Indicados para empresas que precisam treinar muitas pessoas ou
disseminar conteúdos importantes, mas não têm verba para contratar uma consultoria externa ou para deslocar o pessoal para capacitá-lo, os multiplicadores são profissionais dos próprios quadros que detém um conhecimento importante para os negócios, assumindo o papel de repassar seus conteúdos para um grupo ou até para toda a organização.
De acordo com Fabiola Barrela, consultora da Integração Escola de
Negócios, que ministra cursos, entre outros, de formação de multiplicadores, tudo é uma questão de demanda. Geralmente, essa figura é estratégica em termos de logística, para empresas com grande distribuição geográfica, passando por necessidades pontuais, como aprender a lidar com o sistema de gestão eletrônica ou mesmo para aumentar a adesão às avaliações de desempenho.“Muitos funcionários não aderem a essas avaliações porque não entendem os objetivos, não encaram como um processo de desenvolvimento de carreira, mas como algo punitivo”, explica. “É necessário explicar os objetivos, a metodologia, enfim, passar informações que gerem compreensão.”
O problema, segundo Fabiola, é que muitas empresas determinam
quem será o multiplicador por conta e risco, quando é preciso ficar claro que nem todo mundo se sente preparado ou quer assumir esse papel. “Tem gente tímida, que não gosta de se expor ou não se sente à vontade”, diz a consultora. Outro entrave é a questão do tempo disponível, já que o multiplicador, na maioria das vezes, soma essa atribuição às suas funções normais, sem qualquer vantagem financeira. “Neste caso, não basta o profissional deter o conhecimento, ele tem de querer, se sentir confortável para assumir esse papel.”
A Integração Escola de Negócios promove cursos e treinamentos para
a formação de multiplicadores em seus escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Também há a opção de realizar as aulas nas próprias empresas. A carga horária varia de 9, 16 e 32 horas, com limite de 20 pessoas por turma.
Confira a seguir as dicas da consultora na hora de eleger e treinar um
multiplicador:
- Como escolher o multiplicador
Tudo depende da demanda. De acordo com a consultora, o
multiplicador é, geralmente, um profissional da área de Recursos Humanos, que precisa dar ou explicar treinamentos, mas também pessoas de outras áreas, designadas para disseminar um conteúdo pronto ou a ser preparado para determinada ocasião. O importante é fazer um processo de seleção criterioso, com foco na demanda. “O ser humano tem capacidade para se desenvolver, portanto, todo mundo pode aprender a ser um multiplicador”, avisa Fabiola. “Mas tem de querer.”
- Apresentação e postura
Antes de qualquer coisa, para ser multiplicador a pessoa tem de deter
um conhecimento importante e ter credibilidade junto aos colegas da corporação. De qualquer forma, para disseminar um conteúdo com eficiência, a pessoa tem de aprender algumas técnicas para facilitar a aprendizagem e reter a atenção dos colegas. Isso implica, por exemplo, em saber usar a voz e o gestual, bem como lidar com recursos audiovisuais nas apresentações, tornado-as mais lúdicas e interessantes.
- Metodologia e interação
O papel de multiplicador nada mais é do que o de um educador. Por
isso, conforme explica a consultora, é muito importante que o multiplicador aprenda uma metodologia de ensino, já que ele vai lidar com aprendizagem de adultos. “Tem gente que tem mais facilidade para reter informações visualmente outros a partir de associações, e o multiplicador precisa ter essa sensibilidade, estar atento ao perfil dos colegas”, explica. Também é preciso valorizar a bagagem que cada um traz e saber ouvir, criando situações para as pessoas interagirem. Segundo Fabiola, um dos problemas de multiplicadores despreparados é a pessoa assumir uma postura arrogante e de superioridade, quando seu papel pede generosidade para compartilhar conhecimentos. “O multiplicador não ministra aula, ele facilita o aprendizado.”