COESÃO A coerência teria a ver com a “boa formação” do texto, mas num sentido que não tem nada a ver com qualquer idéia assemelhada à noção de gramaticalidade usada no nível da frase, sendo mais ligada, talvez , a uma boa formação em termos da interlocução comunicativa. Ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo ser vista, pois, como um princípio de interpretabilidade do texto. A coerência seria a possibilidade de estabelecer alguma forma de unidade ou relação. Essa unidade é sempre apresentado como uma unidade de sentido no texto, o que caracteriza a coerência como global, isto é, referente ao texto como um todo Como se percebe a coerência é, ao mesmo tempo, semântica e pragmática.
Contudo, não se deve deduzir
que a coerência tenha a ver com a superfície textual, não linear, não marcada explicitamente na estrutura de superfície. Além disso, é global e hierarquizadora dos elementos do texto. A coesão, ao contrário, é explicitamente revelada através de marcas lingüísticas. A coesão é a relação semântica entre o elemento do texto e um outro elemento que é crucial para essa interpretação
A coesão é a ligação entre os elementos
superficiais do texto, o modo como eles se relacionam, o modo como frases ou partes delas se combinam para assegurar um desenvolvimento proposicional. A coesão é interna (lingüística) e a coerência externa, pois diz respeito aos contextos de situação. Para Marcuschi (1983) a coesão refere-se à estruturação da seqüência superficial do texto e à sua organização linear sob o aspecto estritamente lingüístico. Seria a conexão seqüencial. Já a coerência é o resultado de processos cognitivos operante entre usuários dos textos; é o nível da conexão conceitual-cognitiva e estruturação do sentido, manifestando-se em grande parte, macrotextualmente. Tannen (1984) define coesão como o conjunto de nexos da superfície textual que indicam as relações entre os elementos de um texto. E coerência em termos de organização de estruturas subjacentes, que fazem com que palavras e sentenças componham um todo significativo para os participantes de um ocorrência discursiva. Para Charolles (1987) a noção de coerência como um princípio de interpretabilidade do texto, ligado à capacidade de cálculo do interpretador e a processos de cálculo de significação. A coesão se refere às relações de identidade, de inclusão ou de associação entre constituintes de enunciados, que são as relações entre elemntos do texto que podem ser resolvidas me termos de igualdade ou diferença. Coerência e Textualidade Textualidade ou textura é o que faz de um seqüência lingüística um texto e não uma seqüência ou um amontoado aleat´roio de frases ou palavras. A seqüência é percebida como um texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global Texto incoerente é aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte) não consegue descobrir qualquer continuidade de sentido, seja pela discrepância entre os conhecimentos ativados, seja pela inadequação entre esses conhecimentos e o seu universo cognitivo Texto coerente é o que faz sentido para seus usuários, o que torna necessária a incorporação de elementos cognitivos e pragmáticos ao estudo da coerência textual. O texto pode ser incoerente em/para determinada situação comunicativa. Será bom o texto quando o produtor souber adequá-lo à situação, levando em conta intenção comunicativa, objetivos, destinatários, uso dos recursos lingüísticos Ao dizer que um texto é incoerente, temos de especificar as condições de incoerência, porque sempre alguém poderá projetar um uso em que ele não seja incoerente. Estes fatos têm implicações no ensino de produção e também de compreensão de textos.