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LAUDO TÉCNICO – CONSULTORIA TÉCNICA PARA


AVALIAÇÃO DA POSSIBILIDADE DE INSTALAÇÃO DE
AR CONDICIONADO NOS APARTAMENTOS DO
CONDOMÍNIO RESIDENCIAL GREEN VILLE

Abril/2017

Responsável Técnico:
Fabrício Montes Silva
Engenheiro Eletricista – CREA-MG Nº 170662D
ART Nº 14201700000003747232
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TABELA DE REVISÕES

Rev. Date Description Resp.

1 17/04/17 Emissão Inicial FMS

2 17/04/17 Adequações As-Built FMS


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Sumário
TABELA DE REVISÕES ................................................................................. 2

1. DESCRIÇÃO GERAL ............................................................................... 5

1.1. PROTEÇÃO GERAL .......................................................................... 5

1.2. PROTEÇÃO ALIMENTADORES DOS CONJUNTOS ....................... 5

1.3. PROTEÇÃO QUADROS DE MEDIÇÃO E CONDOMÍNIO DOS


BLOCOS ..................................................................................................... 5

1.4. PROTEÇÃO QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO NOS APARTAMENTOS


5

2. CARGA INSTALADA E DEMANDA ATUAIS ............................................ 5

2.1. CARGA INSTALADA NOS APARTAMENTOS .................................. 6

2.2. CARGA INSTALADA NO CONDOMÍNIO .......................................... 6

2.3. CARGA INSTALADA TOTAL ............................................................. 6

2.4. DEMANDA ......................................................................................... 6

3. ANÁLISE DE INSERÇÃO DE AR CONDICIONADO................................ 8

3.1. QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DENTRO DOS APARTAMENTOS ... 8

3.2. CABO ENTRE QUADRO DE MEDIÇÃO E APARTAMENTOS ......... 9

3.3. DISJUNTOR NO QUADRO DE MEDIÇÃO DOS APARTAMENTOS 9

3.4. DISJUNTOR NO QUADRO DE ENTRADA DOS CONJUNTOS ....... 9

3.5. DISJUNTOR GERAL E CABO DE ENTRADA ................................... 9

3.6. CIRCUITOS DA ÁREA COMUM DENTRO DOS BLOCOS ............. 10

3.7. CIRCUITO DA ÁREA COMUM EXTERNA AOS BLOCOS .............. 10

4. ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS NA INFRAESTRUTURA .................... 10

4.1. ADEQUAÇÃO NECESSÁRIA RELATIVA AO CONDOMÍNIO ......... 10


4

4.2. ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS RELATIVAS AO MORADOR ....... 10

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 11

6. REFERÊNCIAS ...................................................................................... 11
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1. DESCRIÇÃO GERAL

O residencial Green Ville é composto por 168 apartamentos divididos em


quatro blocos de sete andares cada, contendo seis apartamentos por andar. A
instalação elétrica atual é feita com um transformador trifásico dedicado ao
condomínio. A entrada de energia elétrica é feita utilizando dois circuitos
paralelos com condutores (3F+N)x240mm².

1.1. PROTEÇÃO GERAL


Como proteção geral é utilizado um disjuntor trifásico de 250 A de capacidade
de condução de corrente para cada circuito de entrada.

1.2. PROTEÇÃO ALIMENTADORES DOS CONJUNTOS


Para a proteção dos alimentadores dos conjuntos é utilizado um disjuntor
trifásico de 100 A de capacidade de condução de corrente em cada conjunto,
utilizando cabos de 35 mm² de seção transversal. No total são 8 conjuntos, com
cargas instaladas detalhadas na seção 2.

1.3. PROTEÇÃO QUADROS DE MEDIÇÃO E CONDOMÍNIO DOS BLOCOS


Nos quadros de medição dos apartamentos e alimentação do condomínio
dos blocos é utilizado um disjuntor bipolar de 40 A para cada saída, e o cabo que
leva energia para os apartamentos é de 16 mm² de seção transversal cada.

1.4. PROTEÇÃO QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO NOS APARTAMENTOS


Como proteção geral dos circuitos de distribuição de energia dentro dos
apartamentos é utilizado um disjuntor bipolar de 40 A na entrada de cada
apartamento.

2. CARGA INSTALADA E DEMANDA ATUAIS

A carga instalada no condomínio é analisada da seguinte forma:


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2.1. CARGA INSTALADA NOS APARTAMENTOS


A carga instalada nos apartamentos é conforme projeto elétrico
disponibilizado pelo cliente, que contabiliza um total de 10,1 kW previstos por
apartamento.

