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TESTES EM AUDITORIA

Prof. Dr. Silvio Aparecido Crepaldi


Os Testes em Auditoria constituem o
processo pelo qual o auditor reúne
elementos comprobatórios.

Pode-se aplicar os testes a todas as


transações ou a uma amostra representativa
adequada.

É o procedimento por meio do qual o auditor


consegue examinar uma quantidade menor
que o total de um conjunto de dados, a fim
de emitir uma conclusão sobre o mesmo.
O problema fundamental do auditor é a
maneira de determinar a natureza e a
extensão da verificação necessária:

• até onde se deve chegar,


• quanto é necessário investigar,
• quais são as variáveis a considerar,

para se ter a certeza de que as condições


testadas referem-se também às que não
foram e, com isso, formar uma opinião
definitiva sobre as áreas auditadas.
PROCEDIMENTOS
São o conjunto de
técnicas que
permitem ao auditor
obter evidências ou
provas suficientes e
adequadas para
fundamentar sua
opinião sobre as
demonstrações
contábeis auditadas
e abragem testes de
observância e testes
substantivos.
CLASSIFICAÇÃO DAS
EVIDÊNCIAS

Durante todo o processo de formação


de uma opinião independente, o
auditor vai recolhendo evidências
acerca da fidedignidade das
demonstrações contábeis tomadas em
conjunto.
Para melhor conhecer os
diferentes tipos de evidências, os
auditores classificam-nas
inicialmente em:

• evidências quanto à finalidade,


• evidências quanto à natureza.
Evidências quanto à FINALIDADE

SOBRE A CONTINUIDADE

A continuidade normal das atividades


deve merecer especial atenção do
Auditor, quando do planejamento dos
seus trabalhos, ao analisar os riscos de
auditoria, e deve ser complementada
quando da execução de seus exames.
SOBRE O SISTEMA DE CONTROLES
INTERNOS

Os auditores reconhecem que grande


parte da fidedignidade das
demonstrações contábeis é assegurada
pela qualidade do sistema
de controles internos em
uso.
EVIDÊNCIAS BÁSICAS
Ao auditor cabe julgar a veracidade das
informações, como essência de seu trabalho.

Existem, dessa forma, duas questões capitais, faz-


se mister assegurar-se:

 de que todas as transações realizadas foram, de


fato, registradas de acordo com os Princípios
Fundamentais de Contabilidade; e

 de que essas transações são legítimas.


2) Evidências quanto à NATUREZA

 Existência Física;

 Declaração de fontes consultadas:

- escritas,

- verbais;
Documentação comprobatória:

 documentos externos,
 documentos internos com circularização
externa, e
 documentos internos sem circularização
externas;

Repetição de Cálculos;

Procedimentos de controle interno;

Acontecimentos posteriores.
TÉCNICAS DE AUDITORIA
São o conjunto de investigações
empregadas pelo auditor para reunir as
evidências.

As técnicas não são provas em si, mas


deve proporcionar a obtenção das
provas necessárias para emitir o
parecer fundamentado.
As técnicas mais usuais
são as seguintes:
EXAME E CONTAGEM FÍSICA
Este procedimento é utilizado
para as contas do ativo e
consiste em identificar
fisicamente o bem.

O exame físico deve conter as


seguintes caracterísitcas
básicas: quantidade, existência
física, identificação,
autenticidade e qualidade.
CIRCULARIZAÇÃO
 Positiva – é aquela em que o auditor
sempre espera receber uma
resposta, confirmando, ou não, o
saldo ou posição demonstrada.

 Negativa – somente prevê resposta


em caso de discordância da fonte
externa em relação ao saldo ou
posição informada.
CONFERÊNCIA DE CÁLCULOS:

• cálculo de valores de estoques,

• cálculos de amortização de despesas


antecipadas,

• cálculos de depreciações dos bens do ativo


imobilizado,

• cálculos dos juros provisionados.


Inspeção dos documentos:

Averiguação:
Fazer perguntas ao pessoal do cliente sobre
quaisquer aspectos ou questões acerca dos quais o
auditor tenha dúvida ou queira simplesmente
confirmar seu pensamento.

Correlação:
É o relacionamento harmônico do sistema contábil
de partidas dobradas. A uniformidade das contas
que se relacionam, constitui certamente alguma
prova de que elas estão livres de, pelo menos, erros
mecânicos.
TESTES DE AUDITORIA

Testes de Observância
(cumprimento de normas internas dos
controles chaves).

São os procedimentos empregados, a fim


de determinar se cumprem corretamente
certos procedimentos de controle interno,
estabelecidos pelo sistema de empresa.
Para entender o
funcionamento do sistema de
controles internos o auditor
entrevista os funcionários,
colhendo informações acerca
de como as transações são
processadas.
Após esse entendimento, é necessário:

• verificar se o sistema funciona


consistentemente conforme descrito
pelos funcionários da empresa; e

• determinar a natureza e a quantidade


de erros que possam ter ocorrido na
aplicação dos procedimentos de
controle previstos no sistema.
Testes Substantivos
(comprobatórios de transações)

São aqueles empregados com a


finalidade de obter provas suficientes e
convincentes sobre as transações,
saldo e divulgações nas demonstrações
financeiras, que proporcionem
fundamentação razoável para a emissão
do relatório.
O objetivo é certificar-se da correção de um
ou mais dos seguintes pontos:

 existência: se o componente patrimonial


existe em certa data;

 direitos e obrigações: se efetivamente


existentes em certa data;

 ocorrência: se a transação de fato ocorreu;


 abrangência: se todas as transações
estão registradas; e

 mensuração, apresentação e
divulgação: se os itens estão
avaliados, divulgados, classificados
e descritos de acordo com os
Princípios Fundamentais de
Contabilidade e as Normas
Brasileiras de Contabilidade.
Testes Substantivos

Subdividem-se em:

 Testes das transações e saldos;

 Procedimentos de revisão analítica.


