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Ficha de trabalho

Preenche os espaços da bibliografia de Vergílio Ferreira, de acordo com a


pesquisa que efectuaste.

1916: Vergílio Ferreira nasce em_____________ __, uma aldeia do concelho de


Gouveia, Serra da Estrela.
1926: Entra para o_____ __________ do Fundão.
1936: Parte para____ ____________ para frequentar o curso de Filologia
Clássica, na Faculdade de Letras.
1945: Começa a leccionar no liceu de__________ ___, onde permanece 14 anos.
A cidade é o cenário escolhido para o romance__ _______________.
1959: Ingressa no Liceu Camões, em_________ ______, onde permanece até à
reforma.
1976: Publica Contos, onde se inclui “________________”.
1996: Morre aos 80 anos em Lisboa. O seu último livro,__________
___________________, ficou incompleto.

Análise do conto: A Estrela

“A Estrela”

O efeito dos pronomes

1. Identifica os pronomes pessoais que estão presentes nesta frase:


“Um dia, à meia-noite, ele viu-a.”
1.1. És capaz de determinar a quem se referem?

ele pai
Pedro
estrela
-a mãe

1.2. Completa a frase com a opção correcta:

Os pronomes geralmente substituem ou representam um nome…


a) que será referido mais tarde.
b) que já foi referido

1.3. Neste caso, “Pedro” e “estrela” surgem______ ____ dos pronomes que
os substituem. Que efeito produzem no leitor?

a) Dúvida
b) Expectativa
c) Angústia

Nota bem: Os pronomes pessoais geralmente substituem nomes que já utilizámos


antes,
mas na primeira frase do texto, referem-se a nomes que ainda não surgiram. Como
pudeste verificar, os nomes "estrela" e "Pedro" a que se referem os pronomes, vão ser
apresentados mais à frente. Desta forma, o leitor fica curioso e na expectativa para
saber a quem se referem.

Pronomes pessoais

Subclasse de palavras que representam no discurso as três pessoas gramaticais,


indicando por isso quem fala, com quem se fala e de quem se fala.

Complemento
Indirecto

Complemento
Complemento Sem Antecedido de
Número Pessoa Sujeito circunstancial
directo preposição preposição

Singular 1ª eu me me mim mim, migo


(comigo)

2ª tu Te te ti ti, tigo
(contigo)

3ª ele,ela Se, o, a lhe si,ele,ela si, sigo


(consigo)
ele, ela
Plural 1ª nós nos nos nós
nós, nosco
(connosco)
2ª vós vos vos vós Vós, vosco
(convosco)

3ª eles, se, os, as lhes si, eles, elas si, sigo


elas (consigo)

2. Escreve três frases com os pronomes pessoais, seguindo as regras que se


seguem:
2.1. O sujeito é um pronome na 3.ª pessoa do plural:
_____________________________________________________________
2.2. O complemento directo é um pronome na 3.º pessoa do singular:
_____________________________________________________________
2.3. O complemento indirecto é um pronome na 1.ª pessoa do plural, sem
preposição:
_____________________________________________________________

Expressões de dúvida
1. Para além do efeito de expectativa criado pelos pronomes, há também palavras
que exprimem a incerteza de Pedro. És capaz de identificá-las?

“Era bonita, no céu preto, gostava de a ter. Talvez depois a pusesse no quarto,
talvez a trouxesse ao peito. (…) Talvez a viesse a dar à mãe para enfeitar o cabelo.”

1.1. Classifica as palavras que assinalaste, seleccionando a opção correcta.

1.1.1“Talvez”
a) Verbo
b) Advérbio
c) Adjectivo

1.1.2“Pusesse”, “trouxesse”, “viesse”


a) Formas verbais no conjuntivo
b) Formas verbais no imperativo
c) Formas verbais no condicional

Desejo de Pedro
“empalmar a estrela”

Dúvida
“Na realidade, não sabia bem para quê”

Gggggbbbbbb

bbbbbbb
Advérbio Formas verbais
no conjuntivo
“Talvez”
“pudesse”,
“trouxesse”,
“viesse”

2.Utiliza o advérbio de dúvida “talvez” em duas frases da tua autoria.


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

Valor dos modos verbais

“É a estrela mais gira do céu.”


Indicativo – Facto real

“Talvez depois a pusesse no quarto.”

Conjuntivo – Dúvida
Incerteza

“Quem teria sido o sacana que empalmou a estrela.”

