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Capítulo 5

Topologias de Redes de Computadores

1. Definição

A topologia de uma rede é um diagrama que descreve como seus elementos estão conectados.
Esses elementos são chamados de nós, e podem ser computadores, impressoras e outros equipamentos. A
topologia é a forma como os enlaces físicos e os nós de comutação estão interligados, determinando os
caminhos físicos que podem ser utilizados para comunicação. Seja qual for a topologia utilizada, é preciso
que sempre exista um caminho através de cabos, ligando cada equipamento, a todos os demais
equipamentos da rede.

Figura 1 – Exemplos de topologias.

Topologias podem ser descritas fisicamente e logicamente. A topologia física é a verdadeira


aparência ou layout da rede, enquanto que a lógica descreve o fluxo dos dados através da rede. A escolha
da topologia apropriada para uma determinada aplicação depende de vários fatores, sendo estabilidade,
velocidade, confiabilidade e custo os mais importantes. A distância entre os nós e o tamanho da rede,
também são fatores preponderantes. A topologia de uma rede descreve como é o layout do meio através do
qual há o tráfego de informações, e também como os dispositivos estão conectados a ele.

2. Topologias de redes WANs

A topologia de redes WAN é diferente da topologia de redes LANs e MANs. As redes WANs têm de
prover confiabilidade e ter bom desempenho. Por isso, essas redes devem ter caminhos alternativos,
garantindo uma redundância de rotas. Já as redes LANs e MANs devem ser compostas por meios físicos
com baixa taxa de erro. Os meios físicos nas LANs e MANs devem ser de alta velocidade, ter baixa taxa de
erro e baixo custo.

2.1. Topologia totalmente ligada

Nesse tipo de topologia, todas os hosts ligados entre si através de caminhos dedicados. A troca de
mensagens é feita diretamente. Não há a necessidade de roteamento. Pode haver comunicações
simultâneas. Uma grande desvantagem é o custo elevado, devido ao número de enlaces e interfaces e para
N hosts são necessárias N(N – 1)/2 ligações. Como essa topologia exige N(N – 1)/2 enlaces para cobrir
uma rede com N hosts, torna-se inviável na prática, pois o número de enlaces cresce na proporção direta do
quadrado do número de hosts da rede. A Figura 2 ilustra esse tipo de topologia.

Figura 2 – Topologia totalmente ligada.

2.2. Topologia em anel

Existe apenas um número mínimo de enlaces entre os hosts da rede, visando a máxima economia e
simplificação (é o oposto da rede totalmente ligada). Normalmente os enlaces são do tipo simplex, o que
faz com que a rede tenha um sentido único (horário ou anti-horário, por exemplo), ou seja, as mensagens
devem circular o anel para ir da origem ao destino. Como não possui enlaces alternativos, não oferece
tolerância à falhas e nem condições de contorno para o baixo desempenho por congestionamento de um
determinado enlace. Portanto apesar de econômica, não se mostra adequada a redes de longa distância.
Como desvantagens podemos citar:

Desempenho pior, pois há aumento no retardo de transmissão;


Baixa confiabilidade. A inexistência de caminhos alternativos torna essa topologia pouco confiável.

A Figura 3 ilustra essa topologia.


Figura 3 – Topologia em anel.

2.3. Topologia parcialmente ligada

Observando as características das duas topologias anteriores, somos levados a uma topologia
intermediária, que é utilizada pela maioria das redes geograficamente distribuídas: a topologia parcialmente
ligada.
A topologia parcialmente ligada é o meio termo entre a totalmente ligada e a topologia em anel.
Alguns pares de hosts não possuem ligação direta, mas podem se comunicar através de hosts
intermediários (encaminhadores). Ela oferece possibilidade de um certo número de enlaces alternativos e,
portanto, oferece alguma tolerância a falhas e condições de contorno para congestionamento. Nessa
topologia há a necessidade de roteamento. O repasse de dados destinados a outro host é feito por meio
desse roteamento.

Figura 4 – Topologia parcialmente ligada.

3. Topologias de redes LANs e MANs

Como dito anteriormente, as redes locais (LAN) e metropolitanas (MAN) apresentam condições
diferentes das redes geograficamente distribuídas. As distâncias menores propiciam a utilização de um
número maior de enlaces, o que melhora o desempenho e a confiabilidade. Além disso, as taxas de erro
tendem a ser menores do que nas redes geograficamente distribuídas, tanto em função da distância quanto
pelo meio utilizado. Taxas de erro menores aumentam a confiabilidade e o desempenho (minimizando
correções e retransmissões). As 4 topologias mais utilizadas em redes locais e metropolitanas são:
barramento, anel, estrela e árvore.

