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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

Engenharia Electrónica (Laboral)

Disciplina: Comunicação Sem Fio

Tecnologias de interligação em Redes

Discentes: Coimbra, Paulo Moreira Tomo

Jaime, Dénio Rezília Fátima

Pedro, Elves Benjamim

Docentes: Engº Luiz Massango

Engº Helder Baloi

Maputo, Abril de 2024


1. Introdução
Neste trabalho, serão estudadas as tecnologias de interligação em redes. A interligação
de redes é uma ligação entre duas ou mais unidades comunicantes que visam prover o
envio e recepção de informações entre pontos extremos, essa ligação pode ser feita de
duas formas, física ou lógica.
No primeiro capítulo, será descrito os tipos de comutação em redes, dando mais enfase a
comutação de pacotes, em seguida, far-se-á uma associação das camadas do X25 ao
modelo OSI, e por fim, descreveremos os protocolos usados no X25.

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No segundo capítulo, será descrito a função do PAD – Packet Assembler/Disassembler
e identificaremos os métodos de conexão.
No terceiro e último capítulo, seá descrito as características gerais da tecnologia frame
relay, em seguida, faremos a comparação entre o frame relay e o X25, e por fim,
descreveremos os parâmetros de serviços: CIR – Commited Information Rate e bits em
excesso.

2. Objectivos
2.1 Gerais
 Estudar as tecnologias de interligação em Redes.
2.2 Específico
 Descrever a técnica de comutação de pacotes;
 Associar as camadas do X25 ao modelo OSI;
 Descrever os protocolos usados no X25;
 Descrever a função do PAD – Packet Assembler / Disassembler;
 Identificar os métodos de conexão; Conhecer as características gerais da
tecnologia frame relay.
 Comparar o frame relay com o X25;
 Conhecer os parâmetros de serviço: CIR – Commited Information Rate e bits em
excesso; Etc.

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Comutação
Refere-se à alocação dos recursos da rede para a transmissão pelos diversos dispositivos
conectados.
Tipos de Comutação
 Comutação de Circuitos
 Comutação de Pacotes

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Figura 1 – tipos de comutação
Comutação de Circuitos
Em uma rede comutada por circuito, os comutadores das operadoras estabelecem um
caminho físico entre as extremidades (sistemas finais) que querem se comunicar. Isso é
necessário porque você não tem uma conexão directa com cada telefone que você queira
chamar. Uma vez estabelecido, o circuito é dedicado exclusivamente à transmissão
actual. Completando a transmissão, esse circuito dedicado é liberado e disponibilizado
para outra transmissão. Assim, a comutação por circuito promove o compartilharnento
de recursos, pois os mesmos circuitos podem ser usados para diferentes transmissões,
embora não simultaneamente (pelo menos é isso que a operadora de telefonia espera: Os
usuários de uma mesma central não devem usar ao mesmo tempo seus equipamentos...).

Figura 2 – comutação de circuitos


Vantagens:
 Garantia de recursos;
 Disputa pelo acesso somente na fase de conexão;
 Não há processamento nos nós intermediários (menor tempo de transferência);
 Controle nas extremidades.

Desvantagens:

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 Desperdício de banda durante períodos de silêncio (problema para transmissão
de dados);
 Sem correção de erros;
 Probabilidade de bloqueio (Circuitos ocupados em um instante).

Comutação de Pacotes
Na comutação de pacotes a origem envia uma informação para a rede dentro de um
pacote que leva o endereço de destino no seu cabeçalho. O pacote é então transmitido
pela rede e esta escolhe o melhor caminho para a sua transmissão.

Figura 3 – comutação de pacotes

Características
 Não há estabelecimento de nenhum caminho físico dedicado entre o emissor e o
receptor;
 Assemelha-se a comutação de mensagens, contudo as informações a serem
enviadas são quebradas em pacotes(unidades de tamanho limitado);
 Cada pacote contém um cabeçalho com informação que permite o seu
encaminhamento pela rede;
 Os pacotes são comutados individualmente e enviados de nó para nó entre a
origem e o destino (store and forward;
 Pacotes pertencentes a mesma mensagem podem seguir caminhos diferentes até
chegar ao destino.
 O enlace de ligação entre dois nós consecutivos é agora compartilhado por
pacotes de outras proveniências e com outros destinos.

