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1. ANEXOS
- Arco superciliar
- Pálpebras (pregas)
- Conjuntiva (revestimento)
Conjunto de pêlos na região inferior da fronte (e na região superior da órbita). Função de evitar o escorrimento
de suor nos olhos, evitando conseqüentemente conjuntivites e lesões de córnea.
1.2. Pálpebra
Prega fibromuscular (músculo e tecido fibroso) localizada por diante do olho. Funções de proteção, reflexo (uma
reação involuntária), circulação da lágrima, além de garantir o sono com o seu fechamento. OBS: é dificílimo
dormir de olho aberto.
Possuem uma borda cada, de forma que se encontram lateral e medialmente, formando os ângulos lateral e
medial do olho. O ângulo medial é maior e mais profundo que o ângulo lateral. Seu assoalho, somado ao seu
conteúdo e ao próprio ângulo recebe o nome de lago lacrimal. Neste lago começa a drenagem da lágrima.
A borda livre da pálpebra possui vários “furinhos”, havendo também uma pequena elevação em sua parte
medial: a papila lacrimal. Esta mergulha no lago lacrimal quando piscamos, succionando a lágrima. O espaço
situado frontalmente aos furinhos é ocupado por cílios palpebrais, que protegem a abertura entre as pálpebras.
Esta abertura entre as pálpebras é chamada de rima palpebral.
OBS1: ptose palpebral total (ipsilateral) ocorre quando há falha do músculo levantador da pálpebra superior (e
falha parcial do músculo tarsal)
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OBS2: há um tendão entre o músculo orbicular do olho e o tarso, que emite fibras para a glândula tarsal. É o
músculo levantador da pálpebra superior.
1.3. Conjuntiva
Um epitélio extremamente inervado, com terminações livres (para recolher a dor). Reveste a pálpebra, reflete-
se e reveste por diante o olho. É altamente vascularizada.
A conjuntiva começa onde termina a córnea, estando em contato direto com o ambiente. A porção que reveste
a pálpebra é a porção palpebral, enquanto a que reveste o olho é a bulbar. Entre ambas, há fórnices superior e
inferior da conjuntiva. O saco conjuntival é um espaço que contém a rima palpebral e o espaço entre as
pálpebras anteriormente, tendo o olho posteriormente.
a) Umidificar o olho
b) Limpar a superfície externa do olho
c) Promover assepsia, por uso de substâncias bactericidas
A lágrima é uma solução aquosa, rica em sais minerais. Produzida nas glândulas lacrimais: há uma em cada
órbita, imediatamente abaixo do teto, lateral e anteriormente. Sua circulação se dá por vários ductos que
desembocam na porção lateral do fórnice superior. Quando piscamos, a lágrima é distribuída pela superfície
anterior do olho. Chegando ao lago lacrimal, é sugada pelos pontos lacrimais, passa pelos canalículos lacrimais
(um em cada pálpebra) e deságua nos sacos lacrimais. De lá, desce à cavidade nasal via ductos nasolacrimais,
que se abrem nos meatos nasais inferiores.
2. OLHO
Possui segmentos diferentes: a esclera, situada posteriormente, e a córnea, situada anteriormente. Estão
dispostas como duas esferas de diâmetros diferentes.
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a) Esclera: tecido conjuntivo fibroso, sendo totalmente opaca (sua parte visível forma o “branco do olho”).
Mantém a conformação do olho, funcionando como uma espécie de esqueleto fibroso. Serve de
inserção para os músculos extrínsecos do olho.
É revestida pela fáscia peribulbar, que se transforma em fáscia muscular. Entre elas e o olho há um
espaço virtual.
b) Córnea: possui a propriedade fundamental da transparência. É também formada por tecido conjuntivo
fibroso, porém com uma disposição diferenciada das fibras colágenas.
A junção conjuntivoesclerocorneana é também chamada de limbo da córnea. Além disso, há na córnea
um túnel revestido por endotélio, o seio venoso da esclera, que exerce uma função de vaso, em um
trajeto circular pela periferia da córnea.
A esclera possui uma projeção sobre a córnea, o esporão esclerótico.
OBS1: uma ferida na córnea pode regenerar sem prejuízo algum; pode também cicatrizar, deixando marcas
e atrapalhando a visão, opacizando a região lesada.
OBS2: as lentes de contato podem provocar ressecamento da córnea, se usadas de modo indevido.
Também chamada de úvea, é dividida em três partes: coróide, corpo ciliar e íris. Possui muitos vasos e muitos
melanócitos.
a) Coróide: parece possuir três camadas. De fora para dentro, são elas:
b) Corpo ciliar: dele nascem processos na forma de dedos. Das pontas desses “dedos’ nascem filamento,
que se prendem à grande lente do olho (o cristalino). São os processos ciliares, que juntos são
chamados de Ligamento Suspensor da Lente, ou zônula de de Zimn.
OBS: o cristalino é uma lente bicôncava, com uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso. Há células em seu
interior, que crescem e se diferenciam á medida que caminham para a cápsula, tornando-se fibras. Quando
fica opaco, é caracterizado o quadro de catarata: o citoplasma dessas células produz substâncias que geram
opacidade. A catarata pode ser causada também por mau uso de óculos escuros ou por exposição excessiva
dos olhos ao sol. A cirurgia de correção da catarata substitui o interior da cápsula fibrosa.
Representação esquemática do processo de acomodação do olho (um reflexo que ajusta o foco dos objetos)
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Os músculos que movimentam o cristalino possuem fibras em dois sentidos. As longitudinais se
prendem no cinturão esclerótico. Contraem-se frontal e lateralmente. O músculo ciliar, como é chamado, é
liso e de inervação parassimpática (e é intrínseco do olho).
OBS2: a perda de elasticidade do cristalino vem com a idade. É chamada de presbiopia, que resulta em falta de
foco para distâncias pequenas.
c) Íris: tem uma borda livre, que delimita a passagem da luz pela pupila (a “menina dos olhos”). Possui
diferentes graus de melaninização, indo do verde ao castanho muito escuro (é rosada nos albinos).
OBS1: o exame de fundo de olho exige que se pingue um colírio inibidor do sistema parassimpático, de forma
que a pupila se dilate e o músculo ciliar relaxe. Daí a dificuldade em estabelecer o foco após o exame.
- Porção irídica
a) Porção corióide
Região do ponto cego, ou disco do nervo óptico. Próxima a ele está a fóvea central, que é o local de maior
acuidade visual. Esta é margeada pela mácula lútea. O movimento no qual se joga a imagem para a fóvea
central é chamado de visão central: o eixo imaginário desse trajeto é o eixo óptico.
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Os fotorreceptores são receptores de luz. Quando um está ligado, outro está desligado: a quantidade de luz define qual deles estará
em atividade. Assim, se houver pouca luz, a célula não capta o detalhe, e sim apenas tons claros e escuros (com bastonetes). Com
muita luz, vemos detalhes (usando os cones).
Parte da luz é absorvida pela melanina do epitélio pigmentar. Outra parte é convertida em impulsos
nervosos pelos fotorreceptores.
b) Porção ciliar
c) Porção irídica São cegas
O ponto no qual o epitélio pigmentar perde a sua melanina é chamado de ora serrata.
OBS2: o exame de fundo de olho detecta inflamações eproblemas sistêmicos. Afinal, pode-se ver uma artéria
sem dissecá-la, no caso dos vasos centrais da retina (espalham-se no fundo do olho, após chegarem pelo nervo
óptico). Assim, pode-se diagnosticar diabetes e hipertensão, por exemplo. Ambas aceleram bastante o processo
de atersoclerose, podendo resultar na perda da visão. Nesse exame, podemos visualizar vasos centrais da retina,
disco do nervo óptico, fóvea central, mácula lútea, retina.
Câmaras do olho:
- Posterior: espaço entre íris (adiante), processos ciliares e ligamento suspensor do cristalino (posteriormente).
OBS: o corpo vítreo é um líquido viscoso, rico em ácido hialurônico, que preenche essa cavidade. Não é
renovado após o nascimento. O humor aquoso, por sua vez, é líquido e renovado, sendo produzido no corpo
ciliar. Preenche as câmaras anterior e posterior.
O trajeto do corpo vítreo é: secretado na câmara posterior, atravessa e a pupila e preenche a câmara anterior.
No ângulo iridocorneal, é absorvido por uma “esponja” e cai no seio venoso da esclera, sendo conduzido para a
corrente sanguínea. Se houver falhas em sua absorção, pode haver problemas na pressão interna do olho (em
função de seu acúmulo), o que caracteriza o glaucoma.