3.1. Topologia em barramento

Este tipo de topologia foi muito utilizado nas redes durante os anos 80 e até meados dos anos 90.
Nesta topologia (também chamada de topologia linear), todos os nós são conectados diretamente no
barramento (mesmo cabo), sendo que o sinal gerado por um host propaga-se ao longo do barramento em
todas as direções. Funciona em modo multiponto, isto é, o que um host está transmitindo, em um
determinado momento, passa por todos os outros hosts, e estes podem “ouvir” o que está sendo
transmitido.
Normalmente, essa topologia utiliza cabo coaxial, que deverá possuir um terminador resistivo em
cada ponta, conforme ilustra a Figura 5. O tamanho máximo do trecho da rede está limitado ao limite do
cabo, 185 metros no caso do cabo coaxial fino. Este limite, entretanto, pode ser aumentado através de um
periférico chamado repetidor, que na verdade é um amplificador de sinais.
Figura 5 – Topologia em barramento (uso de terminadores).

O princípio de funcionamento é bem simples: se um host deseja transmitir, ele verifica se o meio
está ocupado, se estiver desocupado, o host inicia sua transmissão; se apenas aquele host desejava
transmitir, a transmissão ocorre sem problemas. Como todas as estações compartilham um mesmo cabo,
somente uma transação pode ser efetuada por vez, isto é, não há como mais de um micro transmitir dados
por vez. Quando mais de uma estação tenta utilizar o cabo, há uma colisão de dados. Quando isto ocorre, a
placa de rede espera um período aleatório de tempo até tentar transmitir o dado novamente. Caso ocorra
uma nova colisão, a placa de rede espera mais um pouco, até conseguir um espaço de tempo para
conseguir transmitir o seu pacote de dados para a estação receptora.
A conseqüência direta desse problema é a velocidade de transmissão. Quanto mais estações forem
conectadas ao cabo, mais lenta será a rede, já que haverá um maior número de colisões (lembre-se que
sempre em que há uma colisão o micro tem de esperar até conseguir que o cabo esteja livre para uso).
Cada nó atende por um endereço no barramento, portanto, quando um host conectado ao
barramento reconhece o endereço de uma mensagem, este a aceita imediatamente, caso contrário, a
despreza.
Outro grande problema na utilização da topologia linear é a instabilidade. Como você pode observar
na Figura 4, os terminadores resistivos são conectados às extremidades do cabo e são indispensáveis.
Caso o cabo se desconecte em algum ponto (qualquer que seja ele), a rede "sai do ar", pois o cabo perderá
a sua correta impedância (não haverá mais contato com o terminador resistivo), impedindo que
comunicações sejam efetuadas - em outras palavras, a rede pára de funcionar. Como o cabo coaxial é
vítima de problemas constantes de mau-contato, esse é um prato cheio para a rede deixar de funcionar sem
mais nem menos, principalmente em ambientes de trabalho tumultuados. Vamos enfatizar: basta que um
dos conectores do cabo se solte para que todos os micros deixem de se comunicar com a rede. E, por fim,
outro sério problema em relação a esse tipo de rede é a segurança. Na transmissão de um pacote de
dados, todas as estações recebem esse pacote. No pacote, além dos dados, há um campo de identificação
de endereço, contendo o número de nó de destino. Desta forma, somente a placa de rede da estação de
destino captura o pacote de dados do cabo, pois está a ela endereçada.

Nota: Número de nó (node number ou MAC address ou Ethernet Address) é um valor gravado na placa de
rede de fábrica (é o número de série da placa). Teoricamente não existe no mundo duas placas de rede
com o mesmo número de nó.

3.2. Topologia em anel

Uma rede em anel consiste em hosts conectados através de um caminho fechado. Cada host não
está diretamente ligado ao anel, mas possui repetidores que a conectam ao anel. O anel pode ser simples
ou duplo (FDDI, por exemplo), para permitir que a rede continue operando mesmo em caso de falha. O
aumento do número de hosts no anel ou do comprimento físico do mesmo geralmente implica em atrasos
maiores nas comunicações, e, portanto, ambos são limitados. A Figura 6 ilustra essa topologia.

Figura 6 – Topologia em anel.


Os principais objetivos dessa topologia são: diminuir o número de ligações e simplificar o tipo de
ligação, pois a mesma utiliza canais de comunicação simplex. O anel terá um sentido único de orientação.
As mensagens devem circular o anel para ir da origem ao destino. Como desvantagens podemos citar:

Desempenho pior, pois há aumento no retardo de transmissão;


Baixa confiabilidade. Como cada nó participa do processo de transmissão de qualquer
mensagem que circule na rede, a confiabilidade do conjunto depende da confiabilidade de todos
os nós, sendo necessário introduzir mecanismos de proteção para eliminar automaticamente do
anel nós que possuam falhas, a fim de que essa situação não afete todo o sistema. Isso é
comum nas redes FDDI.

