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Daniel Aelenei
Setembro de 2008
Índice
1. Introdução…………………………………………………………….1
1.1 Objecto 1
1.2 Âmbito de aplicação do RCCTE 1
1.3 Índices e parâmetros de caracterização 2
1.4 Limitação das necessidades nominais globais de energia primária 3
1.5 Requisitos mínimos de qualidade térmica dos edifícios 3
1.6 Espaços com requisitos de conforto térmico 5
Bibliografia………………………………………………………….….31
ANEXO
D. Aelenei – RCCTE “Light”
RCCTE “Light”
1. Introdução
Com a elaboração deste documento pretende-se colocar a disposição de todos os
interessados um documento de consulta rápida que aborda os diversos aspectos do
RCCTE de um ponto de vista pragmático e simplificado.
O documento, elaborado com base no Decreto-Lei nº. 80/2006, não pretende substituir
de alguma forma o RCCTE. Avisam-se os leitores acerca da obrigatoriedade da
consulta atenta de toda a legislação em vigor.
1.1 Objecto
O RCCTE estabelece as regras a observar no projecto de todos os edifícios de
habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados de
modo a que:
a) as exigências de conforto térmico possam vir a ser satisfeitas sem dispêndio
excessivo de energia;
b) sejam minimizadas as situações patológicas nos elementos de construção
provocadas pela ocorrência de condensações superficiais.
1
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Estes índices devem ser calculados com base nas seguintes condições de referência2:
a) as condições ambientes de conforto de referência são uma temperatura do ar de
20ºC para a estação de aquecimento e uma temperatura do ar de 25ºC e 50% de
humidade relativa para a estação de arrefecimento;
b) a taxa de referência para a renovação do ar, para garantia da qualidade do ar
interior, é de 0,6 renovações por hora, devendo as soluções construtivas adoptadas
para o edifício ou fracção autónoma, dotados ou não de sistemas mecânicos de
ventilação, garantir a satisfação desse valor sob condições médias de
funcionamento;
c) o consumo de referência de água quente sanitária para utilização em edifícios de
habitação é de 40 litros de água quente a 60ºC por pessoa e por dia.
1
As intervenções na envolvente ou nas instalações cujo custo seja superior a 25% do valor do edifício
calculado com base num valor de referência Cref por metro quadrado de 630 €/m2 (actualizável por
portaria)
2
As condições de referência podem fazer objecto de actualizações por portaria conjunta dos ministros
responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do território e
habitação.
2
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Nota:
Uma vez que os edifícios novos dificilmente satisfarão a condição imposta em termos
de área útil, terão todos que fazer objecto de verificação detalhada dos requisitos do
RCCTE. Todavia, uma vez que os valores limites de referência Nv e Ni impostos no
RCCTE foram estabelecidos com base em soluções construtivas e de isolamento
térmico correspondentes aos acima indicados, é conveniente que na elaboração das
soluções construtivas de um edifício sejam considerados valores próximos dos de
referência.
3
Todos os quadros e tabelas referenciados no presente documento foram remetidos em Anexo. Para
simplicidade de uso, as legendas dos quadros e tabelas em anexo preservam as legendas do DL nº
80/2006.
3
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Nos quadros III.2 e III.3 indicam-se as alterações, em função da altitude dos locais, a
introduzir relativamente ao zonamento e aos dados climáticos de referência indicados
no quadro III.1.
4
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Nota:
Em casos excepcionais devidamente justificados, as condições de referência podem
ser aplicadas a alguns destes espaços, devendo então ser considerados espaços úteis
para efeitos de aplicação do RCCTE e, portanto, incluídos no cálculo dos valores de
Nic, Nvc e de Ntc.