Caracterizada por três sinais clínicos: ptose palpebral, miose e vermelhidão dos olhos (em função da
vasodilatação). Pode-se perceber que é uma lesão no sistema nervoso simpático, que gera os sintomas acima.
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AULA 2 – ÓRBITA
É um espaço localizado na região anterior do crânio, mais superiormente. É forrada internamente por uma
membrana, a periórbita (formada por tecido conjuntivo fibroso e colagenoso), que é admitida como uma
extensão da dura-máter.
O conteúdo da órbita é:
a) Olho (ocupa um espaço frontal na órbita, muito menor que o espaço total)
b) Tecido gorduroso/adiposo retrobulbar: acumula água após a morte, causando projeção dos olhos para
frente.
c) Músculos
d) Nervos
e) Artérias
f) Veias
g) Linfáticos
- Inferiormente: grande seio maxilar. Atentar para a fina parede que o separa da órbita.
- Superiores: fossa anterior do crânio, ocupada e preenchida pelo lobo frontal do cérebro.
O encontro dos prolongamentos (virtuais) das paredes laterais forma um ângulo reto. As paredes mediais são
aproximadamente paralelas.
OBS1: o osso etmóide é muito quebradiço. Por isso, recebe o nome de lâmina papirácea na região ínfero-medial
da parede da órbita.
OBS2: a relação próxima entre a raiz do dente e o epitélio respiratório que reveste o seio maxilar pode trazer
problemas em caso de abscessos e crescimento excessivo do dente.
Realizados por uma musculatura localizada fora do olho, os músculos extrínsecos do olho. Todos são do tipo
estriado esquelético, de controle voluntário. Isso, no entanto, não impede o reflexo. A precisão dos movimentos
dessa musculatura é comparável à dos músculos intrínsecos da mão. Também é interessante a forma com que
direcionamos nosso olhar a um som que foi captado.
Os movimentos realizados são os de rotação (intorção e extorção) e translação. As rotações geralmente são
reflexas, enquanto as translações são voluntárias e reflexas.
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A translação é dividida em movimentos paralelos e vergentes (dos tipos convergente e divergente). Esses
movimentos são, via de regra, reflexos. De fato, toda vez que se olha um objeto em aproximação, faz-se
convergência reflexamente. Já nos movimentos paralelos, um olho acompanha o movimento do outro, de forma
que ambos se movam de forma harmônica.
Acima e medialmente à fissura orbital inferior, há o forame óptico, por onde passa o nervo óptico. Este também
passa pelo anel tendíneo comum, que serve de fixação para os músculos retos. Vale lembrar que a abertura do
anel não cobre totalmente a abertura da fissura orbital inferior. Anteriormente, os músculos retos se inserem na
esclera, na parte anterior do bulbo do olho.
O músculo obliquo inferior nasce medialmente, passa sob o olho e se insere lateralmente na esclera. Está
intimamente relacionado ao reto lateral do olho (seu tendão fica sob o do reto lateral). O músculo oblíquo
superior nasce na parte posterior da órbita, fora do anel tendíneo. Avança pela parede medial, quase tocando-a.
Fica acima do reto medial. Depois, encontra uma argola osteofibrosa (a tróclea), fazendo uma curva brusca e se
inserindo próximo ao tendão do músculo oblíquo inferior. Passa sob o tendão do reto superior nessa hora.
OBS: só é possível alinhar a córnea ao eixo do músculo reto superior se o olho estiver totalmente abduzido.
Os músculos retos medial e lateral só fazem um movimento, pois sua fixação é paralela ao eixo horizontal do olho
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Os movimentos dos olhos são compostos, geralmente, pelo máximo de músculos que puderem atuaar. A
exceção é o movimento dos músculos reto lateral e medial (pois só fazem um movimento)
- Sensitiva: do olho (para dor e pressão) e da pele (temperatura, dor, pressão e tato)
a) Inervação motora
- O nervo oculomotor (NC III) inerva a maioria dos músculos do olho, menos dois. Entra na órbita via fissura
orbital superior, dentro do anel tendíneo comum. Caminha pela superfície interna dos músculos. Num ponto
variável, bifurca-se num ramo superior e noutro inferior. O ramo superior dá origem a nervos para os músculos
reto superior e levantador da pálpebra superior. O ramo inferior dá origem a nervos para os músculos reto
inferior, reto medial e oblíquo inferior.
Detalhe anatômico: o nervo grande que passa ao lado do reto inferior é, na verdade, para o oblíquo inferior.
- O nervo abducente (NC VI) inerva o músculo reto lateral, que faz abdução. Atravessa a fissura orbital superior,
passando também por dentro do anel tendíneo comum.
- O nervo troclear (NC IV) inerva o músculo oblíquo superior do olho. O único nervo craniano que tem origem na
parte posterior do tronco encefálico, margeando-o e saindo pela frente. Passa por fora do anel tendíneo
comum, caminhando por cima do oblíquo inferior.
b) Inervação sensitiva:
- Depende apenas do nervo trigêmeo, especialmente da parte oftálmica (V1). O nervo oftálmico atravessa a
fissura orbital superior e trifurca-se, dando origem aos ramos, de medial para lateral: lacrimal, frontal e
nasociliar.
- Lacrimal: caminha em relação com o músculo reto lateral. Depois, passa porcima da glândula lacrimal (porém
não a inerva!) e vai inervar a pele. Passa lateralmente ao levantador da pálpebra superior, e inerva a porção
mais lateral da fronte e da pálpebra superior.
- Frontal: passa por cima do músculo levantador da pálpebra superior. Bifurca-se em um ramo menor que passa
por cima da tróclea (supre-troclear) e em um ramo maior que segue em frente (supra-orbital). Inerva grande
parte da fronte e pálpebra superior.
- Nasociliar: cruza superiormente o nervo óptico, fazendo um arco na direção medial. Emite alguns ramos nesse
trajeto:
Ciliares curtos: têm origem na raiz sensitiva (superior) do gânglio ciliar, vinda do nervo nasociliar + raiz
motora (inferior) do gânglio ciliar. Esta tem uma parte parassimpática vinda do nervo oculomotor e uma
parte simpática vinda de um plexo carótico. Inerva os músculos ciliar e esfíncter da pupila.
Ciliares longos
Etmoidal posterior
Infratroclear (passa sob a tróclea): inerva a parte medial da pálpebra superior e o nariz externo.
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OBS1: o nervo etmoidal anterior é a continuação do nervo nasociliar, após este emitir o nervo infratroclear.
Geralmente, as fibras que formam o nervo etmoidal posterior estão caminhando no etmoidal anterior, de
forma que o etmoidal posterior realmente não existe.
OBS2: o nervo etmoidal anterior envia ramos para o seio etmoidal e desce à cavidade nasal, contribuindo
para sua inervação. Além disso, emite o ramo nasal externo, inervando o nariz externo.
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AULA 3 – OUVIDO (ÓRGÃO VESTIBULOCOCLEAR)
- Porção vestibular: relacionada ao equilíbrio da cabeça. É a única parte do ser humano voltada para o equilíbrio
de maneira inata (lembrar de como recém-nascidos conseguem posicionar sua cabeça, com poucos dias de
vida).
- Porção coclear: parte que escuta. OBS: por mais que se fale em volume muito baixo, em um só ouvido,
escutamos nos dois hemisférios cerebrais.
“O mundo é um silêncio” O som é proveniente de uma fonte que desloca o ar por rarefação e
condensação, e essa onda é captada pelo ouvido e interpretada pelo cérebro. Logo, o som é uma sensação e
não algo que está no meio ambiente. O som, portanto, é algo subjetivo, diferentemente da luz.
O ouvido se encontra dentro do osso temporal, com uma pequena exceção que fica fora. Sobretudo, mas não
exclusivamente, na porção mais dura do osso temporal, a porção petrosa. Está dividido em três partes:
- Ouvido externo
Os três são especializados para a audição, e o interno também é especializado para o equilíbrio da cabeça.
É a soma do pavilhão auricular com o meato acústico externo. O primeiro é uma prega músculo-cutâneo-
cartilaginosa, localizada na entrada do segundo. Ambos estão fora do osso temporal, se considerarmos apenas a
parte cartilaginosa do meato acústico externo.
A orelha tem um esqueleto de cartilagem, sendo que abaixo desta há músculo estriado esquelético (os
músculos auriculares anterior, superior e posterior). São músculos importantes para os animais, mas vestigiais
em seres humanos. Inervados pelo nervo facial (NC VII).
A mínima diferença de tempo para que o som atinja um ouvido e depois o outro nos dá a capacidade de
localizar sua origem. O pavilhão auricular nos dá capacidade de localizar sons no plano mediano, ou seja, acima,
abaixo, adiante e atrás.
