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Autor: Pedro Felipe Leite Retes

retes@ufmg.br

Introdução

Para a nova pratica proposta, buscando sempre auxilio no conhecimento de


trabalhos anteriores e integrando um pouco com as necessidades e tecnologias atuais,
devemos projetar um sistema de controle que consiste em um interruptor eletrônico, o qual
deve ser capaz de ligar e desligar um LED apenas com o Bater as Palmas da Mãos ou um
Estalar de Dedos.
Seu principio de funcionamento se baseia na utilização de um simples microfone,
capaz de gerar um sinal muito intenso devido à alta freqüência e a intensidade do som
propagado pelo Bater as Palmas ou Estalar os Dedos. Esse sinal deve ser interpretado por
um circuito como um pulso de entrada que está ligado a um flip-flop, o qual será
responsável por ligar ou desligar o interruptor do sistema.
O desenvolvimento do projeto segue abaixo.

Desenvolvimento

Para apresentar o projeto, iremos dividir sua apresentação em partes:

1. Captação do som e filtragem

Para captar o sinal sonoro, usaremos como entrada para o circuito um microfone de
eletreto. Seu diagrama esquemático é mostrado abaixo:

Figura 01: Entrada do circuito, com captação do som.

O microfone capta a vibração do ar provocado pelo som, transformando essa


vibração mecânica em impulsos elétricos, produzindo ondas de mesma freqüência do som
que o gerou. Ele está ligado em série com o resistor de 10 kΩ para limitar a corrente que
passa pelo microfone. É necessário também observar a polaridade do microfone.
Em seguida, o sinal gerado passa por um filtro que elimina a componente contínua
do sinal (devido à tensão dc de 5V) e atenua parte da freqüência da fala, já que somente é
desejável que o circuito seja acionado por ruídos muito intensos.
Dessa forma, um capacitor de 200 nF já é suficiente para filtrar a componente
continua.

2. Amplificação do sinal e pullup

O som produzido por palmas gera sinais elétricos de amplitudes muito baixas no
microfone de eletreto. Esses sinais precisam ser amplificados e nesse projeto se decidiu por
um ganho de 330.

Figura 02: Estágios de amplificação

Observe que o nosso amplificador é inversor, desta forma o sinal entra no terminal
inversor do amplificador. Logo, para uma resistência de 330 kΩ na realimentação, teremos
aproximadamente um ganho de 330.
Novamente, ao capturarmos o sinal no final do estagio de amplificação, teremos
agora uma tensão de pico equivalente a cerca de 4 a 5 V.
Essa tensão de saída do comparador vai ativar um temporizador, que será explicado
a seguir.
Para garantir um disparo sem interferencia no trigger do nosso temporizador,
conectamos um filtro de 680 nF e uma resistência de pullup de 10 kΩ.

Figura 03: Filtro

3. Temporização

O circuito do temporizador foi montado com um LM 555 configurado como um


monoestável, já utilizado em práticas anteriores. Seu funcionamento permite elevar a tensão
em sua saída para o valor da alimentação e mantê-la assim por um determinado período
sempre que um pulso surgir na sua entrada de disparo (trigger). Nesse caso, a tensão de
alimentação será de 5V, já que a alimentação do circuito é de 5V. Na saída do 555 teremos
um flip-flop que será responsável por gripar o circuito em níveis lógicos 1 e 0,
possibilitando ligar ou desligar o LED.
Na entrada do trigger do 555 foi conectada a saída do amplificador. Dessa forma,
sempre que o microfone gerar um sinal elétrico capaz de disparar o 555, a saída
permanecera por um período de tempo satisfatório ativada. Para que essa constante de
tempo seja alcançada devemos calcular seus parâmetros de acordo com a formula
apresentada abaixo:

T = 1,1 CR

Desejamos um tempo de aproximadamente ms e escolhemos arbitrariamente um


capacitor de 680 nF, temos que R deve ser igual a kΩ. Tendo esse valor, usaremos o valor
comercial mais próximo, que é 10 kΩ.

Figura 04: Circuito temporizador com CI LM555

Na saída do monoestavel, conectamos mais um filtro de altas freqüência, o capacitor


de 100 nF, e também implementamos um pulldown (resistor de 10 kΩ), buscando evitar
que clocks indesejados apareçam no flip-flop.

Figura 05: Filtro

4. Acionamento

Para alternar o estado do LED que será acionado pelas palmas usaremos um flip-
flop tipo D, encapsulado no CI 7474. Esse flip-flop, com clock sensível a borda de subida,
muda seu estado de saída para o mesmo estado que estiver na entrada D quando um pulso
de clock for emitido ao circuito. Nesse projeto, o pulso de clock será a saída do
temporizador 555. Para garantir que o circuito irá alternar seus estados a cada pulso de
clock, ligaremos o flip-flop como flip-flop tipo T (toogle), onde conectamos a saída Q’
diretamente a entrada D. Assim, sempre que a saída Q estiver em 0, a saída Q’ vai estar em
1. Quando um pulso de clock chegar até o circuito, a saída Q muda para 1, a Q’ para 0 e
quando um novo pulso chegar ao clock, a saída Q voltará para 0.
O LED será conectado à saída Q desse flip-flop por meio de uma resistência de 470
Ω. A importância dessa resistência é a limitação da corrente que passa pelo LED.
É importante ressaltar que o LED será ligado ao flip-flop, ou seja, a corrente por ele
drenada será fornecida por esse dispositivo. Nesse caso não tem muito problema porque a
corrente é baixa. Mas para a ligação de outros componentes que drenem uma corrente alta
se faz necessário um circuito de acionamento um pouco mais completo, com transistor e até
relé, para aplicações que envolvem sistemas de potencia.

Figura 06: Circuito de acionamento


Conclusão

Figura 07: Circuito de completo

O trabalho proposto integrou o conhecimento adquirido ao longo do semestre e no


decorrer do curso de Engenharia Elétrica, como a eletrônica analógica com a digital,
representada pelo flip-flop.
O circuito não apresentou muitos problemas no processo de desenvolvimento uma
vez que ele foi montado seguindo as etapas explicadas no relatório. Um forte exemplo para
esse fato é o tempo estimado para o monoestável e o obtido na prática de 00s. Valores esses
muito satisfatórios para o que foi projetado.
Esse projeto pode ser considerado um protótipo para uma aplicação mais útil. Uma
delas, simples e que pode ser muito usada no dia-a-dia, é o acionamento da iluminação de
um determinado ambiente por palmas ou um estalar de dedos. Algumas modificações se
fazem necessárias, como a remodelagem da parte de acionamento com a inserção de um
transistor ou um relé de potência, mas o corpo do projeto é o mesmo.

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