Vantagens
 Uso otimizado do meio
 Ideal para dados
 Erros recuperados no enlace onde ocorreram

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 Dividir uma mensagem em pacotes e transmitilos simultaneamente reduz o
atraso de transmissão total da mensagem

Desvantagens
 Sem garantias de banda, atraso e variação do atraso (jitter)
 Por poder usar diferentes caminhos, atrasos podem ser diferentes.
 Ruim para algumas aplicações tipo voz e vídeo
 Overhead de cabeçalho
 Disputa nó-a-nó
 Atrasos de enfileiramento e de processamento a cada nó

A comutação por pacotes pode ainda ser efetuada de duas formas distintas:

 Datagrama
 Circuito Virtual

Datagrama

Cada pacote tem um tratamento independente, sem qualquer ligação com o tratamento
dado nos nós aos pacotes anteriores. Assim os pacotes , devidamente numerados com
número de sequência pelo emissor, transportam sempre consigo informação relativa ao
endereço do destinatário e do remetente da mensagem.

Figura 4 - datagrama

Circuito Virtual

Outra forma de comutação de pacotes é através da criação de circuitos virtuais. Nesse


caso também não existem recursos dedicados a uma transmissão, e os pacotes
individuais de uma comunicação são misturados com outros, de outras fontes. A
diferença dessa técnica para a comutação de pacotes pura é que alguns pacotes iniciam
um estabelecimento de chamada, chegando ao destinatario e retornando antes de se
iniciar a transmissão dos dados. Existe portanto uma conexão. Mas para os usuários

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finais, é como se existisse um canal permanente, pois uma vez que o caminho esteja
estabelecido, todos os pacotes seguem pelo mesmo trajeto.

Figura 5 – circuitos virtuais

Associação das camadas do X.25 ao modelo OSI


X.25 é um conjunto de protocolos de acesso a redes de comunicação de dados com
tecnologia de comutação de pacotes, especificado pela Recomendação X.25 do ITU-T
(Série X, número 25), independente do meio físico de transmissão de dados.

Tipos de acesso

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O protocolo X.25 permite o acesso a redes públicas ou privadas operando com a
comutação de pacotes sendo orientado a bit. A transmissão de dados ocorre entre o
terminal cliente denominado de Data Terminal Equipment (DTE) e um equipamento de
rede denominado Data Circuit-terminating Equipment ou Data Communications
Equipment (DCE). A transmissão dos pacotes de dados é realizada através de um
serviço orientado a conexão (a origem manda uma mensagem ao destino pedindo a
conexão antes de enviar os pacotes), garantindo assim a entrega dos dados na ordem
correta, sem perdas ou duplicações.

O X.25 trabalha com três camadas do Modelo OSI:

Camada Física: define as características mecânicas e eléctricas da interface do


Terminal e da Rede. A transmissão é feita de modo síncrono e full duplex.

Camada de Enlace: responsável por iniciar, verificar e encerrar a transmissão dos


dados na ligação física entre o DTE e o DCE. Responsável pelo sincronismo, detecção e
correcção de erros durante a transmissão.

Camada de Rede: responsável pelo empacotamento dos dados. Define se a transmissão


será realizada por Circuito Virtual (conexões temporárias, estabelecidas somente no
momento da comunicação) ou por Circuito Virtual Permanente (conexões permanentes,
não existe a necessidade de realizar uma chamada para estabelecer conexão).

Descrição dos protocolos usados no X25


O conjunto de protocolos do X25 especifica as três camadas inferiores do modelo OSI.
Os seguintes protocolos são tipicamente usados numa implementação do X25: Packet
Layer Protocol(PLP), Link Access Procedure Balanced(LAPB), e outras interfaces
seriais da camada física (como EIA/TIA-232, EIA/TIA-449, EIA-530 e G.703).

Figura 6 - Mapeamento dos protocolos X.25 para modelo OSI

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1. Packet Layer Protocol(PLP)
O PLP é o protocolo da camada de rede do X25. O PLP administra as trocas de pacote
entre dispositivos DTE através dos circuitos virtuais do X25. O PLPs também pode
operar na camada de controle lógico (LLC2-Logical Link Control) nas LANs e em
redes digitais de serviços integrados(RDSI).

O PLP opera em cinco modos distintos: call setup, data transfer, idle, call clearing,
and restarting.

 Modo call setup: é utilizado para estabelecer SVCs entre DTEs. O PLP usa o
esquema de endereçamento X.21 para configurar o circuito virtual. O modo call
setup é executado na base de um "per-virtual-circuit ", o que significa que um
circuito virtual pode entrar no modo setup enquanto outro está em transfer mode.
Este modo é usado somente com SVCs e não com PVCs.

 Modo data transfer:é usado para transferir dados entre dois DTEs através de
um circuito virtual, neste modo, o PLP manipula segmentação e remontagem, bit
padding, e controle de erro e de fluxo. Este modo é executado na base de um
"per-virtual-circuit" e é utilizado em PVCs e SVCs.

