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Romantismo

Fundamentos teóricos
Três fundamentos do estilo romântico: o egocentrismo, o
nacionalismo e liberdade de expressão. Segundo Fabio Luiz
Sobieski diz que; Romantismo, ainda chamado de Romanticismo,
foi um abalo artístico, político e filosófico aparecido
nas derradeiras décadas do século XVIII na Europa que persistiu por
boa parte do século XIX, diferenciando-se como
uma visão de mundo adversa ao racionalismo e ao iluminismo[2],
procurou um nacionalismo que viria a materializar
os estados pátrios na Europa
O egocentrismo: também chamado de subjetivismo, ou
individualismo. Evidencia a tendência romântica à
pessoalidade e ao desligamento da sociedade. O artista volta-se
para dentro de si mesmo, colocando-se como centro
do universo poético. A primeira pessoa ("eu") ganha relevância nos
poemas.
O nacionalismo: corresponde à valorização das particularidades locais.
Opondo-se ao registro de ambiente árcade,
que se pautava pela mesmice, vendo pastoralismo em todos os lugares,
o Romantismo propõe um destaque da
chamada "cor local", isto é, o conjunto de aspectos particulares de cada
região. Esses aspectos envolvem
componentes geográficos, históricos e culturais. Assim, a cultura
popular ganha considerável espaço nas discussões
intelectuais de elite.
A liberdade de expressão: é um dos pontos mais
importantes da escola romântica. "Nem regra , nem
modelos "-
afirma Victor Hugo, um dos mais destacados românticos
franceses. Pretendendo explorar as dimensões variadas de
seu próprio "eu", o artista se recusa a adaptar a expressão
de suas emoções a um conjunto de regras pré-estabelecido.
Da mesma forma, afasta-se de modelos artísticos
consagrados, optando por uma busca incessante da
originalidade.
Como decorrência da supremacia do sujeito na estética romântica, o
sentimentalismo ganha destaque especial. A
emoção supera a razão na determinação das ações das personagens
românticas. O amor, o ódio, a amizade o respeito
e a honra são valores sempre presentes.
Na sua luta contra a racionalidade, o artista romântico valoriza todo
e qualquer estado onírico, isto é, dominado pelo
sonho, pela fantasia e pela imaginação. São momentos de suspensão
passageira ou definitiva da razão que definem o
ser humano passional, dentro do Romantismo. Toda loucura é válida.
E se o mundo não corresponde aos anseios românticos, o artista parte para a
idealização criando um universo
independente, particular, original. Nesse universo ele deposita suas aspirações de
liberdade e à perfeição física. A
figura da mulher amada, por exemplo, será associada à sempre um exemplo moral a
ser seguido pelos leitores, por
sua inteireza de caráter e sua moralidade irrepreensível.
Se de um lado temos sempre a figura do herói associada ao Bem, de outro é quase
obrigatória nos romances a
presença de um vilão, que encarna o Mal. Essa concepção moral de oposição
absoluta entre Bem e Mal recebe o
nome de maniqueísmo. No romantismo, o maniqueísmo constituiu mesmo a
espinha dorsal das narrativas.
Normalmente, associamos o Romantismo a imagens de inocência e lirismo, mas ele tem sua
face escura, tétrica e
trágica. O pessimismo romântico aparece nas referências à morte e no arrebatamento
passional, que às vezes conduz
à loucura ou aos finais infelizes.
A Natureza, tão fundamental no Neoclassicismo, ganhará contornos particulares no
Romantismo. No primeiro estilo,
servia sempre como pano de fundo harmoniosos para o cenário bucólico e pastoril. No
segundo, acompanha os
estados de espírito do poeta ou das personagens dos romances. Assim, momentos de tristeza
ou desilusão
corresponderão a paisagens lúgubres; bem como instantes de alegria aparecerão sempre
associados a imagens
luminosas.
O romântico, ao desenvolver um mundo particular, pode
transformá-lo em seu espaço de fuga: é o escapismo. As
saídas, para o artista, são aquelas apontadas anteriormente: o
sonho, a morte, a Natureza exótica. Ainda dentro do
escapismo, destaque-se um espaço particular de fuga: o passado.
Ele pode aparecer de forma pessoal, associado à
felicidade inocente da infância, ou de maneira mais social, nas
freqüentes alusões à Idade Média.
Gerações da Poesia Romântica brasileiro
1ªgeração
(nacionalista ou indianista) - marcada pela busca de uma
identidade nacional, pela exaltação da natureza.
Predominam o nacionalismo e exaltação do índio (que
respresntariaria o ideal do herói rmântico nacional). Entre os
principais autores podem ser destacados Gonçalves Dias,
Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
Características

