Você está na página 1de 3

Seja mais valorizado em seu emprego

Com a grande disputa no mercado de trabalho, ninguém é insubstituível na empresa.

Contudo, é possível ser imprescindível, ou seja, um profissional que o chefe faz questão de ter em sua
equipe e que fará de tudo para mantê-lo, inclusive, dar uma promoção. E o segredo para chegar a esse
nível está na atitude.

“O profissional deve ser criativo e, ao mesmo tempo, comunicativo, caso contrário, ele guardará suas
ideias e não conseguirá pô-las em prática”, ressalta o diretor Administrativo e de Gestão de Pessoas da
Lorenge, Nilson da Silva.

De acordo com ele, outra característica fundamental é o engajamento. “O funcionário engajado é aquele
comprometido com a empresa, que a defende mesmo em momentos difíceis”, justifica.

O gestor também aponta competências como resiliência, atualização e bom relacionamento como de
suma importância para o crescimento do profissional. “Mas não basta ser uma pessoa legal. É preciso que
essas características gerem valor para a empresa”, explica.

Além disso, não se pode esquecer das qualidades técnicas. “O profissional deve ser preparado para o
mercado que está atuando. Não só conhecimento técnico específico, mas tudo que envolve o seu ambiente
de trabalho”, diz.

E se engana quem pensa que a chefia não observa essas atitudes em seus funcionários.
“As empresas de ponta têm ferramentas que identificam essas competências e, então, existe um feedback
para que a pessoa saiba como anda sua evolução no trabalho. Os bons resultados podem ajudar em 100%
em uma promoção”, garante.

Síndrome do insubstituível

Um grande erro é o funcionário se achar insubstituível dentro da empresa. “É aquela pessoa que acha que
entende de tudo, que quer impor suas regras e não gosta de compartilhar ideias”, alerta o gerente geral de
Recursos Humanos do Grupo Dadalto,
Wilson Rentes.

Para ele, muita gente deixa de crescer na carreira exatamente por medo de perder a posição que ocupa
dentro da organização. “Com isso ela não prepara sucessores. Daí, quando surge uma chance de
promoção, ela fica para trás porque não preparou ninguém para assumir seu posto atual. Mas sempre há
tempo para mudar”, finaliza.

Profissional deve se tornar referência

Para alguns consultores de carreira, o profissional atinge o ponto ideal no trabalho quando ele passar a ser
uma referência, tanto dentro da empresa quanto fora dela.
“Quando um funcionário consegue fazer isso, ou seja, personificar a empresa em que atua, ele certamente
é reconhecido por seus colegas de trabalho. Dessa maneira, passa a exercer influência positiva sobre os
demais profissionais”, diz o especialista em carreira,
Renato Grinberg.

1
Para chegar a esse ponto, será importante investir em comunicação . “Torne seus feitos conhecidos. Não
adianta criar resultados positivos se ninguém os reconhecer, principalmente seus gestores. Sendo assim,
trabalhe muito bem com as ferramentas de comunicação que tiver a sua disposição”, ressalta Grinberg.

Outra dica dada pelo consultor é que o profissional se esforce para viver os valores da empresa. “Há
alguns anos, era importante reconhecer os valores da sua organização.
Hoje, o mínimo necessário para o sucesso é que as pessoas vejam em sua atuação aquilo que atribuem
como valor para a marca que representa”, afirma.

E para ter bons resultados o especialista sugere que a pessoa invista naquilo que ela é realmente boa.
“Saber aquilo em que você é realmente bom vai ajudá-lo na criação e execução de projetos arrojados.
Assim ficará mais fácil obter resultados além do esperado e acima da média”, diz.

Cristiano Stefenoni
stefenoni@redegazeta.com.br

Não queira cortar caminho


Tive a oportunidade de participar de uma palestra com o Eloi Zanetti (consultor e palestrante em
marketing, comunicação e vendas), no 4º Fórum de Presidentes e Executivos das Cooperativas
Capixabas, na Serra-ES.