Condicional – Condição
Hipótese

“É indecente fazerem pouco das pessoas.”

Infinitivo – Acção genérica


Acção abstracta

“Põe a estrela no seu lugar.”

Imperativo – Ordem
- Pedido
- Conselho

1. Estabelece a relação entre as frases retiradas do texto e o valor expresso pelos


modos verbais.

Se a porta estivesse fechada? Acção genérica

Mas sem tocar na porta, para não ranger. Hipótese

Com sete anos, ele estava treinado a subir às oliveiras. Facto

A mãe cuidou que seriam restos de sonho e não ligou. Dúvida

Põe-lhe vinagre. Ata a mão com sal. Ordem

Categorias da narrativa

Acção
Dá-se o nome de acção ao conjunto de acontecimentos que constituem uma
narrativa e que são relatados, mas há que distinguir a importância de cada um deles para a história.

Acção principal: constituída pelo ou pelos acontecimentos principais,


Acção secundária: constituída pelo ou pelos acontecimentos menos importantes que valorizam
a acção central.

Numa narrativa, as várias acções relacionam-se entre si de diferentes maneiras:

- por encadeamento: quando as acções sucedem por ordem temporal e em que o final de uma acção se
encadeia com o início da seguinte.
- por alternância: quando as acções se desenrolam separada e alternadamente, podendo fundir-se em
determinado ponto da história.
- por encaixe, isto é, quando se introduz uma acção noutra.

Narrador

O narrador é uma entidade imaginária criada pelo autor, que tem como função contar a
história. Não deve, por isso, ser confundido com o autor, que é o responsável pela criação da
história.

Presença

Quanto à presença, o narrador pode ser não participante ou participante.

Narrador não participante: conta uma história na qual não participa – narrador heterodiegético – narra
a acção na terceira pessoa.

Ex.: ― Os automobilistas que nessa manhã de Setembro entravam em Lisboa pela


Avenida Gago Coutinho, direitos ao Areeiro, começaram por apanhar um grande susto (…)‖

Narrador participante – conta uma história em que participa como personagem


Principal – narrador autodiegético – ou uma história em que participa como
personagem secundária – narrador homodiegético. Narra a acção na 1.ª pessoa.

Ex.: ―Para lá do telefone e das calorias das trouxas de ovos, a minha mãe também odeia palavras foleiras
tipo ―tchauzinho‖, ―oi‖, ―tudo bem, fofa?‖ coisas assim.‖

Posição
Quanto à posição, relativamente ao que conta, o narrador pode ser objectivo ou
subjectivo.

Narrador objectivo – mantém uma posição imparcial em relação aos acontecimentos, narrando
os factos com objectividade.

Ex.:― Sexta-feira colhia flores por entre os rochedos junto da antiga gruta
quando viu um ponto branco no horizonte, para leste.

Narrador subjectivo narra os acontecimentos com parcialidade, emitindo a sua opinião,


emitindo juízos de valor, tornando a narração subjectiva.
Ex.: ― (…) quando os primeiros alfanges assomavam ao lado de um autocarro da Carris, já os
briosos homens da Polícia de Intervenção corriam a bom correr até à Cervejaria Munique, onde
se refugiavam atrás do balcão (…)‖

Focalização (diz respeito ao MODO como o narrador vê os factos da história.)

Focalização omnisciente o narrador detém um conhecimento total e ilimitado da narrativa.


Controla os acontecimentos, o tempo e as personagens.

Ex.: ― De que Alá era grande estava o chefe da tropa convencido, mas não lhe pareceu o
momento oportuno para louvaminhas, que a situação requeria antes soluções
práticas e muito tacto.

Focalização interna - o narrador adopta o ponto de vista de uma ou mais personagens, daí
resultando uma diminuição de conhecimento.

Ex.: ― Tão natural, tão simples e ao mesmo tempo, tão elegante, tão bem
cuidada... Foi tão carinhosa comigo, a Daniela!

Focalização externa - o conhecimento do narrador limita-se ao que é observável do exterior.

Ex.: " Pelas cinco horas duma tarde invernosa de Outubro, certo viajante entrou em Corgos, a
pé, depois de árdua jornada...".

Personagem

A personagem é uma categoria essencial da narrativa. Regra geral, a acção desenvolve-


se à volta da personagem, daí a sua importância. Podemos caracterizar a personagem quanto ao
relevo na acção e quanto à sua composição.

Relevo

Protagonista ou personagem principal – personagem que desempenha o papel de maior


importância para o desenrolar da acção.

