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Dezembro de 2010
Os alunos têm de demonstrar, recorrendo aos instrumentos possíveis para esse efeito, os
conhecimentos desenvolvidos e as pesquisas realizadas durante todo o processo (não apenas em
momentos de avaliação sumativa) e como utilizam as ferramentas online para partilhar trabalhos
individuais e de grupo (ex.: reflexões, artigos, resenhas críticas, etc.). Devem ainda colaborar com
colegas e possibilitar a intervenção dos pares, estando receptivos aos seus comentários sobre o
trabalho feito. O projecto educacional será enriquecido se a interacção mútua (Primo, 2006)
professor-alunos e entre alunos funcionar e uma avaliação contínua será mais completa quando se
adequa “ao público-alvo e às especificidades do curso, ao nível de interacção preconizado, à
relevância dos conteúdos e das actividades a realizar, qualidade dos materiais de apoio, tipos e
funções de avaliação previstas, estruturas e estratégias de suporte aos estudantes e perfil e
competências dos professores” (Gomes, 2009).
O contexto de aprendizagem virtual tem de ser redesenhado, por forma a incluir critérios,
juízos e decisões educativas que promovam uma aprendizagem progressiva mais sólida (Barberà,
2006). O design instrucional do curso prevê que as actividades e tarefas educativas serão alvo de
avaliação. As interacções devem ser planificadas para traduzir uma avaliação que esteja de acordo
com as seguintes perspectivas: avaliação das aprendizagens, avaliação para a aprendizagem,
avaliação como aprendizagem e avaliação desde a aprendizagem. Cabe à equipa pedagógica que
está associada ao desenvolvimento e criação dos cursos online, constituída por designers
instrucionais, planeadores, professores, tutores, pesquisadores e alunos, medir o resultado das
aprendizagens dos alunos. Só têm de definir quais são os instrumentos mais eficazes que podem ser
utilizados, desde quizzes, webquests, testes, construção de páginas online, blogues, wikis, e-
portefólios, etc.
A avaliação deve ser adaptada ao contexto virtual e as novas tecnologias não podem ser
utilizadas sem que os modelos pedagógicos orientadores do ensino geral sejam revistos (Barberà,
2006; Primo, 2006). Transpor simplesmente práticas pedagógicas do regime presencial para a
modalidade online podem pôr em risco a eficácia dos serviços e ferramentas disponibilizados, por
exemplo, pela Internet. As diferenças podem inclusive relacionar-se com a configuração da
aprendizagem, isto é, renuncia-se à aprendizagem reprodutiva e associativa para adoptar uma
aprendizagem mais construtiva do conhecimento (Barberà, 2006). Esta colaboração entre
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Perspectivas sobre avaliação pedagógica: a avaliação das aprendizagens em contexto online
professores e alunos e entre os próprios alunos fomentaria uma avaliação contínua tendo como base
um processo formativo com a realização de actividades e tarefas ao longo do curso suportadas pela
tecnologia (Barberà, 2006; Gomes, 2009; Primo, 2006).
Uma das grandes vantagens da contribuição tecnológica é que permite avaliar o próprio
processo, além dos resultados de aprendizagem. Todavia, Barberà (2006) aponta alguns riscos que a
avaliação suportada pela tecnologia pode correr, como a fraca interacção entre professor e alunos, o
plágio ou a inexistência de indicadores das actividades colaborativas.
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Perspectivas sobre avaliação pedagógica: a avaliação das aprendizagens em contexto online
Considerações finais
Referências
BARBERÀ, E. (2006). “Aportaciones de la tecnología a la e-Evaluación”. RED. Revista de Educación a Distancia, Año V.
Número monográfico VI. Disponível online em http://www.um.es/ead/red/M6/ [acedido em 2010-12-14].
BARREIRO-PINTO, I. A. e SILVA, M. (2008). “Avaliação da aprendizagem na educação online: relato de pesquisa”, Revista
Educação, Formação e Tecnologias, vol. 1(2), pp. 32-39. Disponível online em
http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/viewFile/59/40 [acedido em 2010-12-15].
GOMES, M. J. (2009). "Problemáticas da avaliação online", Actas da VI Conferência Internacional das TIC na Educação -
Challenges 2009. Disponível online em http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/9420/1/Challenges-09-
mjgomes.pdf [acedido em 2010-12-15].
PRIMO, A. (2006). "Avaliação em processos de educação problematizadora online". In: Marco Silva; Edméa Santos. (Org.).
Avaliação da aprendizagem em educação online. São Paulo: Loyola, v. , pp. 38-49. Disponível online em
http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/EAD5.pdf [acedido em 2010-12-14].