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“Ubirajara”, de José de Alencar

Não há duvidas quanto a qualidade do escritor dentro do gênero romântico na


literatura brasileira. Nem há duvidas quanto a importância dos romances indigenistas dentro do
gênero da prosa romântica brasileira. Contudo há algumas ressalvas a se fazer quanto ao
romance em questão.

A linguagem utilizada pelo autor, não deixa de ser coerente com o cenário no qual a
historia se desenrola, contudo o leitor tem de ser graduado e quem dirá pós-graduado em
expressões lingüísticas indígenas para ter uma interpretação imediata das sentenças. Não
lemos uma linha inteira que se consiga interpretar imediatamente a intenção do autor. Claro
que não se pode condenar o autor por escrever sua obra perfeitamente, entretanto
percebemos que não foi feito muito esforço para torná-la mais acessível.

A variedade cultural indígena é muito abrangente. Pode-se perceber que a


personagem Ubirajara recebe três nomes diferentes. Primeiramente, quando conhece Araci e
antes de derrotar Pojucã, é chamado de Jaguarê. Após vencer Pojucã recebe o nome Ubirajara
que significa “senhor da lança”, em alusão ao instrumento que ele utilizou para vencer Pojucã.
Pouco depois, ao chegar a taba dos índios Tocantins, é chamado de Jurandir.

Quanto a temática central, o autor executa a proposição adequadamente. A


bipolaridade romântica é bem exercida através das personagens Jandira e Araci. Jandira, a
bela virgem Araguaia que havia sido prometida ao guerreiro quando ele ainda se chamava
Jaguarê. E Araci, a bela tocantim que Jaguarê conheceu pouco antes de sua épica batalha
contra o guerreiro de braço mais forte, Pojucã. Porem, a personagem Ubirajara, mostra-se um
tanto desatrelada aos seus sentimentos. Ama Araci, mas foi prometido a Jandira, por quem não
sente nenhum tipo de sentimento, e apesar disso o triangulo amoroso entra em consenso e
Ubirajara fica com as duas índias.

Por fim, fica a minha recomendação ao livro “Ubirajara” de José de Alencar, muito
bom quer como leitura por passatempo, quer como fonte de pesquisa da vida indígena. Só não
esqueça de lê-lo com seu dicionário de expressões indígenas ao seu lado.

Mauro Cezar

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