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COMÉRCIO JUSTO E REDES ASSOCIATIVAS

Canais de Comercialização para Apicultura e Meliponicultura

José Renato Sanches Negreiros


Consultor de Agronegócios
COMÉRCIO JUSTO
O Comércio Justo é um movimento internacional que
surgiu para a promoção de condições de mercado mais
justas, entre países consumidores e produtores de
países em desenvolvimento, envolvendo padrões
internacionais de respeito ao meio ambiente e inclusão
social.
 Anos 40
 Iniciativas pessoais de missionários comprando e vendendo
artesanato (colônias européias no chamado terceiro mundo)
 Anos 60
 Início das campanhas de sensibilização sobre as desigualdades
promovidas pelo comércio internacional
 1964/68
 Conferência UNCTAD - “Trade not Aid” - Comércio, não Ajuda
 1969
 Primeira Loja de Comércio Justo (Holanda)
 1988
 Lançamento da Marca Max Havellar – Comércio Justo passa a
atingir o no varejo tradicional
 1989
 Criação do IFAT – International Fair trade Association, hoje WFTO
– World Fair Trade Organization
 1994
 Criação da NEWS! – Network of European World Shops
 1997
 Criação da FLO – Fairtrade Labelling Organizations International –
14 iniciativas nacionais (selo único)
 2000
 Sistemas nacionais de comércio justo começam a ser desenvolvidos
nos países do Sul (Faces do Brasil)
 2004
 Comércio Justo certificado cresce 37% ano...
 Nasce a ECOJUS - Articulação Brasileira de Empreendimentos do
Comércio Justo e Solidário
“O Comércio Justo é uma parceria comercial baseada em
diálogo, transparência e respeito, que busca maior
equidade no comércio internacional. Ele contribui
para o desenvolvimento sustentável ao oferecer
melhores condições comerciais e assegurar os direitos
de produtores e trabalhadores marginalizados –
principalmente do Hemisfério Sul.”

Conferência anual da IFAT - International Federation for Alternative Trade


Arusha, Tanzânia, junho 2001
 Geração de oportunidades para produtores em
desvantagem econômica
 Transparência e co-responsabilidade
 Treinamento dos produtores e informações do mercado
 Pagamento de preço justo (Preço mínimo)
 Igualdade de gênero e não discriminação
 Condições de trabalho seguras e adequadas
 Não ocorrência de trabalho forçado e infantil
 Relação de longo prazo e pré financiamento
 Pagamento de prêmio social
 Respeito ao meio ambiente
Sistema WFTO Sistema FLO
Estratégia de monitoramento
Sistema de Certificação baseada em terceira
participativo para garantir a
Monitoramento qualidade.
parte, verificação externa.

Fluxo de produtos
Não aplicável Coberto
auditados

Certificação do produto.
Registro das organizações
Restrito a produtos específicos
Escopo do registro aplicável a todos os membros
(principalmente alimentos e ou
ou certificação WFTO independente de onde
commodities) que já possuam
estão localizados (sul ou norte).
padrões definidos.

Marca da Organização de Selo FLO: selo de certificação


Selo/Marca Comércio Justo do produto.
 O termo Fair Trade (Comércio Justo):
 Refere-se ao movimento do Comércio Justo (Fair Trade) na íntegra,
ao trabalho das Organizações de Comércio Alternativo (ATO), de
federações e redes de comércio justo WFTO, NEWS, EFTA, etc
 Usado para descrever produtos com ou sem selo
 Conceito mais amplo, mas eventualmente também usado para se
referir a questões de direito comercial

 O termo Fairtrade (FLO


FLO)):
 Trade mark da FLO
 Descreve o sistema de certificação e o selo controlados pela FLO
 Permite ao consumidor identificar os produtos fabricados segundo
critérios ambientais, sociais, econômicos e de trabalho adequados.
 Possibilidade de atuação nos mercados
 Externo
 Interno
 Certificação
 Mercado direcionado X Alternativas
 Necessária, mas não é garantia de venda
 Qualidade
 Exigências do consumidor
 Mercado
 Movimento global – vendas em mais de 60 países
 40% de crescimento nas vendas (últimos 05 anos)
 Crescimento do número de lojas de Comércio Justo no Sul
 Aproximadamente 3.000 organizações em 50 países
 Mais de 80 mil pontos de vendas e 2 mil companhias
 Inglaterra
 320 Fair Trade Towns
 25% do mercado de banana
 03 de cada 05 pessoas reconhecem o selo Fairtrade
 Starbucks – 100% café Fairtrade (Europa)
 Suíça – café Fairtrade representa 5 % do mercado e a banana 40%
 Holanda – o café justo representa 2,5 % do mercado e a banana 5 %
 Surgimento de produtos compostos
Um selo para 1,5 milhão de produtores e trabalhadores de 58 paises
(África, Ásia, Caribe e América Latina)