 Modo idle é usado quando um circuito virtual é estabelecido, mas a


transferência de dados não está ocorrendo, ele é executado na base de um "per-
virtual-circuit basis" e é usado somente com SVCs.

 Modo call clearing é utilizado para finalizar sessões de comunicação entre


DTEs e também para finalizar SVCs. Este modo é executado na base de um
"per-virtual-circuit" e é usado somente com SVCs.

 Modo restarting é usado para sincronizar transmissão entre um DTE e um DCE


conectado localmente. Este modo não é executado na base de um "per-virtual-
circuit" e afeta todos os estabelecidos circuitos virtuais do DTE.

2. Link Access Procedure Balanced(LAPB)


O LAPB é a camada de enlace de dados do modelo OSI que administra a comunicação e
fluxo de pacote entre o DTE e os dispositivos de DCE. LAPB é um protocolo orientado
a bit que assegura que os quadros contendo dados estão correctamente ordenados e
livres de erros.

3. X21bis Protocol
O X21bis é um protocolo da camada física e define os procedimentos eléctricos e
mecânicos utilizados nos meios de transmissão. O X21bis controla a activação e

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desactivação do meio físico que conecta o DTE e dispositivos de DCE. Ele suporta as
conexões ponto-a-ponto com velocidades de até 19.2kbps, e transmissão síncrona, full-
duplex com quatro fios.

Comparação entre Frame Ralay e X.25


Frame Relay X.25
Tem taxa de dados informal Tem taxa de dados fixa
Ele realiza multiplexação e comutação na Ele realiza multiplexação e comutação na
camada de enlace de dados camada de rede
O Frame Relay não oferece suporte a Ele executa erros de salto a salto e
erros de salto a salto e controle de fluxo. controle de fluxo na camada de enlace de
dados.
Ele não oferece suporte a fluxo de ponta Ele executa o fluxo de ponta a ponta e o
a ponta e controle de erros. controle de erros na camada de rede
O controle de congestionamento é O controle de congestionamento não é
necessário no frame relay. necessário no X.25.
A sinalização de controle de chamadas O X.25 usa os mesmos dados para
requer conexão lógica separada dos sinalização de controle de chamada.
dados do usuário.

Parâmetros de serviços
Average Rate (débito médio)
Para um dado intervalo definido, o débito médio é igual ao número de bits gerados pela
fonte dividido pela duração do intervalo. Um mecanismo de controlo do débito médio
requer dois parâmetros: uma janela temporal e o número de bits que é possível
transmitir nessa janela.
Peak Rate (débito de pico)
O débito de pico é o débito instantâneo máximo de uma conexão.
AR - Access Rate
Capacidade do canal físico para acesso ao serviço. O débito instantâneo do utilizador é limitado
pela capacidade do canal de acesso

CIR - Committed Information Rate


Débito médio na interface de acesso que a rede deve garantir em condições normais. CIR é
definido num intervalo T (tipicamente da ordem de 1s) não directamente especificado.

Acima do CIR, é frequentemente dada uma permissão de largura de banda expansível, cujo
valor pode ser expresso em termos de taxa adicional, conhecida como taxa de informação
excedente (EIR), ou como seu valor absoluto, taxa de informação de pico (PIR). O provedor
garante que a conexão sempre suportará a taxa CIR e, às vezes, a taxa EIR, desde que haja
largura de banda adequada.

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Bc - Committed Burst Size
Máxima quantidade de informação que a rede aceita transferir em condições normais
durante um intervalo T, indirectamente definido pela relação Bc = CIR * T.
É possível transmitir um burst máximo Bc com débito instantâneo AR, desde que o valor
médio do débito (em qualquer intervalo T) não exceda CIR.
Be - Excess Burst Size
Máxima quantidade de informação (para além de B c) que a rede transmite
condicionalmente durante um intervalo T; B e = EIR * T, sendo EIR - Excess Information
Rate
Tráfego que num período T exceda Bc + Be é descartado incondicionalmente

Conclusão

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Referências Bibliográficas

1. https://pt.wikipedia.org/ windex.php?title=X.25.
2. https://efagundes.com
3. https://acervolima.com/comparação-entre-x-25-e-frame-relay/
4. FEUP/DEEC/RCD - Redes e Serviços Públicos de Comunicação de Dados -
2001/02 - MPR/JAR
5. José Ruela - FEUP/DEEC - Qualidade de Serviço em Redes de Comutação de
Pacotes - MIEEC – 2009/10

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