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REVOLTAS DA PLEBE
PERÍODO CONQUISTAS
1ª Num ato de protesto, a plebe retirou-se para o Monte Sagrado e só retornou a Roma quando os patrícios
aceitaram sua proposta de ter um Tribuno da Plebe que defendesse seus interesses na Assembléia. No entanto,
494 A 471 a. C em 471 a.C., os plebeus instalam a Assembléia da Plebe, composta somente por elementos da sua camada
social, dai retirando seus tribunos representantes na Assembléia Maior, a Centuríata.
2ª Ocorreu quando os patrícios, pressionados novamente pela plebe, procuraram resolver os problemas redigindo
as leis que antes não eram escritas. Estabeleceram, assim, a Lei das Doze Tábuas que, no entanto, manteve o
450 a 449 a. C poder nas mãos dos patrícios, a escravidão por dividas e a proibição do casamento entre patrícios e plebeus.
3ª Marca a conquista, pelos plebeus, da liberdade de casamento com os patrícios, por meio da Lei Canuléia.
Destaque-se que para os patrícios a proibição do casamento era uma forma de manter em suas mãos o poder
445 a.C político e o poder sobre as terras.
4ª Depois de muitas pressões, a plebe conquistou o fim da escravidão por dividas graças à Lei Licínia, que
também limitava as posses particulares das terras anexadas pelo governo por meio das guerras. Até
367 a 366 a.C aproximadamente 300 a.C., a plebe conquistou também o direito político de eleger e participar de cargos
públicos e administrativos exclusivos dos patrícios, como o Consulado e o Pro consulado (governador de
Província). Contudo, o Senado continuava sendo de exclusividade dos patrícios.
5ª Nesse momento, foi conquistada a vitória mais importante da plebe: a aceitação pelos patrícios de que as leis
287 a 286 a.C votadas na Assembléia da Plebe fossem válidas para todo o Estado romano.
Os irmãos Caio Graco e Tibério Graco, ambos de antes de colocar em vigor a reforma agrária. A Caio, designado
origem nobre, estavam entre os representantes da plebe. tribuno em 133 a.C., coube aplicar a reforma proposta pelo
Tibério, eleito tribuno em 134 a.C., propôs uma lei agrária que irmão. Representando os interesses da plebe, conseguiu
limitava a extensão das propriedades dos nobres romanos. reformas sociais que descontentaram os patrícios, que o
Reprovado pelos nobres e abandonado pela plebe, foi morto perseguiram politicamente até seu suicídio, em 121 a.C.
A Inglaterra do século XVII configurava-se como um As forças sociais e políticas dividiam-se. Ao lado do
Estado organizado, aparentemente unido sob o cetro real. A rei estavam a alta nobreza proprietária de terras e o clero
base da economia era a agricultura. O campo concentrava a anglicano e católico. Ao lado do Parlamento, encontravam-se
maioria da população. A produção têxtil ganhava importância: os pequenos proprietários, a burguesia mercantil e
surgiam as primeiras fábricas manufatureiras de tecidos. A manufatureira e, por vezes, a nova nobreza, com forte apelo do
criação de rebanho ovino expandia-se em especial nos puritanismo, versão inglesa do protestantismo. A Revolução
condados mais ricos. Arrendar terras para grandes criadores de Inglesa teve como cenário as divergências políticas entre o
ovelhas tornou-se um excelente negócio para os latifundiários, absolutismo real, anglicano e católico e o parlamento puritano
os quais pagavam alto preço por elas e cercavam as terras no governo de Carlos I (1625-1640). As tentativas do rei em
comunais onde pastava o gado de seus habitantes. Com isso, aumentar os impostos provocaram a revolta da população. Por
porém, milhares de cidadãos que antes tiravam seu sustento outro lado, a monarquia procurava afastar a nova nobreza da
dessas terras viram-se expulsos das mesmas e praticamente corte e ampliar os privilégios dos pares. Face aos protestos do
reduzidos à miséria. O carvão mineral tornou-se o combustível Parlamento, o rei Carlos I o dissolveu, convocando outro,
mais utilizado nas casas londrinas e largamente adotado nas também logo dissolvido por se negar a permitir novos
fundições e fábricas de armas, cerveja, sabão. O crescimento impostos. Entre 1640 e 1642 o novo Parlamento convocado
na procura desse mineral passou a exigir maior organização e depôs o primeiro-ministro, revogou os impostos decretados
investimentos, praticamente inviabilizando a extração pelos pelo rei e estabeleceu que somente o Parlamento poderia se
grupos artesanais e mesmo proprietários fundiários. Os grandes autodissolver. Entre 1642 e 1648, iniciou-se uma violenta
comerciantes londrinos, que dispunham de capital para guerra civil entre os partidários do rei e os partidários do
investir, assumiram o monopólio dessa atividade. A chegada de Parlamento. A criação do Novo Exército Modelo, por
novos capitais ao campo, para compra ou arrendamento de Cromwell, no qual promoções se davam por mérito, aumentou
terras, alterou profundamente as relações no mundo rural. Os a participação popular dentro do exército e foi decisiva para a
novos proprietários e os grandes arrendatários transformaram vitória do Parlamento. O rei Carlos I, derrotado, foi preso e
seus dependentes em mercadoria com a finalidade de aumentar condenado à decapitação pública.
