Você está na página 1de 2

DEFINIÇÕES

PERICULUM IN MORA / FUMUS BONI IURIS

O Periculum in mora (perigo da demora) é pressuposto autorizador da concessão da


antecipação da tutela juntamente com o fumus boni iuris (fumaça do bom direito), cuja
previsão legal encontra-se no artigo 273 do Código de Processo Civil:

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os


efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou (Incluído pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)

II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório


do réu. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)

Misael Montenegro Filho: No que se refere ao periculum in mora, deve o autor


demonstrar que o fato de o magistrado não intervir de forma imediata pode importar
o perecimento do direito substancial a ser disputado pelas partes na ação principal, ou
seja, de que o não atuar do magistrado resultará prejuízo para a ação principal, com o
perecimento do bem ou do direito que seria naquele palco debatido, não se admitindo
osimples receio subjetivo do autor, reclamando-se a demonstração objetiva de que a
demora natural do processo ou que atos manifestados pelo réu põem em risco o resultado
do processo principal.( Curso de Direito Processual Civil: Medidas de Urgência, Tutela
Antecipada e Ação Cautelar, Procedimentos Especiais, 3. ed. São Paulo: Atlas,
2006.p.86.)

Marcus Vinicius Rios Gonçalves: “O exame do fumus boni juris não exige uma avaliação
aprofundada dos fatos, nem da relação jurídica discutida. A concessão da tutela cautelar
não pode constituir um prognóstico do que irá ocorrer no processo principal. É possível
que o juiz conceda, ainda que esteja pouco convencido de que o requerente possa sair
vitorioso no processo principal, quando verificar que o não-deferimento inviabilizará a
efetivação do direito, caso, apesar de tudo, ele venha a ser reconhecido”. (Novo Curso de
Direito Processual Civil, vol. 3, pag. 270).

Alexandre Freitas Câmara: “a nosso sentir, mais adequado se afigura definir o fumus
boni iuris com base no conceito de probabilidade, pois que este se liga, inexoravelmente,
ao de cognição sumária” (Lições de Direito Processual Civil. 4. ed. Rio de Janeiro:
Lúmen Júris: 2002. p. 30).

E segue “Como dito anteriormente, o fumus boni íurís não é requisito suficiente para a
concessão da medida cautelar. Outro requisito é exigido, e a ele se dá, tradicionalmente, o
nome de periculum in mora (ou seja, perigo na demora). Isto porque, como sabido, a
tutela jurisdicional cautelar é modalidade de tutela de urgência, destinada a proteger a
efetividade de um futuro provimento jurisdicional, que está diante da iminência de não
alcançar os resultados práticos dele esperados. É esta situação de perigo iminente que
recebe o nome de periculum in mora, sendo sua presença necessária para que a tutela
cautelar possa ser prestada pelo Estado-Juiz.” (Lições de Direito Processual Civil. 4. ed.
Rio de Janeiro: Lúmen Júris: 2002. p. 36).

Damásio de Jesus:

 fumus boni juris: é a plausibilidade do direito alegado, ou seja, a razoabilidade, não


a mera lógica; deve haver uma forte possibilidade de que a demanda será
procedente;

 periculum in mora: é o risco de lesão grave ou de difícil reparação. Para que este
requisito esteja preenchido, serão necessários três elementos:
- risco fundado: o risco deve ser concreto, não podendo estar no campo da mera
hipótese (ex.: um título levado à protesto);
- risco iminente: o risco deve ser próximo;
- grave ou de difícil reparação: refere-se ao dano processual, ou seja, o risco de que o
provimento do processo principal se torne inútil ou ineficaz. (DIREITO PROCESSUAL
CIVIL MÓDULO XVI - Processo Cautelar, p.4)

Você também pode gostar