmente debaixo das unhas
e debaixo dos anéis. Em menor quantidade podem estar presentes nos vincos e poros da palma da
mão. Estas zonas encontram-se constantemente quentes e húmidas, contactam frequentemente com
alimentos, de forma que as bactérias se multiplicam nesses locais com grande rapidez. O número
de bactérias presentes nas mãos pode ser reduzido ao mínimo mediante uma boa higienização das
mesmas.
A limpeza visível das mãos é muito importante em restauração. Não devem aparecer nas mãos de
um trabalhador, manchas residuais de qualquer tipo de sujidade. As mãos limpas não escondem
a contaminação e indicam uma atitude positiva perante a higiene. O consumidor/cliente presta
atenção a estes aspectos.
As unhas devem manter-se sempre curtas e limpas. Deve utilizar-se uma escova própria para a sua
limpeza. Durante as operações de manipulação dos alimentos as unhas não deverão estar nunca
envernizadas. A pintura esconde a sujidade acumulada debaixo das unhas e pode descamar-se e
cair sobre os alimentos.
Não se devem, do mesmo modo, usar anéis, relógios e pulseiras. Além de poderem acumular bac-
térias estes objectos de adorno podem cair sobre os alimentos, causando a contaminação física.
Mesmo com as mãos e unhas limpas, o pessoal deve tentar manipular e mexer o menos possível
nos alimentos. Para além disso, as mãos devem estar secas para mexer nos alimentos, pois as mãos
secas transferem menos bactérias que as mãos húmidas.
Por outro lado, os produtos cozinhados armazenados no frigorífico são muito sensíveis à contami-
nação e a sua manipulação deve ser mantida ao mínimo.
91
Segurança Alimentar
As mãos devem ser lavadas com regularidade durante o turno de trabalho com sabão líquido anti
bacteriano.
Cabelo
O nariz, a boca e os ouvidos constituem locais quentes e húmidos, onde Staphylococcus aureus,
coliformes, algumas espécies de Salmonella e de Campylobacter se desenvolvem com facilidade.
As bactérias podem transferir-se para os alimentos ao tossir, espirrar, cuspir e mediante o contacto
manual (por exemplo ao mexer no nariz ou ouvidos).
Em Conclusão
92
que utilizam na rua, e apresentarem-se com a mesma sempre limpa. A farda deve ser de cor cla-
ra;
• Os trabalhadores devem apresentar os cabelos lavados, penteados, preferencialmente curtos e
totalmente cobertos, se manipularem alimentos;
• Todos os objectos pessoais devem ser guardados nos vestiários, dentro dos próprios cacifos;
• As mãos devem ser lavadas com frequência;
• O trabalhador não pode fumar comer e beber no posto de trabalho;
• Não devem executar gestos impróprios, como mexer na cabeça, nariz ou boca.
Instalações Sanitárias
Para além disso, devem ser tomadas medidas relativamente às instalações nomeadamente através
da criação de vestiários/sanitários adequados e em número suficiente.
• O vestiário deve estar equipado com cacifos individuais, para permitir a separação da roupa de
trabalho e da roupa do dia a dia;
• Os sanitários devem conter papel higiénico, sabão líquido, toalhetes de papel, escova de unhas
e estarem equipados com torneiras de comando não manual e caixotes do lixo com tampa;
• Do mesmo modo as casas de banho e chuveiros devem estar equipados com torneiras de água
quente e fria, em número suficiente.
4.4. HACCP
Actualmente o sistema de segurança alimentar HACCP (sigla inglesa que em português significa,
Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo) é considerado como um dos sistemas mais se-
guros para assegurar a segurança dos produtos alimentares e de quem os consome. Este sistema,
que a seguir se descreve e do qual se faz uma breve resenha histórica, tornou-se uma imposição
legal na União Europeia e também em Portugal, constituindo por isso, a sua implementação, uma
obrigação na restauração.
93
Segurança Alimentar
HACCP, são as iniciais de Hazard Analysis Critical Control Point. É um sistema preventivo de controlo
da qualidade dos géneros alimentícios e tem como objectivo principal a prevenção da ocorrência
de acidentes causados por intoxicações alimentares.
Este sistema oferece benefícios e vantagens tais como uma melhoria higiénica dos produtos alimen-
tares, uma diminuição dos riscos para os consumidores, uma optimização dos recursos técnicos e
humanos, um clima de confiança perante os consumidores, acções de autocontrolo mais eficientes
e a construção dos alicerces da qualidade na empresa.
O sistema HACCP destina-se fundamentalmente a ser implementado em qualquer um dos ramos
do sector alimentar, incluindo a indústria, a restauração e o comércio alimentar.
Por um lado o HACCP é uma filosofia, querendo isto significar que antes que seja feita uma análise
acerca da segurança alimentar em geral e dos pontos críticos em particular é necessário um profun-
do conhecimento e entendimento de todo o processo – uma forma de pensar que representa algo
mais vasto do que a simples manipulação dos alimentos. Todos, e não apenas aqueles que estão di-
rectamente envolvidos com a implementação do HACCP, devem estar familiarizados com o sistema.
Mas para além do lado filosófico do HACCP há o lado prático. É uma poderosa ferramenta que
suprime as deficiências de outros métodos de segurança alimentar, pois foca a atenção nos factores
que afectam directamente a segurança dos produtos em todos os estágios da cadeia alimentar.
A estrutura dos sistemas a implementar podem variar grandemente dependendo do tipo de estabe-
lecimento, da dimensão das operações, dos perigos potenciais associados com cada operação e
dos riscos para o consumidor. A implementação lógica de um sistema de segurança alimentar pelo
método HACCP apresenta doze passos sequenciais que incluem sete princípios (tabela IV).
Constituir a Equipa
Descrever o produto
Elaborar um diagrama de processamento
Verificar o diagrama na prática
Princípio 1 – Analisar todos os riscos
Princípio 2 – Identificar os pontos críticos de controlo
Princípio 3 – Estabelecer limites críticos de controlo
Princípio 4 – Estabelecer um sistema de vigilância
Princípio 5 – Estabelecer medidas correctivas
Princípio 6 – Estabelecer procedimentos de verificação
94
4.4.1. Requisitos da aplicação do HACCP
Programas de pré-requisitos
95
Segurança Alimentar
A equipa deve ser constituída no máximo por seis elementos, seleccionada com base na sua expe-
riência e responsabilidades.
Uma descrição completa de cada produto alimentar deve ser feita pela equipa HACCP de forma a
facilitar a identificação de potenciais perigos que podem estar inerentes, quer nos ingredientes, quer
nos processos usados na elaboração do produto.
A descrição incluirá a sua composição, a natureza das matérias-primas, ingredientes, aditivos, tipo
de armazenamento e distribuição de acondicionamento, tipo de utilização prevista (em natureza,
sujeito a posterior operação, cozedura, transformação, entre outros) e a identificação do utilizador
final.
Antes de se proceder a qualquer outro passo é essencial analisar cuidadosamente cada uma das
matérias-primas, etapas e procedimentos desde a recepção dos produtos até que as refeições pre-
paradas sejam servidas.
Deverá também ter-se em atenção o destino dos alimentos em causa e qual o consumidor final. A
equipa HACCP deve especificar onde o produto será vendido, se o seu destino é o consumo ime-
diato ou não, e também o consumidor alvo, especialmente se é destinado a grupos de risco (tais
como crianças, pessoas hospitalizadas, idosos, entre outros).
Um perigo é definido como uma propriedade física, química ou biológica que pode causar um risco
96
inaceitável para a saúde do consumidor. O risco é o grau de probabilidade da ocorrência de um
perigo.
Nesta fase de implementação do HACCP utiliza-se uma árvore de decisão para se poder identifi-
car quais são os pontos críticos de controlo ao longo do processo (figura 3). Os pontos críticos de
controlo ou PCC, são os pontos, que sendo controlados, diminuem ou reduzem a possibilidade de
ocorrerem os perigos atrás enunciados.
Não
não é PCC STOP!
Q2: Esta etapa é decisiva para eliminar ou reduzir o perigo para
PCC
um nível aceitável?
Sim
Não
Figura 3 - Determinação dos Pontos Críticos de Controlo ao longo da linha de produção, utilizando a Árvore
de Decisão do Codex Alimentarius.
Os limites críticos podem ser definidos como critérios que podem ser tomados para cada medida
preventiva associada a um ponto crítico de controlo. Estes limites críticos podem ser relativos a
tempo, temperatura, pH, actividade de água, entre outros. Na restauração o tempo e a tempera-
tura são dos parâmetros mais importantes a considerar. O tempo e temperatura funcionam sempre
associados e podem ser responsáveis, se não forem controlados correctamente, pela origem de
intoxicações alimentares. Em condições favoráveis a população bacteriana duplica em cada 20
minutos. O controlo do tempo a que os alimentos estão expostos na zona de perigo (entre 5 e 63
ºC) e a temperatura a que os alimentos são confeccionados ou mantidos é muito importante para
manter a segurança dos alimentos.
97
Segurança Alimentar
1 - Critérios que podem ser vigiados no local como os tempos, temperaturas, aparência física, pH,
corpos estranhos, aspectos sensoriais, formação do pessoal.
2 - Critérios que requerem análises laboratoriais, tais como contagens microbiológicas, composição
química e resíduos.
É necessário rever o sistema quando alguma parte do processo muda, como por exemplo, aquisição
de novo equipamento, alterações nos ingredientes, temperaturas, fluxograma, fornecedores, tempo
de vida ou tempos de confecção, porque as decisões originais podem deixar de ser adequadas.
O sucesso da aplicação dos princípios do HACCP só pode ser conseguido com um sistema eficaz
e sistemático de registos das observações e medições verificadas. A documentação refere-se à
passagem para o papel do plano HACCP elaborado, incluindo: fluxograma, perigos identificados,
medidas de prevenção, procedimentos de vigilância, limites, tolerâncias e acções correctivas.
A documentação demonstra a diligência do estabelecimento para cumprir com os regulamentos de
higiene e segurança.
4.4.6. Exemplos
Em seguida é feita uma resenha das principais etapas da restauração com perigos e algumas medi-
das de controlo associadas. São também indicados alguns perigos mais frequentes de alguns tipos
de produtos alimentares.
Aquisição
Perigo
• Presença de microrganismos e toxinas
Controlo
• Seleccionar ingredientes menos perigosos.
• Fornecedores de confiança.
• Respeitar especificações dos produtos.
98
Recepção
Perigo
• Contaminação por microrganismos e toxinas.
• Multiplicação de microrganismos.
• Outros.
Controlo
• Especificações de temperaturas.
• Minimizar tempo de descarga/armazenamento.
• Verificação dos produtos.
Armazenamento
Perigo
• Contaminação por condições de armazenamento inadequadas.
• Multiplicação de microrganismos.
Controlo
• Armazenar na temperatura correcta.
• Cobrir alimentos.
• Rotação de stocks.
• Separação de alimentos de diferentes categorias.
• Limpeza e desinfecção.
• Electrocutores de insectos.
Preparação
Perigo
• Contaminação por má manipulação (não higiénica).
• Multiplicação de microrganismos.
Controlo
• Minimizar o tempo de acondicionamento à temperatura ambiente.
• Não preparar alimentos com muita antecedência.
• Boas práticas de higiene.
• Separação de alimentos crus e cozidos.
• Limpeza e desinfecção.
Confecção
Perigo
• Contaminação por má manipulação (não higiénica).
• Multiplicação de microrganismos.
• Sobrevivência de microrganismos patogénicos.