seus lucros. As dificuldades pelas quais passava a aristocracia Entre 1648 e 1658, instalou-se a República de
abriram espaço para o surgimento de novos grupos - comércio, Cromwell. Fazendeiro e senhor rural, além de puritano devoto,
advocacia, grandes arrendamentos, criação de ovelhas, média Cromwell era membro do Parlamento e tinha sido o
nobreza rural- capazes de lutar por seus próprios interesses e comandante do exército parlamentarista. Cromwell esmagou
com peso crescente na vida do pais. violentamente os grupos radicais no interior do exército que
Porém, se do ponto de vista econômico a Inglaterra defendiam uma república justa e igualitária social-mente aliada
estava em pleno processo de desenvolvimento do capitalismo a uma profunda religiosidade cristã. Esses grupos eram
comercial, manufatureiro e industrial, a estrutura jurídica e conhecidos como niveladores, pois pretendiam nivelar as
política era ainda semifeudal. A monarquia absolutista, regime condições sociais e defendiam a população pobre das cidades e
político em vigor, estava fragilizada em meio ao descrédito e do campo, bem como a total liberdade religiosa e a igualdade
descontentamento das classes emergentes. A manutenção dos perante a lei; e cavadores, que se opondo à propriedade
privilégios para a Coroa e a nobreza dava-se à custa de particular do solo, propunham sua posse comunitária.
impostos, pagos por aqueles que não se beneficiavam do
sistema.
PURITANISMO
O puritanismo é, originalmente, uma orientação espiritual característica da Grã Bretanha, fundada sobre a suprema
autoridade da Escritura, a adesão à doutrina da predestinação e o repúdio da vida mundana encarnada na frivolidade dos Stuart.
Surgido por volta de 1564, influenciado por Calvino e Zwingli Bullinger, o puritanismo exerceu grande in-fluência durante o
reinado de Elizabeth I. Perseguidos pela alta comissão eclesiástica criada em 1583, os puritanos imigraram em grande parte para
a Holanda e depois para os Estados Unidos. Na Inglaterra, os puritanos arrebanharam alguns elementos das classes mais
influentes da sociedade inglesa; criticaram as concepções ultra-episcopais de Jaime I e exerceram um papel considerável na
revolução da Inglaterra, combatendo, ao lado do Parlamento, Carlos I (Cromwell), sendo dissolvidos com a restauração, em
1660. O puritanismo, ao considerar a riqueza como símbolo de eleição, contribuiu para a formação da burguesia capitalista na
Inglaterra e nos Estados Unidos e para o florescimento dos regimes parlamentares.
GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL. v. 20. São Paulo: Nova Cultural, 1998, p. 4837.
ANGLICANISMO
Religião oficial da Inglaterra desde o reinado de Elizabeth, o anglicanismo nasceu não de um movimento de idéias, mas
da política religiosa de Henrique VIII, cujos episódios da vida conjugal provocaram um sério desentendimento com o papado. Em
1534, o Ato de Supremacia deu ao rei o poder de chefe supremo e "único" da igreja da Inglaterra. Em sua origem, a Igreja
Anglicana foi, portanto, apenas uma dissidência católica. Mas a ruptura com Roma favoreceu a pene-tração das idéias luteranas,
cuja influência se concretizou através do Book of Comon Prayer, que, depois, não ficaria isento de influências calvinistas. Na
verdade, a reforma anglicana apareceu como uma via intermediária entre o catolicismo, de que conserva, com a hierarquia, as
formas exteriores do culto, e o protestantismo, cujos grandes princípios doutrinais mantém. Com esse duplo valor, ele
desempenha um papel de primeiro plano na aproximação das igrejas.
GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL. v. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1998, p. 309.
II, herdeiro de Carlos I, assumiu o trono. No entanto, quando
Os posicionamentos assumidos pelos niveladores e Jaime II tentou restaurar o absolutismo e o catolicismo na
cavadores tornaram-se um incômodo para as classes sociais Inglaterra, o parlamento liderado pela burguesia e pela nova
dominantes. Ambos os grupos foram afastados da República de nobreza reagiu violentamente. Em 1689, Jaime II foi derrubado
Cromwell e do Parlamento. Cromwell tornou-se lorde-protetor e se instalou definitivamente na Inglaterra uma monarquia
da Inglaterra e transformou o regi-me em ditadura. Seu poder constitucional e parlamentar, fundada na Declaração de
assumiu um caráter cada vez mais personalista, só tolerado Direitos, a Bill of Rights. Essa foi a chamada Revolução
devido aos sucessos obtidos interna e externamente contra a Gloriosa de 1688-89.