A carreira de um profissional deve ser planejada ao longo dos anos, não podemos pular muitos degraus de
uma vez, temos que trilhar pelo caminho do aprendizado, a busca pela excelência começa com educação
constante, só assim chegaremos ao topo.

Vejam o artigo.

Não queira cortar caminho

Com o encurtamento da noção de tempo da maturação natural das coisas e dos saberes humanos, observo
que nas faculdades e nas empresas, os jovens estão ansiosos a respeito das suas carreiras e tentam
freneticamente cortar caminho na escalada aos postos de diretoria. Pretensão justificada, mas inócua.

A não ser que se seja um gênio precoce ou o filho do dono, vai passar pelas requisitadas 10 mil horas de
prática constante a respeito da sua profissão. Não queira pular etapas, todos percorremos os dez anos
regulamentares, para começar a nos firmar na profissão escolhida. Conforme a ocupação, mais tempo
ainda. Para o bom profissional, a vida toda de aprendizado é pouca. Longa é a arte, curta é a vida, diziam
os gregos.

Estudiosos das formas da aquisição e do desenvolvimento da perícia calculam ser este o período
necessário para uma pessoa normal adquirir e incorporar as habilidades mais complexas do labor humano.
Isto é, para que o saber fique gravado profundamente e se transforme em conhecimento tático e acessível
com facilidade é necessário um longo percurso.

A este caminho denominamos carreira. Em inglês, uma estrada bem traçada, ao contrário de job
[emprego] que significa uma pilha de carvão ou de toras. Se você estuda, pratica e procura
constantemente o aperfeiçoamento daquilo que faz, está numa carreira. Se for para a empresa apenas para
cumprir tabela e pegar o seu salário no final do mês, está num trabalho, num job. A diferença da sua
atitude, hoje, vai ser percebida no futuro – sucesso significa aquilo que sucedeu. Estes dias, conversando
com um jovem, perguntei: “E os estudos, como você está?” – Ele me respondeu: “Já terminei.” –
2
“Terminou o quê?” – “O ensino fundamental.” Pobre rapaz, ainda não entendeu nada sobre como
funcionam as coisas. Tentei alertá-lo sobre a necessidade do estudo constante, mas parece que minhas
palavras não surtiram efeito.

Apesar do barulho das campanhas de motivação, dos esforços dos RHs e das centenas de artigos sobre
comportamento profissional, a não ser no futebol, treina-se muito pouco no Brasil. O pensamento
recorrente entre os donos das empresas é: “Não vou dar treinamento para meu funcionário porque ele,
depois, por causa de uma oferta um pouco melhor, vai se bandear para a concorrência e fico na mão.
Treinei para o outro.”

Não percebem que treinamento cria senso de pertencimento e lealdade entre os funcionários. E que o
profissional estimulado ao constante retreinamento ganha auto-estima, faz melhor o seu trabalho e
aumenta a qualidade dos produtos e serviços. Com certeza, o trabalhador bem treinado custa menos,
porque desperdiça menos. Que tal trocar a competitividade caótica das hordas estimuladas pela adrenalina
das campanhas motivacionais pela tropa disciplinada dos profissionais bem treinados e competentes?

Faz parte do trabalho daquele que lidera gerar ambição, estimular a melhoria constante e gradual da
acumulação de conhecimento e capacidade daqueles que trabalham com ele. Os profissionais que se
beneficiam dos programas de treinamento criam vínculos fortes com a organização, suportam, aceitam e
dão apoio nos momentos difíceis. Estão dispostos a trabalhar em horário extra e a empreitar com melhor
empenho as tarefas desafiadoras.

O chamado marketing pessoal é uma panacéia, um fogo de palha que brilha muito e dura pouco. O
segredo de uma carreira bem sucedida é fazer como o ciclista de competição: baixar a cabeça e pedalar
sem parar. Treino e estudo sempre.

Eloi Zanetti – http://www.eloizanetti.com.br/

Você também pode gostar