2.2. CARGA INSTALADA NO CONDOMÍNIO


Em relação ao condomínio, este engloba a área comum de todos os blocos
e a área externa aos blocos que ainda é parte deste. Cada bloco tem uma
previsão de carga instalada de 11,03 kW e o externo de 22,9 kW.

2.3. CARGA INSTALADA TOTAL


A Carga total instalada é a somatória de todas as cargas dos apartamentos,
com a área comum dos quatro blocos e a área comum externa.

= 10,1 ∗ 168 + 11,03 ∗ 4 + 22,9

= 1763,82

2.4. DEMANDA
Para calcular a demanda individual de cada apartamento, deve-se basear na
ND 5.1 da Cemig. Esta descreve todos os fatores para calcular a demanda de
uma residência individual. No projeto foram utilizados apenas cálculos de
demanda em residência coletiva, porém para auxílio na análise estes serão
exibidos neste documento:

196 ∗ 0,86
çã = = 210,7
0,8

1000 ∗ 0,86
= = 934,8
0,92

ℎ = 5000

1420 ∗ 0,92
ℎ = = 1420
0,92

1280 ∗ 0,92
á ç = = 1280
0,92
7

= 8845,5

A demanda do condomínio é calculada baseada na norma ND 5.2 da Cemig.


O cálculo utiliza um equacionamento estabelecido por esta norma, junto a uma
tabela para obtenção dos fatores de multiplicação.

= 1,5 ∗ ∗

= ú

= á ú

Para o Residencial Green Ville foi estabelecido a seguinte demanda:

= 1,5 ∗ 77,29 ∗ 1,05 = 121,73

Os circuitos elétricos foram subdivididos em 10 conjuntos, que contemplam


todos os apartamentos e a área comum de dentro dos blocos. Cada conjunto
teve sua demanda calculada utilizando a mesma metodologia para estabelecer
o disjuntor de entrada.

 Conjunto 1: 25,01
 Conjunto 2: 25,01
 Conjunto 3: 35,96
 Conjunto 4: 25,01
 Conjunto 5: 35,96
 Conjunto 6: 25,01
 Conjunto 7: 35,96
 Conjunto 8: 25,01
 Conjunto 9: 20,10
 Conjunto 10: 31,12

Para a demanda total, soma-se a demanda dos condomínios dos blocos com
a área comum dos blocos e a área comum externa. Importante frisar que não
ocorre a soma direta dos 10 conjuntos, e sim a demanda global envolvendo os
168 apartamentos, que resulta me outro valor para cálculo de acordo com a
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tabela 10 na página 6-14. Sendo assim, a demanda total máxima do condomínio


é calculada por:

= 121,73 + 12,18 ∗ 4 + 22,07 = 192,52

3. ANÁLISE DE INSERÇÃO DE AR CONDICIONADO

A instalação de aparelhos de ar condicionado trará à rede elétrica do


condomínio consequências. Esta seção destina-se a analisar se esta está
preparada para receber tal carga adicional.

3.1. QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DENTRO DOS APARTAMENTOS


Dentro dos apartamentos é possível observar conforme a Figura 1 que os
quadros de distribuição elétrica não possuem espaço adicional e a instalação de
aparelho de ar condicionado demanda circuito com disjuntor exclusivo para este.
Além disso, dada a previsão de demanda do apartamento citada na seção
anterior, a corrente em demanda máxima de cada apartamento é 40 A, sendo
que o disjuntor de proteção da entrada também é de 40 A, fazendo com que, ao
instalar o ar condicionado, aumente esta carga e possa fazer o disjuntor abrir,
deixando o apartamento sem energia elétrica.

Figura 1 - Quadro de distribuição de cada apartamento.


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3.2. CABO ENTRE QUADRO DE MEDIÇÃO E APARTAMENTOS


Este é constituído por um cabo de 16mm² que tem capacidade de condução
de corrente máxima de aproximadamente 82 A. Para a inserção de ar
condicionado, não há a necessidade de alteração deste.

3.3. DISJUNTOR NO QUADRO DE MEDIÇÃO DOS APARTAMENTOS


Este tem situação semelhante ao de dentro dos apartamentos. Possui
capacidade nominal de 40 A com uma previsão já de 40 A de condução. A
inserção da carga do ar condicionado pode fazer com que este atue, e deixe o
morador sem energia elétrica.

