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O antidepressivo é uma droga de origem psiquiátrica indicada no tratamento dos transtornos do estado do ânimo e do humor.

Apesar do nome, a depressão não é sua única indicação. Os antidepressivos também podem ser usados em outros distúrbios
psiquiátricos como transtorno bipolar, distúrbios de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, e até
em doenças orgânicas como a fibromialgia (leia: FIBROMIALGIA - Sintomas e tratamento) e tensão pré-menstrual (leia: TUDO
SOBRE A TPM - TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL).

Introdução

Os primeiros antidepressivos foram descobertos na metade do século XX. Com o passar do tempo, novas classes de
antidepressivos foram sendo desenvolvidas, e com a diminuição dos efeitos colaterais, o seu uso se popularizou. Em países da
Europa cerca de 3 a 7% da população usam corriqueiramente algum tipo de antidepressivo entre as dezenas de drogas
diferentes que se encaixam neste grupo.

Não se sabe exatamente as causas da depressão, mas a concentração cerebral de algumas substâncias químicas, chamadas
de neurotransmissores, estão envolvidas neste processo. As principais são a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. A ação
dos diferentes antidepressivos passam pela regulação dessas substâncias.

Não é meu objetivo escrever um compêndio de farmacologia específico sobre antidepressivos. Vou citar as principais classes e
tecer alguns comentários acerca dos efeitos colaterais e interações dos antidepressivos mais prescritos no mundo. A leitura da
bula médica por leigos pode trazer muita confusão, e o medo de desenvolver  algum dos efeitos colaterais descritos é muitas
vezes a causa do abandono do tratamento por parte do paciente. Explicarei como funcionam os antidepressivos e darei maior
ênfase aos efeitos adversos mais comuns entre cada classe.

Para evitar um texto muito extenso, vou dividi-lo em partes. Nesta primeira abordarei os inibidores seletivos da recaptação de
serotonina (ISRS). Posteriormente escreverei sobre os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos, os inibidores da recaptação da
serotonina/noradrenalina, inibidores da MAO e antidepressivos atípicos.

Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)

- Fluoxetina (Prozac®, Daforin®, Prozen®, Psipax®)


- Sertralina (Zoloft®, Assert®, Serpax®)
- Paroxetina (Seroxat®, Dropax®, Paxil®, Benepax®, Pondera®, Parox®)
- Citalopram (Celexa®, Cipramil®, Cipram® Città®, Zyban®, Procimax®)
- Escitalopram (Cipralex®, Lexapro®)

Os ISRS são a classe de antidepressivos mais prescrita no mundo. São drogas relativamente novas - a primeira droga desta
classe, a fluoxetina, o famoso Prozac®, começou a ser comercializada em 1987 -, seguras mesmo em doses elevadas, bem
toleradas e com perfil de efeitos colaterais leves.

Como agem os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)?

A serotonina é um um neurotransmissor, uma substância envolvida na comunição dos neurônios, associada a regulação do
humor, emoções, sono e apetite. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina agem impedindo a retirada da serotonina
da fenda sináptica, local onde este neurotransmissor exerce suas ações. Deste modo, a serotonina permanece disponível por
mais tempo, causando melhora no humor dos pacientes.

Como qualquer droga antidepressiva, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina demoram pelo menos 2 semanas
para começarem a fazer efeito e até 8 semanas para atingirem seu potencial máximo.

O principal efeito adverso desta classe são as disfunções sexuais, nomeadamente diminuição da libido e dificuldades em se
atingir o orgasmo, motivo pelo qual estas drogas podem ser usadas no tratamento da ejaculação precoce (leia: TRATAMENTO
DA EJACULAÇÃO PRECOCE). Outros efeitos colaterais comuns incluem náuseas e insônia.

O uso desta classe de antidepressivos deve ser feito com cuidado em jovens abaixo dos 24 anos devido a uma maior
incidência de pensamentos suicidas nas primeiras semanas de tratamento.

Também existe um maior risco de pequenos sagramentos, o que torna a associação com anticoagulantes, como varfarina, e
com antiagregantes plaquetários, como aspirina e clopidogrel, indesejável.

Nunca se deve usar nenhum antidepressivo ISRS junto com os antidepressivos inibidores da MAO. É preciso sempre haver um
espaço de no mínimo 14 dias entre o uso de um e outro. Esta associação pode ser fatal.

a) Fluoxetina (Prozac®, Daforin®, Prozen®, Psipax®)

A fluoxetina foi o primeiro ISRS lançado no mercado. A sua fácil posologia de 1 comprimido por dia e o seu perfil de efeitos
adversos leves, principalmente quando comparado às drogas existente na época, tornaram-na rapidamente a 2º droga mais
vendida nos EUA durante o início da década de 90 e o principal antidepressivo no mundo.

A dose efetiva da fluoxetina é 20 mg por dia, quantidade capaz de manter até 80% da serotonina cerebral atuando por mais
tempo. É importante lembrar que seu efeito clínico só começa a ser relevante a partir da 3º semana de uso. Pacientes que não
respondem até 6 semanas podem ter sua dose elevada progressivamente até o máximo de 80 mg/dia. Quando suspensa, a
fluoxetina ainda permanece viável na circulação por mais 4 a 6 dias, sendo a droga desta classe com maior meia-vida.