Personagem secundária – personagem que desempenha um papel com menos relevo, mas
ainda assim é essencial para o desenvolvimento da acção.

Figurante - personagem que é, normalmente, irrelevante para o desenrolar da acção, mas pode
ser muito importante para ajudar a ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é
representante.

Composição

Personagem plana – uma personagem sem complexidade e que não evolui para além da sua
caracterização inicial – mantém as mesmas ideias, as mesmas acções, as mesmas palavras, as
mesmas qualidades e defeitos.

Personagem modelada ou redonda – uma personagem complexa, apresentando uma


personalidade forte. A caracterização deste tipo de personagens está sempre em aberto, pois os
seus medos, os seus objectivos, as suas obsessões vão sendo revelados pouco a pouco.

Personagem-tipo - representa um grupo profissional ou social.


Personagem colectiva - representa um grupo de indivíduos que age como se os animasse uma
só vontade.

Caracterização

Directa– caracterização feita pelo narrador, pela própria personagem ou pelas


outras personagens da história.

Indirecta - o narrador põe a personagem em acção, cabendo ao leitor, através do


seu comportamento e/ou da sua fala, traçar o seu retrato

Tempo

O tempo é uma das categorias da narrativa com mais relevo. Estabelece a duração da acção e
marca a sucessão cronológica dos acontecimentos.

Tempo cronológico ou tempo da história - determinado pela sucessão cronológica dos


acontecimentos narrados, ou seja, a ordem real dos acontecimentos.

A ordem real dos acontecimentos pode ser representada desta forma:


A B C D E F
1.-------|--------|---------|---------|--------|---------|--------|--

Tempo do discurso - resulta do tratamento ou elaboração do tempo da história pelo narrador,


ou seja, é a ordem textual dos acontecimentos. O tempo do discurso nem sempre respeita o
tempo da história, ou seja, os acontecimentos nem sempre são relatados pela ordem de
sucessão. Este pode escolher narrar os acontecimentos:
- por ordem linear ;
- com alteração da ordem temporal, recorrendo à analepse (narrando
acontecimentos passados) ou à prolepse (antecipação de acontecimentos futuros);
- ao ritmo dos acontecimentos, como, por exemplo, na cena dialogada;
- a um ritmo diferente, recorrendo ao resumo ou sumário (condensação dos acontecimentos), à
elipse (omissão de acontecimentos) e à pausa (interrupção da história para dar lugar a
descrições ou divagações).

A ordem textual dos acontecimentos pode ser representada assim:


B C A D E G
1.--------|--- --- --|- ------|- --- - ---|- -------|--- --- ---|- --- --- -|-------

Tempo histórico - refere-se à época ou momento histórico em que a acção se desenrola.

Tempo psicológico - é um tempo subjectivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em
consonância com o seu estado de espírito

Espaço

O espaço de uma narrativa refere-se não só ao lugar físico onde decorre a acção, mas também
ao ambiente social e cultural onde se inserem as personagens.

Espaço físico - é o espaço real, que serve de cenário à acção, onde as personagens se
movem. Lugar ou lugares onde decorre a acção. Pode definir-se como um espaço
aberto/fechado, interior/exterior, público/privado.

Espaço social e cultural - é constituído pelo ambiente social, representado, por excelência, pelas
personagens figurantes. Meio, situação económica, cultural ou social das personagens. Podem
ser definidos grupos sociais, conjuntos de valores e crenças desses grupos, posição que ocupam
na sociedade, referência às tradições e costumes culturais de um povo.

Espaço psicológico - espaço interior da personagem, abarcando as suas vivências, os seus


pensamentos e sentimentos.

Articulação das sequências narrativas

1. De que forma se relacionam os acontecimentos?


a) Através da progressão no espaço.
b) Através da sucessão no tempo.
c) Através de sobreposição.

O papel das personagens

1. As personagens que descobriste na sopa de letras não têm todas o mesmo


grau de importância. Agrupa-as de acordo com a sua relevância para o desenrolar da
acção.