É côncavo para a frente, sendo sua parte medial mais baixa que a lateral. Por isso, num exame
otoscópico, o médico puxa a orelha posteriormente, a fim de reduzir essa diferença de altura.
Sua estrutura é formada medialmente por osso, e lateralmente por cartilagem, formando um tubo que
conduz o ar até a membrana do tímpano. Há algumas fileiras de pêlos em sua entrada. É forrado por pele, que
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produz uma secreção oleaginosa (cerume ou cera), que retira partículas em suspensão no ar que ali entra.
Percebe-se, então, um duplo sistema de filtração do ar.
OBS1: a cera se acumula na inclinação mais medial do meato acústico externo, sendo absorvida ali por células
fagocitárias. Pode se acumular, reduzindo a capacidade auditiva exige limpeza. Interessante o fato de o
stress poder aumentar a quantidade de cera.
OBS2: a crista suprameática é importante na realização de cirurgias envolvendo o ouvido interno. Uma sonda é
introduzida ali, e passa por fora do meato acústico externo, realizando assim cirurgias reparatórias, retirada de
abscessos, entre outras ações.
Uma cavidade óssea, análoga a uma caixa, com uma membrana servindo de parede. Semelhante, em sua
função, a um tambor, cujas baquetas são as ondas sonoras. O som é amplificado nessa cavidade, e depois entra
na janela oval para se propagar num meio líquido.
O tímpano, por sua vez, é uma membrana côncava lateralmente, tendo sua parte superior mais lateralizada que
a inferior (como se estivesse tombando lateralmente). O martelo, primeiro dos três ossículos, tem seu manúbrio
colado à membrana timpânica num local chamado umbigo. OBS: em caso de necessidade de incisão no
tímpano, corta-se o quadrante inferior posterior, pois atrás dele há poucas estruturas.
A membrana timpânica possui duas camadas: pele externamente (não produz cera) e epitélio respiratório
internamente. Não pode ser dura a ponto de não vibrar quando recebe o som, nem tão macia a ponto de
absorvê-lo. As pressões do ar têm de ser as mesmas dentro e fora da membrana. Esta pode, em caso de
patologias ou trauma, substituir sua membrana timpânica.
a) Superiormente: fossa média do crânio, separada pelo osso temporal (tegme timpânica).
b) Frontalmente: artéria carótida interna (a parede anterior é chamada de parede carotídea) e tuba
auditiva, mais medial que a artéria carótida interna.
c) Inferiormente: veia jugular interna (o assoalho é chamado de parede jugular)
d) Atrás: processo mastóideo.
OBS1: entre o processo mastóideo e o ouvido, há o canal do nervo facial, que sai no forame estilomastóideo.
As paredes da cavidade timpânica são revestidas por epitélio prismático ciliado com células caliciformes. O teto
na parte posterior é mais alto que no resto da cavidade, a fim de acomodar o martelo, sendo essa região o
chamado recesso epitimpânico.
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A tuba auditiva é mais medial que a artéria carótida interna, passando juntamente ao músculo tensor do
tímpano (que se insere no martelo), dentro do mesmo canal ósseo. A tuba auditiva então continua até a faringe,
onde se abre no óstio faríngeo da tuba auditiva, que é circundado pelo toro tubário.
A tuba auditiva tem o propósito de estabilizar as pressões de dentro e de fora da membrana timpânica. Assim,
mudanças de altitude podem causar diferenças nessas pressões: uma das soluções é mascar chicletes,
provocando deglutições, que fazem sair ou entrar ar na tuba auditiva.
OBS2: a via de acesso mastóidea permite que se fure o processo mastóideo com uma broca, e se atinja a
cavidade timpânica pelo antro mastóideo e ádito do antro.
OBS3: a janela oval também é conhecida como janela do vestíbulo. A janela redonda, como janela da cóclea.
Esta última é fechada pela membrana secundária do tímpano.
Atenção às analogias: o labirinto ósseo funciona como uma caixa de cimento (osso temporal), com água dentro
(perilinfa). Dentro dessa água, há uma bexiga de látex (labirinto membranoso), com outro líquido qualquer
dentro (endolinfa). Portanto, labirinto membranoso fica dentro do ósseo, e tem seu próprio líquido.
- O labirinto ósseo da audição é chamado de cóclea, ficando dentro da porção petrosa do osso temporal. Já o
labirinto ósseo vestibular é formado por duas partes: vestíbulo e canais semicirculares.
- O labirinto membranoso da cóclea é o ducto coclear, que possui um fundo cego. No vestíbulo, o labirinto
membranoso possui sáculo é utrículo, sendo este último mais alongado. Do utrículo partem os ductos
semicirculares, que ficam dentro dos canais semicirculares.
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a) Vestíbulo
Se movimentarmos a cabeça, utilizaremos os ductos semicirculares. Estes possuem ampolas, em cuja parede
interna há um conjunto de receptores, chamado de crista ampolar. No sáculo e no utrículo, o conjunto de
receptores é chamado de mácula. Há três ductos semicirculares por ouvido: lateral, superior (ou anterior) e
posterior.
b) Cóclea
Sobra a membrana basilar, há uma estrutura muito complexa, que contém receptores para a audição: é o
órgão coclear (ou de Corti), contínuo em toda a extensão da rampa média. As células de Corti são ciliadas, e são
os receptores do órgão de Corti. Sobre elas, está a membrana tectória, que vibra e despolariza suas
plasmalemas.
Portanto, o estribo cria uma onda dentro da rampa do vestíbulo. Essa onda faz com que o ducto coclear
balance, mudando a posição dos estereocílios das células de Corti e gerando o impulso nervoso. É criada uma
onda residual nas rampas vestibular e timpânica, que é absorvida pela membrana secundária do tímpano
(aquela que fecha o forame redondo).
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OBS1: a onda vai caminhando pela rampa média e atinge um determinado ponto de ressonância. Quanto
mais grave a onda, mais longe está seu ponto de ressonância. Se não houver ponto de ressonância, ou seja, se a
frequência da onda estiver fora da faixa audível para o ouvido humano, a onda passa pelo helicotrema. Essa
estrutura comunica a rampa média com a timpânica. Com a idade, alguns receptores do órgão de Corti vão
morrendo, e a faixa de freqüências audíveis diminui.
OBS2: deficiências na síntese de colágeno podem provocar surdez, haja vista a composição da membrana
basilar.
OBS3: a transição de ar da perilinfa para a endolinfa, quando chega a onda sonora, reduz a sua intensidade.
Assim, há mecanismos que amplificam o som, a fim de mantê-lo. Entre eles, o pavilhão auricular e a cavidade
timpânica.
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AULA 4 – SISTEMA NERVOSO (INTRODUÇÃO)
a) Monista: a mente humana, a subjetividade, os sentimentos, tudo é fruto das ações e atividades
cerebrais.
b) Dualista: o cérebro é uma coisa. O psiquismo é outra coisa. Este, no entanto, só consegue se desvelar se
estiver de posse de um instrumento, que é o cérebro.
Qualia: tudo o que acontece com o indivíduo, mas que ninguém mais pode acessar. Alguns exemplos são os
sonhos, o que se passa na mente de cada um, enfim. Nem a própria pessoa consegue explicar isso.
Qual a grande diferença entre as mentes animais e a mente humana? A resposta: nenhuma mente aprende ou
raciocina como a nossa, nem olha para si mesma (autoconsciência).
Manter sua homeostasia (“saúde”, ou integridade morfofuncional). Para isso, possui vários sistemas que
tornam seu funcionamento ideal. Garante, então, a sobrevivência do animal.
Reproduzir-se, a fim de manter a espécie viva (perpetuação).
Esses objetivos são perseguidos de maneira inata. Se forem somados, geram o que se conhece por imanência.
Logo, podemos definir imanência como toda condição diretamente relacionada á sobrevivência e à reprodução
da espécie do animal. O animal atualiza sua imanência a partir dos seus conhecimentos inatos.
Também têm imanência. Porém, esta não se encontra sozinha: está acompanhada pela transcendência.
A transcendência é de difícil caracterização. Pode ser exemplificada como “ir além da imanência”, ou “voltar
para quem nos criou”, ou mesmo “voltar para casa”. Outra grande diferença é o aprendizado.
OBS1: meninos-lobos. Não sorriem, aprendem poucas palavras, vivendo realmente como lobos. Não tiveram o
mesmo aprendizado dos outros seres humanos.
Até os sete anos de idade, somos completamente influenciáveis. Formam-se raízes fortes, que seguem conosco
por toda a vida. Entretanto, somos capazes de mudá-las, havendo menores chances de sucesso à medida que o
tempo passa.
