Segmentos de bebidas isotônicas e energéticas
apresentam mercados em ascensão no Brasil,
com perspectivas de manutenção do crescimento
ROSAWPEZ
35%. Dentro da categoria, o des-
taque fica para as bebidas sem gás,
que vêm 'roubando' consumido-
res de refrigerantes nos últimos
anos. Um dos apelos a influenciar
essecomportamento é a tendência
de consumir bebidas consideradas
saudáveis, como sucos de frutas,
chás, águas e até isotônicos.
Também chamadas de reidra-
tantes -e mais tecnicamente de
repositores eletrolíticos -as bebi-
das isotônicas estão bastante asso-
ciadas à prática de esporte, apre-
sentando ainda como atrativo seu
baixo índice de calorias. Elas fo-
ram desenvolvidas para repor lí -
quidos e sais minerais perdidos
pelo suor durante a transpiração,
com efeito de prevenir a desidra-
tação e mell1orar a performance
esportiva.
O termo isotônico significa que
a composição desses líquidos
apresenta uma concentração de
eletrólitos semell1ante ao sangue
humano, fazendo com que ocor-
ra uma rápida absorção de líqui-
do. Os principais eletrólitos que
compõem o suor são cloro, sódio,
potássio...Ie magnésio. Além de. re-
por SaiSffilneraiS e agua, oS lSO-
tônicos também servem para ma-
tar a sede e repor as energias, gra-
ças à presençado carboidrato.
De acordo com dados do
Datamark (www.datamark.com.
b.r), o mercado de reidratantes
(isotôl)icos) no Brasil movimen-
tou mais de 77 milhões de litros
em 1999, tendo apresentadouma
queda nessesníveis em 2000 (fe-
chou o ano com 59,377 milhões
litros) e retomando lentamentea
itens mais elevados a partir de
2001, quando o mesmo instituto
registrou um volume anual de
vendas da ordem de 62,978 mi-
lhões de litros.
CONCENTRAÇÃO
NASGRANDES
A previsão do Datamark para
o segmento em 2002 é de um cres-
cimento de cerca de 10% em volu-
me de litros comercializados. Pa-
ra os próximos anos a tendência
projetadapelo instituto indica um
crescimento médio de 4,8% ao
ano, de 2002 a 2006, o que deve
permitir a venda de mais de 91
milhões de litros de bebidas rei-
dratantes em 2006.
Quanto à divisão do mercado
entre as marcas, o Datamark
aponta para uma participação da
ordem de 75,8% para o Gatorade
em 2001, seguido da marca Ma-
rathon, com 17,9%. Inicialmen-
te, o Gatoradeera produzido pela
Quaker, empresa adquirida pela
Pepsino começode 2001. Com a
ampliação da parceria entre Pep-
siCo e a AmBev oficializada em
dezembro desse mesmo ano, a
AmBev passoua produzir, distri -
buir e comercializara marca Ga-
torade em todo o território nacio-