Nacionalismo ufanista:

O nacionalismo é um dos traços essenciais da primeira


geração do Romantismo brasileiro. Essa característica abriu
um variado leque temático, entre eles o regionalismo, além
de propiciar a pesquisa histórica, folclórica e linguística. Nele
existe a exaltação da nossa cultura.
O culto à natureza - Com a busca de um passado
indígena e de uma cultura naturalmente brasileira
surge o
culto ao natural, aos elementos da natureza, tão
cultuados pelos índios. Passava-se a observar o
ambiente natural
como algo divino e puro.
Religiosidade - A produção literária romântica, utiliza-se
não só da fé católica como um meio de mostrar
recato e austeridade, mas utiliza-se também da
espiritualidade, expressando uma presença divina no
ambiente
natural
2ªgeração
(poesia "mal século" ou ultrarromantismo) - influenciada pela poesia
de Lord Byron e Musset, impregnada de
egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão a
e tédio constante. Seu tema preferido é a fuga
da realidade. A poesia é intimista e egocêntrica. Os principais poetas
dessa geração foram:
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes
Varela
Evasão - O artista romântico (do ultrarromantismo)
interpretava o mundo como cruel e frequentemente
buscava a fuga da sociedade que não o aceitava.
Escapismo - Os artistas românticos procuravam fugir da opressão
capitalista gerada pela revolução burguesa
(revolução industrial). Apesar de criticarem a burguesia, os
artistas tinham que ser sutis pois os burgueses eram os
mecenas de sua literatura e por isso procuravam escapar da
realidade através da idealização.
As formas de escape seriam as seguinte: Fuga no tempo, Fuga no
sonho e na imaginação, Fuga na loucura , Fuga no
espaço e Fuga na morte.
Mal do século também conhecida como Byroniana e
Ultrarromantismo, recebeu a denominação de mal do
século pela sua característica de abordar temas
obscuros como a morte, amores impossíveis e a
escuridão.
3ªgeração
(condoreira) - caracterizada pela poesia social e libertária.
Sofreu forte influência de Victor Hugo e sua poesia político-
social. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo
de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor.
Seu principal representante foi Castro Alves.
As principais características do Condoreirismo são:

Liberdade poética
Busca da justiça e da identidade nacional
Temas abolicionistas e republicanos
Libertação do egocentrismo
Erotismo e pecado
Poesia social
Características gerais