Personagens com menos Personagens pouco


Personagem mais
relevo, mas importantes importantes, mas que
importantes para a acção ajudam a criar ambiente

Pedro Cigarra Pitapota Velho Filho do Sr. Governo Pingo de Cera


António Governo Gente da Aldeia Mãe Pai
Raque-Traque Roda Vinte e Seis Latoeiro Pananão

Caracterização do Pedro

1. Relaciona as frases seguintes com os adjectivos que descrevem o Pedro.

“…estava treinado a subir às oliveiras,


quando era o tempo dos ninhos, para ver
livre os ovos ou aqueles bichos pelados, bem teimoso
feios, com o bico enorme, muito aberto.”
livre

“…andava à solta pela serra, saltava os sonhador


barrancos…”
ágil
“…jogava mesmo, quando preciso, à
porrada como um homem.” simpático
curioso
“…ela brilhava, muito quieta, como se
estivesse à sua espera.” destemido

2. Perante o desafio de alcançar a estrela, Pedro revela…

2.1. Assinala com X os nomes que melhor traduzem os sentimentos de Pedro:

Coragem Remorso
Fraqueza Tristeza
Alegria Medo

Figuras de Estilo / Recursos Expressivos ´

Aliteração - recurso de estilo do nível fonológico, que consiste na repetição de fonemas, como
recurso para intensificação do ritmo, ou como efeito sonoro
significativo.

Ex.: "Galgam os gatos, guturais, gritando" - António Feijó


"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse..." - Eugénio de Castro

Anáfora - é a repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos


consecutivos.

Ex.: Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer. (Camõ es)

Comparação - existe a comparação, quando a associação entre as palavras se processa através de


expressões comparativas como: como, tal como, tal qual, assim como ou por verbos como parecer,
assemelhar...

Ex.: O cipreste e o cedro envelheciam juntos como dois amigos num ermo (...) - Eça de Queirós

Enumeração– figura que consiste na sucessão de várias palavras, grupos de palavras ou frases. O
objectivo é intensificar o ritmo do discurso.
Ex.: ―Não soltava um pio, um queixume, nada.– José Cardoso Pires

Hipérbole - quando há exagero da realidade numa ideia expressa, de modo a acentuar de


forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem inesquecível.
Ex.: ― Rios te correrão dos olhos, se chorares !‖- Olavo Bilac

Metáfora – figura que consiste no uso de uma palavra ou expressão (metafórica) para
descrever ou representar algo diferente do que designa normalmente, devido a uma
relação de analogia.
Ex.: ― Meu coração é um balde despejado‖ – Fernando Pessoa

R e p e t i ç ã o – figura que consiste na repetição de uma palavra ou de um grupo de


palavras.
Ex.: “via sempre as mesmas flores, as mesmas plantas, o mesmo lago, os mesmos pássaros…” – Luís
Carlos

Antítese - Aproximação de palavras com significados opostos. Duas ideias antagónicas são
aproximadas.
Ex.: É tão triste este meu presente estado
Que o passado por ledo estou julgando. - Camões

Sinestesia - Consiste numa associação de sensações diferentes na mesma expressão.


Ex.:—É noite: e, sob o azul morno e calado, concebem os jasmins e os corações. - Gomes Leal

Apóstrofe - Consiste na invocação de pessoas ausentes, coisas ou ideias.


Estamos perante uma apóstrofe, quando o emissor inicia (ou interrompe) o seu discurso,
dirigindo-se a seres imaginários, coisas ou ideias, ou mesmo pessoas, desde que fisicamente
ausentes. Em qualquer dos casos estamos perante uma situação que foge à estrita lógica do acto
comunicativo, constituindo, por isso, um recurso expressivo. Quando o destinatário do discurso
é um ser não humano, uma coisa ou ideia, a apóstrofe é acompanhada de personificação.
Ex.: E vós, Tágides minhas, pois criado tendes em mi um novo engenho ardente (...) - Camões

Interrogação retórica - Pergunta que se formula para se reforçar o que se está a dizer e
não para obter uma resposta.
Ex.: "Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho,
Onde esperei morrer - meus castos lençóis?"- Camilo Pessanha.

Onomatopeia - Palavras que pretendem imitar sons.


Ex.: "Aquele comboio malandro
Passa
passa sempre
com a força dele
ué ué ué
hii hii hii
te-quem-tem te-quem-tem te-quem-tem" - António Jacinto

1. Atenta na frase seguinte:

1.1. “…o medo vinha a correr também atrás dele.”


1.1. 1. Descobre a figura de estilo que está na frase transcrita.

2. Assinala com um círculo a opção que melhor define esta figura de estilo e a
razão por que foi usada no texto.
a) Exagera o sentimento, para mostrar que Pedro era um fraco.
b) Atribui características humanas a um sentimento.
c) Reforça a ideia de que o medo puxa para trás.

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