1) A personagem Isaura é construída de forma idealizada e romântica, enquanto Rosa recebe uma construção menos idealizada.
2) A "saída" de Isaura da fazenda pode ser interpretada como uma metáfora para o conceito de escapismo, característico do romantismo.
3) Álvaro é representado como herói romântico enquanto Leôncio é o vilão típico, representando o maniqueísmo na obra.
1) A personagem Isaura é construída de forma idealizada e romântica, enquanto Rosa recebe uma construção menos idealizada.
2) A "saída" de Isaura da fazenda pode ser interpretada como uma metáfora para o conceito de escapismo, característico do romantismo.
3) Álvaro é representado como herói romântico enquanto Leôncio é o vilão típico, representando o maniqueísmo na obra.
1) A personagem Isaura é construída de forma idealizada e romântica, enquanto Rosa recebe uma construção menos idealizada.
2) A "saída" de Isaura da fazenda pode ser interpretada como uma metáfora para o conceito de escapismo, característico do romantismo.
3) Álvaro é representado como herói romântico enquanto Leôncio é o vilão típico, representando o maniqueísmo na obra.
Literatura Brasileira I – Prof. Anísio Assis Filho Alunos: Jônatas de Souza Batista/202010320@uesb.edu.br
Atividade 2 - Romantismo em Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães
O que explicaria os diferentes modos de construção das personagens Isaura e
Rosa? As mulheres no romantismo tiveram um papel importante para o desenvolvimento literário. Elas eram consideradas seres intocáveis e faziam parte de um universo de ilusões dos eternos apaixonados. Os escritores românticos da época descreviam a mulher como um ser sagrado, no qual só se via perfeição e pureza. Essa maneira idealizada de descrever a mulher pode ser observada na construção da personagem Isaura: uma escrava branca, da cor do marfim, magra, estatura pequena, cabelos longos, muito bonita, pura, virginal, possuía um caráter nobre, inteligente, era dotada de natural bondade e muito singela de coração, além disso, sabia ler e escrever, falava italiano, francês e tocava piano. Toda a narração que envolve a descrição de Isaura remete a essa idealização romântica presente no movimento. Já a personagem Rosa é construída de maneira nem tanto oposta, mas bem menos idealizada que Isaura. Rosa é descrita como uma escrava bonita, porém invejosa da atenção que todos dão a Isaura. É a falta dessas características presentes nas representações das mulheres no romantismo que diferencia a construção das duas personagens. Rosa não é descrita como símbolo da pureza como Isaura, não existem nela os dotes que tornam Isaura tão diferente das outras. Essa perspectiva, esse modelo de construção de personagem presente no romantismo faz com que Isaura se destaque como a perfeita representação da mulher romântica, enquanto Rosa, é construída de maneira bem menos idealizada, sem todas as características que o romantismo geralmente consagra as representações femininas.
É comum à prosa romântica a metaforização de várias passagens de seus
romances. O que simbolizaria a “saída” de Isaura da fazenda? O romantismo é marcado pela fuga de uma realidade que o autor (ou personagem) não consegue suportar. Dessa forma, ele sente a necessidade de escapar da realidade. Essa fuga pode acontecer por meio da morte ou suicídio ou na busca por um mundo utópico e perfeito. Partindo desse ponto, pode-se entender a saída/fuga de Isaura da fazenda como uma metáfora ao conceito de escapismo, característica contundente do romantismo. O escapismo pode ser representado pela loucura, pelo sonho, pela imaginação, a morte ou a fuga. No livro, antes mesmo de saber da possibilidade de fugir, Isaura cogitava tirar sua própria vida, podemos observar isso no diálogo com Leôncio, e após isso, no diálogo que ela tem com Miguel antes de efetuar sua fuga. Essas passagens embasam ainda mais a teoria de que a saída/fuga de Isaura da fazenda remete ao conceito de escapismo, característica presente no romantismo.
No romance Escrava Isaura (1875), apesar da (aparente) centralização dada à
personagem que o nomeia, é, predominantemente, povoado por personagens masculinas. A partir do conjunto destas, descreva aquelas que representam o maniqueísmo romântico. Justifique sua resposta. Maniqueísmo é a ideia baseada numa doutrina religiosa que afirma existir o dualismo entre dois princípios opostos, normalmente o bem e o mal. Se de um lado temos sempre a figura do herói associada ao Bem, de outro é quase obrigatória nos romances a presença de um vilão, que encarna o Mal. No romantismo, o maniqueísmo constituiu mesmo a espinha dorsal das narrativas. Na obra de Guimarães, é possível destacar essas características maniqueístas na relação "Álvaro-Leôncio" com certa facilidade. Enquanto Álvaro é representado quase como um típico herói romântico: abolicionista, moço bonito, rico, liberal, uma pessoa excepcional e muitas vezes misteriosa (o herói romântico é sempre uma pessoa independente que sofre de circunstâncias da vida sob a pressão da sociedade.), Leôncio é o típico antagonista romântico, vilão leviano, devasso e insensível que, de “criança incorrigível e insubordinada” e adolescente que sangra a carteira do pai com suas aventuras, acaba por tornar-se um homem cruel e inescrupuloso. Homem de aparência rude, era o herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador, seu pai. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Essa dualidade que os dois personagens representam pode ser entendida como a composição do maniqueísmo na obra. Não são apenas esses dois personagens que caracterizam o conceito de maniqueísmo no livro, mas sem dúvidas, é a relação deles que representa esse conceito da melhor maneira.
Como podem ser interpretados os ambientes dispostos no romance?
É possível entender os ambientes dispostos no romance como representações de algumas das características fundamentais do romantismo. Como por exemplo, o primeiro ambiente apresentado na obra, no caso a fazenda, que traz consigo traços característicos do movimento, como a valorização da natureza, e a fascinação que o autor romântico tem pela mesma, características facilmente observadas já nas primeiras páginas, quando o autor traça uma longa e garbosa descrição dessa mesma fazenda e da natureza que a envolvia. É possível, ainda, entender esses ambientes como representações de um conceito importantíssimo do romantismo brasileiro, o regionalismo. Surgiu em meados do século 19, nas obras de José de Alencar, de Bernardo Guimarães, de Alfredo d'Escragnole Taunay e de Franklin Távora e pode-se dizer que há textos de cunho regionalista em nossa literatura até o final do século 20, por regionalismo, entende- se a literatura que põe o seu foco em determinada região do Brasil, visando retratá- la, de maneira mais superficial ou mais profunda