Dois Mundos: o Pagão e o Cristão
O Mundo Pagão
Sociedade hierarquizada, rigidamente
dividida entre a nobreza (nobilis) e os
cavaleiros (equites), nos escalões
superiores e a plebe (humiliores) e os
escravos (servus), nos inferiores.
O poder político é exercido pelo
império dos Césares.
A religião é a adotada oficialmente
pelo império, implicando na adoração
ao imperador, estimulando a idolatria
e o culto ao corpo.
Costumes liberais, moral sexual
relaxada, permissiva, tolerante com o
aborto e o divórcio.
Culto ao ócio e aos prazeres da mesa Valoração do trabalho, mesmo do
e da carne, estimuladores da preguiça. ofício humilde. Afinal Jesus era
Desprezo pelo trabalho manual,
comum às sociedades escravistas.
Adoração a Mammon, ao dinheiro, ao
luxo e à riqueza.
O universalismo romano era limitado
aos seus interesses políticos e
estratégicos, dividindo o Orbe Mundii
em civilizados e bárbaros.
O homem encontrava-se preso às
superstições do paganismo e ao
estado imperial romano a quem devia
obediência e submissão.
As filosofias estóica e epicurista,
comuns no alto império, conduziam os
indivíduos ao isolamento e ao usufruir
privado das coisas.
Ainda que em declínio, os valores
guerreiros da valentia e da coragem
conduziam às práticas cruéis e
flagelantes, à busca da submissão do
inimigo em favor da ampliação do
império.
Fonte: Daniel-Rops- A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, pag. 134-7
O Mundo Cristão
A comunidade cristã onde todos são
iguais perante Deus, não havendo nem
senhores nem escravos, nem ricos
nem pobres.
A expectativa é o Reino dos Céus.
Monoteísmo, a crença num deus único
incorpóreo. Por não prostrarem-se ao
imperador e não adorarem ídolos,
eram considerados ateus.
Moral puritana, casamento indissolúvel
e condenação ao controle da
natalidade. Sexo é aceito nos limites
do casamento.
marceneiro e Pedro pescador.
O enaltecimento da pobreza, desde
que honrada e digna. É aos pobres,
aos humildes, que cabe o Reino dos
Céus.
O universalismo evangélico para o qual
"não havia gregos nem judeus",
abarcando o ecumênico por inteiro.
Renascido pelo batismo, o cristão,
tendo liberado inteiramente a sua
alma, é um homem livre que só se
devota a Deus.
A conversão dava novas energias ao
crente, tornando-o um ativista da
caridade e da solidariedade,
empurrando-o para junto do seu
próximo.
Enaltecimento da mansidão e da
humildade. Herói e corajoso é o mártir,
o que se deixa matar pela causa para
assim, com seu exemplo de bravura,
expandir ainda mais o Reino de Deus.