Controlo
• Alimentos bem cozidos.
• Confecção adequada.
• Relação tempo/temperatura.
99
Segurança Alimentar
Arrefecimento
Perigo
• Contaminação por má manipulação (não higiénica).
• Multiplicação de bactérias sobreviventes.
• Germinação de esporos.
• Produção de toxinas.
Controlo
• Arrefecimento rápido.
• Manter alimentos cobertos.
• Não contactar com alimentos crus.
• Limpeza e desinfecção.
• Boas práticas de higiene.
Vegetais (perigos)
• Microrganismos.
• Pequenas pedras.
• Plantas indesejáveis.
• Terra.
• Insectos.
• Larvas.
• Resíduos de insecticidas e fertilizantes.
Frutos
• Microrganismos.
• Bolores.
• Micotoxina.
• Galhos.
• Insectos e larvas.
• Plantas indesejáveis.
• Resíduos de insecticidas e fertilizantes.
Cereais
• Microrganismos.
• Bolores.
• Micotoxinas.
• Excrementos de roedores.
• Insectos e larvas.
• Plantas indesejáveis.
• Resíduos de insecticidas, raticidas e fertilizantes.
Especiarias
• Microrganismos.
• Excrementos de roedores.
• Insectos e larvas.
100
• Terra.
• Resíduos de insecticidas e raticidas.
Carne crua
• Microrganismos.
• Parasitas.
• Contaminação fecal.
• Resíduos veterinários.
Leite
• Microrganismos.
• Metais pesados.
• Resíduos veterinários.
Pescado
• Microrganismos
• Metais pesados
• Toxinas
• Parasitas
Água
• Microrganismos.
• Metais pesados.
• Produtos químicos.
• Terra.
101
Segurança Alimentar
Os requisitos de higiene e segurança alimentar podem ter várias origens e devem ser complemen-
tares. Códigos de boas práticas, legislação, bibliografia técnica, exigências dos clientes e normas
são as origens mais comuns dos procedimentos aceites e que devem ser seguidos pelos estabeleci-
mentos que operam no sector.
Os códigos de boas práticas podem ser elaborados a nível governamental, pela entidade associa-
tiva do sector ou pelo próprio estabelecimento.
A legislação base será a nacional e comunitária, podendo por vezes recorrer-se a legislação de pa-
íses terceiros quando exista um vazio legal sobre o assunto em causa e se quiser obter referências.
Por outro lado, as exigências dos clientes são também muito importantes, pois da satisfação do
cliente depende a sobrevivência da empresa.
Em seguida, é apresentado um exemplo de uma possível lista de verificação (check-list) com alguns
aspectos a comprovar numa inspecção higiénica a estabelecimentos de restauração, colectiva ou
tradicional.
Electrocutor de insectos
Preparação/Confecção
Temperatura de confecção
Tempo de espera até serem confeccionados
Estado de limpeza do fogão
Funcionamento dos ventiladores
102
Distribuição Sim Não Obs.
Temperatura do banho-maria
Temperatura dos alimentos a frio
Limpeza dos expositores
Câmaras Frigoríficas
Câmaras de Refrigerados
Temperaturas adequadas
Arrumação dos produtos no seu interior
Caixas colocadas sobre o pavimento
Identificação dos produtos
Adequação produtos/tipo de câmara
Estado de limpeza da câmara
Temperaturas adequadas
Arrumação dos produtos no seu interior
Caixas colocadas sobre o pavimento
Estado de conservação dos produtos
Adequação produtos/tipo de câmara
Arrumação e Limpeza
103
Segurança Alimentar
104
Sala de Refeição Sim Não Obs.
Obs.
105
Segurança Alimentar
Em todos os estabelecimentos de restauração deve haver um responsável, a quem cabe zelar pelo
seu funcionamento, pelo nível de serviço e que assegure o cumprimento dos regulamentos e das
disposições legais em vigor.
A licença ou a autorização de utilização para serviços de restauração ou de bebidas é precedida de
uma vistoria. Essa vistoria é efectuada por uma comissão composta por:
Concedida a licença ou a autorização de utilização deve ser requerida a emissão do alvará. A Li-
cença ou o alvará poderá perder a validade nos seguintes casos:
• Se o estabelecimento não iniciar a actividade num prazo de um ano, a partir da data de emissão
do alvará ou da licença de utilização;
• Se o estabelecimento estiver encerrado por período superior a um ano, salvo por motivo de
obras;
• Quando seja dada ao estabelecimento uma utilização diferente da indicada no alvará respecti-
vo;
• Quando o estabelecimento não cumprir os requisitos mínimos exigidos nos diplomas legais apli-
cáveis.
Fiscalização
Câmara Municipal
Nos aspectos de obras e operações urbanísticas. No cumprimento dos requisitos exigidos nos diplo-
mas legais aplicáveis. No tratamento das reclamações sobre o funcionamento e o serviço. Proceder
à organização dos processos de contra-ordenação.
Direcção-Geral do Turismo
Na fiscalização dos requisitos que determinam a classificação dos estabelecimentos como típicos
ou de interesse para o turismo.
Autoridades de saúde
Fiscalizar relativamente o cumprimento das regras de higiene e saúde pública previstos nos diplo-
mas legais aplicáveis.
106
Direcção-Geral do Controlo e Fiscalização da Qualidade Alimentar
Fiscalizar as normas gerais de higiene a que devem estar sujeitos os géneros alimentícios utilizados
nos estabelecimentos de restauração.
Empresas de Consultoria
Existem várias empresas que prestam serviços na área da Higiene e Segurança, seja na vertente
de higiene e segurança no trabalho e/ou em segurança alimentar. São na sua maioria empresas
recentes e que absorvem muitos dos jovens diplomados na área. Entre os serviços que este tipo de
empresas prestam poderemos enunciar os seguintes:
Higiene Alimentar
Formação Profissional
A actividade destas empresas terá sempre como finalidade, trabalhando em sintonia com a empresa
de restauração, a:
107
Segurança Alimentar
108
Higiene e Segurança no Trabalho
Higiene e Segurança no Trabalho
• A Higiene do Trabalho visa lutar, sob um ponto de vista não médico, contra as doenças profis-
sionais, identificando os factores (contaminantes físicos, químicos e biológicos) que podem afectar
o ambiente de trabalho e o trabalhador e procurando eliminar ou reduzir os potenciais riscos;
• A Segurança no Trabalho visa lutar, sob um ponto de vista não médico, contra os acidentes de
trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a
utilizarem medidas preventivas;
• A todos os ramos de actividade, sejam eles do sector público, privado ou cooperativo e social;
• Aos trabalhadores por conta ou ao serviço de outrem e aos respectivos empregadores, incluindo
os trabalhadores da Administração Pública central, regional e local, dos institutos públicos, das
demais pessoas colectivas de direito público e das pessoas colectivas de direito privado sem fins
lucrativos e a todas estas entidades;
• Aos trabalhadores independentes.
O princípio geral é de que todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições
de segurança, higiene e de protecção da saúde. Reforçando, o próprio desenvolvimento económi-
co deverá visar a promoção da humanização do trabalho em condições de segurança, higiene e
saúde, o que não se mostra tarefa simples. Devido a esse facto a palavra de ordem quanto a riscos
profissionais é, sem dúvida, prevenção.
A atitude preventiva deverá transparecer e ser desenvolvida segundo princípios, normas e progra-
mas que visem, entre outros:
• A definição das condições técnicas a que devem obedecer a concepção, fabricação, a importa-
111
Higiene e Segurança no Trabalho
Todos os acidentes têm uma causa definida e identificada. Estas causas podem inserir-se em dois
tipos:
• Falhas humanas, ou
• Falhas técnicas.
As primeiras são responsáveis por cerca de 80% dos acidentes, enquanto as segundas por 18%,
sendo os restantes 2% atribuídos a factores aleatórios.
Por outro lado, poderemos dizer que constituem acidentes de trabalho os que se verifiquem:
112
• No local ou no tempo do trabalho, quando produzem ou causem indirectamente lesão corporal,
perturbação funcional ou doença, da qual resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho;
• Fora do local ou do tempo do trabalho, quando verificados na execução de serviços determina-
dos pela entidade patronal ou por esta consentidos;
• Na ida para o local do trabalho ou no regresso deste;
• Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económi-
co para entidade patronal;
• No local do pagamento da retribuição, enquanto o trabalhador aí permanecer para tal efeito;
• No local onde ao trabalhador deve ser prestada qualquer assistência ou tratamento, por virtude
de anterior acidente e enquanto aí permanecer para esses fins.
Mas, existem casos em que o acidente pode parecer formalmente como sendo um acidente de tra-
balho, mas que a lei o descaracteriza como tal. Assim não é considerado acidente de trabalho:
• O que tiver sido dolosamente provocado pela vítima ou provier de um seu acto ou omissão, se
ela tiver violado, sem causa justificativa, as condições de segurança estabelecidas pela entidade
patronal;
• O que provier exclusivamente de falta grave e indesculpável da vítima;
• O que resultar da privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado, nos termos
da lei civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, ou se a entidade patronal
ou o seu representante, conhecendo o estado da vítima, consentir nesta prestação;
• O que provier de caso de força maior.
Acidentes na Restauração
Nas cozinhas podem ocorrer vários tipos de acidentes. Eis alguns exemplos de algumas situações
de perigo que podem ocorrer na restauração:
• Cortes 35%;
• Quedas 27%;
• Lesões com objectos em movimento 27%;
• Lesões com utensílios manuais 13%;
• Queimaduras 7%.
Os perigos atrás enumerados são normalmente potenciados com as seguintes situações de risco:
113
Higiene e Segurança no Trabalho
B - Quedas em altura
C - Cortes
São dos acidentes mais frequentes que ocorrem nas cozinhas. O tipo de equipamento que se usa
para cortar, bem como outro factores, tais como a pressão de trabalho existente, principalmente nas
horas das refeições, são motivos para ocorrer este tipo de acidente. As causas mais comuns para a
ocorrência de cortes incluem:
• Existência de maquinaria com lâminas cortantes (como picadoras, batedeiras e serra de ossos,
por exemplo);
• Existência de utensílios de corte;
• Utensílios de corte em mau estado;
• Existência de latas e embalagens em vidro;
• Utensílios de corte colocados em locais inadequados.
114
D - Queimaduras
E - Choque eléctrico
115
Higiene e Segurança no Trabalho
• Detergentes;
• Substâncias causticas e corrosivas;
• Fluidos frigoríficos;
• Aerossóis;
• Vapores ácidos ou alcalinos.
G - Incêndio
Todos os trabalhadores devem saber utilizar os extintores e conhecer a localização dos alarmes
contra incêndios. Um programa de prevenção de incêndios eficaz deve contemplar a formação
do pessoal para que este saiba detectar qualquer risco de incêndio e saiba como proceder caso
chegue a produzir-se. Todos os trabalhadores devem conhecer os planos de emergência e as vias
de evacuação do local. Devem estar preparados para apagar qualquer foco de incêndio que se
produza na cozinha.