O homem, se não aprender a ser humano, não o será. Mas... o que o homem aprende? A resposta: condições de
imanência e transcendência. O homem aprende através de símbolos, que em conjunto formam uma linguagem.
Essa linguagem é característica fundamental de uma cultura, incluindo então tecnologia, direitos e deveres,
ética, moral e valores. Vive-se, então entre a imanência e a transcendência, numa relação que varia de pessoa
para pessoa.
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Quanto à relação homem/ambiente, podemos representá-la esquematicamente por:
Resposta
Homem Ambiente
Estímulo
Estimulo é toda condição que induz uma resposta. A resposta, então, anula o estímulo. Traduzindo para uma
condição mais humana:
Induz
Necessidade Comportamento
Anula
Nos tempos de hoje, a quantidade de necessidades aumentou muito dessa forma, não conseguimos anulá-las
por completo, gerando stress. Esse stress pode provocar diversas doenças:
A melhor emoção possível é a motivação. A pior é a tristeza: devemos mantê-las afastada, poid pode chegar ao
nível de depressão.
A depressão pós-parto é muito pontual. Provavelmente, ocorre por ser o momento em que a mãe pondera
sobre vários fatores de sua vida e da vida de sua criança.
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Existem três atitudes básicas contra a depressão:
a) Agressão
b) Fuga
c) Resolução racional (sublimação)
O sistema nervoso tem células inerentes a ele, de dois tipos: neurônios e células da glia. Também há muitos
vasos sanguíneos, e ausência completa de vasos linfáticos. Quase não há espaço intercelular (o chamado
neurópilo). Logo, não há difusão no sistema nervoso, o que o protege contra disseminação de substâncias.
A unidade básica é o neurônio. Este precisa se conectar a outros neurônios, criando um circuito. A unidade
funcional do sistema nervoso é a sinapse, ou seja, o local de liberação de neurotransmissores.
a) Recepção
b)Processamento
c) Execução
OBS: pensamento e emoção foram feitos para se entenderem, o que geralmente não acontece.
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4.5. Classificação
a) Morfológica
Porção do sistema nervoso localizada no canal vertebral e na cavidade craniana, ou seja, no esqueleto axial. É
formado por corpos de neurônios e fibras nervosas. Estas são axônios com bainha, seja ou não de mielina. Logo,
as fibras nervosas podem ser classificadas em mielínicas ou amielínicas.
A bainha de mielina aumenta o desempenho do axônio, fazendo-o consumir menos energia. Num determinado
momento da vida, os axônios se mielinizam: até os três anos de idade (alguns casos chegando a sete anos). O
suporte nutritivo é muito importante para a mielinização.
As fibras nervosas fazem parte da substância branca, que possui esta cor graças à mielina. Podem ser de três
tipos de organização:
1 2 3 Comissura Decussação
Nele, os corpos de neurônios formam gânglios, que podem ser tanto sensitivos quanto motores. Não há
gânglios mistos!
Fibras
O nervo pode ter origem (relação) na medula espinhal ou no encéfalo. A primeira é uma parte do SNC localizada
no canal vertebral, enquanto o segundo é uma parte do SNC localizada na cavidade craniana. Abaixo, uma
representação do SNC:
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Esquema dos pares de nervos cranianos
OBS1: O trigêmeo inerva a face também a metade anterior do couro cabeludo. OBS2: Os NCs VI, VII e VIII saem do sulco
bulbopontino. OBS3: o nervo acessório possui porções espinhal e craniana, que se juntam para sair do crânio via forame
jugular. Depois, dão origem aos ramos interno e externo. O ramo interno pega carona com o vago, saindo como os nervos
laríngeos.
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b) Divisão funcional
Parte somática: também chamada de “vida de relação”, utiliza os músculos estriados esqueléticos como
órgãos efetuadores. Cuida da imanência e da transcendência, através da aprendizagem (de forma
superficial).
Parte visceral: também chamada de “vida vegetativa” ou de “sistema nervoso autônomo”. Uma
expressão mais nova e menos conhecida é “sistema nervoso autonômico”. Utiliza glândulas , músculo
liso e cardíaco como órgãos efetuadores. É responsável pela imanência (homeostasia + reprodução).
Trabalha de uma maneira reflexa; é um sistema muito antigo, semelhante ao dos animais.
5.1. A medula
É a porção do sistema nervoso central localizada no canal vertebral, sem ocupá-lo totalmente. A parte inferior
deste canal não tem medula, pois esta ocupa apenas ¾ de seu espaço.
Continua-se acima com o bulbo, sendo limitada superiormente pelo forame magno. Abaixo, há uma parte
afinada, o cone medular. No ser humano adulto, a ponta do cone fica entre os níveis das vértebras L1 e L2.
Anestesias, portanto, têm de ser aplicadas mais abaixo, entre L3 e L4.
A medula acompanha as curvaturas cervical e torácica da coluna vertebral e, tal como esta, é dividida em
segmentos. São oito cervicais, doze torácicos, cinco lombares ,cinco sacrais e um coccígeo. De cada segmento
sai um par de nervos espinhais. Seus nomes são escritos, por exemplo, assim: C1, T1, L1, S1 e Co1. É muito
importante que não se confunda estes segmentos com as vértebras
homônimas. Por quê?
20
Intumescência cervical (superior) Plexo Braquial (C5 a T1)
21
A medula possui diversos sulcos em sua superfície, que se continuam no bulbo (onde são mais visíveis). Dos
segmentos C1 a T2, encontramos os sulcos intermédios posteriores (*). Os sulcos dividem a substância branca
em funículos, da seguinte forma:
De C1 a T2, em função dos sulcos intermédios posteriores, o funículo posterior é dividido em fascículos grácil
(medialmente, entre o SIP e o SMP) e cuneiforme (lateralmente, entre SIP e SLP). Logo, ambos também são
porções de substância branca. Nesses segmentos de medula, há também prolongamentos dos sulcos mediano
posterior e intermédios posteriores, criando septos: não são de tecido conjuntivo, mas de concentrações de
células gliais.
Quanto à substância cinzenta, esta se divide, em cada hemimedula, em colunas anterior (curta e grossa) e
posterior (fina e comprida). Ambas as colunas se unem pela comissura cinzenta, em cujo centro há o canal
medular, preenchido por líquor. OBS: este canal pode estar aberto ou fechado, dependendo do segmento
medular estudado.
Dos segmentos T1 a L2, aparece uma terceira coluna, a lateral. Pertence ao sistema nervoso autônomo
simpático. As comissuras, por sua vez, são locais de cruzamento de fibras. O fascículo póstero-marginal é
formado por fibras nervosas que levam e tiram a dor (respectivamente, fibras de algesia e anagesia). Assim,
quando passamos a mão sobre uma região dolorida, ou fazemos acupuntura, a dor passa.
5.2. As Meninges
São membranas de tecido fibroso que envolvem e protegem o sistema nervoso central. A externa é mais grossa,
e a interna é mais fina (a espessura varia de forma gradual).
O espaço extradural, ou epidural, é preenchido por gordura e por um plexo venoso vertebral interno, que é
avalvular . Está ligado ao plexo venoso vertebral externo, que também é avalvular, de forma que se
anastomosam em diversos pontos da medula. O externo se comunica com veias do tórax, do abdome e da
pelve, enquanto o interno se comunica com os seios da dura-máter dentro do crânio. É um importante sistema
de disseminação de doenças.
O espaço subdural é virtual, preenchido por líquido apenas para evitar aderência (é um filtrado sanguíneo).
O espaço subaracnóideo é o espaço preenchido por líquor. Quando a medula termina, esse espaço é chamado
de cisterna lombar. Além do líquor, é preenchido por raízes nervosas dos nervos espinhais lombares e sacrais
que saem da medula (a cauda eqüina) via forames intervertebrais e pelo filamento terminal. Este é uma
continuação da pia-máter, a partir de onde termina a medula. Depois, fura a dura-máter, recebendo
contribuições desta (principalmente) e da aracnóide para formar o ligamento da dura-máter, que se prende
depois ao cóccix como o ligamento coccígeo. A dura máter termina no nível de S2 (saco dural).
22
Há dois ligamentos denticulados na pia-máter, cada um com 21 pontas que a fixam à medula. Eles são
importantes cirurgicamente, pois ficam entre as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais.
Anestesias
Para anestesias, palpam-se as cristas ilíacas, e traça-se um plano até a coluna. É o plano supra-cristal, onde se
insere a agulha para anestesia, ou para remoção de líquor (amarelado em caso de meningite). Anestesiam-se
todos os filamentos da causa eqüina. O anestésico não sobe pela medula por ser mais denso que o líquor: logo,
a cabeça deve estar sempre mais alta que o resto do corpo. A anestesia epidural requer muito mais anestésico,
mas pode ser dada em qualquer nível o anestésico pega as raízes dos nervos espinhais fora da cauda eqüina.