A idealização da realidade - A análise dos fatos, das


aparências, dos costumes etc era muito superficial e
pessoal, por isso era idealizada, imaginada, assim o sonho
e o desejo invadiam o mundo real criando uma
descrição romântica e mascarada dos fato
Vocabulário mais brasileiro - Como um meio de criar
uma cultura brasileira original os artistas buscavam
inspiração nas raízes pré-coloniais utilizando-se de
vocábulos indígenas e regionalismos brasileiros para
criar uma
língua que tivesse a cara do Brasil.
Subjetivismo - A pessoalidade do autor está em
destaque. A poesia e a prosa romântica apresentam
uma
visão particular da sociedade, de seus costumes e da
vida como um todo.
Sentimentalismo - Os sentimentos dos personagens
entram em foco. O autor passa a usar a literatura como
forma de explorar sentimentos comuns à sociedade,
como: o amor, a cólera, a paixão etc. O sentimentalismo
geralmente implica na exploração da temática amorosa
e nos dramas de amor.
idealização da Mulher (figura feminina)- a
mulher era a fonte de toda a inspiração. Era
intocável, vista
como um anjo em que jamais poderiam
desfrutar de suas caracteristicas puras e
angelicais.
A Prosa Romântica
A prosa romântica inicia-se com a publicação do primeiro romance
brasileiro "O Filho do Pescador", de Antônio
Gonçalves Teixeira e Sousa em 1843. O primeiro romance brasileiro em
folhetim foi "A Moreninha", de Joaquim
Manuel de Macedo, publicado em 1844. O romance brasileiro caracteriza-se
por ser uma "adaptação" do romance
europeu, conservando a estrutura folhetinesca européia, com início, meio e
fim seguindo a ordem cronológica dos
fato.
1 No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo
de época: o Romantismo.

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida
criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a
primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor
sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe
maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da
natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para
os fins secretos da criação.”

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.
1 A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao
romantismo está transcrita na alternativa:

a) “… o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e


espinhas …”
b) “… era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça …”
c) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele
feitiço, precário e eterno, …”
d) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis
anos … “
2 A natureza, nessa estrofe:

“Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,


Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.”

Gonçalves Dias
a) é concebida como uma força indomável que submete o eu
lírico a uma experiência erótica instintiva.
b) expressa sentimentos amorosos.
c) é representada por divindade mítica da tradição clássica.
d) funciona apenas como quadro cenográfico para o idílio
amoroso.
e) é recriada objetivamente, com base em elementos da fauna e
da flora nacionais.
3 Assinale a alternativa que completa adequadamente a asserção:

O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo


artístico, social e político, caracteriza-se como uma época propícia ao
aparecimento de naturezas humanas marcadas por

a) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria, otimismo e crença.


b) etnocentrismo, insensibilidade, descontração, otimismo e crença na
sociedade.
c) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, pessimismo, angústia e
desespero.
d) teocentrismo, insensibilidade, descontração, angústia e desespero.
4 Numere a coluna da esquerda, de acordo com a coluna da
direita, tendo em vista a poesia romântica brasileira:

1. primeira geração
2. segunda geração
3. terceira geração
( ) abolicionismo
( ) condoreirismo
( ) autocomiseração exacerbada
( ) obsessão pela morte
( ) indianismo
( ) nacionalismo
5 Assinale a alternativa falsa:

a) Romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do autor; a forma predomina sempre sobre o
conteúdo.
b) Romantismo é um movimento de expressão universal, inspirado nos modelos medievais e unificado pela
prevalência de características comuns a todos os escritores da época.

c) Romantismo, como estilo de época, consistiu basicamente num fenômeno estético-literário desenvolvido
em oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII.

d) Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação.
Pode-se creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários.
6 “Cantor das selvas, entre bravas matas
Áspero tronco da palmeira escolho,
Unido a ele soltarei meu canto,
Enquanto o vento nos palmares zune,
Rugindo os longos, encontrados leques.”

Os versos acima, de Os Timbiras, de Gonçalves Dias,


apresentam características da primeira geração romântica:
a) apego ao equilíbrio na forma de expressão; presença do nacionalismo,
pela temática indianista e pela valorização da natureza brasileira.

b) resistência aos exageros sentimentais e à forma de expressão


subordinada às emoções; visão da poesia a serviço de causas sociais, como a
escravidão.

c) expressão preocupada com o senso de medida; “mal do século”; natureza


como amiga e confidente.

d) transbordamento na forma de expressão; valorização do índio como típico


homem nacional; apresentação da natureza como refúgio dos males do
coração.
7 Assinale a alternativa correta.