O trabalho desenvolvido na restauração exige, na maior parte dos casos, um esforço físico inten-
so, não só pelos percursos que têm que ser realizados, como pelas posturas exercidas ao levantar
pesos ou a realização de operações de limpeza exaustivas. Os empregados de mesa, por exemplo,
podem chegar a percorrer quilómetros durante um único turno de trabalho. Posturas curvadas ou
em torção do tronco, podem igualmente ser observadas em situações de trabalho, tais como em
116
operações de limpeza do equipamento e/ou das instalações. O perma-
necer de pé na lavagem da loiça ou no serviço ao balcão durante longos
períodos de tempo, provoca situações de desconforto físico e eventuais
problemas músculo-esqueléticos. O levantamento de pesos, cubas de
banho-maria, panelas, sacos de batatas, caixas de produtos alimentares
e grades de cerveja, por exemplo, são algumas das cargas que os traba-
lhadores das cozinhas têm de levantar com frequência no dia-a-dia de
trabalho. Provocam desconforto e, porventura, o aparecimento de certas
maleitas músculo-esqueléticas (na coluna vertebral, por exemplo) que
podem ser contrariados com uma boa técnica de levantamento de pesos
e/ou modificações na organização do trabalho. Algumas das causas
mais comuns, para o aparecimento destes problemas, incluem:
• Transporte de pesos;
• Trabalho em espaços reduzidos;
• Realização de movimentos repetitivos;
• Trabalho de pé.
I - Situações de stress
117
Higiene e Segurança no Trabalho
O termo organização, significa a distribuição das tarefas necessárias ao pessoal para se alcança-
rem os objectivos pretendidos, para que cada um possa contribuir eficazmente para o sucesso do
estabelecimento. Importa que cada um saiba o que tem a fazer e o que dele se espera. Só deste
modo será possível obter uma melhor produtividade pela utilização eficaz dos recursos humanos. Os
profissionais da restauração zelosos do seu profissionalismo têm de contar com muitos sacrifícios,
que poderão ser menores se existir uma boa orientação durante o trabalho, uma definida e correcta
relação hierárquica, comunicação entre os diversos sectores e trabalhadores do estabelecimento.
118
Figura 1 - Pavimento antiderrapante e de fácil limpeza.
B - Quedas em altura
119
Higiene e Segurança no Trabalho
C - Cortes e amputações
Os cortes com facas são dos acidentes de trabalho mais frequentes na restauração pelo que exigem
uma atenção redobrada:
• Utilizar uma faca com a lâmina afiada, de contrário o esforço é maior e pode escorregar da
mão;
• Não utilizar facas para uso não indicado (para abrir latas, por exemplo);
• Guardar as facas no local próprio, não as deixar espalhadas pela cozinha;
• Não colocar facas dentro da algibeira;
• Transportar a faca na mão e com a lâmina voltada para baixo;
• Utilizar a faca adequada para cada tarefa;
• Ao abrir caixas de cartão, não colocar a mão na zona de abertura da caixa;
• Não tentar agarrar objectos que caíam;
• Não colocar as mãos nas lâminas de corte;
• Utilizar luvas anti-corte (malha de aço);
• Utilizar facas com cabo anti-derrapante.
D - Queimaduras
120
• Nunca mudar o óleo de fritura, quando este está quente;
• Limpar as gorduras nas imediações das fritadeiras;
• Limpar os fornos, em especial na zona das juntas, seguindo as instruções do fabricante;
• Utilizar utensílios adequados para o transporte de produtos quentes;
• Usar luvas, aventais ou outro tipo de protecção ao calor, com marca CE, quando se manuseia
qualquer equipamento ou utensílio que se encontre quente, nomeadamente: frigideiras, panelas,
tachos e suas tampas;
• Abrir as torneiras lentamente de água ou de outros líquidos quentes, de modo a evitar salpicos;
• Não inclinar o corpo sobre grelhas, fogões ou qualquer outra superfície enquanto esta está
quente.
E - Choque eléctrico
121
Higiene e Segurança no Trabalho
• Utilizar produtos que possuam propriedades de limpeza e desinfecção adequadas, mas que não
sejam perigosos para os manipuladores;
• Pedir a ficha de segurança dos produtos ao fornecedor, que informa sobre os efeitos e as instru-
ções relativas ao produto em causa;
• Evitar o contacto dos produtos com a pele, utilizando misturadores, pás e luvas adequadas;
• Só preparar os produtos de acordo com as instruções do fabricante;
• Não realizar misturas de produtos que não as expressamente indicadas pelo fabricante;
• Ao efectuar diluições com água, verter o ácido sobre a água, e nunca o contrário;
• Manter os rótulos em bom estado de conservação, evitando que este se deteriore ou caia da
embalagem. O rótulo contém informações importantes sobre os procedimentos de segurança a
seguir;
• Ler sempre com atenção os rótulos colocados nas embalagens dos produtos;
• Manter sempre os recipientes correctamente fechados;
• Efectuar as operações de limpeza principais após acabado o trabalho na cozinha (evitando con-
taminações químicas dos alimentos);
• Não utilizar as embalagens dos produtos químicos para outra finalidade;
• Utilizar equipamentos de protecção individual que contenham a marca CE (luvas, óculos, más-
caras), e seguindo as características dos dados nas fichas de segurança;
• Nas lavagens manuais utilizar produtos que não irritem a pele;
• Não perfurar embalagens de spray, nem aproximá-las de fontes de calor ou chamas;
• Guardar os produtos em local próprio, longe de outros produtos, especialmente alimentos;
• As embalagens onde estão acondicionados os químicos devem estar devidamente etiquetadas;
• Não se devem misturar, durante a limpeza, produtos cuja combinação possa resultar na liberta-
ção de gases nocivos (lixívia com amoníaco, por exemplo);
• Ter uma boa ventilação no local de trabalho;
• Realizar as operações de limpeza em locais bem ventilados e evitar a respiração de vapores
nocivos.
122
G - Incêndio
123
Higiene e Segurança no Trabalho
I - Situações de stress
5.1.2. Incêndios
Uma pequena chama pode transformar-se num incêndio que em 30 segundos fica fora de qualquer
possibilidade de controlo.
Os incêndios provocam nas empresas e nos lares, enormes prejuízos materiais e muitas vítimas,
quer por queimaduras e ferimentos, quer, sobretudo, por intoxicação (inspiração de fumos e gases
venenosos). Mesmo que não haja danos pessoais provocados pelo incêndio, resulta a maior parte
das vezes para os trabalhadores a privação do seu trabalho habitual, durante um período de tempo
apreciável. É, pois, necessário assegurar medidas visando impedir que o fogo se declare ou impedir
a sua propagação.
As estatísticas disponíveis revelam que as causas mais frequentes dos incêndios são, por ordem
decrescente:
• Instalações eléctricas;
• Utilização de chamas nuas e superfícies quentes;
124
• Presença inadequada de matérias inflamáveis, nomeadamente líquidos e gases;
• Aparelhos de aquecimento.
As áreas de armazenamento nos estabelecimentos são habitualmente mais atingidas que os secto-
res da produção. Por outro lado, a proporção de fogos nocturnos para fogos diurnos é, geralmente,
de 2 para 1.
Como tal, o estudo das causas dos incêndios e dos fenómenos a ele associados, revela-se muito
importante para a sua prevenção e controlo.
• Combustível (substância redutora, que vai arder, por ex. madeira, papel, óleo, tecidos e gasoli-
na);
• Comburente (oxigénio no ar);
• Energia de activação/calor (energia mínima necessária para se iniciar a reacção, que é fornecida
pela fonte de inflamação, por ex. chama, electricidade e temperatura).
Calor
125
Higiene e Segurança no Trabalho
• Limitando a temperatura, lançando água sobre o fogo, em jacto ou pulverizada, ou outras subs-
tâncias que absorvam o calor desenvolvido.
Classes de Fogo
Extintores
Os extintores (tabela II) constituem a primeira linha de defesa em caso de incêndios pequenos.
Pó Químico Classes A, B, C
126
5.1.2.2. Modo de Actuação
Relativamente ao manejo correcto dos extintores não é complicado devido á simplicidade dos seus
comandos de abertura, sendo todos dotados com elementos de segurança para evitar disparos
involuntários (figura 3).
Figura 3:
1 - Fazer a aproximação ao fogo, sempre no sentido do vento ou da tiragem normal do edifício;
2 - Atacar o fogo dirigindo o jacto do extintor à base das chamas;
3 - Contudo, em caso de líquidos derramados de canalizações, manobrar o jacto do extintor de cima para
baixo;
4 - Assegurar um número suficiente de extintores e de pessoas para os utilizar;
5 - Prever as possibilidades de reignição;
6 - Enviar o extintor descarregado ao serviço competente, que providenciará a respectiva recarga.
127
Higiene e Segurança no Trabalho
Quando tiver que actuar sobre uma frigideira, por exemplo, deve começar por sufocar as chamas
mais próximas (da borda mais próxima) com o agente extintor. Uma vez conseguida a primeira eta-
pa, percorrer todo um lado da frigideira ou, em alternativa, efectuar um movimento de ziguezague
do jacto extintor, tendo sempre em conta o avançar a favor do movimento do ar e ir-se assegurando
de que a zona anterior já está dominada (evitando o retorno da chama).
Os extintores devem ser carregados logo após a sua utilização, para estarem sempre em condições
de funcionamento.
Locais onde exista um elevado risco de incêndio obrigam à utilização de meios de detecção e/ou
extinção automáticos.
Os sistemas automáticos de extinção são conhecidos pela designação do agente que utilizam exis-
tindo sistemas de pó químico, água pulverizada, dióxido de carbono e espuma.
• Deverá existir um sinal sonoro de alarme, que seja claramente audível e identificável;
• O sinal não deve ser estridente para não provocar o pânico e não deve ser usado para outra
finalidade, que não seja a de dar o alarme em situações de emergência;
• Deverá ser afixado junto de cada telefone, o número a recorrer em caso de incêndio;
• Dever-se-á fechar portas, janelas e meios de ventilação;
• Deverão existir meios de intervenção imediata, que são constituídos por extintores portáteis e
boca-de-incêndio tipo “carretel”;
• Os meios de intervenção imediata devem estar instalados em todos os pisos, junto aos acessos
às escadas ou às saídas, nos caminhos de evacuação, a uma distância máxima, de 25 m entre cada
um;
• Os extintores devem estar instalados nas proximidades dos locais que apresentam maior risco de
incêndio;
• Devem ser colocados em locais de fácil acesso, devidamente sinalizados e serem mantidos em
bom estado de conservação e funcionamento.