O líquor não deve ser removido muito rapidamente, pois é gerada uma força de sucção que faz o encéfalo
descer rapidamente. A tonsila do cerebelo comprime, então, o bulbo no forame magno.
23
AULA 6 – ESTRUTURA DA MEDULA (ÊNFASE NA SUBSTÂNCIA CINZENTA)
A substância branca é formada por uma série de tratos e fascículos altamente mielinizados, com três funções:
Dividida em colunas anterior, lateral e posterior, e comissura cinzenta. A coluna anterior possui cabeça e base; a
coluna posterior possui base, pescoço e cabeça. OBS: da base da coluna anterior, sai a coluna lateral. Logo, na
base da coluna anterior (de T1 a L2), os neurônios se dividem tanto que causam uma projeção, que é a coluna
lateral.
Os neurônios não estão homogeneamente divididos. Agrupam-se, formando núcleos (ou lâminas de Rexed):
cada hemimedula possui dez. São contadas em algarismos romanos, no seguinte sentido:
A lâmina X está na comissura cinzenta; até a lâmina VI, estão na coluna posterior; a lâmina VII está nas colunas
anterior, lateral e posterior. As Lâminas VIII e IX, na coluna anterior.
A coluna anterior é motora, assim como a lateral. A coluna posterior é sensitiva. Quanto mais mediais os
neurônios da coluna anterior, mais direcionados à musculatura axial. À medida que se caminha lateralmente
nessa coluna, vai-se de proximal a distal no esqueleto apendicular. Além disso, os neurônios mais anteriores são
extensores, enquanto os mais posteriores são flexores.
a) Neurônios de axônio longo (tipo I de Golgi). Deixa a substância cinzenta e entra na branca (o que não
tem muito a ver com comprimento).
b) Neurônios de axônio curto (tipo II de Golgi)
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a) Neurônios de axônio longo
Cada ramo enviado por um neurônio espinhal se associa a um dos neurônios da medula (3 neurônios para 3 ramos)
Seu axônio vai pela raiz ventral, nervo espinhal e depois um dos
O ramo dorsal inerva a pele e os
ramos. Se terminar em glândulas ou musculatura cardíaca/lisa, é músculos do dorso. O ramo ventral forma
chamado radicular visceral (lâmina VII de Rexed). Se terminar em plexo cervical, plexo braquial, plexo
musculatura estriada esquelética, é radicular somático (lâmina IX lombossacral e nervos intercostais.
de Rexed).
Os neurônios radiculares cordonais sobem e descem na medula. Podem ser de associação ou de projeção.
Um exemplo: queremos matar um mosquito que nos pica (*). Outro exemplo é matar um mosquito que nos pica
usando um membro do lado oposto (visto que o membro ipsilateral à picada está ocupado segurando algo). A
tendência do estímulo é ser ipsilateral, mas conscientemente “travamos” o estímulo. Depois, automaticamente,
o impulso tem seu lado invertido. Se houver uma bandeja nas mãos, o reflexo acabará por ser segmentar, pois
não haverá possibilidade viável de associação.
25
Os cordonais de projeção são exclusivos da coluna posterior. Seus axônios geralmente cruzam a comissura
branca posterior, e sobem até o encéfalo.
Formam o centro processador da medula. Como regra geral, estão em qualquer sinapse. Diante de um estímulo,
o centro processador escolhe uma resposta. Os neurônios da medula, mais rudimentares, não têm essa
capacidade: o máximo que fazem é facilitar ou dificultar a transmissão do estímulo entre neurônios. O encéfalo
regula a ação desses neurônios.
O sistema nervoso, portanto, foi construído para agir de acordo com a cultura.
26
AULA 7 – CLASSIFICAÇÃO DA SENSIBILIDADE E DA MOTRICIDADE
7.1. Sensibilidade
a) Exterocepção: é toda a informação do meio externo, tanto consciente quanto inconsciente (por
exemplo, pressão arterial).
- Audição
- Visão: praticamente o mais importante. É também praticamente o único do qual conseguimos nos lembrar
perfeitamente.
OBS: a olfação está associada ao sistema respiratório, e a gustação, ao digestório. O professor Sarmento, no
entanto, acredita que estas deveriam ser inclusas na exterocepção.
- A consciente dá a capacidade de saber a localização de cada segmento do corpo. Detalhe: não só a localização,
mas os movimentos que cada segmento faz. Logo, “propriocepção é toda informação sobre a posição e o
movimento dos segmentos do corpo”. Os receptores para propriocepção consciente estão, em sua maioria, nas
cápsulas articulares.
OBS2: dor fantasma é algo comum em casos de amputação. Nervos que levavam informações de dor ainda
existem, e provocam sensações dolorosas em membros amputados.
- A inconsciente* é a informação do tônus muscular. Este é o grau de contração dos músculos do tipo estriado
esquelético (o sistema nervoso central não considera musculatura lisa ou cardíaca). Assim, o tônus de repouso é
o grau de contração para o qual um músculo foi geneticamente programado. A partir daí, pode-se aumentar ou
diminuir o grau de contração, pois o tônus de repouso é apenas um ponto de partida. Quando o músculo sai do
tônus de repouso, o sistema nervoso realiza um estímulo para o tônus ser retomado.
- Equilíbrio
- Geral*: colhe dois tipos de informação. Um é o estado do organismo (a osmolaridade do plasma, a glicemia, o
pH sanguíneo, entre outros exemplos). Outro é o nível de atividade do organismo (como o movimento da
musculatura lisa do trato digestivo).
*É inconsciente. A propriocepção inconsciente termina no
- Olfação
cerebelo. A interocepção geral termina no hipotálamo.
- Gustação
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O hipotálamo é o grande centro coordenador das funções relacionadas à homeostasia e à perpetuação da
espécie. Algumas ações hipotalâmicas são conscientes: fome, sede e libido sexual são exemplos. Essas
sensações são tão primitivas que, por exemplo, apesar de termos fome, não sabemos de quê.
A exterocepção (e só ela) é considerada uma sensação superficial. As outras duas são consideradas profundas.
OBS3: há um paradoxo no caso da olfação e da gustação.
Classificação
A Aferente
Legenda:
V Visceral
S Somático
G Geral
7.2. Motricidade
Glândula
*O músculo cardíaco deveria ser
Músculo liso Visceral (EVG)*
EVE.
Músculo cardíaco
O músculo estriado esquelético: EVE (os de origem branquiomérica, ou seja, dos arcos faríngeos). Os originados
pelos miótomos são ES (eferentes
Da expressão facial
somáticos).
Da mastigação
Na figura abaixo: Da faringe
Da laringe
A dura-máter age como um endósteo no
Estilóideos (bouquet de Rioland)
encéfalo (crânio).
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Todo segmento do sistema nervoso central tem uma cavidade. O conjunto de cavidades é chamado de sistema
ventricular. Elas têm duas características:
- Produzem líquor
Todas as cavidades são forradas por um epitélio cúbico simples , chamado de epêndima. Este produz o líquor,
porém apenas uma pequena parcela.
Todas as cavidades têm, no lugar de tecido nervoso, pia-máter (fora) e epêndima (dentro), que somados dão
origem à tela corióide. Esta se enovela e se ramifica, enchendo-se de vasos sanguíneos. Daí surge o plexo
corióide (o grande produtor de líquor).
Como a produção de líquor é continuada, ele sai dos ventrículos e vai para o espaço subaracnóideo. Se não sair,
causa hidrocefalia.
Cavidades
Medula espinhal canal central da medula. Não há tela corióide ou plexo corióide. Há pouca produção de
líquor (pelo epêndima) e alguma absorção (pelas próprias células ependimárias).
Bulbo canal central do bulbo. Ligado ao canal central da medula, com as mesmas características. Na metade
superior do bulbo, da ponte e do cerebelo, fica bem amplo. Forma o famoso quarto ventrículo. A tela corióide
do quarto ventrículo recebe o nome de véu medular inferior.
Somente no quarto ventrículo há uma comunicação com o espaço subaracnóideo. São três aberturas, uma
mediana (abertura mediana do quarto ventrículo, ou forame de Magendie) e duas laterais (aberturas laterais do
quarto ventrículo, ou forames de Luschka). O espaço que recebe o líquor é chamado de cisterna cerebelo-
medula, ou cisterna magna. OBS: é um local preferencial para punções em recém nascidos.