5
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Qt + Qv − Qqu
N ic = (kWh/m2 ano) (1)
Ap
em que:
Qext são as perdas de calor instantâneas pelas zonas correntes das paredes,
envidraçados, coberturas e pavimentos em contacto com o exterior;
Qlna são as perdas de calor instantâneas pelas zonas correntes das paredes,
envidraçados e pavimentos em contacto com locais não-aquecidos;
6
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Qpe são as perdas de calor instantâneas pelos pavimentos e paredes em contacto com
o solo;
Qpt são as perdas de calor instantâneas pelas pontes térmicas lineares existentes no
edifício.
em que:
em que:
GD = Σ(Tbase−Text) × 1h (5)
em que:
7
D. Aelenei – RCCTE “Light”
θi − θ a
τ= (8)
θ i − θ atm
A energia necessária para compensar estas perdas é obtida, para cada elemento da
envolvente em contacto com um local não-aquecido, pela integração da equação de
perdas instantâneas de calor em regime permanente Eq. (6):
em que:
8
D. Aelenei – RCCTE “Light”
parede
pavimento
Z<0
As perdas de calor através das pontes térmicas lineares são calculadas pela seguinte
expressão:
em que:
9
D. Aelenei – RCCTE “Light”
em que:
10
D. Aelenei – RCCTE “Light”
em que:
Os ganhos térmicos brutos, Qg, são calculados com base na equação seguinte:
Qg = Qi + Qs (kWh) (17)
em que:
qi são os ganhos térmicos internos médios por unidade de área útil de pavimento,
em W/m2 (quadro IV.3), numa base de 24 h/dia, todos os dias do ano no caso
dos edifícios residenciais, e em cada dia em que haja ocupação nos edifícios
de serviços;
4
No caso de um ventilador comum a várias fracções autónomas, a energia total correspondente ao seu
funcionamento deve ser dividida entre cada uma dessas fracções autónomas, numa base directamente
proporcional aos caudais de ar nominais correspondentes a cada uma delas.
11
D. Aelenei – RCCTE “Light”
⎡ ⎤
Qs = Gsul ∑ ⎢ X j ∑ (A ⋅ Fh ⋅ Fo ⋅ F f ⋅ Fg ⋅ Fw ⋅ g ⊥ ) ⎥ M (kWh) (19)
j ⎢
⎣ n nj ⎥
⎦
em que:
Gsul é o valor médio mensal da energia solar média incidente numa superfície
vertical orientada a sul de área unitária durante a estação de aquecimento,
(kWh/m2.mês) (quadro III.8);
Xj é o factor de orientação, para as diferentes exposições (quadro IV.4);
A é a área efectiva colectora da radiação solar da superfície n que tem a orientação
j, (m2);
g ⊥ é o factor solar do vão envidraçado; representa a relação entre a energia solar
transmitida para o interior através do vão envidraçado em relação à radiação
solar incidente na direcção normal ao envidraçado (vd. Secção 4.3.1.1).
F() factores solares que tomam conta de existência de eventuais “obstáculos”
associados a transmissão da radiação solar para o interior do espaço útil através
do vão envidraçado. Devido ao facto de o sol descrever uma trajectória distinta
em cada estação, os factores solares devem ser substituídos por valores
calculados em separado para cada estação (vd. Secção 4.3.2.1).
M é a duração média da estação convencional de aquecimento (meses) (quadro
III.1)
Por fim, os ganhos solares úteis resultam do aproveitamento de parte dos ganhos
brutos apenas. Os ganhos térmicos úteis obtêm-se pela expressão:
Qg (1 − η )
N vc = (kWh/m2 ano) (21)
Ap
12
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Os ganhos totais brutos são obtidos pela soma das seguintes parcelas:
a) os ganhos solares pela envolvente opaca devidos à incidência da radiação solar
Qar-Sol;
b) os ganhos solares através dos vãos envidraçados Qs;
c) as cargas internas, devidas aos ocupantes, aos equipamentos e à iluminação
artificial Qi.