A poesia brasileira do Romantismo do século XIX pode ser


dividida em:

a) três fases: a poesia da natureza e indianista, a poesia


individualista e subjetiva, e a poesia liberal e social.
b) duas fases: a histórica e indianista, e a fase subjetiva e
individualista.
c) três fases: a subjetiva, a nacionalista e a experimental.
d) quatro fases: a histórica, a de crítica nacionalista, a
experimental e a subjetiva.
8 Sobre a prosa no romantismo brasileiro é incorreto afirmar:

a) Foi disseminada pelos folhetins publicados nos jornais.


b) Caracterizou-se por romances policiais de caráter nacionalista.
c) Teve José de Alencar como maior representante dos romances
indianistas.
d) Apresentou aspectos dos costumes burgueses com os romances
urbanos.
e) Valorizou a identidade nacional por meio dos romances regionali
stas.
9 I. A primeira fase do romantismo no Brasil foi marcada pela
criação do herói nacional na figura do negro afrodescendente.
II. A segunda fase do romantismo no Brasil é chamada de
ultrarromântica marcada pelo forte pessimismo.
III. A terceira fase do romantismo no Brasil foi caracterizada
pela poesia social e libertária.
10 A respeito do romantismo no Brasil pode se afirmar que:

a) representou um movimento social e libertário que culminou


na criação do soneto.
b) reforçou aspectos da identidade brasileira, sobretudo na
primeira fase.
c) sofreu influências diretas da prosa latino americana com sua
temática bucólica.
d) ao lado do Arcadismo, faz parte de uma das escolas
literárias da Era colonial.
11 Sobre o romance regional, estão corretas todas as
alternativas, exceto:

a) apresenta o índio como herói nacional, símbolo da pureza e


inocência.
b) é marcado pela diversidade regional e cultural do Brasil.
c) está relacionado com as particularidades dos habitantes de
diferentes regiões.
d) explora expressões utilizadas no universo sertanejo.
12 Os fragmentos abaixo, retirados de obras da Literatura Brasileira,
caracterizam a ideologia criada pelo Indianismo, exceto:
a) “(…) No “O Guarani” o selvagem é um ideal, que o escritor intenta poetizar,
despindo-o da crosta grosseira de que o envolveram os cronistas…”
b) “(…) Os tupis desceram para serem absorvidos. Para se diluírem no
sangue da gente nova. Para viver subjetivamente e transformar numa
prodigiosa força a bondade do brasileiro e o seu grande sentimento de
humanidade.”
c) “(…) Criaturas de Deus, de bons corpos e bom espírito, ainda sem religião
e educáveis no bem ou no mal. Seria fácil trazê-las de sua virtude natural à
virtude consciente do Cristianismo, para sua eterna salvação.”
d) “(…) Era Peri. Altivo, nobre, radiante da coragem invencível e do sublime
heroísmo de que já dera tantos exemplos, o índio se apresentava só em face
de duzentos inimigos fortes e sequiosos de vingança.”
13 Assinale a alternativa que identifica as qualidades do Romantismo presentes no
poema “O poeta”, de Álvares de Azevedo:
“No meu leito adormecida,
Palpitante e abatida,
A amante do meu amor!
Os cabelos recendendo
Nas minhas faces correndo
Como o luar numa flor!”

a) É do Romantismo, pela imagem da mulher amada idealizada.


b) O poema pertence ao Romantismo porque tem rimas emparelhadas.
c) Porque tem metáforas.
d) Porque apresenta um poeta enamorado.
14 Nos versos, evidenciam-se as seguintes características
românticas:
Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu)
a) nacionalismo e religiosidade.
b) sentimentalismo e saudosismo.
c) subjetivismo e condoreirismo.
d) egocentrismo e medievalismo.
15 Leia atentamente os versos seguintes:
“Eu deixo a vida com deixa o tédio
Do deserto o poeta caminheiro
– Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um mineiro.”
Esses versos de Álvares de Azevedo significam
a:

a) revolta diante da morte.


b) aceitação da vida como um longo pesadelo.
c) aceitação da morte como a solução.
d) tristeza pelas condições de vida.
e) alegria pela vida longa que teve.

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