Mais de 746
organizações de
produtores
58 paises
Produtores

2008
€ 2,9 bilhões
Crescimento 22%
Mercado
País Taxa de crescimento Valor (Euros) % do total
Reino Unido 43% 880.620.304 30,42%
Estado Unidos 10% 757.753.382 26,18%
França 22% 255.570.000 8,83%
Alemanha 50% 212.798.451 7,35%
Suiça 7% 168.766.526 5,83%
Canadá 67% 128.545.666 4,44%
Suécia 75% 72.830.302 2,52%
Austria 23% 65.200.000 2,25%
Holanda 28% 60.913.968 2,10%
Finlândia 57% 54.445.645 1,88%
Dinamarca 40% 51.220.106 1,77%
Bélgica 31% 45.780.141 1,58%
Itália 6% 41.180.027 1,42%
Noruega 73% 30.961.160 1,07%
Irlanda 29% 30.131.421 1,04%
Nova Zelândia 72% 18.567.280 0,64%
Japão 44% 9.567.132 0,33%
Espanha 40% 5.483.106 0,19%
Luxemburgo 33% 4.249.301 0,15%
FLO eV - 127.297 0,004%
Total 22% 2.894.711.215 100,00%
Fonte: http://www.fairtrade.net
 110 países produtores e consumidores
 746 organizações certificadas (produtores e trabalhadores)
 1,5 milhão de produtores beneficiados
 5,0 milhões de pessoas beneficiadas (produtores e
familiares)
 € 2,9 bilhões foi a soma das vendas Fairtrade em 2008
 Mais de 6 mil linhas de produtos
 22 a 30% de crescimento anual no valor das vendas
 € 43 milhões pagos em prêmios sociais
 50% dos consumidores reconhecem a marca Fairtrade (15
países)
 91% dos consumidores Fairtrade confiam na marca
6 mil linhas de produtos vendidas em mais de 60 países
 Banana  Açúcar

 Cacau  Sucos

 Café  Chá

 Flores  Uvas e Vinhos

 Frutas frescas  Frutas desidratada

 Algodão  Bolas esportivas

 Castanhas e sementes  Roupas

 Quinoa  Cerveja

 Arroz  Chocolates

 Especiarias  Balas e Doces

 Mel  Biscoitos
 Não há regulamentação para certificação
 Criação do SNCJS – Sistema Nacional de Comércio Justo e
Solidário – ainda não regulamentado
 Reposicionamento do SEBRAE (nacionalização)
 Chamada pública SEBRAE em 2008 – 300 projetos, 79
aprovados
 Realização de Encontros Internacionais de CJ
 27 compradores nacionais em 2010
 Criação da Secretaria de Economia Ética e de Comércio
Justo – Prefeitura do RJ
 Iniciativa da FLO para criação de OSCIP com organizações
certificadas
REDE ABELHA
COOPERAPIS

COOPERAGUA
 Dados de 2008
 Convencional 1.727 ton.
 Orgânico 328 ton.
 Total 2.055 ton.
 Taxa de crescimento anual = 22% (2007/2008)

(Fonte: Annual Report 2008-09 - Fairtrade Labelling Organizations International)


38 organizações 40 traders
certificadas (compradores)
1. Argentina 1. Argentina
2. Brasil (03) 2. Alemanha
3. Áustria
3. Chile
4. Bélgica
4. Cuba 5. Chile
5. Guatemala 6. Dinamarca
6. Malauí 7. França
7. México 8. Guatemala
9. Itália
8. Nicarágua
10. México
9. Tailândia 11. Reino Unido
12. Tailândia
Fonte: http://www.fairtrade.net
 Associação Nacional de Apicultores para Comércio Justo e
Solidário
São Raimundo Nonato/PI