⎛ αG ⎞
Qopaco = UA(θ ar − Sol − θ i ) = UA(θ atm − θ i ) + UA⎜⎜ ⎟⎟ (W) (22)
⎝ he ⎠
em que:
⎛ αI ⎞
Qopaco = 2 ,928 UA(θ m − θ i ) + UA⎜⎜ r ⎟⎟ = −Qext + Qar − Sol (kWh) (23)
⎝ he ⎠
em que:
5
A temperatura fictícia que induz o mesmo efeito da radiação solar incidente e temperatura do ar
ambiente combinados: Qar-Sol = θatm + αG/he
13
D. Aelenei – RCCTE “Light”
⎡ ⎤
Qs = ∑ ⎢ Irj ∑ (A ⋅ Fh ⋅ Fo ⋅ F f ⋅ Fg ⋅ Fw ⋅ g ⊥ ) ⎥ (kWh) (24)
j ⎢
⎣ n nj ⎥
⎦
em que:
14
D. Aelenei – RCCTE “Light”
seu funcionamento, que se considera ligado em permanência durante 24 horas por dia,
durante a estação de aquecimento:
em que:
Nota:
Dado que a temperatura média exterior durante toda a estação de arrefecimento θm é
sempre inferior à temperatura interior de referência θi, pode dizer-se que, ao longo
da estação de arrefecimento, as cargas térmicas resultam de um balanço de perdas e
ganhos térmicos. As perdas térmicas dizem respeito às perdas associadas aos
elementos da envolvente exterior Qext (Eq.23) e à renovação do ar Qv (Eq.26),
enquanto que os ganhos térmicos são os associados às carga internas Qi (Eq.28), aos
ganhos solares pela envolvente opaca devidos à incidência da radiação solar Qar-Sol
(Eq.23) e aos ganhos solares através dos vãos envidraçados Qs (Eq.24).
Qa
− Esolar − Eren
ηa
N ac = (kWh/m2 ano) (29)
Ap
em que:
15
D. Aelenei – RCCTE “Light”
M AQS ⋅ 4187 ⋅ ΔT ⋅ nd
Qa = (kWh/ano) (30)
3600000
em que:
Nota:
O recurso a sistemas de colectores solares térmicos para aquecimento de água
sanitária nos edifícios abrangidos pelo RCCTE é obrigatório sempre que haja uma
exposição solar adequada, na base de 1 m2 de colector por ocupante convencional
previsto, podendo este valor ser reduzido por forma a não ultrapassar 50% da área
de cobertura total disponível, em terraço ou nas vertentes orientadas no quadrante
sul, entre sudeste e sudoeste. Entende-se como exposição solar adequada a existência
de cobertura em terraço ou de cobertura inclinada com água cuja normal esteja
orientada numa gama de azimutes de 90º entre Sudeste e Sudoeste, que não sejam
sombreadas por obstáculos significativos no período que se inicia diariamente duas
horas depois do nascer do Sol e termina duas horas antes do ocaso.
Em alternativa à utilização de colectores solares térmicos, podem ser utilizadas
quaisquer outras formas renováveis de energia que captem, numa base anual, energia
equivalente à dos colectores solares, podendo ser esta utilizada para outros fins que
não a do aquecimento de água se tal for mais eficiente ou conveniente.
6
Considera-se que a água da rede pública de abastecimento é disponibilizada a uma temperatura média
anual de 15ºC e que deve ser aquecida à temperatura de 60ºC, donde resulta ΔT = 60 – 15 = 45ºC
16
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Caso o sistema de preparação das AQS não esteja definido em projecto, considera-se
que a fracção autónoma vai dispor de um termoacumulador eléctrico com 5 cm de
isolamento térmico (ηa = 0,90) em edifícios sem alimentação de gás, ou um
esquentador a gás natural ou GPL (ηa = 0,50) quando estiver previsto o respectivo
abastecimento.
⎛N ⎞ ⎛N ⎞
N tc = 0,1 ⎜⎜ ic ⎟⎟ ⋅ Fpui + 0,1 ⎜⎜ vc ⎟⎟ ⋅ Fpuv + N ac ⋅ Fpua (kgep/m2 ano) (31)
⎝ ηi ⎠ ⎝ ηv ⎠
em que:
Os factores de conversão Fpu entre energia útil e energia primária adoptados pelo
RCCTE são:
a) Fpu = 0,290 kgep/kWh no caso da electricidade;
b) Fpu = 0,086 kgep/kWh no caso dos combustíveis sólidos, líquidos e gasosos.
