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Formação espiritual é o processo pelo qual aqueles que amam Jesus assumem seu caráter.

Um
processo que leva essas pessoas a viver cada vez mais como se Cristo estivesse em seu lugar.
Esse processo é sustentado pela graça, mas nem por isso é passivo, pois graça é oposto de
mérito, mas não de esforço.

Não é possível se tornar semelhante a Cristo sem ações enérgica e deliberadas da nossa parte.
E nesse processo, o aspecto menos compreendido é o papel do corpo na vida espiritual.

Aprendemos pela imitação. Esse é o mecanismo pelo qual a personalidade humana é formada.
Nesse sentido, as práticas pecaminosas são hábitos que definem nosso caráter.

O Novo Testamento costuma usar o termo “carne” para se referir ao corpo humano formado nos
hábitos do mal em oposição a Deus. Moldados pela família, vizinhos, escola e trabalho, o corpo
se torna uma estrutura geral de perversidade.

Quando recebemos a nova vida em Cristo, entretanto, o corpo não passa automaticamente para
o lado de Cristo, antes, continua se opondo a Ele. O Novo Nascimento nunca remove os hábitos
de pecado do corpo e da personalidade.

Todavia, a tarefa de tornar-se semelhante a Cristo raramente é considerada um objetivo sério a


ser planejado com cuidado. Mas não podemos ser bem sucedidos como discípulos e ainda ser
servo do corpo e suas exigências.

Nossa parte nessa transformação é o uso propositado e estratégico do corpo de maneiras que
possamos reeducá-lo, substituindo os movimentos do pecado.

Nossa intenção de ser como Cristo não é suficiente. Não conseguiremos pelo esforço direto.
Nossa intenção e esforço devem ser concretizados pelo treinamento que prepara o corpo para
fazer aquilo que Cristo faria. Esse treinamento é fornecido pelas disciplinas da vida no Espírito.

A disciplina é uma atividade que está a nosso alcance e que realizamos a fim de nos tornarmos
capazes de fazer o que não conseguimos pelo esforço direto.

Por exemplo, o alvo de adquirir controle sobre a língua para não amaldiçoar outros nunca será
alcançado apenas tentando refrear esse impulso, mas bem antes: quando realizamos um
exercício de silêncio durante um período de 24horas. Também passando esse tempo em
solitude. Ambas ações são feitas com o corpo.

Se desejo vencer o impulso do olhar lascivo, além de desejar vencer isso, é preciso treinar os
pensamentos e a atitude com hábitos puros. Disciplinas apropriadas como estudo, meditação e
serviço serão cruciais nesse processo. Também nesse exemplo, é no uso e treinamento do corpo
que a fé se encontra com a graça para alcançar a semelhança de Cristo.

O corpo, portanto, é o elemento sobre o qual temos controle direto: uma pequena fonte de
energia que devemos submeter para sermos transformados pela graça. Entretanto, ele tem
“vida própria”, aquela predisposição para o mal. Não é preciso pensar para fazer o que é
errado, mas devemos pensar, planejar e agir afim de RECEBER GRAÇA para conseguir fazer o
que é certo.

Cristo nos convida a compartilhar dessas suas práticas para manter o relacionamento com o Pai.
Na verdade, essas práticas, solitude, silêncio, estudo, serviço, oração, adoração passam a ser os
lugares onde nos comprometemos a nos encontrar regularmente com ele e com seu Pai afim de
sermos seus aprendizes ou discípulos na vida do Reino.

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