• Devem possuir características tais que permitam uma evacuação rápida e segura dos ocupantes
para o exterior;
• Devem estar ordenados e distribuídos por forma a desembocar, independentemente uns dos
128
outros, numa rua ou num espaço livre suficientemente amplo para possibilitar aos ocupantes afas-
tarem-se do edifício;
• Devem estar providos de sinais de segurança normalizados e visíveis, de dia e de noite, que
orientem os ocupantes no sentido da saída do estabelecimento;
• O mobiliário e o equipamento dos locais devem ser dispostos de maneira a que os percursos de
acesso às saídas fiquem perfeitamente desimpedidos;
• Nos caminhos de evacuação não devem ser colocados quaisquer objectos ou materiais que
prejudiquem a evacuação dos ocupantes ou possam cair sobre eles;
• Todas as portas dispostas ao longo dos caminhos de evacuação devem estar desimpedidas, per-
mitindo a sua fácil e rápida manobra;
• Nenhuma porta disposta ao longo dos caminhos de evacuação deve ser mantida fechada com
chave durante os períodos de ocupação dos edifícios;
• As portas corta-fogo devem ser mantidas permanentemente fechadas;
• As portas giratórias ou de correr deverão ser complementadas por outra porta, ou de batente,
que abra no sentido previsto para a evacuação;
• O número e a largura das escadas devem ser suficientes para que a evacuação das pessoas seja
feita satisfatoriamente;
• A largura das escadas não pode ser inferior a 1,2 m, salvo no caso das escadas suplementares,
que poderão ter apenas 0,80 m de largura, no mínimo;
• Quando o estabelecimento disponha de várias escadas, a distância a percorrer de qualquer
ponto de um caminho de evacuação para atingir qualquer das escadas não deve ultrapassar os 35
m;
• O comprimento de corredores sem saída não deve ultrapassar os 10 m;
• Os corredores devem ter iluminação natural e/ou artificial que permita a normal circulação dos
ocupantes;
• O comportamento ao fogo dos elementos estruturais deve assegurar a estabilidade do edifício
durante um certo período de tempo;
• A resistência ao fogo das estruturas dos edifícios cuja altura não exceda os 9 m, deve ser no
mínimo de EF1 30, até 28 m (EF 60) e mais de 28 m (EF 90);
• Nos edifícios com um só piso (rés-do-chão sem cave) não é feita qualquer exigência de resistên-
cia ao fogo das respectivas estruturas;
• A resistência ao fogo dos pavimentos dos edifícios cuja altura não exceda os 9 m, deve ser no
mínimo de CF1 30, até 28 m (CF 60) e mais de 28 m (CF 90);
• As escadas que fazem parte dos caminhos de evacuação devem ser enclausuradas, se situadas
em edifícios com mais de 9 m de altura;
• Os materiais de revestimento interiores das superfícies dos caminhos de evacuação devem ter a
seguinte reacção ao fogo: pavimentos do tipo M 3 (materiais moderadamente inflamáveis), paredes
M 2 (materiais dificilmente inflamáveis), tectos M 1 (materiais não inflamáveis);
• Os materiais de restaurantes e bares devem ter a seguinte reacção ao fogo: pavimentos M 4 (ma-
teriais facilmente inflamáveis), revestimento e decoração de paredes M 3 (materiais moderadamente
inflamáveis), revestimento e decoração de tectos M 2 (materiais dificilmente inflamáveis).
1
Nota: classes de resistência ao fogo atribuídas a determinados elementos de construção, neste caso estável
ao fogo (EF) e corta-fogo (CF).
129
Higiene e Segurança no Trabalho
Uma boa iluminação é fundamental no ambiente de trabalho, uma vez que, cerca de 70% das im-
pressões sensoriais são de natureza visual. Por outro lado, a intensidade de luz que incide sobre a
superfície de trabalho deve ser suficiente para garantir uma boa visibilidade. Além disso, o contraste
entre a figura e o fundo também é importante.
A luz
A luz pode ser definida como uma parte das ondas electromagnéticas, no conjunto do espectro
electromagnético, a que o olho é sensível.
O olho humano é sensível a comprimentos de onda da ordem dos 400 aos 750 nm (nanómetros).
Esta gama de comprimentos de onda é a chamada luz visível, e a sensibilidade máxima ocorre cer-
ca dos 555 nm, que corresponde à gama verde-amarelo.
A intensidade da luz que incide sobre uma superfície de trabalho é expressa , por sua vez, em lux.
A luminância (ou brilho), isto é, a quantidade de luz que é reflectida para os olhos, é medida em
candela por m2 (cd/m2).
Níveis de iluminação
A iluminação ideal é aquela que é proporcionada pela luz natural, devendo por isso, ser aprovei-
tada ao máximo. Somente quando esta não é suficiente, deve ser complementada por iluminação
artificial.
O nível de iluminação depende de inúmeros factores, tais como o tipo de tarefas a realizar, a idade
do trabalhador, entre outros. Por exemplo, um trabalho de precisão necessita, obrigatoriamente, de
um nível de iluminação mais elevado do que um trabalho normal. Do mesmo modo, num trabalho
idêntico, uma pessoa com idade superior a 50 anos necessita, em média, de uma iluminação 3
vezes superior à necessária para um trabalhador de 20 anos.
Por outro lado, as paredes e os tectos das instalações alimentares devem estar sempre limpos e
devem ser pintados com cores claras, harmonizando a cor da luz com as cores predominantes do
local, e facilitando deste modo as operações.
A execução de qualquer tarefa deve ser feita sem esforço visual. Assim, a luz deve chegar ao ponto
de trabalho, tanto por incidência directa como por incidência difusa, de modo a obter sombras su-
130
aves que realcem o formato, o tamanho e a posição dos objectos e facilitar a criação de contrastes
que revelem os detalhes e a textura dos objectos.
Do mesmo modo, a variação entre intensidades de luz deve ser feita de forma suave, evitando a
existência de áreas de forte contraste, entre claridade e sombra, que obrigam o olho a um maior
esforço de adaptação.
Devem ainda ser evitadas zonas de obscuridade. Por outro lado, deve eliminar-se o encadeamento
directo, utilizando armaduras que impeçam que as lâmpadas sejam vistas directamente e que, de
preferência, possuam reflectores anti-encandeantes.
Estas armaduras deverão enviar uma certa quantidade da sua luz para o tecto e para a parte supe-
rior das paredes.
Devem ainda anular-se os reflexos indirectos vindos dos objectos observados, pois são incomodati-
vos e dificultam a visão de pormenores.
Em casos de trabalhos de precisão, deverá existir iluminação localizada e regulável.
As armaduras de iluminação geral do tecto devem estar bem posicionadas, espaçadas entre si e
auxiliadas por candeeiros de iluminação local ou pontual.
Nos locais onde seja necessário, deverá estar prevista iluminação especial com iluminárias hermé-
ticas, especialmente onde existam vapores inflamáveis e níveis de poeiras e/ou humidade elevados.
As flutuações e cintilações de luz, por sua vez, devem ser evitadas.
Encadeamento
Os objectos só são vistos a partir da luz que reflectem. O encadeamento consiste na permanência
de um clarão ou de uma imagem brilhante, durante um curto período de tempo no qual o olho
humano não consegue registar qualquer imagem, sendo causador de graves acidentes de trabalho
e de condução.
Cintilação
A cintilação é uma variação periódica de um ou mais dos parâmetros (claridade, luminância, tona-
lidade ou cor) da luz emitida por uma fonte ou por uma superfície reflectora.
131
Higiene e Segurança no Trabalho
• As lâmpadas tipo descarga (fluorescentes, por exemplo) emitirão o máximo da sua luz nos ins-
tantes de pico de corrente, extinguindo-se logo a seguir nos instantes de zero.
• As lâmpadas fluorescentes emitem luz cintilante, o que é um inconveniente sério a considerar
para a segurança dos trabalhadores.
Existem determinadas medidas que se podem tomar para diminuir esse efeito:
• Alimentar o conjunto das armaduras (porta-lâmpadas), do local a iluminar, com mais de que
uma fase de energia eléctrica (alimentação trifásica), de modo que a luz provenha das armaduras
desfasadas entre si.
• Associar condensadores alternadamente, (balastro sim, balastro não), a todas as lâmpadas flu-
orescentes do local (compensação indutiva-capacitiva), de modo a que cada lâmpada fique desfa-
sada de cerca de meio ciclo em relação às vizinhas.
• Associar o conjunto de lâmpadas fluorescentes a um conjunto de lâmpadas incandescentes, cuja
luz não seja cintilante (luz mista).
• Utilizar como balastros das lâmpadas fluorescentes, balastros electrónicos (alta frequência).
É um caso especial e muito perigoso, e resulta do facto de existirem fontes de iluminação com luz
cintilante em locais onde existem peças em movimento periódico, rotativo ou vibratório.
a) b)
O efeito estroboscópico consiste na ilusão de parecer que um objecto animado em movimento (a), está
parado, anda devagar ou anda para trás (b).
Se o trabalhador aproveitar essa suposta paragem para ajeitar ou para retirar o objecto aparentemente
parado mas que se encontra em movimento, poderá sofrer um acidente grave.
Intensidades luminosas
Para determinar a quantidade de luz, é necessário distinguir entre a luz ambiental, a iluminação no
local de trabalho e a iluminação especial.
Uma luz ambiental de 10 a 200 lux é suficiente para locais onde não haja a realização de tarefas
consideradas críticas ao processo produtivo. Um exemplo concreto é o caso de corredores, de-
pósitos e outros lugares onde não se executam tarefas que exijam grande esforço visual, como a
leitura.
Por exemplo, o mínimo necessário para a visualização correcta de obstáculos, são 10 lux (caso das
luzes de emergência). Para ler avisos, por outro lado, já é necessário uma intensidade maior. Uma
intensidade luminosa maior também pode ser necessária para evitar grandes contrastes. O olho de-
mora mais tempo a adaptar-se, quando há grandes diferenças no brilho (por esse motivo um túnel
deve ser melhor iluminado durante o dia, podendo ficar mais escuro à noite).
132
Para tarefas normais, como a leitura de livros, montagem de peças e operações com máquinas,
aplicam-se as seguintes recomendações:
• Intensidade de 200 lux é suficiente para tarefas que não exijam grandes contrastes, como a lei-
tura de letras pretas sobre um fundo branco.
• Aumentar a intensidade luminosa à medida que o contraste diminui, caso seja necessário a per-
cepção de pequenos detalhes.
• Uma intensidade pode ser necessária para reduzir as diferenças de brilho no campo visual.
• Aplicar uma intensidade luminosa de 200 a 800 lux para a execução de tarefas ditas normais.
Por outro lado, quando há grandes exigências visuais, o nível de iluminação deve situar-se de 800
lux até 3000 lux, colocando-se um foco de luz directamente sobre o local onde é realizada a tarefa.
Isto é necessário, por exemplo, em tarefas de inspecção.
No entanto, grandes intensidades luminosas podem provocar fadiga visual.
Nota:
Alguns autores recomendam 500 lux como o nível de iluminância, recomendado para cozinhas,
300 lux para salas de restaurantes e 150 lux para sanitários. No entanto o Codex Alimentarius re-
comenda 540 lux para cozinhas, 220 lux para outras salas de trabalho e 110 lux para as restantes
áreas (corredores de passagem e sanitários, como exemplo).
Brilho
• Área de trabalho.
• Área circunvizinha à de trabalho.
• Ambiente geral.
A diferença de brilho entre a área de trabalho e a área circunvizinha não deve ser superior a três ve-
zes mais brilho. E a diferença entre a área de trabalho e o ambiente geral não deve ultrapassar dez
vezes mais, pois esta diferença de brilho, pode produzir incómodo e fadiga visual no trabalhador.
Por outro lado, as diferenças muito pequenas também devem ser evitadas, porque a uniformidade
produz monotonia e dificulta a concentração do trabalhador.
Tipos de iluminação
• Uma iluminação geral uniforme: é aquela que é destinada a garantir uma iluminação homogé-
nea em todos os possíveis planos de trabalho.
• Iluminação zonal: destinada a iluminar uma dada área circunscrita, como um quadro numa
sala;
• Iluminação localizada pontual: destinada a iluminar uma área muito restrita, como uma bancada
ou uma máquina;
• Iluminação combinada: geralmente a iluminação num local de trabalho é feita através de uma
iluminação geral reforçada e, consoante os casos, por uma iluminação zonal ou pontual.
133
Higiene e Segurança no Trabalho
As lâmpadas
• Podem ser do tipo térmicas, como por exemplo o sol e uma lâm-
pada incandescente (o corpo que constitui a fonte emite radiações
luminosas devido à sua temperatura);
• Podem ser quânticas como no caso dos tubos fluorescentes (a
excitação eléctrica, química ou térmica de determinados corpos
provoca a emissão de luz).