17
D. Aelenei – RCCTE “Light”
7
Os valores limites de Ni (Eq. 31) foram estabelecidos com base em simulações efectuadas para as
diferentes zonas climáticas de Inverno em edifícios genéricos.
18
D. Aelenei – RCCTE “Light”
(∑ A ) + ∑ (τ ⋅ A )
ext int i
FF = i
(33)
V
0,081 ⋅ M AQS ⋅ nd
Na = (kWh/m2 ano) (34)
Ap
19
D. Aelenei – RCCTE “Light”
V& f V&x -1
R ph = + (h ) (36)
V V
8
Excepção os exaustores de cozinha e as ventaxias de casa de banho ligadas a luz, dado que estes
funcionam durante períodos curtos.
20
D. Aelenei – RCCTE “Light”
em que:
[
⎧sistemas mecâni cos de caudal cons tan te → max V&ins ,V&ev ] ⎫
⎪ ⎪
V& f → ⎨ ⎬ (37)
⎪sistemas mecâni cos de caudal var iável → max V&
⎩ [ &
ins − med ,Vev − med ]⎪
⎭
em que:
21
D. Aelenei – RCCTE “Light”
⎧0,1h −1 → Exp1 ⎫
⎪ ⎪
& & ⎪ −1 ⎪
Vins − Vev > ⎨0,25h → Exp 2 ⎬ (38)
⎪ −1 ⎪
⎪⎩0,5h → Exp3, Exp4⎪⎭
⎧ 1− γ a
⎪⎪ η = se γ ≠ 1
1 − γ a +1
⎨ (39)
⎪η = a se γ = 1
⎪⎩ a +1
em que γ representa a relação entre os ganhos totais brutos e as perdas térmicas totais:
9
Quando o edifício tem ventilação mecânica equilibrada a pressão interior é neutra e as infiltrações
decorrem de modo idêntico ao de um edifício ventilado naturalmente em paralelo com a ventilação
mecânica.
22
D. Aelenei – RCCTE “Light”
1.00
0.90
0.80
0.70
0.60
0.50
η
0.40
0.10
0.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00
γ
23
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Deve notar-se que valores de γ elevados, que conduzam a valores de η inferiores a 0,8
(aproveitamentos com eficácia inferior a 80% no caso de um edifício com inércia
térmica forte significa ganhos totais brutos Qg superiores as perdas térmicas totais Qt
+ Qv), levam a sérios riscos de sobreaquecimento, pelo que devem ser evitados. Os
vãos envidraçados devem dispor sempre de meios eficazes de protecção solar para
evitar potenciais sobreaquecimentos na estação de aquecimento.
em que:
24
D. Aelenei – RCCTE “Light”
O quadro V.4 lista os valores de factor solar do vão envidraçado com a protecção
solar móvel activada a 100% ( g ⊥′ ) mais habituais nos quais são utilizados vidros
incolores correntes.
Caso sejam aplicados vidros especiais diferentes dos incolores correntes, o factor
solar dos vãos envidraçados com dispositivos de protecção solar interiores ou com
protecção exterior não opaca é obtido pelas Equações 43 ou 44, consoante se trate de
vãos com vidro simples ou vidro duplo:
g ⊥′ × g ⊥v
g⊥ = (43)
0,85
g ′ × g ⊥v
g⊥ = ⊥ (44)
0,75
Caso exista uma protecção solar exterior opaca (tipo persiana) o valor do factor solar
do vão com vidros especiais é obtido directamente do quadro V.4.