Diencéfalo o aqueduto cerebral forma uma fenda, o terceiro ventrículo. A tela e o plexo corióide ficam na
porção superior.
Formado pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo. Atrás do bulbo e da ponte, está o cerebelo. Frontalmente,
os três (ponte, bulbo e mesencéfalo) são delimitados por dois sulcos:
a) Bulbopontino: encontra-se com a fissura mediana anterior da medula, onde se dilata e forma o forame
cego.
b) Pontomesencefálico
Na altura acima da medula, há decussação motora, ou decussação das pirâmides (cruzamento oblíquo de
fibras). Entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior está a pirâmide bulbar. Lateralmente, estão as
olivas. Depois, o sulco pós-olivar. O sulco pré-olivar coincide com o sulco lateral anterior da medula.
O sulco basilar, sobre a ponte, não é produzido pela artéria basilar, e sim por um intumescimento das fibras do
mesencéfalo: as pirâmides pontinas.
A saída do nervo trigêmeo (NC V) fica no pedúnculo cerebelar médio, e separa este da ponte. No mesencéfalo,
há dois pedúnculos cerebrais, com uma fossa interpeduncular no meio deles. Essa fossa contém a substância
perfurada posterior, por onde entram artérias que suprem o sistema nervoso central).
Os forames de Luschka delimitam bulbo e ponte. Os sulcos mediano posterior, intermédios posteriores e
laterais posteriores fazem parte do bulbo também. Há, em função dos sulcos intermédios posteriores, fascículos
grácil e cuneiforme. Estes se dilatam, dando origem aos tubérculos do núcleo grácil e do núcleo cuneiforme.
Acima dos tubérculos, há um feixe de fibras que se dobra e se enverga em direção ao cerebelo: o pedúnculo
cerebelar inferior. O pedúnculo cerebelar médio é formado por fibras aferentes também, enquanto o pedúnculo
cerebelar superior é formado por fibras eferentes.
A porção do bulbo relacionada ao canal central do bulbo é a fechada. A relacionada ao quarto ventrículo é a
aberta.
8.3. Ponte
Há três feixes: dois pedúnculos cerebelares superiores, entremeados pelo véu medular superior.
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“Cada pedúnculo cerebelar possui relação com uma parte do tronco encefálico, embora nem sempre essa
associação funcione.”. Logo, os pedúnculos cerebelares inferior, médio e superior relacionam-se,
respectivamente, com o bulbo, com a ponte e com o mesencéfalo.
8.4. Mesencéfalo
Quatro eminências: corpo quadrigêmeo. É formado por quatro colículos, sendo dois superiores e dois inferiores.
Os colículos superiores têm importância por receberem ramificações de todas as informações que entram, e
têm conexões com a musculatura do pescoço. Ele literalmente “vira a cabeça para ver o que está acontecendo”.
Separando os quatro colículos, temos um sulco em forma de cruz, o sulco cruciforme. Seu ramo longitudinal se
dilata superiormente, abrigando a glândula pineal. Abaixo, junta-se ao freio do véu medular superior. O ramo
horizontal se prolonga entre dois feixes, os braços dos colículos superiores e inferiores. Cada braço termina em
uma eminência. O superior, no corpo geniculado lateral; o inferior, no corpo geniculado medial.
Os colículos inferiores fazem parte da via auditiva. Abaixo deles sai o nervo troclear.
- Eminência medial
- Colículo facial
- Sulco limitante. Ainda mais lateral, fica alargado em dois locais, as fóveas superior e inferior. Os núcleos
mediais a ele são motores; os laterais a ele, sensitivos.
- Lateralmente a esse sulco, temos o recesso lateral do quarto ventrículo, onde encontramos os forames laterais
do quarto ventrículo (forames de Luschka). O recesso é formado por três estruturas: área vestibular*, tubérculo
coclear* e estrias medulares do quarto ventrículo.
*Nervo vestibulococlear (NC VIII).
31
8.6. Corte transversal do bulbo
Sulcos pré e pós-olivar. O sulco pré-olivar,conforme dito antes, é uma continuação do sulco lateral
anterior da medula.
Dentro das pirâmides bulbares está o trato piramidal, formado por fibras que saem do córtex e fazem
decussação.
Dentro das olivas, há o complexo olivar inferior, principalmente.
O lemnisco medial parece realmente uma fita.
Sulco basilar
Pirâmide pontina
Véu medular superior
Quarto ventrículo
Corpo trapezóideo: feixe de fibras que leva som ao cérebro,é uma faixa trasversal larga. À sua frente,
tudo se chama base da ponte. Para trás dele, tudo se chama tegmento (incluindo o próprio corpo
trapezóide).
Lemniscos lateral, espinhal e medial.
Aqueduto cerebral: para trás dele, está o tecto do mesencéfalo, onde estão localizados os colículos. À
frente, estão os pedúnculos cerebrais. Em volta do aqueduto, está uma substância cinzenta
periaquedutal.
A substância negra divide os pedúnculos cerebrais numa porção anterior (base) e posterior (tegmento).
Os tegmentos estão unidos; as bases, separadas. A substância negra é marcada pelos sulcos laterais do
mesencéfalo e pelos sulco mediais dos pedúnculos cerebrais. O nervo oculomotor (NC III) nasce na fossa
interpeduncular.
Encontram-se dois núcleos rubros no tegmento (rosados em pessoas que já morreram).
O tronco encefálico realiza as mesmas funções da medula. Esta dá origem a nervos espinhais, enquanto aquele
dá origem a nervos cranianos. No entanto, no tronco encefálico há muitos feixes de fibras que picotam a
substância cinzenta em núcleos de tamanho variável. É uma massa de substância branca onde foram enterrados
vários núcleos.
O tronco encefálico, no entanto, realiza também funções especiais. Os centros processadores também possuem
várias funções.
32
AULA 9 – REFLEXOS
Conceito: tipo de comportamento que tem duas características. Primeiro, é involuntário; segundo, possui algum
grau de estererotipia.
a) Reflexo: mais antigo, mais originário, mais primitivo. Vai diminuindo ao longo do tempo, evoluindo até o
dia em que deixa de ser reflexo.
b) Automático: é voluntário. Em outras palavras, é aquele que contém um certo nível de intencionalidade.
OBS: a ação pode ficar tão automática a ponto de chegar ao limiar do reflexo.
- Fazemos do jeito que queremos. Exemplo: andar (mais rápido, mais devagar, linha reta, zigue-zague).
Podemos também colocar fim neste comportamento quando quisermos.
- Enquanto este comportamento estiver acontecendo, não precisa ser monitorado: acontece por si mesmo,
sob nossa influência. Assim, enquanto esse comportamento ocorre, podemos realizar outras atividades.
Exemplo: caminhar e pensar.
- Enquanto estivermos aprendendo esse comportamento, ele exige atenção. Depois de aprendido, prestar
atenção nele só vai atrapalhá-lo.
- Outros exemplos: passar marchas do carro, nadar, fazer tricô, pedalar bicicleta. O ato de levar comida à
boca é considerado um automatismo mais evoluído. Não devemos confundir esse comportamento com
transtornos obssessivo-compulsivos.
c) Idiomotor: é totalmente voluntário, porém com o detalhe de precisar de retroalimentação. Isso significa
que a pessoa precisa ver o que está acontecendo, a fim de manter o comportamento funcionando.
Exemplos: uma pessoa enche um copo de água e sobe uma escada muito íngreme sem derramar uma
gota; obras de arte (pintura, escultura).
Dos três, o reflexo é o único que não necessita de aprendizado. Alguns reflexos são aprendidos, enquanto
outros não são. Os outros dois comportamentos são aprendidos.
d) Pensamento: é o comportamento mais evoluído, e típico do ser humano. É o único que não depende de
músculo ou glândula (enquanto o reflexo não depende de pensamento).
Reflexo Pensamento
Os animais usam comportamentos reflexos e automáticos, aprendidos com base na experiência. Os seres
humanos aprendem com uso da cognição (surgimento da autonomia).
O reflexo é involuntário, pois acontece sem interferência de nossa vontade. É consciente, apesar de
involuntário. É estereotipado: uma resposta para um mesmo estímulo, de forma persistente.
33
9.2. Componentes do reflexo
a) Órgão receptor
b) Neurônio aferente
c) Neurônio efetuador
d) Órgão efetuador
Apenas o reflexo de estiramento (miotático) é direto assim. Os outros reflexos possuem, entre B e C, um centro
processador, que não escolhe mas modula a resposta a partir de um estímulo.
- Monossinápticos
*Quanto mais polissináptico o reflexo, mais evoluído ele
- Polissinápticos* é.
