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GRANDE
INSTITUTO DE LETRAS E ARTES
PROFª. DRª LUCIANA PAIVA CORONEL
LITERATURA BRASILEIRA I
MEMORIAL ACADÊMICO
Os guerreiros tupis,
O romance indianista que consegui ler foi "Iracema". Lembro de tê-lo lido
quando era mais nova, mas não me recordava de muita coisa; se me
lembrasse, talvez não o tivesse lido novamente (risos). Incomoda-me o fato de a
personagem morrer de amor e tristeza, considerando que na primeira parte do
livro ela é um exemplo de força, uma guerreira da mata que, inclusive, atira uma
flecha no homem branco que aparece na floresta. No entanto, após uma
reflexão mais profunda, compreendo a morte dela. Na minha concepção, a
morte de Iracema representa o sacrifício indígena ao "parir" uma nova nação.
Quantos e quantos indígenas foram sacrificados em prol do sonho estrangeiro
de estabelecer um novo mundo, um novo reino por aqui.
No início do livro parece que vai nascer um amor lindo e forte, mas é
triste pensar que Iracema ama intensamente e de modo profundo e pelos dois.
Pois, me parece que Martin é ligado a ela de modo superficial, talvez pela
beleza, por ser exótica, por ser diferente, eu não consigo sentir uma ligação
profunda dele em relação a ela. Martin representa o colonizador europeu, que
tem valores e interesses diferentes de Iracema e seu povo, e por essas
diferenças Martin não corresponde ao amor de Iracema. Iracema abre mão de
muitas coisas para estar do lado de Martin, renuncia sua posição de guerreira,
abandona sua tribo e sua cultura...No bimestre passado, vimos sobre a chegada
dos portugueses no Brasil, vimos sobre a catequização forçada dos indígenas,
os povos que aqui viviam sendo forçados a abrir mão da sua cultura e se
colocar abaixo do homem branco, é triste ler Iracema sabendo que não foi pela
espada, não foi à força, mas foi por amor e por um amor não correspondido
ainda.
A história de Iracema e Martin representa bem os sacrifícios envolvidos
no processo de formação da identidade brasileira, que foi marcada pelo conflito
cultural e pela mistura dos povos indígenas e dos povos colonizadores.
José de Alencar escreveu outro livro, que eu não li ainda, mas vou ler,
que é “O Guarani”, onde também ocorre um romance entre um indígena e uma
mulher branca, Ceci. Segundo Alencar, essa miscigenação que ocorre entre os
casais dos dois livros, é de onde nasce o brasileiro, de fato. Somos fruto dessas
relações.
9. Considerações finais
Alencar, José de. “Iracema”. In ALENCAR, José de. Obra Completa. Rio
de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959a, vol. III.
Alencar, José de. “Senhora”. In ALENCAR, José de. Obra Completa. Rio
de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959a, vol. I.