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Estado hipermetabólico
Doença de base
Trauma cirúrgico
Infecção
Outras complicações associadas
Manejo
O manejo envolve prevenção e tratamento das principais complicações
associadas (Figuras 1 e 2).
- Manejo hidroeletrolítico:
• Considerar volume drenado na fístula + perdas basais (diurese,perdas
insensíveis
• Repor magnésio, zinco e manganês – fístula alto débito
• Repor eletrólitos conforme níveis séricos e perdas conforme
dosagem no líquido drenado na fístula (alto débito) – Quadro 4
- Manejo infeccioso : diagnóstico e tratamento precoce de sepse e drenagem de
abscesso
- Manejo da pele: uso precoce de curativos com hidrocolóides. Fístulas altas
devido maior quantidade de bile e suco pancreático apresentam com maior
freqüência alterações cutâneas
- Terapia nutricional: depende da localização anatômica e volume drenado em 24
horas.
• NP associada a VO ou dieta enteral em fístulas de baixo débito se aporte
calórico por via enteral insuficiente
• NP exclusiva se TGI não funcionante ou fístula de alto débito
O NPO + NPT diminui o tempo de fechamento espontâneo da fístula e
diminui em 30 a 50% o volume das secreções intestinais.
- Manejo medicamentoso
A somatostatina é um peptídio de efeito inibitório sobre secreções gástrica,
pancreática, biliar e entérica, de ação redutora da motilidade intestinal. Tais
propriedades antisecretórias podem ser úteis na redução do débito da fístula.
Entretanto, o uso de somatostatina tem sido limitado por necessitar administração
intravenosa contínua, possuir meia vida de apenas 1 a 3 minutos e causar um efeito
rebote de hipersecreção de hormônio de crescimento, insulina e glucagon quando a
infusão é imperrompida (4,24). Sugere-se que sua administração seja interrompida
caso o débito da fístula não diminua dentro de 48 horas de tratamento
A octreotida, um análogo da somatostatina, possui meia vida de cerca de 2
horas e ausência de efeito rebote sobre hormônios e pode ter administração
subcutânea ou intra-muscular. Tais vantagens têm expandido sua utilidade clínica.
Suas propriedades são: aumento do tempo de trânsito intestinal, diminuição da
secreção endógena de fluidos e aumento da absorção de água e eletrólitos.
Entretanto, a comprovação de seus benefícios clínicos carece realização de ensaios
clínicos randomizados bem controlados.
O uso desses medicamentos pode diminuir o tempo de fechamento da
fístula, mas não altera de forma significativa a taxa de fechamento espontâneo.
Portanto, podem contribuir na estabilização dos pacientes com fístula no período
anterior à intervenção cirúrgica. O uso de somatostatina e octreotida não é aplicável
a todos os pacientes e não há consenso sobre dose, tempo de infusão e duração do
tratamento. Sua indicação é restrita às fístulas de alto débito, presentes por mais de
7 dias.
Bloqueadores de H2 e antagonistas da bomba de prótons podem contribuir
para a redução do débito da fístula, por exercerem efeito inibitório à secreção
gástrica .
- Manejo cirúrgico: deve ser a opção de tratamento após 6 semanas do surgimento
da fístula sem resolução. Está indicado na presença de obstrução intestinal,
comprometimento patológico do intestino, fístulas múltiplas, infecção perifistular
ou intra-abdominal, abscesso ou corpo estranho, orifício ou trajeto maior de 2cm,
deiscência completa de anastomose, evisceração, ou continuidade mucocutânea
(crescimento da mucosa intestinal em continuidade com a pele). Entretanto, também
existem complicações à intervenção cirúrgica, resultando em maior número de
laparotomias, principalmente enterotomias de repetição, extensa ressecção do
intestino (o que pode levar à síndrome do intestino curto), sepse intra-abdominal e,
ultimamente, morte.
Saliva 500-2000 10 26 10 30
Estômago 100-4000 60 10 130 -
Duodeno 100-2000 140 5 80 -
Íleo 100-9000 140 5 104 30
Cólon - 60 30 40 -
Pâncreas 100-800 140 5 75 115
Bile 50-800 145 5 100 35
Terapia nutricional:
Restauração das proteínas tissulares
Aumento das defesas gerais contra infecção
Cicatrização de tecidos
Aumento da força muscular
Ganho de peso
Melhora do estado geral
Fechamento da fístula
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Rev Bras Med 2005;62:372-7.
2.
Figura 1 - Fluxo para o manejo de fístulas gastrointestinais de baixo débito
Nutrição enteral
Acompanhamento diário
* débito
* complicaç ões metabólicas/infecciosas
* peso
Mantém baixo
S N
débito
Nutriç ão parenteral
Presença de
fatores que
S
perpetuam a
N fístula
Desnutrição
N S
Transição para VO
Nutrição parenteral
Acompanhamento diário
* débito
* complicações metabólicas/infecciosas
* peso
Fechamento da
N
fístula em 7 dias
Segue NP
Adiciona Octreotida
S
N Persiste fístula S
N Desnutrição Desnutrição
N
S
Transição para VO Considerar
cirurgia
Manter NP até
S recuperação
nutricional