- Extrínseco (em órgãos diferentes). Exemplo: prego na pele e movimentação da musculatura para levantar o pé.
34
9.5. Reflexo flexor (ou de retirada)
É um reflexo que nos protege, por nos afastar de um potencial lesivo (como, ao encostarmos a mão numa chapa
quente, a retiramos rapidamente. O antebraço é fletido para que isso aconteça).
Para retirarmos o pé, é um pouco diferente. Não se pode deixar a sustentação na perna a ser retirada:
precisamos transferi-la à outra perna. Esse é próximo tipo de reflexo...
Nos seres humanos, ocorre apenas nos membros inferiores e, nos animais quadrúpedes, em todas as patas.
Para inibir o reflexo, o cérebro manda uma ordem ao centro integrado, de forma que este iniba. Afinal, a função
do centro integrador é a de facilitar ou dificultar o reflexo.
35
9.7. Reflexo tensor
É o reflexo de proteção da musculatura. Protege contra lesões, rupturas, estiramento, entre outros. Entra em
ação, portanto, num determinado momento, em que seu limiar de disparo ou excitabilidade é alto. Senão, o
reflexo é gerado sem sentido. O limiar é o nível de contração no qual esta já representa pergio de lesões. A
partir daí, o organismo já relaxa o músculo.
Para não deixar o objeto pesado cair, o cérebro envia uma mensagem para inibir o relaxamento. A ação de
cérebro é anulada se a força de contração chegar á iminência de rompimento: é o “reflexo da mola de
canivete”, ou seja, o reflexo tensor numa situação limite.
OBS: o receptor que recebe a tensão é o fuso neurotendinoso. Fica nos tendões (são vários deles) na transição
do tendão para as fibras musculares. Possuem uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso e, dentro dela,
encontram-se fibras musculares modificadas (intrafusais), que se esticam diante da tensão, gerando impulsos
nervosos. As fibras verdadeiras são chamadas de extrafusais.
É o mais famoso dos reflexos, por ser o do “martelinho”. É por causa desse mecanismo de resposta que temos
as síndromes extrapiramidais, como a doença de Parkinson. Recebe também o nome de reflexo miotático.
Mantém o tônus de repouso (geneticamente programado) da musculatura. Nos animais, esse tônus dá a
postura ortostática. Os seres humanos não possuem uma postura inata.
É possível estar com uma contração qualquer, e o sistema nervoso considerá-la como tônus de repouso. Ao
mesmo tempo, cada tamanho de músculo significa uma contração, e cada contração significa um tônus (o
caminho inverso de raciocínio também é válido). Logo, cada músculo foi desenhado para ter um tamanho que,
se for alterado, gerará um reflexo para que seja restaurado a seu valor original. Como é possível mexer com esse
reflexo? A resposta: “enganando” a medula.
36
O neurônio radicular α é de movimento, enquanto o γ “engana”. Quando a “molinha” se estica, gera impulsos
que “dizem a verdade”. O neurônio α, então,
contrai o músculo até que a quantidade de
impulsos nervosos retorne ao número anterior.
Logo, o referencial para o reflexo é a
quantidade de impulsos nervosos.
Em resumo:
37
AULA 10 – DIENCÉFALO E TELENCÉFALO
PARTE 1 – DIENCÉFALO
O diencéfalo é muito menor que o telencéfalo. Apesar do tamanho restrito, participa de todas as funções do
sistema nervoso, sendo conhecido como o maior centro de comando da função visceral. Além disso, controla a
homeostasia e a reprodução.
Possui uma cavidade em forma de fenda, o terceiro ventrículo. Ele se comunica com o quarto ventrículo pelo
aqueduto cerebral, e com os dois ventrículos laterais pelos forames interventriculares (forames de Monro). O
diencéfalo possui quatro divisões:
- Tálamo
- Hipotálamo
abaixo do tálamo
- Subtálamo Lateral ao hipotálamo, próximo à fossa interpeduncular.
10.1. Epitálamo
Possui a estria medular do tálamo, que parece um cordão sobre o mesmo. É também conhecida como estria
habenular. As habênulas, por sua vez, são porções abauladas ao fim das estrias habenulares. Parte das estrias
habenulares vai para a habênula contralateral, formando a comissura das habênulas ao atravessar o plano
mediano. Mais abaixo, está a comissura posterior. Há também a presença da glândula pineal. O trígono das
habênulas é uma área entre a glândula pineal e o tálamo, que contém o núcleo da habênula.
OBS.: o recesso pineal é um espaço projetado pelo 3º ventrículo, fazendo inclusive a divisão entre as comissuras
das habênulas (acima) e posterior (abaixo).
Na região septal (zona ligada ao prazer, localizada anteriormente ao fórnice), há neurônios que emitem os feixes
de fibras conhecidos como estrias habenulares. A habênula, portanto, é um conjunto de núcleos. Desses
núcleos, nasce um feixe de neurônios que desce pelo tronco encefálico para terminar na formação reticular do
mesencéfalo. Seu nome é feixe retroflexo, e pertence ao sistema límbico antigo.
O sistema límbico possui uma porção muito antiga, responsável pela ativação de áreas do cérebro ligadas à
memória (parte do processo mnêmico). A parte mais recente nos faz responder a estímulos, de forma que
aumenta a nossa ansiedade se não respondermos. Logo, isso garante a nossa resposta, podendo inclusive trazer
problemas, ao “agir fora de si”.
A comissura posterior faz com que um olho contralateral a um determinado estímulo também reaja. É,
portanto, um substrato para que reflexos que ocorrem num olho possam ocorrer também no outro. Um
exemplo é o reflexo consensual da miose no olho contralateral ao estímulo luminoso.
38
A glândula pineal envolveu estudos antigos e muitas conotações místicas. É revestida por tecido conjuntivo
denso, de onde saem septos que dividem a glândula em lojas. Essas lojas são preenchidas por neurônios
exclusivos da glândula pineal, os PINEALÓCITOS. Eles secretam o hormônio melatonina, que possui diversas
funções:
- Uma delas é relaxar o organismo, para podermos dormir. É responsável, portanto, pela “moleza”, pelo relaxar
na hora do sono. OBS.: quem comanda o sono em si é o hipotálamo. É interessante dizer que, se o sono chega a
um organismo mais estressado, é mais difícil começar a dormir (insônia de início).
- A melatonina, cujos níveis aumentam à noite, é um hormônio relaxante. Nos países nórdicos, graças à
escuridão, os níveis de melatonina são mais altos, o que pode explicar a grande taxa de depressão.
O epêndima se diferencia abaixo da comissura posterior, formando o órgão subcomissural. Junto aos rins, ele
regula quantidades de áuga e eletrólitos, regulando a osmolaridade do sangue. Ele e os rins participam,
portanto, do equilíbrio hidroeletrolítico.
10.2. Tálamo
Possui um sulco hipotalâmico (ou de Monro), que vai da desembocadura do aqueduto cerebral até o forame
interventricular, separando o tálamo do hipotálamo.
No corte frontal, devemos identificar a que nível ele ocorreu. Devemos identificar também o corpo caloso e
duas faixas brancas, que formam um triângulo. As faixas brancas são enormes feixes de fibras mielinizadas
telencefálicas, a cápsula interna.
Fazemos, depois, uma letra T para mostrar os ventrículos laterais e o terceiro ventrículo. Ao lado deste vemos
tálamo, hipotálamo e subtálamo. Acima do tálamo está o núcleo caudado. Logo, as relações do tálamo são:
a) Anterior: chamado macroscopicamente de tubérculo anterior do tálamo. Faz parte do sistema límbico
antigo.
b) Posterior: tem dois grandes grupos, que são o pulvinar do tálamo e o metatálamo. O pulvinar do tálamo
é uma aquisição nova, que trabalha junto ao córtex responsável pelas funções nervosas superiores
39
(córtex de associação), apoiando-o. O metatálamo é constituído pelos corpos geniculados lateral (relé
da visão) e medial (relé da audição).
OBS.: algumas funções nervosas superiores são percepção, pensamento, praxia (todo comportamento
aprendido e realizado de forma voluntária) e emoção.
c) Mediano: fica na aderência intertalâmica, além da superfície ventricular do tálamo. Esses neurônios
funcionam em conjunto com o hipotálamo, constituindo uma parceria no comando da função visceral.
d) Medial: fica próximo à lâmina medular interna. Possui um grupo dorsomedial, que faz parte do sistema
límbico recente (impedindo que “percamos a cabeça”) e é extralaminar. Possui também um grupo
centromediano, que é intralaminar.
e) Dorsal: não tem função conhecida.
f) Ventral: dividido em anterior, intermédio (ou lateral) e posterior. Os dois primeiros fazem parte do
extrapiramidal, uma parte da motricidade que dá precisão ao movimento (o intrapiramidal apenas faz o
movimento). O posterior é dividido em porções lateral (núcleo ventral póstero-lateral) e medial (núcleo
ventral póstero-medial).