 CASA APIS – Central de Cooperativas Apícolas do


Semiárido Brasileiro
Picos/PI

 COOMAPI – Cooperativa Mista dos Apicultores da


Microregião de Simplício Mendes
Simplício Mendes – PI
Fonte: http://www.fairtrade.net
 Produção e comercialização socialmente justas,
economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis
 Preços que cubram os custos da produção sustentável

 Independência, responsabilidades e competências

 Relações comerciais de longo prazo

 Ambiente de trabalho seguro e saudável

 Permanência na atividade/campo

 Promoção do Desenvolvimento Local

 Possibilidade de pré-financiamento

 Preço mínimo e o prêmio Fairtrade


 Uma forma eficaz de apoiar produtores nos países em
desenvolvimento

 Ajuda aos trabalhadores e produtores a melhorar suas vidas

 Seleção diferenciada no ato da compra

 Contribuição para consumo consciente


REDES ASSOCIATIVAS
 Qualquer iniciativa formal ou informal onde grupo de
pessoas ou empresas reúna esforços, vontades e recursos,
com o principal objetivo de superar dificuldades e gerar
benefícios comuns em nível econômico, social ou político.

 Organizações construídas sobre uma base comum de


interesses, tendo como princípio a ajuda mútua, para a
resolução de problemas, e não só para esperar que outros os
resolvam.
Cooperação como força indispensável

Promoção do desenvolvimento social e econômico


(organização de associações, cooperativas e outros empreendimentos
coletivos)

Conquista de benefícios não alcançados de forma


isolada.
Participar = Tomar Parte

Tomar
decisões

Assumir as
Tomar parte consequências
do poder das decisões
tomadas

AGIR COM
OS
OUTROS
COOPERAÇÃO

CO OPERAR TRABALHAR COM


Sair do eu para o nós

Trabalhar os valores associativos


de forma corajosa e persistente

União de energias, experiências


e conhecimentos individuais

Realidade modificada
Todos ganham juntos
 As redes associativas ou de cooperação são como um
entrelaçamento de fios que formam uma espécie de tecido,
onde os mesmos representariam as relações entre os atores
e as organizações, que estariam representadas pelos nós.
Loiola e Moura (1996)

 São grupos de empresas de um determinado segmento ou


setor que enxergam nos seus concorrentes uma
oportunidade de parceria e, com isso, se unem para a
melhoria da competitividade.
 Formadas por um grupo de pessoas ou empresas que se
situam geograficamente próximas
 Atuam em segmento específico de mercado
 As relações são horizontais e cooperativas, prevalecendo
a confiança mútua
 Rede formada por período indeterminado de tempo
 Compartilhar recursos (financeiros, máquinas, estruturas)
 Combinar competências (conhecimentos e habilidades)
 Fortalecer o poder de compra (poder de barganha)
 Exercer pressão maior no mercado
 Dividir o ônus de realizar pesquisas tecnológicas
 Oferecer produtos mais competitivos (preço e qualidade)
 Dividir riscos e custos para explorar novas oportunidades
 Reduzir custos de estocagem, frete e administração
 Acessar programas governamentais e linhas de créditos
 Melhorar a reputação do setor e da região
 Pressão para alteração e atendimento à legislação
(mercados interno e externo)
 Construção/adequação de casas do mel, entrepostos, ERs
 Fomento do consumo de mel
 Diversificação de produtos oferecidos ao mercado (sachês,
méis compostos, própolis, pólen, etc.)
 Produção e venda de cera
 Marketing: méis de biomas brasileiros, agricultura familiar,
justo e solidário, orgânico, etc.
 Alcance de novos nichos de mercado: colocação do mel nos
próprios municípios ou região produtora
 Difusão da meliponicultura e seus os méis
 Excelente instrumento de defesa dos interesses dos associados

 Estratégia plausível para competitividade nos negócios e o


desenvolvimento das PMEs
 Auxilia no acesso ao mercado

 Estimula a melhoria técnica/tecnológica, profissional e social.

 Maior competitividade em um cenário desfavorável para atuação


de forma isolada (globalização)
 Enxergar nos seus concorrentes uma oportunidade de parceria

 Promovem a qualidade de vida e o desenvolvimento integrado e


sustentável das comunidades e regiões onde atuam.
“A constatação é de que a vontade de se unir,
de se associar, pode desencadear um
processo extraordinário de desenvolvimento
equilibrado”.

Casarotto Filho e Pires (2001)


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