Sala de Refeições
Existem alguns aspectos a considerar, com o objectivo de tornar uma sala de refeições acolhedo-
ra:
134
• Existência de luz indirecta por cima dos lambrins e atrás dos
cortinados;
• Um candelabro projectando luz no tecto;
• Existirem luzes nas paredes;
• Candeeiros sobre as mesas;
• Projectores, caso seja necessário, para realçar as características
principais.
Cozinha
Bar 150
Cozinha 500
135
Higiene e Segurança no Trabalho
5.3.1.1. O Som
O som é definido como o movimento de uma onda que se produz quando uma fonte sonora põe
em oscilação as partículas de ar mais próximas. O movimento transmite-se gradualmente às partí-
culas de ar cada vez mais afastadas.
Velocidade do som:
5.3.1.2. O Tom
O som indesejável é geralmente chamado ruído. O som pode ser um tom puro e simples, mas a
maior parte dos sons contêm vários tons com frequências e intensidades diferentes. As perturbações
ou lesões causadas nos indivíduos dependem da frequência. As frequências elevadas são mais pe-
rigosas que as baixas.
5.3.1.3. Frequência
136
5.3.2. Controlo do Ruído
Discoteca 85-103 dB
137
Higiene e Segurança no Trabalho
Segundo a legislação nacional a partir de 85 dB(A) é necessário tomar medidas visando a elimina-
ção ou a redução do nível sonoro.
O nível de ruído nos postos de trabalho medido durante o estudo realizado nas cozinhas hospi-
talares, revelou na zona de lavagem, 80 a 90 dB(A) e na zona de preparação uma média de 95
dB(A).
Medidas Organizacionais: As actividades ruidosas podem ser separadas espacialmente das silen-
ciosas, através de uma organização de horários diferentes para as mesmas. A vantagem é que se
pode investir mais na protecção daquelas pessoas sujeitas ao ruído. No entanto, essa protecção
deveria ser estendida a todos os trabalhadores.
Medidas Construtivas ou de Engenharia: Deve-se pensar nos ruídos quando se escolhe um deter-
minado método produtivo. Um processo menos barulhento é benéfico não apenas para os traba-
lhadores, mas também sob muitos outros aspectos. Por vezes, o barulho concentra-se apenas em
algumas fases do processo, como nas máquinas de cortar ou picar.
Devem-se substituir máquinas “barulhentas” por outras mais silenciosas, em que peças metálicas
são substituídas por peças plásticas, fazendo o confinamento das partes ruidosas, reduzindo as vi-
brações, providenciando isolantes acústicos ou substituindo partes mecânicas por electrónicas. No
momento de escolher máquinas e equipamento deve-se ter em atenção o nível de ruído durante o
seu funcionamento.
Uma correcta manutenção do equipamento contribui também para reduzir e controlar o ruído. Pe-
ças soltas, desequilíbrios e atritos são causas de vibrações, que produzem ruído.
Por outro lado, o tecto pode ser revestido por um material absorvente de ruído. Este tipo de proce-
dimento tem o efeito de reduzir o barulho, como o ruído produzido pelo eco. Isto pode ser usado
em salas amplas, onde estão presentes muitas pessoas, causando reverberações do som. Outra
possibilidade é fazer um tecto rebaixado, com material acústico. Isso tem a vantagem de permitir
a passagem de instalações eléctricas, condutas de ar, além de ajudar no isolamento térmico do
ambiente.
Barreiras absorventes de som, podem também ser colocadas entre a fonte emissora do som e o
receptor, para reduzir o ruído. Quando a distância entre a fonte e o receptor é grande, a medida
não é eficaz pois o som acaba-se espalhando pela sala. Biombos, paredes de alvenaria e painéis
móveis, são exemplos de barreiras de som.
Medidas de Protecção Individual: Quando os outros métodos não se revelam eficazes, a ultima al-
ternativa e solução a ser adoptada é proteger os ouvidos, com protectores auriculares, que possam
138
ser usados quando o barulho for de índole ocasional.
Existem dois tipos:
Quando se escolhe protectores auriculares, deve-se analisar a frequência do som. Eles variam em
forma, tamanho e material. Alguns modelos de protectores são mais eficientes numa determinada
gama de frequências.
• A temperatura do ar;
• A humidade do ar;
• A velocidade do ar;
• O calor radiante;
• A actividade física desenvolvida;
• O tipo de vestuário utilizado.
139
Higiene e Segurança no Trabalho
O frio e o calor intensos são desconfortáveis e provocam uma sobrecarga energética no corpo,
principalmente a nível do coração e pulmões. As partes do corpo expostas ao calor intenso, ou a
superfícies radiantes muito quentes, podem experimentar, inclusive, sensações dolorosas.
Os materiais manipulados nunca devem estar muito quentes ou muito frios. Para segurança dos
trabalhadores, os materiais manipulados que estejam a temperaturas extremas (muito quentes ou
muito frias) devem conter algum tipo de revestimento de material isolante, nos locais próprios para
serem manipulados. Como alternativa, os manipuladores podem usar luvas ou outro tipo de pro-
tecção individual.
A radiação quente ou fria pode ser atenuada confinando-se a fonte emissora, ou colocando mate-
rial isolante em superfícies como as paredes, tectos, pavimentos e janelas. Uma correcta disposição
das instalações e/ou equipamentos, pode manter os clientes/funcionários afastados das fontes de
radiação térmica. O tempo de exposição ao frio ou calor intensos deve ser relativamente limitado.
Cada pessoa consegue suportar até um certo limite de temperaturas extremas.
Por outro lado, a temperatura do ar deve ser ajustada ao tipo de esforço físico efectuado. A tempe-
ratura recomendada, na legislação, para o ambiente dos locais de trabalho, deve oscilar na medida
do possível, entre 18 e 22 ºC.
O ar húmido ou muito seco pode afectar, também, o conforto térmico. O ar muito seco pode pro-
vocar irritação nos olhos e nas mucosas, além de produzir electricidade estática (risco de incêndio,
interferências em equipamento). O ar muito saturado, por sua vez, dificulta a evaporação do suor,
tornando-se muito desagradável. A humidade recomendada, em legislação, para o ar em locais de
trabalho deve oscilar entre 50 e 70 %.
Como tal, sempre que da ventilação natural não resulte uma atmosfera de trabalho adequada,
deve-se procurar adoptar sistemas artificiais de ventilação e de aquecimento ou arrefecimento,
conforme os casos.
Devem ser usadas, ainda, roupas adequadas ao meio onde se processa a actividade. Em ambientes
frios, devem ser usadas roupas isolantes (figura 6) e em ambientes quentes devem ser usadas roupas
leves e que permitam a respiração da pele.
140
Figura 6 - Equipamento isolante para utilização num ambiente frio, como as câmaras de congelação.
Por sua vez, também as correntes de ar devem ser evitadas, pois podem afectar o conforto térmico
dos trabalhadores e dos clientes.
A Ventilação
• As condições de trabalho;
• A conservação dos materiais e dos locais;
• Os próprios produtos alimentares;
• Os clientes.
Com o propósito de aliviar estes efeitos negativos, podem-se apresentar três soluções de ventila-
ção:
• Ventilação natural;
• Ventilação semi-mecânica;
• Ventilação mecânica.
Ventilação Natural
Trata-se de uma solução relativamente simples e barata, mas é, também, a menos eficaz. A desloca-
141
Higiene e Segurança no Trabalho
ção do ar ambiente é conseguida através de uma abertura na parte inferior do compartimento que
permite a entrada natural do ar, e ainda, de outra abertura situada na parte superior da cozinha,
que permite a saída natural do ar a extrair. Esta circulação de ar acontece devido a uma depressão
gerada por correntes de convecção, onde é praticamente impossível o controlo dos caudais de ar,
excepto pelo diâmetro e localização das aberturas.
Ventilação Semi-Mecânica
Ventilação Mecânica
Esta é a solução mais segura e eficaz pois permite, simultaneamente, controlar os caudais de entra-
da e de saída através de aberturas, com a ajuda de meios mecânicos (ventilador e extractor).
Ventiladores
• Elemento rotativo;
• Suporte;
• Motor.
Unidades de Ventilação
As unidades de ventilação são dispositivos através dos quais se faz a renovação do ar dos locais a
ventilar, podendo as mesmas dispor ou não de um sistema de filtragem de ar (Tabela III).
142
Filtros de gordura
Hottes
• Hotte de exaustão: trata-se de um equipamento construído em aço inox (os filtros e condutas,
podem ser de outro material), onde normalmente o ventilador é montado na extremidade da con-
duta de aspiração;
• Hotte compensada: difere da anterior no aspecto dimensional e construtivo da caixa de recolha
de fumos, que é mais alta e dividida internamente em duas partes. Uma parte da caixa funciona
como insuflador de ar e a outra parte como caixa de recolha de fumos;
• Hotte indutora: é um exemplo de aplicação intermédia entre uma hotte de exaustão tradicional
143
Higiene e Segurança no Trabalho
e uma compensada, pois o ar não é insuflado na cozinha, mas sim no bloco de confecção. Este
processo dispensa a unidade de tratamento de ar, sendo substituída por uma caixa de ventilação
com filtro, o que reduz os custos de funcionamento.
Tectos ventilados
É um sistema novo, ainda pouco utilizado, mas em expansão, onde é dispensada a comum hotte.
É constituído por um tecto composto por blocos que insuflam o ar e outros que extraem o fumo,
vapores e gordura gerados na zona de confecção. Ao contrário do que acontece nas hottes, aqui
não se geram correntes de água. O tecto deve abranger toda a cozinha e ser constituído por duas
zonas de operação: a zona de insuflação e de exaustão. A zona de exaustão deve situar-se sobre os
equipamentos geradores de fumo, vapores e gordura. Enquanto a zona de insuflação deve situar-
se na periferia da cozinha e em volta da zona de exaustão, onde o ar insuflado vai provocar uma
corrente de ar, que irá auxiliar a ascendência do fumo e gordura pelo bloco de exaustão.
Este sistema apresenta como vantagens um melhor ambiente geral na cozinha, ou seja, melhores
condições higio-sanitárias; e como desvantagens, um custo maior quer de instalação, quer do equi-
pamento de ventilação que é requerido.
5.5. Ergonomia
A ergonomia tem sido utilizada para anunciar automóveis, computadores, cadeiras e outros objec-
tos de grande consumo. É normal sermos surpreendidos com anúncios que promovem um determi-
nado produto, utilizando o adjectivo “ergonómico” para definir uma característica relacionada com
a fácil utilização ou com a adequação ao corpo humano.
Se investigarmos a etimologia da palavra “ergonomia”, ergonomos, verificamos que ela deriva
do grego ergon, que significa trabalho, e, nomos, leis. Neste sentido, o objecto de estudo da er-
gonomia é a análise da actividade humana de modo a compreendermos as interacções que se
estabelecem entre o homem e o meio/ambiente que o rodeia. A qualidade com que estas relações
se desenvolvem, está dependente da adequação que possa existir entre o ser humano, que possui
determinadas necessidades, características, capacidades, competências e limitações, e as exigên-
cias das tarefas que tem que realizar.
• A nível do ser humano, ou seja, nas suas características físicas, cognitivas, sociais, idade, com-
petências e motivações;
• No meio físico: diz respeito aos espaços, características do equipamento, ferramentas, máquinas
e mobiliário;
• Ambiente: abrangendo a temperatura, ruído, iluminação, vibrações, gases, poeiras, vapores e
outros que podem estar presentes na altura da relação;
• A nível da comunicação: refere-se às comunicações e informações existentes no sistema;
• Organização: abrange os aspectos relacionados com horários, turnos, equipas, ritmos, autono-
mia e responsabilização dos funcionários;
• Em termos operacionais: estratégias colocadas em acção pelo homem no decorrer da relação
com os elementos do sistema;
• Consequências para o sistema; relacionados com a produtividade e falhas que comprometam a
segurança do sistema;
• Consequências para o utilizador; relacionados com a fadiga, problemas físicos, psicológicos ou
sociais, que decorrem de condições inadequadas.