Ventral
Núcleo ventral
póstero-lateral
Núcleo ventral
póstero-medial
O núcleo ventral póstero-lateral é responsável pela somestesia e propriocepção consciente do pescoço para
baixo, sendo estas levadas por nervos espinhais. Já o núcleo ventral póstero-medial é responsável também pela
somestesia e propriocepção consciente, porém apenas da cabeça, sendo levadas por nervos cranianos
(sobretudo o trigêmeo). Este último também tem função gustativa.
A olfação não passa pelo tálamo, indo direto ao cérebro. O núcleo reticular do tálamo (uma lâmina posicionada
lateralmente a ele) é parte da formação reticular.
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10.3. Subtálamo
Contém substância cinzenta e substância branca. A primeira inclui o núcleo subtalâmico, em forma de lente
biconvexa (faz parte do extrapiramidal, atuando na precisão dos movimentos). Lesões no núcleo subtalâmico
provocam movimentos involuntários das duas grandes articulações, o que é chamado de hemibalismo.
10.4. Hipotálamo
Temos dois tálamos, e um hipotálamo em forma de U. Uma porção fica nas paredes laterais do terceiro
ventrículo, e a outra parte fica no assoalho do mesmo. Portanto, o hipotálamo forma três paredes do terceiro
ventrículo. Podemos dizer que “é um monte de núcleos com um monte de fibras”.
Se pusermos um estilete na cavidade nasal, entre o teto e a parede posterior, passaremos pelo seio esfenoidal e
chegaremos ao hipotálamo (na hipófise). Seu assoalho é formado por quiasma óptico, túber cinéreo e corpo
mamilar (são estruturas hipotalâmicas). A sua parede anterior, no entanto, é totalmente telencefálica, com a
comissura anterior e a lâmina terminal.
OBS.: o infundíbulo também faz parte do assoalho do hipotálamo, “pendurando” a hipófise. Possui uma
projeção de terceiro ventrículo, o recesso infundibular.
c) Núcleo arqueado: fica no túber cinéreo, junto a outros núcleos (é o maior e mais estudado deles).
Juntos, são núcleos tuberais. Dispara a reação ao stress, estimulando a adeno-hipófise a produzir ACTH,
que ativa a supra-renal. Daí, liberam-se produtos do córtex (corticóides) e da medula (adrenalina e
noradrenalina). Temos aqui o grande eixo do stress, que é hipotálamo/hipófise/supra-renal.
Sua expressão anatômica é uma elevação posterior ao infundíbulo, a eminência mediana do túber
cinéreo.
d) Núcleo supraquiasmático: representa o nosso relógio biológico (nossos biorritmos, sendo que apenas
alguns poucos não são comandados por ele).
O corpo mamilar manda para o tálamo o fascículo mamilo-talâmico, que faz parte do circuito de Papez (sistema
límbico antigo, ou seja, memória). OBS.: a memória tem duas fases, o engrama (registro) e a evocação (acesso).
a) Ponta na área septal, indo à formação reticular do mesencéfalo. É um circuito de mão dupla que,
quando passa dentro do hipotálamo, sofre término de algumas fibras e reincorporação de outras. É o
feixe prosencefálico medial.
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b) Vai do hipotálamo ao mesencéfalo (formação reticular), também de mão dupla, no mesmo caminho do
circuito anterior. É o fascículo longitudinal dorsal.
A e B preparam o organismo para a ação, em termos de condicionamento metabólico. Agora, vamos às relações
hipotálamo-hipofisárias:
c) Relação hipotálamo-neurohipofisária
Núcleos supra-óptico e paraventricular, com produção de ocitocina e vasopressina (ADH). Os axônios dos
neurônios desses núcleos passam pelo infundíbulo (na verdade, são o infundíbulo) e chegam à neuro-hipófise.
Predomina, no núcleo supra-óptico, a produção de vasopressina, e no núcleo paraventricular, a produção de
ocitocina.
Estes dois hormônios ficam armazenados em vesículas sinápticas, nos terminais axônicos. Quando requisitados
pelo organismo, são liberados na corrente sanguínea e chegam a seus órgãos de destino. São produzidos no
corpo do neurônio, viajando pelo axônio dentro de vesículas, sendo estabilizados pelo peptídeo neurofisina
quando estão dentro delas.
d) Relação hipotálamo-adenohipofisária
Hormônios produzidos por glândulas endócrinas periféricas influenciam o hipotálamo, conforme seu nível no
sangue, a secretar mais ou menos hormônios. O hipotálamo, então, estimula a adeno-hipófise, que comanda a
produção de glândulas endócrinas, com dois fatores reguladores, que são os ativadores e inibidores (também
são hormônios). Esses fatores podem chegar à hipófise por dois caminhos, que trabalham juntos:
- Dois sistemas capilares (superiores e inferiores), na hipófise e infundíbulo, unidos por uma veia. É o sistema
porta hipotalâmico-hipofisário.
- Ser a central de comando das funções viscerais. Ele acerta o organismo usando como efetuadores o sistema
endócrino, o sistema nervoso autônomo e o sistema imunológico. OBS.: para combater situações de stress, o
organismo precisa de energia. Esta é canalizada para a recuperação do organismo, em detrimento da
manutenção do sistema imunológico, o que abre portas para doenças contagiosas e câncer.
- Outras diversas funções relacionadas à homeostasia e à reprodução, sendo algumas delas conscientes (como
fome, sede e libido sexual).
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AULA 11 – CEREBELO E ORIGENS DOS NERVOS CRANIANOS
a) A partir do oculomotor (III), todos os nervos cranianos têm origem no tronco encefálico. Este primeiro
nervo tem origem, mais especificamente, na fossa interpeduncular, no sulco medial do pedúnculo
cerebral.
b) Nervo troclear (IV): único que sai posteriormente. Origem aparente abaixo do colículo inferior.
c) Nervo trigêmeo (V): origem aparente entre o pedúnculo cerebelar médio e a ponte.
d) Nervos abducente, facial e vestíbulo-coclear (VI, VII e VIII): origem aparente no sulco bulbopontino,
sendo que o VI sai sobre a pirâmide bulbar.
OBS.: o nervo facial sai em dois ramos, sendo um deles o nervo de Wrisberg. É a parte visceral, tanto aferente
quanto eferente, tendo o nome técnico de nervo intermédio. Continua seu caminho quando o nervo facial entra
no meato acústico interno.
e) Nervos glossofaríngeo, vago e acessório (IX, X e XI): origem aparente no sulco lateral posterior do bulbo.
O XI tem duas raízes, conforme dito antes, sendo uma espinhal (que nasce na medula) e uma craniana
(que nasce no bulbo). Ambas se unem para formar o nervo acessório, atravessando o forame jugular
junto ao X e ao XI, e separando-se depois.A raiz espinhal forma o ramo externo, que inerva o ECM e o
trapézio. A raiz craniana forma o ramo interno, que entra no vago (X) para formar os nervos laríngeos
superior e inferior (também chamado de recorrente).
f) Nervo hipoglosso (XII): origem aparente no sulco pré-olivar.
- I: canal óptico
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- III, IV, V1 e VI: fissura orbital superior
- VII e VIII: meato acústico interno. O facial entra por um túnel (canal do facial) e sai do crânio pelo forame
estilomastóideo.
Quando o nervo é sensitivo, a origem é um gânglio. Quando é motor, a origem é um núcleo. O nervo misto tem
ambas as origens.
11.2. Cerebelo
Possui uma porção mediana, mais primordial, e uma parte mais lateral, mais recente. Imaginariamente, é como
se tivéssemos adicionado três órgãos ao cerebelo.
Algumas funções:
a) Equilíbrio
b) Correção dos movimentos torna-os precisos. OBS.: precisão é diferente de delicadeza. Precisão é
realizar um movimento exatamente como queríamos fazê-lo. TODO movimento tem correção cerebelar.
c) Preparar o córtex cerebral para que o movimento seja executado corretamente. Isso significa que o
cerebelo atua, portanto, antes de o movimento acontecer.
É um órgão ímpar, mediano, que ocupa a fossa posterior do crânio. Algumas relações importantes:
O cerebelo, o bulbo e a ponte delimitam a cavidade do IV ventrículo. Há pequenas entradas rasas no cerebelo,
os sulcos, que delimitam as folhas. Há também as fissuras, que delimitam lóbulos. A reunião dos lóbulos forma o
lobo.
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