Nos vãos protegidos por mais do que uma protecção solar, deve ser utilizada a
Equação 45 ou 46, consoante se trate de vãos com vidro simples ou vidro duplo,
considerando apenas as protecções solares existentes do lado exterior até ao interior
até à primeira protecção solar opaca:
g ′⊥
g ⊥ = g ⊥v ∏ (45)
i 0,85
g′
g ⊥ = g ⊥v ∏ ⊥ (46)
i 0,75
Nota:
O valor final do factor solar do envidraçado para os casos particulares descritos
pelas Equações 43 - 46 deverá ainda ser calculado aplicando ao valor obtido a regra
definida pela Equação 42.
25
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Método detalhado
No método detalhado, os ganhos solares são calculados pela Equação 19, em que os
respectivos factores F( ) são:
26
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Observações
1. Quando o envidraçado não dispuser de quaisquer palas de sombreamento
(horizontais ou verticais), para contabilizar o efeito de sombreamento do contorno do
vão deve considerar-se o produto:
F0 ⋅ Ff = 0,90 (47)
Xj ⋅ Fh ⋅ F0 ⋅ Ff ≥ 0,27 (48)
Fg a fracção envidraçada
Traduz a redução da transmissão da energia solar associada a existência
da caixilharia, sendo dada pela relação entre a área envidraçada e a área
total do vão envidraçado (quadro IV.5).
Fw = 0,9 (49)
Método simplificado
Para dispensar um cálculo exaustivo dos coeficientes F() para cada orientação, pode
adoptar-se por defeito:
Fh ⋅ F0 ⋅ Ff ⋅ Fg ⋅ Fw = 0,46 (50)
27
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Nestas condições os ganhos solares brutos através dos vãos envidraçados podem ser
calculados, para cada fachada, pela equação:
[ ]
Qs = Gsul ∑ X j ⋅ 0,46 ⋅ A j ⋅ g ⊥ M (51)
j
Fh = 1 (52)
Fg a fracção envidraçada
O valor do Fg permanece o mesmo, e portanto, pode ser obtido por
consulta directa do quadro IV.5.
28
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Método simplificado
Para dispensar um cálculo exaustivo dos coeficientes F() para cada orientação, pode
adoptar-se por defeito:
Fh ⋅ F0 ⋅ Ff ⋅ Fg ⋅ Fw = 0,51 (53)
desde que seja satisfeita a seguinte condição: Os envidraçados não devem ser
sombreados por elementos do edifício, como palas por exemplo, sendo esta
aproximação satisfatória quando os elementos horizontais que se projectam sobre a
janela têm um comprimento inferior a 1/5 da altura da janela e que os elementos
verticais adjacentes às janelas não se projectam mais de 1/4 da largura da janela.
Nestas condições os ganhos solares brutos através dos vãos envidraçados podem ser
calculados, para cada fachada, pela equação:
⎡ ⎤
Qs = ∑ ⎢ Ir j ∑ (A j ⋅ 0,51⋅ g ⊥ )nj ⎥ (54)
j ⎣ n ⎦
A massa superficial útil por metro quadrado de área útil de pavimento é calculada pela
expressão:
It =
∑M si ⋅ S i ⋅ ri
(kg/m2 pavimento) (55)
Ap
em que:
10
Material de condutibilidade térmica inferior a 0,065 W/m ºC, com uma espessura que conduza a uma
resistência térmica superior a 0,30 m2.ºC/W
29
D. Aelenei – RCCTE “Light”
A massa superficial útil Msi dos elementos de construção depende da massa total por
unidade de área do elemento mt11 e, ainda, dos seguintes aspectos:
- da sua localização no edifício;
- da sua própria massa superficial e da sua constituição, nomeadamente do
posicionamento a da qualidade do isolamento térmico;
- das características térmicas do revestimento superficial interior.