3.4. DISJUNTOR NO QUADRO DE ENTRADA DOS CONJUNTOS


Para este caso, tem-se uma divisão. Para os conjuntos 1,2,4,6,8 e 9 o
disjuntor tripolar de 100 A é suficiente para aguentar a carga adicional dos
aparelhos de ar condicionado. Porém para os conjuntos 3, 5 e 8, a demanda
prevista é de 35,96 kW, que implica em uma corrente de 94 A. Com a carga
adicional dos aparelhos de ar condicionado, esta carga pode exceder 100 A
fazendo com que o disjuntor atue e todos os moradores e os blocos conectados
a este conjunto fiquem sem energia elétrica. As consequências desta atuação é
mais grave por envolver vários moradores e os equipamentos da infraestrutura
dos blocos, como os motores dos elevadores.

3.5. DISJUNTOR GERAL E CABO DE ENTRADA


Como citado na primeira seção, o circuito de entrada é dividido em 2 circuitos
paralelos com condutores 240mm² e disjuntores de proteção de 250 A.

A carga prevista em demanda máxima para este é de 223 A. Considerando


a carga adicional dos aparelhos de ar condicionado, pode-se prever que a carga
máxima será de 246 A por disjuntor, portanto dentro de sua capacidade.

Os condutores de 240mm² possuem capacidade de condução de corrente na


casa dos 485 A, portanto suficientes para a carga adicional dos aparelhos de ar
condicionado.
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3.6. CIRCUITOS DA ÁREA COMUM DENTRO DOS BLOCOS


Estes não sofrem alteração pelo fato de que a carga do ar condicionado não
passa por estes.

3.7. CIRCUITO DA ÁREA COMUM EXTERNA AOS BLOCOS


Este também não sofre alteração por ser alimentado em uma derivação na
entrada de energia elétrica do condomínio, não fazendo parte nem dos
disjuntores de entrada.

4. ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS NA INFRAESTRUTURA

Nesta seção, é adequado subdividir as adequações necessárias para


suportar a inserção de ar condicionado nos apartamentos em duas partes:
adequações do condomínio e adequações do morador.

4.1. ADEQUAÇÃO NECESSÁRIA RELATIVA AO CONDOMÍNIO


Em relação as áreas comuns, deve-se trocar os disjuntores de entrada dos
circuitos de conjunto dos conjuntos: 3, 5, 7 e 10. Atualmente são utilizados
disjuntores tripolares em caixa moldada de 100 A de capacidade. Estes devem
ser trocados por disjuntores tripolares de 125 A em caixa moldada.

4.2. ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS RELATIVAS AO MORADOR


Para que o morador possa instalar o equipamento de ar condicionado sem
comprometer a segurança da sua rede elétrica, deve-se proceder com as
seguintes alterações:

 Solicitar junto à CEMIG alteração do disjuntor de entrada no quadro


de medição de 40 A bifásico para 63 A bifásico. O procedimento para
solicitação pode ser encontrado no site da concessionária ou nos
telefones de contato desta;
 Troca do disjuntor geral do apartamento de 40 A para 63 A;
 Troca do quadro elétrico dentro do apartamento por outro que suporte
pelo menos mais um disjuntor bifásico. A razão para este é que o
circuito de alimentação do ar condicionado deve ser exclusivo deste,
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vindo diretamente da saída do disjuntor geral. Como não existe espaço


sobressalente no quadro atual, este deve ser trocado como medida
fundamental para instalação do equipamento.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como fechamento deste documento, seguem algumas observações finais


inerentes ao laudo:

 O estudo considerou a instalação de equipamentos de ar condicionado


bifásico de, no máximo 9.000 BTUs. Para equipamentos de maior
capacidade, novos estudos devem ser realizados;
 A instalação dos cabos para o ar condicionado deve ser feita utilizando
cabos de no mínimo 2,5 mm² de seção transversal;
 O encaminhamento dos cabos do ar condicionado deve acompanhar
a tomada projetada para a cabeceira da cama de casal. A instalação
do equipamento está prevista para este cômodo nesta posição, sendo
possível instalar do lado de fora o compressor e alimentá-lo
eletricamente com a infraestrutura existente;
 A queda de tensão esperada no pior caso (blocos C e D) com a
inserção dos equipamentos de ar condicionado deve aumentar de
2,91% para 3,6%, ainda dentro das normas de projeto.

6. REFERÊNCIAS

Foram utilizados como referência neste laudo os seguintes documentos:

 Projeto elétrico do condomínio REV. 02 fornecido pelo cliente;


 ND5.1 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede
de Distribuição Aérea Edificações Individuais (CEMIG);
 ND5.2 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede
de Distribuição Aérea – Edificações Coletivas (CEMIG).

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