144
A ergonomia é importante porque tem contribuído para a promoção da segurança e saúde dos
funcionários, assim como para melhorar a eficácia dos sistemas de trabalho em que estão envolvi-
dos.
Em restauração, por exemplo, qualquer que seja o tipo de cozinha, são frequentes certas posturas
incorrectas e constrangedoras que dão, normalmente, origem a uma fadiga física muitas vezes sen-
tida pelos operadores. Encontram-se aqui problemas clássicos de postura em relação à concepção
do próprio equipamento, à organização do trabalho e às tarefas exigidas.
Para prevenir estas posturas incomodativas um estudo sueco, segundo a revista “Travail et Securi-
té” (1988), revela que a altura da bancada deve ser prevista para facilitar o trabalho, minimizar o
esforço e evitar uma postura curvada, devendo a altura estar compreendida entre os 75 e os 100
cm, com uma inclinação regulável de 10º. A concepção do equipamento deve, ainda, oferecer a
possibilidade do operador se sentar, através de um assento ou encosto regulável em altura, particu-
larmente no posto do trabalho onde se realizam tarefas longas e repetitivas.
A concepção de certas máquinas impõe igualmente, que o utilizador adopte determinadas posturas
incorrectas (curvadas) durante a sua utilização ou no decurso da limpeza das mesmas.
145
Higiene e Segurança no Trabalho
Do mesmo modo, os fornos situados na parte baixa, obrigam o operador a adoptar uma postura
curvada. Para contrariar esta situação pode-se substituir esses fornos por outros de convecção, que
apresentam não só vantagens técnicas (maior rapidez de aquecimento, maior produção, maior
fiabilidade, mais facilidade nas operações de limpeza) como consequências positivas na postura
adoptada pelos operadores, devido à altura destes fornos ser cerca de 1,70 cm.
A norma AFNOR X 35-105, recomenda que o espaço entre máquinas seja de 80 a 60 cm, a pro-
fundidade entre 30 a 50 cm, a altura entre 1 e 1,2 m (podendo aceitar-se 1,40 m) e que a altura
dos comandos seja de 80 cm.
O trabalho em cadeia, ou seja, dependente de outros postos de trabalho, exige um ritmo elevado
e provoca constrangimentos na postura dos trabalhadores. Como exemplo poderemos considerar,
o elevado número de refeições individuais acondicionadas numa cozinha colectiva e a lavagem
manual da loiça, que são operações repetitivas, realizadas a um ritmo elevado e que são muitas
vezes efectuadas numa posição de pé, durante cerca de 2 a 5 horas. Outras posturas, curvadas,
ou em torção do tronco, podem igualmente ser observadas em diversas situações de trabalho nas
cozinhas. São situações que se podem considerar penosas, como por exemplo, na limpeza a fundo
do equipamento e das instalações.
Trabalho em pé
Esta posição é recomendada para tarefas sujeitas a deslocamentos frequentes ou quando há neces-
sidade de aplicar forças significativas. Deve ter em atenção:
146
• A alteração do peso do corpo de um membro inferior para outro evita a fadiga muscular e favo-
rece a circulação sanguínea. Isto pode ser conseguido pela colocação de um banco (estrado) para
apoio alternado dos pés (figura 6). Este procedimento deve ser executado com muito cuidado pois
a utilização pode ser fonte de acidentes.
Cotovelos a 90º
Apoio Lombar
5.5.3. Cargas
As exigências das tarefas que se impõem num restaurante obrigam a uma carga postural conside-
rável, especialmente no que diz respeito ao transporte e manipulação de cargas. A coluna vertebral
é uma estrutura que está frequentemente sujeita a lesões, provocadas pelo transporte ou manipula-
ção de cargas ou pela permanência em posturas incorrectas.
Nas condições em que é necessário manipular ou elevar cargas, permanecer muito tempo de pé ou
alcançar objectos que se encontrem muito altos, é necessário ter presente um conjunto de princípios
para evitar a ocorrência destes problemas.
Apresenta-se de seguida alguns princípios para evitar a ocorrência de problemas músculo-esque-
léticos.
Levantar pesos
O levantamento de pesos, cubas do banho-maria, panelas e sacos de batatas, por exemplo, são
algumas das cargas que os trabalhadores das cozinhas têm de transportar. Provocam desconforto
e, porventura, o aparecimento de certas maleitas na coluna vertebral, que podem ser contrariadas
com uma boa técnica de levantamento de pesos e/ou modificações na organização do trabalho.
Para levantar e transportar uma carga que encontra no chão, devem dobrar-se as pernas mantendo
o corpo e o pescoço direitos e os braços esticados e conservando a carga o mais próxima possível
do corpo (Figura 7).
147
Higiene e Segurança no Trabalho
Correcto Incorrecto
Para além disso, existem outras regras de ouro que devem ser cumpridas, nomeadamente:
• Sempre que possível dividir uma carga a levantar em pequenas unidades mais leves;
• Avaliar o peso da carga a levantar e se for muito pesada deve-se pedir ajuda;
• Ao levantar uma carga com ajuda, fazê-lo sincronizando os movimentos com a pessoa que for-
nece ajuda;
• Não levantar um peso com impulso, este procedimento aumenta os esforços na coluna vertebral
em 20 por cento;
• Não levantar uma carga em posturas assimétricas (por exemplo com torção do tronco).
• Na saída das marmitas poder-se-á colocar a panela ou a cuba de recolha da sopa num carrinho,
de maneira a diminuir o percurso a percorrer;
• Diminuir o peso dos sacos de batatas e de outros produtos, (dividindo-o por vários sacos), apesar
de neste caso se verificar o aumento no número de sacos a manusear.
Transporte de cargas
Deve-se ainda evitar carregar volumes muito altos ou desajeitados (figura 8). A dimensão vertical da
carga deve ser limitada, porque uma pessoa carregando um volume muito alto, tende a erguer os
braços, para evitar que o mesmo dificulte o movimento das pernas. Isso provoca fadiga adicional
dos músculos dos braços, ombros e costas, além de dificultar a visão, o que pode originar alguns
acidentes.
148
Errado Certo
• Deve-se procurar dividir uma carga em unidades mais pequenas e transportá-las uma de cada
vez. É preferível fazer mais deslocamentos com cargas pequenas, do que transportar uma carga
pesada de uma única vez;
• Se a carga não poder ser divida, deve ser transportada o mais junto do corpo possível;
• Divida o peso da carga pelas duas mãos, não transportar cargas apenas numa mão;
• Ao transportar uma carga não fazer uma torção do tronco, olhar ou mudar de direcção utilizando
os membros inferiores;
• O volume a transportar deve estar equipado com pegas ou alças, que não devem ser muito finas
nem devem ter ângulos cortantes.
• Sempre que possível, utilize um meio mecânico (carrinho com rodas, por exemplo) para transpor-
tar uma carga de um local para o outro.
Existem alguns equipamentos que podem, de facto, substituir o transporte manual de cargas. Estes
incluem rolos transportadores, sistemas de correias ou plataformas móveis, carrinhos entre outros
(figura 9).
149
Higiene e Segurança no Trabalho
Este tipo de equipamentos acaba por exigir outro tipo de movimentos corporais, como puxar e/ou
empurrar. Em todos os casos, estes novos movimentos deverão ser menos cansativos que o transpor-
te manual de cargas. Para puxar ou empurrar uma carga deve utilizar o corpo a favor do movimento
(figura 10).
Empurrar Puxar
120 cm 120 cm
• Ao puxar ou empurrar uma carga manter as costas o mais direitas possíveis e fazer força com os
membros inferiores.
• Empurrar ou puxar a carga sem impulsos.
Como em qualquer outra actividade, o trabalho em cozinhas apresenta riscos que, mesmo con-
venientemente avaliados e prevenidos, podem em determinadas circunstâncias materializar-se em
situações de acidente, provocando lesões corporais, tais como:
150
• Feridas (cortes);
• Asfixia (sufocação);
• Tonturas ou desmaio;
• Electrocussão (choque eléctrico);
• Entorses;
• Envenenamentos;
• Queimaduras;
• Incorporação de corpos estranhos.
O Primeiro Socorro é, como o próprio nome indica, o primeiro auxilio que se presta a uma vítima
de acidente ou de doença súbita. Habitualmente o primeiro socorro, não possui carácter definitivo
(pretende-se apenas que as lesões não se agravem), devendo existir sempre uma observação poste-
rior pelos profissionais de saúde. No plano de actuação num primeiro socorro, deverão observar-se
os seguintes procedimentos:
• Prevenir, isto é, afastar o perigo (significa proteger a vítima e, eventualmente, outras pessoas,
de modo a evitar novo acidente ou agravamento do estado do acidentado, por exemplo, cortar a
corrente eléctrica se for caso de electrização);
• Fazer um exame sumário e alertar, conservando a calma e fornecendo de forma precisa e clara
as indicações necessárias;
• Em alguns casos, socorrer.
Para ajudar o socorrista na “escolha” das vítimas a tratar, quando há mais do que uma, é costume
dividir os socorros em:
• Socorros essenciais - casos de gravidade que obrigam a intervenção imediata – asfixia, choque,
hemorragia e envenenamento.
• Socorros não essenciais - todos os restantes casos, cujo socorro possa ser classificado de segun-
da prioridade.
É desejável, ainda, que em todas as empresas existam trabalhadores com formação em primeiros
socorros, bem como armários ou malas de primeiros socorros, convenientemente distribuídos, ape-
trechados com o material aconselhável.
O objectivo da prestação de primeiros socorros é:
A caixa de primeiros socorros deverá estar num local de fácil acesso a todos, e deve incluir:
151
Higiene e Segurança no Trabalho
Feridas
Ferida é uma interrupção mais ou menos profunda da continuidade da pele. As feridas podem ser
maiores ou menores, não deixando, por isso, de serem todas importantes, podendo todas causar
dor e hemorragias (maiores ou menores) ou ainda infecções ou estados de choque.
• Se a vítima apresentar um objecto espetado, este não deve ser retirado, devendo-se levar a vítima
para o hospital;
• Se por acaso o ferimento não parar de sangrar, deve-se colocar um penso ou compressa e fazer
compressão com mão;
• Se o primeiro penso ficar cheio de sangue, deve-se colocar outro por cima do anterior;
• A vítima deve ser deitada e dever-se-á elervar (se possível) a zona atingida acima do nível do
coração.
Asfixia (sufocação)
O termo asfixia significa uma dificuldade respiratória que leva à falta de oxigénio no organismo. As
causas podem ser variadas, sendo a mais vulgar a obstrução das vias respiratórias por corpos estra-
nhos como objectos de pequenas dimensões e alimentos mastigados incorrectamente. Os sintomas
dependem da gravidade da asfixia e podem ir desde um estado de agitação, lividez, dilatação da
pupila, respiração ruidosa e tosse, até um estado de inconsciência com paragem respiratória e to-
nalidade azulada da face.
