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Luigi Giussani
Elevai para os céus o olhar: em primeiro lugar para fazer isto, devemos recolher-
nos e recolher; imaginem quando não havia ceifeiras-mecânicas e o trigo era
recolhido à mão... Mal tenhamos vagar, devemos recolher-nos, porque é nos
momentos de silêncio que o Ser emerge, pode emergir, como substância nossa
e companhia da nossa existência.
Por isso, o primeiro indício de que alguma coisa de novo aconteceu em nós e,
portanto, cresce (dado que a chuva mandada por Deus não cai sobre a terra
sem dar fruto), é o amor ao silêncio. O silêncio é a procura da vida, é a busca
de significado, por isso da plenitude do viver. Não, não se deve amar o
silêncio; mas, certamente, no silêncio aparece o que deve aparecer, num
esplendor crescente.
O estado de alma de Nossa Senhora, aquele estado de ânimo que opera uma
atitude e a decide face às ocasiões e ao tempo, como se pode definir melhor
este estado de alma de Nossa Senhora do que com a palavra “silêncio”? É
mesmo o silêncio, repleto de memória. Duas coisas contribuíam para esta
memória, duas coisas determinavam este silêncio. A primeira era a recordação
do acontecido. O acontecido conservava intacta a sua maravilha, o seu
mistério verdadeiro, o seu mistério de verdade, porque – e é a segunda coisa –
tinha qualquer coisa de presente: aquele Menino, aquele jovem presente,
aquele Filho presente.