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Este processo é um teste prático para avaliar as características elétricas das portas
lógicas utilizadas no circuito digital. É um procedimento simples que utiliza um
multímetro e uma fonte de tensão. A fonte é calibrada com uma tensão TTL (5Vdc +-
5%) e ajustado o limite de corrente para aproximadamente 30mA. Com as pontas de
prova do multímetro, medimos a tensão de saída e entrada de cada porta lógica.
Anotado todos os valores é feito uma analogia nos sinais para ver se todos têm
características parecidas e dentro dos patamares indicados pelo datasheet do fabricante.
Em nosso teste prático viu-se que todas as portas logicas apresentaram praticamente os
mesmos níveis de tensão nas respectivas medidas (entradas e saídas), validando assim o
componente para uso no projeto. A TABELA 01 representa os valores medidos.
No Ponto notável TP4 sai o sinal para uma porta buffer U1C. Esta porta
funciona para dar um ganho ao sinal que vem muito fraco. Como o sinal está na zona
proibida e este sinal está muito tempo em “0” e pouco tempo em “1”, esta porta
recupera o sinal que ainda não é quadrado e sim um sinal “anômalo” e consegue trazer
para um sinal um pouco mais próximo ao ideal. Mas este ganho de sinal atrapalha o
Duty Cycle. Agora o tempo em “0” fica em “1” por mais tempo pois o mesmo foi
invertido. A forma de onda nesta altura é um sinal hipoamortecido e é resultado de
circuitos de alta frequência LC parasitas. Estas frequências parasitas são chamadas de
ruído.
Quando uma porta lógica trabalha na zona proibida, ela se transforma num
“amplificador integrador inversor” e recebe uma triangular na entrada (ponto notável
TP5) e entrega uma senoide na saída (ponto notável TP4).
Para corrigir o Duty Cycle, foi utilizada uma rede de retardo onde uma
sequencia de portas lógicas configuradas como circuitos inversores produzem um
retardo do sinal da entrada em relação a saída desta rede. Como cada porta tem um
retardo próprio da entrada em relação a saída, uma diferença de tempo é gerada e
somada a cada circuito lógico colocado em sequencia. Esta diferença de tempo chama-
se “delay”.
TP1, TP2 e TP3 – Sinais digitais (dentro da faixa de tensão própria para níveis TTL),
FIGURA 01 – TP1
FIGURA 02 – TP2
Na Figura 03, é possível verificar que o sinal é praticamente uma onda
quadrada, com uma frequência de 3,64MHz e um ciclo de trabalho de 42,3%.
FIGURA 03 – TP3
FIGURA 04 – TP4
Na Figura 05 é possível verificar a atuação do buffer após a entrada do
sinal TP4 (em verde) onde há uma onda triangular, ruidosa, para um sinal
senoidal de maior amplitude TP5 (em amarelo).
FIGURA 09 - JITTER
Outro dado importante é em relação à onda gerada pelo sinal TTL. Toda onda
quadrada é formada por uma soma infinita de harmônicas da sua frequência. Logo,
nunca teremos uma onda quadrada propriamente dita e sim uma onda trapezoidal, onde
temos uma borda com um tempo de subida e uma borda com um tempo de descida.
Circuitos TTL, de acordo com suas características construtivas, apresentam um
comportamento onde o tempo de subida (rise time) é sempre maior que o tempo de
descida (fall time). Ou seja, o sinal sobe mais lentamente até atingir nível lógico “1” e
desce rápido até atingir nível lógico “0”.
Outro dado importante que vale esclarecer é não deixar nenhuma entrada de
qualquer circuito lógico flutuando, ou seja, sem conexão a Vcc ou a Gnd. Sempre que
possível manter a entrada à Vcc do circuito pois devido a arquitetura interna do mesmo
não há fluxo de corrente.
Observado também nos circuitos lógicos TTL sinais denominados Spikes. São
variações muito rápidas de sinais que tendem ao infinito que estão acopladas sobre o
sinal que está sendo analisado. Na prática não vai ao infinito e sim fica limitada pelas
características elétricas do circuito. Vale lembrar também que internamente as entradas
das portas lógicas TTL são acrescidas de dois diodos que servem justamente para ceifar
a tensão provocada pelos Spikes do circuito.
Outro levantamento observado no circuito é em relação aos patamares de tensão
conhecidos pelos níveis lógicos “0” e “1”. A tensão em nível lógico “1” nunca atinge a
própria tensão de alimentação do circuito. Esta característica é devido a arquitetura
interna do circuito TTL, onde apresenta impedância de entrada (20Kohms) e
impedância de saída (120ohms). Estas impedâncias agem na resposta do circuito
fazendo com que ele atinja patamares de tensões em faixas bem distintas (vide datasheet
do CI).