Msi
Tipo de parede Localização Com Sem
isolamento isolamento
Parede simples; mt /2
0
em contacto com o solo
Parede simples; mt mt /2
isolamento pelo exterior (≤150kg/m2) (≤150kg/m2)
Parede dupla;
mpi mt /2
isolamento no espaço de
(≤150kg/m2) (≤150kg/m2)
ar
Parede em contacto com mt
150kg/m2
o solo (≤150kg/m2)
Terraço; mt mt /2
isolamento exterior (≤150kg/m2) (≤150kg/m2)
Laje horizontal, mt mt /2
Coberturas
No caso das paredes de separação entre fracções autónomas e dos elementos interiores
a fracção autónoma, os valores de Msi são:
- elementos de separação entre duas fracções autónomas → Msi = mpi/2; Msi ≤ 150
kg/m2
- elementos interiores a fracção (paredes e pavimentos) → Msi = mt ; Msi ≤ 300 kg/m2
11
As massas dos diferentes elementos de construção podem ser obtidos em tabelas técnicas ou nas
seguintes publicações do LNEC: “Caracterização Térmica de Paredes de Alvenaria - ITE 12” e
“Caracterização Térmica de Pavimentos Pré-Fabricados - ITE 11”.
30
D. Aelenei – RCCTE “Light”
Bibliografia
31
ANEXO
(RCCTE Light)
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
a
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
b
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
c
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
d
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
e
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
f
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Quadro III.8 - Energia solar média mensal incidente numa superfície vertical orientada a Sul na
estação de aquecimento
g
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Zona θm N NE E SE S SW W NW Horiz.
Açores 21 190 270 360 370 340 370 360 270 640
Madeira 21 200 300 380 380 320 370 380 300 700
h
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Quadro IV.1 - Valores convencionais de Rph (em h-1) para edifícios de habitação
Notas:
1. Quando as aberturas de ventilação para admissão de ar praticadas nas fachadas não forem
dimensionadas de forma a garantir que, para diferenças de pressão entre 20 Pa e 200 Pa o
caudal não varie mais do que 1,5 vezes (ou seja, se não forem auto-reguláveis), os valores do
Quadro IV.1 devem ser agravados de 0,10.
2. Quando a área de vãos envidraçados for superior a 15% da área útil de pavimento, os
valores do Quadro IV.1 devem ser agravados de 0,10.
3. Se todas as portas do edifício ou fracção autónoma forem bem vedadas por aplicação de
borrachas ou equivalente em todo o seu perímetro, os valores indicados no Quadro IV.1 para
edifícios não conformes com a NP 1037-1 podem ser diminuídos de 0,05.
Quadro IV.2 - Classes de exposição ao vento das fachadas do edifício ou da fracção autónoma
Notas:
i
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Quadro IV.3 – Ganhos térmicos internos médios por unidade de área útil de pavimento
Nota:
Podem ser adoptados valores de qi diferentes dos indicados no Quadro IV.3 desde que
devidamente justificados e comprovados, e aceites pela entidade licenciadora.
Tipo de caixilharia Fg
j
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Situação de Verão
k
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
l
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Quadro V.4 – Valores do factor solar de vãos com protecção solar activada a 100%
e vidro incolor corrente g ′⊥
Nota:
São consideradas protecções ligeiramente transparentes as protecções com factor de
transparência compreendido entre 5 e 15%, transparentes aquelas em que o factor de
transparência (transmitância solar τ) está compreendido entre 15 e 25% e muito transparentes
aquelas em que o factor de transparência é superior a 25%.
A cor da protecção é definida em função do coeficiente de reflexão da superfície exterior da
protecção, complementar do coeficiente de absorção, encontrando-se no quadro V.5 a
correspondência com algumas cores típicas, a título ilustrativo.
Alem dos valores do g⊥’ indicados no Quadro V.4, será possível adoptar valores de acordo com
as normas ISO15099:2003, EN13363:2003, E13363-2:2005 ou através de propriedades
declaradas pelos fabricantes no âmbito da marcação CE das protecções, de homologações ou
de aprovações técnicas europeias.
m
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Tipologia T0 T1 T2 T3 … Tn
nº de ocupantes 2 2 3 4 … n+1
Nota:
Admite-se que os edifícios de serviços sujeitos ao RCCTE são pequenos consumidores de
AQS, sendo o respectivo consumo total diário, MAQS, de 100 litros. Todavia são aceites outros
valores (incluindo um valor nulo) devidamente justificados pelo projectista e aceites pela
entidade licenciadora.
n
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Nota:
1. Os valores do quadro VI.3 são normalmente penalizadores relativamente aos valores
nominais dos equipamentos disponíveis no mercado.