Normalmente, as interfaces de rede são projetadas para isolar o host local, em caso de falhas, para
não prejudicar a operação do anel. Entretanto, a quebra de um único enlace nessa topologia é suficiente
para paralisar a rede toda.
Um exemplo de rede local em anel é a Token Ring, onde a estação que deseja transmitir deve esperar
sua vez e então enviar a mensagem ao anel, na forma de um pacote que possui, entre outras informações,
o endereço fonte e destino da mensagem. Quando o pacote chega ao destino, os dados são copiados em
um buffer auxiliar local e o pacote prossegue através do anel até fazer toda a volta e chegar novamente na
estação origem, que é responsável por tirá-lo de circulação.

3.3. Topologia em estrela

Esta é a topologia mais recomendada atualmente. A topologia em estrela possui um nó central,


interligando todos os hosts através de técnicas como chaveamento ou comutação.
Ao contrário da topologia em barramento onde a rede inteira pára quando um trecho do cabo se
rompe, na topologia em estrela apenas a estação conectada pelo cabo pára. Além disso, temos a grande
vantagem de podermos aumentar o tamanho da rede sem a necessidade de pará-la. Na topologia em
barramento, quando queremos aumentar o tamanho do cabo necessariamente devemos parar a rede, já
que este procedimento envolve a remoção do terminador resistivo.
Importante notar que o funcionamento da topologia em estrela depende do periférico concentrador
utilizado, se for um hub ou um switch. No caso da utilização de um hub, a topologia fisicamente será em
estrela, porém logicamente ela será uma rede de topologia em barramento. O hub é um periférico que
repete para todas as suas portas os pacotes que chegam, assim como ocorre na topologia em barramento.
Em outras palavras, se a estação 1 enviar um pacote de dados para a estação 2, todas as demais estações
recebem esse mesmo pacote. Portanto, continua havendo problemas de colisão e disputa para ver qual
estação utilizará o meio físico.
Já no caso da utilização de um switch, a rede será tanto fisicamente quanto logicamente em estrela.
Este periférico tem a capacidade de analisar o cabeçalho de endereçamento dos pacotes de dados,
enviando os dados diretamente ao destino, sem replicá-lo desnecessariamente para todas as suas portas.
Desta forma, se a estação 1 enviar um pacote de dados para a estação 2, somente esta recebe o pacote de
dados. Isso faz com que a rede torne-se mais segura e muito mais rápida, pois praticamente elimina
problemas de colisão. Além disso, duas ou mais transmissões podem ser efetuadas simultaneamente,
desde que tenham origem e destinos diferentes, o que não é possível quando utilizamos topologia em
barramento ou topologia em estrela com hub.
Uma das principais desvantagens é em relação à confiabilidade, pois problemas no nó central
causam a parada de todo o sistema. Outro problema é o da modularidade. Existe uma grande dependência
do nó central, que possui um número de portas limitado, consequentemente, a capacidade de chaveamento
também o é. A solução é garantir um nó central confiável, modular, e com alta capacidade e descentralizar
usando árvores. A Figura 7 ilustra esse tipo de topologia.
Figura 7 – Topologia em estrela.

Na topologia em estrela, o nó central (hub ou switch) pode apenas gerenciar a comunicação, ou


adicionalmente, realizar funções de processamento comuns, gerência de segurança, etc. Redes em estrela
apresentam baixa tolerância a falhas com respeito ao nó central. Se ele parar, toda a rede também para de
operar. Além disso, a escalabilidade do sistema (ou seja, sua capacidade de crescimento através da
adição de novos hosts) fica limitada à escalabilidade do nó central. Freqüentemente pode ser necessário
trocar o nó central para poder crescer. O nó central também pode ser tornar o gargalo da rede em termos
de desempenho, dependendo da quantidade de processamento envolvida no encaminhamento de
mensagens e do número de hosts que desejam se comunicar simultaneamente.

3.4. Topologia em árvore

Podemos dizer que este tipo de rede é formado por estrelas conectadas entre si. É o caso de
conexões de múltiplos hubs ou switches. É bastante comum nas redes modernas que possuam um número
grande de equipamentos.

Figura 8 – Topologia em árvore.

4. A razão para topologias múltiplas

Cada topologia tem vantagens e desvantagens. Uma topologia em anel torna mais fácil aos
computadores coordenarem o acesso e detectarem se a rede está operando corretamente. Porém, uma
rede inteira em anel é desativada se um dos cabos é cortado. Uma topologia em estrela ajuda a proteger a
rede de danos em um único cabo, já que cada cabo conecta somente uma máquina. Um barramento exige
menos fios que uma estrela, mas tem a mesma desvantagem de um anel: uma rede é desativada se alguém
acidentalmente corta o cabo principal.

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