Já existe uma nova formulação de fluoxetina que pode ser tomada 1x por semana.

Os efeitos colaterais mais frequentes da fluoxetina são nauseas, insônia, redução da libido, retardo na ejaculação, tremores,
redução do apetite, astenia e ansiedade. Em geral são efeitos que surgem no início do tratamento e desaparecem com o
tempo. Se as alterações sexuais não melhorarem, a associação com buspropiona ou buspirona costuma resolver o problema.

Medicamentos não devem ser usados junto com fluoxetina (e outros ISRS) sem autorização médica explícita:
- Álcool, analgésicos opióides, varfarina, carbamazepina, antiinflamatórios, sibutramina, tamoxifeno, tramadol, fenitoína, outros
antidepressivos.

b) Sertralina (Zoloft®, Assert®, Serpax®)

A sertralina é um antidepressivo presente no mercado desde 1992.

Sua dose efetiva é de 50mg/dia podendo ser aumentada até 200mg/dia.

O perfil da sertralina é muito semelhante ao da fluoxetina, por isso vou me ater somente as diferenças significativas.

Os efeitos colaterais são semelhantes, porém, as queixas de náuseas costumam ser mais frequentes com a sertralina do que
com outros antidepressivos ISRS. Porém, a sertralina parece ter uma taxa de sucesso no tratamento da depressão até 40%
maior que a fluoxetina.

c) Paroxetina (Seroxat®, Dropax®, Paxil®, Benepax®, Pondera®, Parox®)

A paroxetina foi lançada logo após a sertralina, em 1993.

Sua dosagem varia entre 20mg/dia a 50mg/dia.

Ao contrário da fluoxetina e da sertralina que podem causar ansiedade e agitação, a paroxetina mais frequentemente causa
sonolência. A disfunção sexual parece ser mais frequente com a paroxetina quando comparado com os outros ISRS. Sintomas
de boca seca e ganho de peso também são mais comuns com esta droga.

Apesar do pior perfil de efeitos adversos, a paroxetina parece ser o antidepressivo mais eficaz desta classe.
d) Citalopram (Celexa®, Cipramil®, Cipram® Città®, Zyban®, Procimax®)

O citalopram apresenta como principal característica o fato de ser o ISRS com menos efeitos colaterais de ordem sexual.
Também parece ser o melhor antidepressivo desta classe para pacientes com quadros de ansiedade associado.

A dose indicada de citalopram é 20mg/dia, podendo chegar até 60mg/dia.

e) Escitalopram (Cipralex®, Lexapro®)

Lançado em 2001, o escitalopram é um derivado do citalopram com maior poder de ação. 10 mg de escitalopram apresentam a
mesma eficácia de 40 mg de citalopram. A sua dose indicada varia entre 10mg/dia e 20mg/dia.

Porém, quando tomados em dose equivalentes, o escitalopram apresenta a mesma eficácia e perfil de efeitos colaterais do
citalopram.

Leia mais: http://www.mdsaude.com/2010/04/antidepressivos-escitalopram-citalopram.html#ixzz1HixfVGa9

Psicofármacos / Antidepressivo

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Lexapr
o

O que é ?
O Lexapro é o escitalopram, uma antidepressivo inibidor da recaptação da serotonina.

Para que serve ?


Sua principal finalidade é tratar todas as formas de depressão e transtorno do pânico.

Como é usado ?
A dose recomendada são de 10 a 20mg por dia, não há estudos feitos com menores de 18 anos, na gestação e amamentação
também não, o que não proíbe seu uso que quando feito deverá antes ter sido avaliada a relação do custo x o benefício
proporcionado. Não há problemas no uso em pessoas com insuficiência renal leve ou moderada, mas pessoas com
insuficiência grave devem ser monitoradas com cautela. Pessoas com insuficiência hepática devem tomar 5mg por 2 a 4
semanas antes de se elevar para a dose terapêutica de 10 ou 20mg. Há medicações que bloqueiam as enzimas que
metabolizam o escitalopram como o omeprazol. Como os trombócitos (espécie de "saquinhos" que circulam pelo sangue e
contribuem com o estancamento hemorrágico) também utilizam recaptadores da serotonina, esses antidepressivos podem
afetar a colagulação, especialmente se dados junto a medicações que interferem nisso como a aspirina e os anticoagulantes
em geral.

Principais efeitos
O Lexapro é uma medicação bastante específica, atuando muito na inibição da recaptação da serotonina e pouco sobre outros
neurotransmissores, isto significa que é uma medicação com poucos, ou quando presente, leves efeitos colaterais. A prática
confirma isso. Ao contrário dos antidepressivos tricíclicos ou tetracíclicos sua interferência sobre o ritmo cardíaco é mínima,
sendo assim recomendado para pacientes com este tipo de problema cardíaco. Os principais efeitos colaterais encontrados
foram: tonteiras, cefaléia e náuseas. Perda de apetite, tonteiras, tremores, diarréia, boca seca., sensação de cansaço,
tonteiras, prisão de ventre e visão embaçada

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