2. Se as redes de distribuição de água quente internas à fracção autónoma não forem isoladas
com pelo menos 10 mm de isolamento térmico (ou resistência térmica equivalente da tubagem
respectiva), os valores de ηa tabelados no quadro VI.3 deverão ser diminuídos de 0,10.
Factor de
Elemento construtivo Resistência térmica (m2 ºC/W)
correcção r
R ≤ 0,14 1
Elemento das envolventes
0,14 < R ≤ 0,30 0,5
exterior ou “interior” 0
R > 0,30
Elemento de R ≤ 0,14 1
compartimentação interior R > 0,14 numa das faces de elemento 0,75
(parede ou pavimento) R > 0,14 em ambas das faces de elemento 0,50
o
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Quadro IX.2 - Factores solares máximos admissíveis de vãos envidraçados com mais de 5%
′ )
da área útil do espaço que servem ( g ⊥
Nota:
Os requisitos do quadro IX.2 são relativos aos vãos envidraçados não orientados a Norte (entre
Noroeste e Nordeste).
p
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Zona climática
V1 V2 V3
0,25 0,20 0,15
Nota:
Estes valores do factor solar são correspondentes ao vão envidraçado com o(s) respectivo(s)
dispositivo(s) de protecção 100% activo(s).
q
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Nota:
Sempre que τ > 0,7, ao elemento que separa o espaço útil interior do espaço não-útil aplicam-
se os requisitos mínimos definidos no Anexo IX para os elementos exteriores da envolvente
(ver nº 2 do art. 18.º do texto regulamentar).
(1) Ai - área do elemento que separa o espaço útil interior do espaço não-útil
Au - área do elemento que separa o espaço não-útil do ambiente exterior
(2) Corresponde aos espaços do tipo varandas e marquises fechadas, ou equivalentes, em
que a envolvente de separação com os espaços aquecidos deve satisfazer,
obrigatoriamente, os requisitos mínimos de coeficiente de transmissão térmica (U)
definidos no Anexo IX.
(3) Os valores de τ indicados neste ponto aplicam-se aos desvãos não habitados (não-úteis)
de coberturas inclinadas, acessíveis ou não. No caso dos desvãos acessíveis, estes
podem não ter qualquer uso ou ser utilizados, nomeadamente, como zona de
arrecadações ou espaços técnicos. A Caracterização da ventilação baseia-se nas
definições que constam do Anexo II.
r
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Não se contabilizam perdas térmicas lineares de elementos em contacto com o terreno nas
seguintes situações:
- espaços não-úteis (locais não-aquecidos);
- paredes interiores separando dois espaços úteis, ou um espaço útil de um espaço não-
útil (local não-aquecido), desde que τ < 0,7.
-
Z<0 Z>0
1,0<L<1,5
Figura IV.3 – Pavimentos em contacto com o terreno com isolante térmico perímetral.
< -6,00 0
-6,00 a –1,25 0,50
-1,20 a 0 1,50
0,05 a 1,50 2,50
s
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Z<0
t
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
u
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
v
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Nota:
Quando o pavimento térreo não tem isolante térmico, os valores de ψ para Ai, Ae e Ar
agravam-se em 50%!
w
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
x
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
y
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Tabela Ce
z
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
aa
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
bb
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
* Se não for em betão, a parede deve ter uma espessura superior a 0,22 m.
Nota: ψsup. = ψinf.
Para compartimentos contíguos de habitações distintas ψ = ψsup. = ψinf.