Primeiro, tentar bater 2 ou 3 vezes com força nas costas da vítima, se não resultar então deve ex-
perimentar (figura 11):
152
• Cobrir o punho com a outra mão e carregar para dentro e para cima;
• Repetir a operação as vezes que forem necessárias;
• Se a respiração não se restabelecer e a vítima continuar com tonalidade azulada fazer reanima-
ção/respiração artificial.
Tontura ou Desmaio
A perda momentânea de equilíbrio por que a vítima pode passar, mas sem perder o sentido do que
aconteceu, chama-se tontura.
Por sua vez, o desmaio é a perda momentânea da consciência que não dura mais do que alguns
minutos. É provocado por falta de oxigénio no cérebro, descida da tensão arterial, cansaço, pertur-
bação emocional ou falta de alimento, a que o organismo reage de forma automática. Apresenta
outros sinais e sintomas: palidez; suores frios; falta de forças e pulso fraco.
Se a vítima tiver a desmaiar, mas ainda consciente, dever-se-á proceder da seguinte forma:
153
Higiene e Segurança no Trabalho
154
Entorse
Uma entorse é uma lesão nos ligamentos que rodeiam determinada arti-
culação. Os ligamentos mantêm a articulação em posição, mas podem
distender-se ou rasgar-se. A dor na articulação pode ser gradual ou ime-
diata, enquanto a zona lesada geralmente incha e verifica-se imediata ou
gradualmente uma incapacidade para mexer a articulação, podendo surgir
ainda uma nódoa negra.
Em caso de entorse, dever-se-á agir da seguinte forma:
Envenenamento
O envenenamento é o efeito produzido no organismo por um produto tóxico, quer este tenha sido
introduzido por via digestiva, por via respiratória ou através da pele.
Muitos produtos químicos são altamente tóxicos quando ingeridos. Os produtos de limpeza, tais
como a lixívia, o álcool puro ou similares, ácidos (sulfúrico, clorídrico, nítrico), ou ainda pesticidas,
gasolina e soda cáustica, estão muitas vezes na origem de envenenamentos.
Outra situação de envenenamento pode ocorrer quando a vítima se encontra num ambiente sem
oxigénio ou saturado de gases tóxicos. Se o gás existente for o monóxido de carbono, a sua acção
desenvolve-se no sangue em competição com as moléculas de oxigénio. Não é a carência de oxi-
génio que provoca a morte, mas sim a acção tóxica do gás.
Outros gases, que frequentemente são utilizados como combustíveis nos fogões das cozinhas, são
o butano e o propano. Os sintomas do envenenamento por meio da inalação destes gases, podem
ir desde vómitos, diarreia, espuma na boca, face e lábios azulados, até dores de cabeça, tonturas,
zumbidos e coma.
No caso do monóxido de carbono verifica-se uma coloração rosada nas mucosas dos lábios, das
unhas e da pele, enquanto nos outros casos a coloração é azulada.
Em caso de inalação de gases, deverá tentar socorrer a vítima, procedendo da seguinte forma:
• Antes de entrar no espaço afectado (ambiente saturado de gases), deve inspirar e expirar diversas
vezes, depois deve inspirar profundamente e reter a respiração;
• Transferir imediatamente a vítima para o ar puro;
• Colocar a vítima na posição de recuperação (figura 12);
• Fechar a fonte de perigo (válvula de gás, por ex.), abrir portas, janelas e sair;
• Solicitar assistência médica.
Se a vítima tiver ingerido produtos tóxicos, deve tentar-se socorrê-la, atendendo ao seguinte:
• Se for um líquido corrosivo, deve enxaguar-se a boca com água e dar água a beber. Não deve
provocar-se o vómito;
• Se for álcool, deve dar-se um copo de leite à vítima, provocar-lhe o vómito e dar-lhe a beber
água gaseificada;
155
Higiene e Segurança no Trabalho
Queimaduras
1º Da zona atingida;
2º Da extensão de pele queimada;
3º Da profundidade da queimadura.
A B C
Corpos estranhos
Corpos estranhos são corpos que penetram no organismo através de qualquer orifício ou após uma
156
lesão de causa variável. Os corpos estranhos podem encontrar-se mais frequentemente nos olhos,
ouvidos ou vias respiratórias.
• Não tentar retirar o corpo estranho, pois pode provocar lesões oculares;
• Deixar correr água do canto interno do olho para o externo, durante alguns minutos;
• Se não forem obtidos resultados, colocar uma gaze e adesivo (penso oclusivo) e levar a vítima
ao hospital.
157
Higiene e Segurança no Trabalho
Um facto bastante importante é que a sinalização tem carácter permanente sempre que significar
proibições, avisos e obrigações, ou ainda, quando localizar e identificar meios de salvamento e
socorro, material e equipamento de combate a incêndios, riscos de choque e queda, ou ainda
quando assinalar recipientes, tubagens e vias de circulação.
São apontadas em seguida, algumas das características obrigatórias aos vários tipos de sinalização
no meio de trabalho.
Sinais de proibição
• Forma redonda;
• Pictograma negro sobre fundo branco, margem e faixa
(diagonal descendente da esquerda para a direita, ao longo
do pictograma, a 45º em relação á horizontal) vermelhas (a
cor vermelha deve cobrir pelo menos 35% da superfície da
placa).
Sinais de aviso
• Forma triangular;
• Pictograma negro sobre fundo amarelo, margem negra (a cor amarela deve cobrir pelo menos
50% da superfície da placa).
158
Sinais de obrigação
• Forma redonda;
• Pictograma branco sobre fundo azul (a cor azul deve cobrir pelo menos 50% da superfície da
placa).
Sinalização de obstáculos e locais perigosos
• A sinalização dos riscos de choque contra obstáculos, da queda de objectos e pessoas no interior
dos edifícios e zonas circundantes deve ser feita através de faixas com as cores amarelo e negro ou
vermelho e branco alternadas com superfícies sensivelmente iguais e uma inclinação de cerca de
45º;
• Deve-se ter em conta as dimensões do obstáculo ou do local perigoso a assinalar, nomeadamen-
te degraus de escada e pilares, mudanças de nível, cais de carga e descarga.
• As vias de comunicação dos veículos devem ser identificadas de forma clara, através de faixas
contínuas de cor branca ou amarela;
• Deve-se ter em conta as distâncias de segurança de trabalhadores e veículos;
• As vias de circulação devem ter iluminação adequada e piso não escorregadio ou anti-derra-
pante;
• As vias destinadas a veículos devem estar distanciadas das portas, portões, passagens para pe-
ões, corredores e escadas.
Sinais luminosos
Comunicação verbal
• É feita por um locutor ou equipamento emissor que transmite textos curtos, grupos de palavras
ou palavras isoladas, bem verbalizadas, eventualmente codificadas;
• A comunicação verbal que não recorre a códigos e que substitui ou complementa sinais gestuais,
159
Higiene e Segurança no Trabalho
Sinais gestuais
• Os sinais gestuais devem ser precisos, simples, largos, fáceis de executar e compreender.
5.8. Equipamento
A grande maioria dos acidentes de trabalho em restauração dá-se devido ao uso de equipamentos.
Por isso, para uma melhor segurança na utilização do equipamento existente na cozinha, devem ser
colocadas instruções de segurança junto à respectiva máquina ou equipamento. Em seguida enu-
meram-se alguns equipamentos comuns numa cozinha e algumas regras de segurança aquando
da sua utilização.
160
Descascadora de batatas
Picadora
Batedora universal
O mecanismo funciona ainda, num monobloco fechado para operar com segurança. Os acessórios
161
Higiene e Segurança no Trabalho
devem estar correctamente montados para funcionar conforme as instruções do fabricante e nunca
se deve colocar as mãos dentro da cuba quando o mecanismo estiver em funcionamento.
Cortadora (fiambreira)
Fritadeiras
Nas fritadeiras mais modernas o conjunto do cesto e resistência pode ser regulável em altura, de
maneira que seja aquecido o volume de óleo da cuba correspondente aos alimentos imersos. O
que trará as seguintes vantagens:
162
aquando da elevação do recipiente.
Deverão igualmente dispor de um sistema de filtragem do óleo para eliminar as micropartículas
carbonizadas que devido às suas pequenas dimensões não decantam, ficando em suspensão. Este
sistema é constituído por um filtro e uma bomba de depuração.
Fornos microondas
Forno de convecção
Ergonomicamente são bons uma vez que são geralmente independentes ou montados em ban-
cadas. Alguns modelos são de carregar, colocando-se um carrinho de rodas com os alimentos
no interior e fechando as portas. As portas abrem para os lados e tem vidros reflectores de calor.
Quando aberta a porta, acciona-se um interruptor que desliga o ventilador para impedir que o ar
quente atinja a superfície dos alimentos, diminuindo o desperdício de calor e o desconforto do utili-
zador. Um dispositivo de segurança deve impedir, também, a ligação do forno, se a ventilação não
funcionar. É munido de uma janela e de uma lâmpada interior que permite acompanhar a evolução
da cozedura sem ter que o abrir.
O controlo electromecânico e electrónico é muito preciso, o que permite que o utilizador seja in-
formado do estado da confecção por um painel de informação. As informações obtidas no painel
podem ser mais ou menos completas segundo o modelo do equipamento.
163
Higiene e Segurança no Trabalho
Depois da cozedura primária dos alimentos, a ventilação e os elementos de aquecimento são desli-
gados. Resta o calor acumulado que termina, totalmente, a confecção até ao ponto desejado. Este
tipo de equipamento permite manter, automaticamente, a temperatura desejada, durante o tempo
necessário.
Pode ser, ainda, incorporado um aparelho humidificador para melhorar a textura e permitir a con-
fecção de diferentes pratos no mesmo forno sem mistura de sabores.
Aparelhos a gás
Aparelhos eléctricos
Câmaras frigorificas
164
O Restaurante e o Ambiente
O Restaurante e o Ambiente
A preservação do meio ambiente é cada vez mais uma preocupação global. Esta preocupação, já
atinge alguns estabelecimentos de restauração, quer seja pela consciência de quem dirige esses
estabelecimentos, quer por imperativo legal, além de que se pode associar a imagem do estabe-
lecimento, a um estabelecimento que se preocupa com o ambiente, sendo uma boa política de
marketing ter um restaurante “amigo do ambiente”.
Porque os consumidores também se preocupam com as questões ambientais, este pode, de facto,
ser um bom cartão de visita para o restaurante.
O estabelecimento deve estabelecer uma política ambiental, que se baseie no compromisso de
reduzir ao máximo possível o impacto ambiental da actividade, desenvolvendo e implementando
continuamente medidas de conservação dos recursos naturais.
Os objectivos e metas que um estabelecimento de restauração se deve propor a atingir baseiam-se
essencialmente:
167
O Restaurante e o Ambiente
boa utilização dos recursos, como a poupança de água, por exemplo, são situações visíveis no
imediato para o cliente e que indiciam preocupações em termos ambientais.
6.1. A Água
A água é um dos recursos naturais mais utilizados, e no entanto,
é provavelmente o mais desperdiçado. De facto, a água é um
recurso que corre o risco de se tornar raro e de provocar grandes
devastações, algumas das quais já estão a ocorrer.
Vivemos num planeta de água, cuja superfície está coberta por
70% de uma preciosa camada de água, na sua maior parte
salgada. Embora a água seja abundante na Terra, só 3% é po-
tencialmente utilizável para consumo humano. Desta pequena
percentagem:
Efectivamente, a água é um recurso que se encontra mal distribuído, sendo acentuadas as diferen-
ças de distribuição geográfica, bem como as de precipitação anual média. O mundo pode, por
isso, ser teoricamente dividido nos que têm água e nos que não têm, tornando-se a posse de água
num factor de diferença entre a pobreza e a riqueza e mesmo entre a vida e a morte.