Holanda e a Espanha pela marinha inglesa. Com a morte de Como vimos, durante o processo revolucionário na
Cromwell, seu filho, Richard, o sucedeu como lorde-protetor, Inglaterra, a participação popular mais radical foi afastada,
cargo do qual abdicaria depois de se mostrar incapaz de enquanto outras camadas dominantes em ascensão social
compatibilizar as correntes políticas inglesas. Em 1660, por tomaram o poder, o que evidencia claramente como a luta
meio de golpe militar, derrubou-se a república e instalou-se social e política construiu as relações de poder, econômica e
uma monarquia parlamentar, chamada de Restauração. Carlos cultural numa sociedade.
Em abril de 1931, a república sucedera à monarquia. Havia cinco anos que a Espanha era uma república: cinco anos perturbados
(...) e onde se haviam sucedido dois anos de governo da esquerda, depois dois anos de governo da direita, de 1934 a fevereiro
de 1936. Em fevereiro de 1936, as eleições gerais reconduzem ao poder as esquerdas coligadas: é a vitória da Frente Popular.
Uma onda de agitação social e desordem alarma os proprietários, os ricos, os militares e a Igreja. No dia 18 de julho de 1936,
estoura uma sublevação militar que fracassa parcialmente; concebida para triunfar em vinte e quatro horas, não atinge seu
objetivo. A guarda civil permanece leal, a marinha continua fiel ao governo; sua atitude é decisiva pois, vigiando o Estreito de
Gibraltar, impede que os insurretos transfiram do Marrocos Espanhol para a Península Ibérica os regimentos marroquinos com
que eles contavam. A Catalunha e as províncias bascas, gratas à república por lhes haver reconhecido a autonomia, colocam-se
ao lado do governo de Madri. Mas este já não tem exército, que se bandeou para os amotinados. Arma-se o povo; milícias
improvisadas criam dificuldades, durante semanas, às tropas regulares, incapazes de alcançar uma vantagem decisiva. A
operação que devia durar algumas horas, durará três anos. A guerra intensifica-se e generaliza-se.
RÉMOND, René. O século XX, 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1982. p. 114-5.
Começou uma violenta Guerra Civil que só terminou financiadas militarmente pelas elites espanholas, pela Igreja e
em 1939, com a vitória das forças do general Franco. pelo fascismo italiano e nazismo alemão. Esquadrilhas alemãs
Republicanos, anarquistas e comunistas com grande apoio bombardeavam alvos não-militares, cidades, vilas e povoados,
popular e até de voluntários vindos dos mais diferentes países como aconteceu na cidade de Guernica, que foi fortemente
organizaram um exército popular, armando grande parte da retratada na pintura de Picasso.
população. Do outro lado, as forças do general Franco eram
Picasso estava em Paris quando soube do bombardeio da cidade de Guernica, pelos fascistas, em 28 de abril de 1937. Ao tomar
conhecimento de todos os detalhes da chacina, começa a pintar com faria e emoção. Em seu espírito certamente já fervilhavam
as idéias que mais tarde o levaram a escrever: "O que vocês pensam que seja um artista? Um imbecil feito só de olhos, se é
pintor, ou de ouvidos, se é músico, ou de coração em forma de lira, se é poeta, ou mesmo feito só de músculos, se trata de um
pugilista? Muito ao contrário, ele é ao mesmo tempo um ser político, sempre alerta aos acontecimentos tristes, alegres,
violentos, aos quais reage de todas as maneiras. Não: a pintura não é feita para decorar apartamentos. É um instrumento de
guerra para operações de defesa e ataque contra o inimigo". E como instrumento de guerra ele usou o pincel: em branco e
preto retratou todo o horror de homens, mulheres e crianças, mutilados, de forma magistralmente trágica. E criou Guernica.
Conta-se que Abetz, embaixador de Hitler em Paris, ficou tão impressionado com a obra, que teria perguntado a Picasso,
aparentando desinteresse: - É obra sua? - Não. Sua - replicou o artista com frieza (...). O final da guerra encontra a vida de
Picasso novamente transformada (...). Recusa-se a voltar à Espanha enquanto perdurasse o regime franquista, e faz um contrato
com o Museu de Arte Moderna de Nova York para que proteja e conserve Guernica até a queda do fascismo espanhol, quando
então a obra deverá ser cedida à terra natal do pintor.
CARRASCO, Walcir. Picasso. São Paulo: Abril, 1977. p. 20-2. (Coleção Mestres da Pintura).
A URSS deu pouco apoio aos rebeldes republicanos,
enquanto países carast3s corno
Inglaterra, Estados Unidos e França fizeram vistas
grossas ao acontecimento, devido à forte direção dos radicais
de esquerda no processo. Populações civis foram dizimadas,
chegando a um saldo de um milhão de mortos, numa das
guerras mais violentas do século XX, na qual houve grande
participação popular na luta por um país mais justo. Foi o
último suspiro de um projeto anarquista, duramente abafado
pelas forças conservadoras das elites dominantes.