Para compartimentos contíguos da mesma habitação ψ = ψsup. + ψinf.
cc
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
dd
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
Nota:
A resistência térmica do isolante da caixa-de-estore, R, deve ser maior ou igual a 0,5
m2.ºC/W. No caso da caixa-de-estore apresentar uma configuração diferente da
apresentada considerar ψ = 1 W/m.ºC.
ee
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
Nota:
Se não houver contacto do isolante térmico com a caixilharia considerar o valor de ψ = 0,2
W/m.ºC.
Em paredes duplas considera-se que há continuidade do isolante térmico quando este for
complanar com a caixilharia.
ff
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Tabela IV.4
Valores do factor solar dos envidraçados
Vidro simples
Incolor
4 mm 0,88
5 mm 0,87
6 mm 0,85
8 mm 0,82
4 mm 0,70
5 mm 0,65
6 mm 0,60
8 mm 0,55
reflectante incolor
4 a 8 mm 0,60
4 e 5 mm 0,50
6 e 8 mm 0,45
Vidro duplo
incolor + incolor
(4 a 8) mm + 4 mm 0,78
(4 a 8) mm + 5 mm 0,75
4 mm + (4 a 8) mm 0,60
5 mm + (4 a 8) mm 0,55
6 mm + (4 a 8) mm 0,50
8 mm + (4 a 8) mm 0,45
(4 a 8) mm + (4 a 8) mm 0,52
(4 e 5) mm + (4 a 8) mm 0,40
(6 e 8) mm + (4 a 8) mm 0,35
Tijolo de vidro (incolor e sem relevos) 0,57
gg
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Policarbonato simples
incolor translúcido
4 a 6 mm 0,50
1 alvéolo
6 a 8 mm 0,86
10 a 16 mm 0,84
2 alvéolos
6 a 16 mm 0,82
Nota:
Alem dos valores indicados nas Tabelas IV.4.1 e IV.4.2, será possível adoptar valores do factor
solar dos vidros das seguintes formas:
- Normas EN 410, ISSO 9050;
- Propriedades declaradas pelos fabricantes no âmbito da marcação CE dos vidros, de
homologações ou de aprovações técnicas europeias;
- Na fase de projecto será admissível recorrer a base de dados reconhecidas e idóneas (ex.
wis, optics), cujas propriedades serão confirmadas após a construção com a declaração do
fabricante do vidro.
hh
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Tabela IV.5
Valores do factor de Sombreamento do horizonte (Fh) – Situação de Inverno
Latitude 39º (Continente e Açores)
Nota:
O ângulo de horizonte α, é definido como o ângulo entre o plano horizontal e a recta que passa
pelo centro do envidraçado e pelo ponto mais alto da maior obstrução existente entre dois
planos verticais que fazem 60º para cada um dos lados da normal ao envidraçado. As
obstruções situadas fora do ângulo diedro definido pelos dois planos que fazem 60º para cada
um dos lados da normal ao envidraçado não se consideram.
O ângulo do horizonte α, deve ser calculado, em cada edifício ou fracção autónoma, para cada
vão (ou para grupos de vãos semelhantes) de cada fachada. Caso não exista informação
disponível que permita o cálculo do ângulo de horizonte, Fh deve ser calculado por defeito
adoptando um ângulo de horizonte de 45º em ambiente urbano ou 20º para edifícios isolados
fora das zonas urbanas.
Por uma questão de simplificação, para α > 45º adoptam-se os valores de Fh correspondentes
a um ângulo α de 45º.
α2
α1 > α2
α1
60º + 60º
ii
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Tabela IV.6
Nota:
Por uma questão de simplificação, para ângulos do elemento de sombreamento superiores a
60º adoptam-se os valores de F0 correspondentes a um ângulo de 60º.
jj
D. Aelenei – RCCTE “Light” ANEXO
Tabela IV.7
Nota:
O ângulo da pala vertical β, deve ser medido a partir do ponto médio do vão envidraçado.
Por uma questão de simplificação, para ângulos do elemento de sombreamento superiores a
60º adoptam-se os valores de Ff correspondentes a um ângulo de 60º.
kk