Testes Substantivos GLOBAIS

Em alguns casos, o auditor pode convencer-


se de que o saldo total é razoável, sem
serem necessários testes detalhados.

Exemplo: Dados relativos ao ativo


imobilizado e amortização; lucros de títulos
de renda; folha de pagamento ou salários de
empregados de uma organização pequena.
Testes Substantivos de PROCEDIMENTOS DE
REVISÃO ANALÍTICA

Correspondem a uma modalidade de testes


substantivos de elementos econômico-
financeiros por meio de análise e comparação
do relacionamento entre eles.

Poderá indicar a necessidade de procedimentos


adicionais ou, contrariamente, a extensão a que
outros poderão ser reduzidos.
APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

Deve ser realizada, em razão da


complexidade e volume das operações,
por meio de provas seletivas, testes e
amostragens, cabendo ao auditor, com
base na análise de riscos de auditoria e
outros elementos de que dispuser,
determinar a amplitude dos exames
necessários à obtenção dos elementos de
convicção que sejam válidos para o todo.
Na prática dos testes de observância e
substantivos, o auditor deve considerar os
seguintes procedimentos técnicos
básicos:

a) Inspeção – exame dos registros,


documentos e de ativos tangíveis;

b) Observação – acompanhamento de
processo ou procedimento quando de
sua execução;
c) Investigação e Confirmação – obtenção de
informações junto a pessoas ou entidades
conhecedoras da transação, dentro ou fora da
entidade;

d) Cálculo – conferência da exatidão aritmética de


documentos comprobatórios, registros e
demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e

e) Revisão Analítica – verificação do comportamento de


valores significativos, mediante índices, quocientes,
quantidades absolutas ou outros meios, com vistas
à identificação de situação ou tendências atípicas.
COMBINAÇÃO DE TESTES DE
OBSERVÂNCIA E SUBSTANTIVOS

O equilíbrio a ser atingido na combinação dos


testes depende de diversos fatores e
circunstâncias, sendo:

 Se os controles internos são fortes, a


combinação dos procedimentos normalmente
deve favorecer os testes de observância e os
testes substantivos analíticos;
 Se os controles internos são fracos, a
combinação dos procedimentos deve
normalmente favorecer os testes
substantivos mais extensos, tanto os
analíticos como os de detalhes;

 O tamanho da amostragem de todos os


testes normalmente deve ser maior
quando os controles internos são
fracos.
DIREÇÃO DOS TESTES
O saldo de uma conta do balanço patrimonial
ou da demonstração do resultado pode estar
errado para mais (superavaliado) ou para
menos (subavaliado).

A experiência tem demonstrado que é mais


prático dirigir os testes principais de
superavaliação para as contas devedoras e os
de subavaliação para as contas credoras.
TESTES PARA
SUPERAVALIAÇÃO
O auditor parte do valor registrado no
razão geral para o documento-suporte da
transação.

Razão geral -> registro final -> registro


intermediário -> registro inicial ->
documento.
TESTES PARA
SUBAVALIAÇÃO
O auditor parte do documento para o
razão geral, agindo de forma contrária
ao do teste de superavaliação.
AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA
Ao determinar a extensão de um teste de auditoria
ou método de seleção de itens a testar, o auditor
pode empregar técnicas de amostragem.

Amostragem é a utilização de um processo para


obtenção de dados aplicáveis a um conjunto,
denominado universo ou população, por meio do
exame de uma parte deste conjunto denominada
amostra.
Ao planejar e determinar a amostra
de auditoria, o auditor deve levar em
consideração os seguintes aspectos:

• os objetivos específicos da auditoria;


• a população da qual o auditor deseja
extrair a amostra;
• a estratificação da população;
• o tamanho da amostra;
• o risco da amostragem;
• o erro tolerável; e
• o erro esperado.
O risco de amostragem
surge da possibilidade de que a
conclusão do auditor, com base
em uma amostra, possa ser
diferente da conclusão que
seria alcançada se toda a
população estivesse sujeita ao
mesmo procedimento de
auditoria.
O auditor está sujeito ao risco de amostragem nos
testes de observância e testes substantivos,
sendo:

1) Testes de Observância:

• Risco de subavaliação da confiabilidade: é o


risco de que, embora o resultado da aplicação
de procedimentos de auditoria sobre a amostra
não seja satisfatório, o restante da população
possua menor nível de erro do que aquele
detectado na amostra.
• Risco de superavaliação da
confiabilidade: é o risco de que,
embora o resultado da aplicação
de procedimentos de auditoria
sobre a amostra seja satisfatório,
o restante da população possua
maior nível de erro do que aquele
detectado na amostra.
2) Testes Substantivos:

• Risco de rejeição incorreta: é o risco


de que, embora o resultado da
aplicação de procedimentos de
auditoria sobre a amostra leve à
conclusão de que o saldo de uma
conta ou classe de transações
registradas está, relevantemente,
distorcido, mas, efetivamente, não
está;
• Risco de aceitação incorreta: é o
risco de que, embora o resultado da
aplicação de procedimentos de
auditoria sobre a amostra leve à
conclusão de que o saldo de uma
conta ou classe de transações
registradas não está, relevantemente,
distorcido, mas, efetivamente, está.

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