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~ ~/"ma
 Mercado
nal. A própria ArnBev detém tam-
bém a marca Marathon, que des-
de 1996 pertenciaà Cia. Cerveja-
ria Brahma.Ao incluir o Gatorade
em seu porrifólio de produtos, a
AmBev passou a deter 16% do
mercado de bebidas não-alcoóli-
casno Brasil.No segmentode iso-
tônicos, seureinado é praticamen-
te absoluto, com mais de 90% de
participação na soma das duas
marcas mais vendidas. Outras
marcasque disputam um espaci-
nho nessemercadosão Frutorade
(Dafruta), Ativ Plus (Kestel),
Santa!Active (Parma!at), Energil
c Sport (Nature's Plus), Sportade
(Tuiuti) etc.
BEBIDASENERGÉTICAS
Outro mercado com grande
potencial de expansão é o das be-
bidas energéticas (ou estimulan-
tes, como preferem alguns), so-
bretudo pela conquista das faixas
etárias mais jovens. Essas bebidas
estimulam o metabolismo e ser-
vem como fonte de energia, daí o
nome com que são mais popular-
mente conhecidas. Em sua com-
posição estão carboidratos e subs-
A. ..
tancIas excitantes para o sIStema ner-
VOSO,como a cafeína e a taurina.
Depois da ingestão dessas bebi-
das estimulantes, o usuário tem a
sensação de que está mais dispos-
to, talvez o principal fator a moti-
var o consumo. Embora não seja
uma combinação recomendável,
essasbebidas costumam ser mis-
turadas a bebidas destiladas, es-
pecialmentepara o consumo em
casasnoturnas.
Até algum tempo atrás, esse
mercado era explorado no Brasil
apenaspor fabricantesinternacio-
nais, que ainda hoje detêm altas
percentagensde participação. Se-
gundo o Datamark, as principais
marcasdo segmento-Red BulI,
Flash Power e Flying Horse -so-
mam juntas mais de 70% do mer-
cado. A austríacaRed BulI é a lí-
der mundial da categoria,estápre-
sente em 45 paísese ocupou em
2001 a liderançatambém no mer-
cado brasileiro de energéticos,
com 56% das vendas.
Dados do AC Nielsen atestam
que, apesarde ser ainda recente,o
mercadode bebidasenergéticasno
Brasil tem revelado enorme po-
tencial, tendo crescido em média defmido pela empresa como um da não só em cafeína, mas também
130% em 2000 e 66% em 2001. 'energy drink' de efeito estimulante em taunna
.I
e guarana.

Em dezembrodo ano passadoa que aumenta o estado de alerta para O lançamento de Burn faz par-
Coca-Colalançou seuproduto pa- a mente e o corpo. A empresa des- te da estratégia da Coca -Cola de
ra competir no mercado de bebi- taca como diferencial do produto a diversificar seu portfólio de pro-
das energéticas.Trata-sede Buril, combinação de ingredientes basea- dutos e ampliar seu relacionamento

Setembro/O 2
15
I Mercado

com os consumidores,
atuando em novas cate-
gorias do segmento de
bebidas não-alcoólicas.

DOS PEQUENOS

De acordo com a
avaliaçãodo consultor
Paulo Garcia de AI-
meida, apesardo Red
BulI ser o referencial
de bebida pronta para
o consumo (energé-
tico ), "há mais possi-
bilidades de criação
para essetipo de bebi-
da, onde se poderia,
por exemplo, pensar
em agregar alguns
nutrientes, conside-
rando que o público alvo sãoos jovens". Ele lembra
que, embora ainda sejapredominantementeimpor-
tada, essetipo de bebida começaa ter também pro-
dução nacional em pequena escala,devendo haver
novidades nessemercado em breve.
A primeira incursão dos energéticos brasileiros
ocorreu por conta da Tatuzinho, que lançou em ja-
neiro de 2000 o Atomic Energy Drink, hoje princi-
pal produto de uma nova linha de 20 produtos lança-
dos sob a marca guarda-chuvaFirst One.
Estima-se que, após um ano de seu lançamento,
o Atomic Energy Drink já detenhacercade 17% do
mercado brasileiro de energéticos,sendojá exporta-
do oficialmentepara os EstadosUnidos. Suafórmu-
la, com valor calórico de 70 kcal, é compostade vi-
taminasB, extrato natural de guaraná,ginseng,tau-
rina e corantenatural de caramelo,foi aprovadasem
restriçõespelo FDA para entrar no mercado norte-
amencano.
Um exemplocomo essecombina bem com ascon-
sideraçÕes do consultor Paulo Garcia em relaçãoao
mercado brasileiro de bebidas não alcoólicas: "Ele
ainda não é explorado totalmente e seu potencial
latente deve explodir nos próximos cinco anos. Por
incrível que pareça,os menoresfabricantessãomuito
mais ousadose criativos do que os chamadosgran-
dese irão alavancaresteprocesso,como fizeram com
o segmento dietético". ,

engarrafador
M:1m'-O