Com o crescimento da população e o “milagre” da água canalizada, gastamos muito mais água
do que aquela que o ciclo natural consegue, na verdade, repor. Se não começarmos já a reduzir os
nossos gastos, muito em breve só teremos disponível água salgada ou poluída, e portanto incapaz
de suprimir as nossas necessidades.
É necessário alguns cuidados no que diz respeito à água de nascente, cuja origem e bacia de ali-
mentação se desconhece. Em consequência do seu contacto com certos terrenos, uma água subter-
rânea de boa qualidade bacteriológica pode ficar carregada de elementos químicos mais ou menos
indesejáveis. O seu consumo pode então criar problemas e é necessário uma certa habituação por
168
parte de quem a consome.
A água dos poços proveniente do lençol freático (superficial) não deve ser consumida sem serem
tomadas as devidas precauções.
6.1.2. Poluição
A poluição das águas está directamente associada à capacidade que os órgãos receptores (poços,
lagos, rios, oceanos) têm para diluir os efluentes que são aí lançados. À medida que estes desper-
dícios, de origem diversa, são lançados nas águas, estas têm, naturalmente, o poder de se auto-de-
purar, isto é, de associar o poder de diluição a uma actividade microbiológica. Mas isto só acontece
num ciclo hidrológico natural, em que não haja saturação de desperdícios.
Diz-se que uma água está poluída e/ou contaminada, quando existem alterações a nível estético,
químico, microbiológico ou físico, alterações essas que levam a um défice qualitativo, quer no
fornecimento de água potável, quer enquanto fonte de alimento para a vida aquática aí existente,
podendo provocar eventualmente danos fisiológicos nos seres aquáticos e, até mesmo, no ser hu-
mano que a utiliza. A poluição das águas de rios, lagos, reservatórios e furos, pode ser de origem
doméstica, industrial ou agrícola.
Poluição Doméstica
Este tipo de poluição é provocada pelas águas dos esgotos, as fezes e a urina. Estes detritos transmi-
tem à água microrganismos patogénicos que provocam doenças como a febre tifóide e paratifóide,
169
O Restaurante e o Ambiente
Poluição Industrial
Poluição Agrícola
É devida ao escoamento das águas de rega, impregnadas de sais minerais, adubos e estrumes ou
pesticidas. A poluição pelos nitratos e pesticidas tem-se tornado cada vez mais preocupante, nos
últimos anos.
Pesticidas
Os produtos fitossanitários chamados pesticidas, utilizados na agricultura, e que são arrastados pe-
las águas, são de vários tipos: herbicidas, insecticidas, fungicidas. Trata-se de uma micropoluição,
pois envolvem doses da ordem dos 10 nanogramas até alguns microgramas por litro. Mas estas
substâncias podem ser mais ou menos tóxicas, mais ou menos biodegradáveis, de efeito mais ou
menos persistente, subsistindo e concentrando-se ao longo da cadeia alimentar.
170
Nitratos
Metais pesados
Chumbo: A contaminação pode ocorrer quando a água circula nas canalizações que contêm
chumbo na sua constituição. O uso de talheres com chumbo, pode ser uma fonte de contaminação
e o perigo também provém do consumo de bebidas ou de alimentos ácidos, conservados em reci-
pientes esmaltados ou em latas de conserva soldadas com uma liga de chumbo-estanho.
Cádmio: O cádmio está naturalmente presente nos solos. Dissemina-se no ar e acumula-se no or-
ganismo. A principal via de contaminação do ser humano é através da água e dos alimentos.
Nas análises de qualidade da água para consumo humano, existem determinados parâmetros a
considerar. Estes podem ser físicos, químicos e microbiológicos.
Físicos
Podem ser:
• Organolépticos: sabor, cheiro, cor.
• Outros: turvação, condutibilidade, temperatura.
171
O Restaurante e o Ambiente
Químicos
Exemplos incluem:
• O pH;
• A dureza1 ;
• COT (Carbono Orgânico Total);
• Alcalinidade;
• Concentração de dióxido de carbono dissolvido (CO2);
• Concentração de cloro, cloretos, sulfatos, nitritos, nitratos, alumínio, ferro, manganês e metais
pesados.
Biológicos
Colónias de E.Coli
Radiológicos
1
A dureza de uma água é um parâmetro importante nas águas e é indicativo da capacidade dessa água para
formar incrustações. Vulgarmente costuma-se afirmar que uma água é dura, se a sua dureza for superior a
75 mg/L, caso contrário, diz-se que é macia ou branda. A utilização de uma água dura comporta bastantes
inconvenientes, como sejam o aparecimento de incrustações nos tubos das máquinas de lavar; formação,
quando associada a sabões e detergentes, de sais insolúveis de cálcio e magnésio que precipitam na roupa
endurecendo-a, dificultando a lavagem e consumindo maior quantidade de sabão ou detergente.
Como foi referido atrás a água é um bem escasso, e de facto, pela experiência vivida em Portugal
nos últimos anos, em que a seca tem sido realmente preocupante, poupar água parece uma medi-
da lógica, simples e essencial para a nossa sobrevivência.
172
Em seguida, são enumeradas algumas medidas práticas de racionalização:
173
O Restaurante e o Ambiente
Poluentes Biodegradáveis: são os poluentes que são destruídos completamente ou reduzidos a ní-
veis aceitáveis através de processos naturais, físicos, químicos ou biológicos por organismos vivos
(geralmente por bactérias especializadas);
Poluentes Não Biodegradáveis: são os poluentes que não são destruídos por processos naturais e
que, portanto, terão de ser reciclados ou removidos do ar, da água ou dos solos contaminados.
É importante saber, no entanto, que consoante o tipo de produto (resíduo) e a sua constituição, o
tempo de degradação poderá ser maior ou menor (Tabela I).
174
Podemos concluir, então, que será mais importante prevenir do que remediar pela limpeza. A pre-
venção pressupõe um controlo do processo evitando, desse modo, que sejam lançados poluentes
no ambiente, enquanto a limpeza obriga a um tratamento dos poluentes já introduzidos no ambien-
te.
A Reciclagem
Todos os dias, a maioria das pessoas, deita fora sacos cheios de lixo.
Algum desse lixo pode ser reutilizado ou reciclado.
Reciclagem é o termo dado à forma como os materiais podem ser usa-
dos mais do que uma vez.
Hoje em dia usam-se grandes quantidades de materiais, como o papel,
vidro, aço, e alumínio, para fazer livros, jornais, embrulhos, garrafas,
veículos, latas e outros. Assim que as pessoas usam um produto, dei-
tam-no fora. Todos os dias, grandes quantidades de lixo têm de ser
eliminadas em segurança. Algum lixo é queimado, outro é colocado em
aterros sanitários, outro é atirado nos oceanos. Nenhum destes três mé-
todos é bom para o meio ambiente, apesar de a queima de lixo em incineradoras produzir energia
útil, na forma de calor.
É de extrema importância salvar o maior número possível de materiais. Ao reciclar-se papel, pro-
tegem-se as florestas, que de outra forma seriam desbastadas para alimentar as fábricas de papel.
As garrafas de vidro podem derreter-se para produzir novos objectos de vidro e os metais também
podem ser reciclados. Antigamente era dispendioso reciclar as latas porque continham aço, que
tinha de ser separado do alumínio. Actualmente com as latas feitas apenas de alumínio, a sua re-
ciclagem tornou-se mais fácil.
Daí a grande importância da separação dos resíduos (sobretudo de embalagens de bebidas) que
deve ser realizada no estabelecimento de restauração. Sendo igualmente uma boa oportunidade
para mostrar ao cliente que o estabelecimento tem preocupações com o ambiente, uma vez que
existem muitos clientes que reparam nesses aspectos, o que acaba por promover o restaurante.
Existem estabelecimentos de restauração que distribuem panfletos com a descrição do que ocorre
às embalagens no estabelecimento e colocam contentores para recolha de algum material, pilhas
por exemplo. Se se tratar de um restaurante de comida rápida pode encontrar-se contentores para
os clientes separarem eles próprios os materiais.
Existem algumas regras a seguir, de modo a fazer uma correcta separação dos resíduos de emba-
lagens:
Outro aspecto importante é saber utilizar correctamente os Ecopontos. Os Ecopontos são contento-
res especiais para a colocação dos resíduos destinados à reciclagem. Existem Ecopontos de cores
diferentes, consoante o tipo de material: papel ou cartão, vidro, plástico ou metal e pilhas.
175
O Restaurante e o Ambiente
• Embalagens vazias de plástico, como garrafas plásticas, caixas de plástico, sacos de plástico
limpos, esferovite limpa, invólucros de plástico.
• Embalagens de metal (aço e alumínio), como latas de bebida, latas de conserva, tabuleiros de
alumínio, latas de aerossóis vazias.
• Recentemente já, é possível reciclar também garrafas plásticas contendo resíduos de óleo.
• Embalagens de plástico que contenham restos de comida ou outras substâncias de difícil remo-
ção.
• Embalagens de plástico que contenham produtos tóxicos ou perigosos.
• Embalagens de metal com restos de produtos tóxicos.
• Tachos, panelas, talheres, ferramentas e electrodomésticos.
• Pilhas e baterias.
176
• Embalagens para líquidos alimentares (embalagens Tetra-Pak®).
• Papel de embalagens e sacos de papel.
• Revistas, jornais e papel de escrita.
• Loiças e cerâmicas.
• Vidros especiais, como cristal, pirex, espelhos ou lâmpadas.
• Vidro farmacêutico e de hospital.
• Tampas e rolhas das embalagens de vidro, porque não são de vidro.
177
O Restaurante e o Ambiente
Existem ainda outro tipo de resíduos, no estabelecimento alimentar, que devem ser correctamente
separados. Estes incluem:
Existem, hoje em dia, diversas empresas especializadas que se dedicam à recolha de óleos ali-
mentares usados nos estabelecimentos de restauração. Os óleos devem ser colocados em bidons
exclusivamente destinados a esse fim e guardados na zona de lixos e resíduos do estabelecimento.
Posteriormente a empresa deverá recolher os bidons, cujo conteúdo será filtrado e reciclado, sendo
utilizado em diversos fins tais como, por exemplo, a produção de sabão ou combustíveis alternativos
como o biodiesel.
Vantagens da reciclagem
A título de conclusão, são enumeradas ainda, algumas das possíveis utilizações para o aproveita-
mento dos resíduos após separação e reciclagem, bem como algumas das suas vantagens:
178
6.3. Eficiência Energética
Gás
O gás natural começa agora a ser também utilizado como combustível. Extraindo-se de poços se-
melhantes aos do petróleo. Muitas reservas de gás encontram-se no mar, sendo transportado em
gasodutos desde a plataforma exploradora até um local de depósito em terra e finalmente para
uma refinaria, onde é purificado.
Electricidade
179
O Restaurante e o Ambiente
Poupança energética
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ANEXO I - Principais Referências Legislativas
Este pequeno apontamento não tem como finalidade mostrar uma lista exaustiva e completa da
legislação, mas sim, indicar algumas referências legislativas no âmbito da Higiene e Segurança, que
complementem este manual, e mereçam uma consulta mais atenta.
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• Portaria n.º 930/98, de 24 de Outubro.
Aprovação do modelo de alvará de licença de utilização turística e do modelo de alvará de licença
de utilização para serviços de restauração e de bebidas.
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Mediografia
www.agenciaalimentar.pt
www.sociedadepontoverde.pt
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