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Estudo sobre as bem-aventuranças – Mateus 5 a 7

É certo que em toda Bíblia, em especial no Novo Testamento,


encontramos os ensinos que os discípulos de Jesus devem guardar. Entretanto,
no Sermão do Monte, inserido no evangelho de Mateus, está o cerne dos
ensinamentos de Jesus, sendo possível, por isso, concluir que o Sermão do Monte
é a Constituição do Reino de Deus, porque nele encontramos princípios que
regem a caminhada do verdadeiro discípulo.

O Sermão do Monte pode ser dividido da seguinte maneira:

Introdução: As Bem-aventuranças – Mateus 5.1-12


• O enunciado de oito princípios que regem o Reino de Deus em nós
O Corpo do sermão: Mateus 5.13 a 7.23
• O desenvolvimento dos oito princípios
Conclusão:
• Dois tipos de construtor – Mateus 7.24-28
a) O construtor sábio que edificou sobre a rocha
b) O construtor tolo que edificou sobre a areia.

A felicidade é uma busca universal do ser humano. Sabedor disso, Jesus


destaca, na introdução, que são felizes ou saudáveis o que tomam os princípios do Reino
a sério para cumpri-los no dia a dia. No corpo do sermão, Ele exemplifica os princípios por
meio de ensinos claros e objetivos, concluindo que todos nós somos os construtores da
nossa história, havendo somente dois tipos de construtor: o sábio e o tolo. A sabedoria
vem de construir nossa vida de acordo com os princípios e valores do Reino, enquanto é
tolo aquele que não dá ouvidos aos princípios do Reino.
Importante perceber que a tempestade abateu-se sobre as duas construções,
podendo concluir daí, que Jesus não nos promete uma vida sem problemas, mesmo que
sigamos os princípios do Reino.
O objetivo desse estudo é funcionar como um aparelho de ressonância
magnética, que nos desnudará, mostrando o padrão de excelência de Deus. A
ressonância não cura a doença, ela apenas a diagnostica. Assim, ao concluirmos esse
estudo, pretendemos ter a noção de quem somos para, então, podermos ser tratados por
Deus.

1. Princípio da Adoração
“Bem-
“Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus”. Mateus 5.3

O que é ser “pobre de espírito”?

Às vezes, por termos a concepção errada dos termos não os aplicamos à


nossa vida.
A palavra grega usada por Mateus é ptochos que significa pobreza absoluta.
Há outra palavra grega para designar aquelas pessoas que precisam trabalhar para viver
que é pênes – o trabalhador que não é rico, que não tem o que é supérfluo, mas o
necessário para uma vida digna.
Assim, é possível concluir que Jesus está dizendo que são felicíssimos
aqueles que são carentes, dependentes de espírito porque deles é o Reino dos Céus.
Essa afirmação implica que são “pobres de espírito” aqueles que têm real
percepção de sua absoluta dependência de Deus, por terem descoberto que não são
possuidores de nada, o que os leva a colocar Deus como centro de sua vida, vivendo em
total dependência dEle e para Sua Glória. Romanos 7.18 e Salmo 40.17.
Um contraste são os cristãos de Laodicéia - Apocalipse 3.16-17. Ainda hoje,
essa postura autônoma é o fator gerador de todos os nossos principais conflitos
espirituais. Isso começou no Éden – comer o fruto significou a busca da autonomia. De lá
para cá, o que chamamos de história da humanidade, nada mais é do que uma luta
desenfreada do ser humano por reconhecimento ou busca da divinização: ser conhecedor
do bem e do mal, implica ter o controle; quem tem o controle, domina; quem domina
merece reconhecimento e louvor.
Ser “rico de espírito” é a tentativa de autenticar-se pelo seu valor intrínseco
O primeiro princípio apresentado por Jesus – Adoração – indica que somente
aqueles que se reconhecem absolutamente carentes de Deus é que o buscam em total
dependência e reconhecimento de que só Ele é digno de toda glória e louvor.

 Mas o que é adoração?


João 4.20-24. Nesse diálogo, Jesus revela a mudança radical que Ele veio operar
no conceito de adoração, que não estaria mais limitada a tempo e lugar, o que fica
claro na narrativa da morte de Jesus, quando o véu do templo de rasgou de alto a
baixo, o que mão humana nenhuma poderia fazer, somente Deus poderia fazer:
Êxodo 26.31-33, Mateus 27.51 e Hebreus 10.19-22.
Com a morte de Jesus, o caminho para a presença de Deus estava aberto e agora
podemos chegar a Ele pela genuína adoração em todo tempo e em todo lugar. No
Novo Testamento, os irmãos reunidos constituem-se no Santuário (1 Coríntios
3.16,17 e Mateus 18.20). Os cristãos e não o local físico são as pedras vivas,
edificados como casa espiritual (1 Pedro 2.5). Paulo indica que no dia a dia a
adoração deve ser um modo de viver (1 Coríntios 10.31). E não só a reunião dos
cristãos, mas cada um individualmente é verdadeiro santuário – 1 Coríntios 6.19-
20

Adoração é, portanto, um novo modo de viver em que colocamos o Senhor


no centro e vivemos em função dEle; é realizar qualquer coisa que traga
glória e honra ao Seu nome.

Um grande mal que acometeu a Igreja nos anos 80 foi o entendimento de que a
casa de Deus é um local físico, surgindo daí o conceito de secular e sagrado. A
secularização é o banimento de Deus da vida, circunscrevendo-o ao nível do
sagrado. Deus é coisa de domingo e do templo. O resto é secular.

Entendido o que é adoração, passemos a verificar as conseqüências da


violação desse princípio. Mas, antes é preciso pensar como ocorre a violação?

- Violamos o princípio da adoração quando buscamos glória e


reconhecimento por aquilo que fazemos, ou seja, quando
procuramos estar sob os holofotes da aprovação humana, mais do
que da aprovação divina. Nossas ações são movidas em função
da aprovação do meio. O louvor e o reconhecimento das pessoas
torna-se o principal combustível para alimentar nossas ações.
- Violamos também este princípio quando buscamos o ter como
forma de afirmação. Raciocinamos: “se eu tiver..., serei...”
Agora debrucemo-nos sobre as conseqüências decorrentes da violação desse
princípio. O que acontece quando busco autonomia, colocando-me no centro, sob as
luzes da aprovação humana?

ORGULHO é o pecado central, gerador de inúmeros frutos que iremos analisar


e pode ser definido como conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo, amor-
próprio exagerado, altivez, empáfia, soberba. O orgulho é, sem sombra de dúvidas, a
nossa principal enfermidade espiritual, o nosso principal pecado. Assim, vejamos os frutos
decorrentes do orgulho que evidenciam a quebra do princípio da adoração:

Medo da rejeição, do desnudamento – a necessidade de sentir aceito é natural


e saudável até certo ponto, mas pode tornar-se uma preocupação neurótica
que nos paralise totalmente, pois não queremos que o outro descubra o que
não somos.
Insegurança, que normalmente acontece por medo de ser diminuído, não
valorizado como acho que devo, de ser rejeito por não saber ou não ter a
capacidade de realizar determinadas coisas, de ser preterido, etc. Quando nos
deparamos com a insegurança precisamos perguntar: “Por que estou tão
inseguro? Parece que está se sentindo rejeitado? No fundo a sua preocupação
não é com o que os outros pensam de você?” Só nos livramos da insegurança
quando colocamos o rosto no pó e somos tratados por Deus e curados pela
graça da aceitação.
A insegurança pode revelar também uma excessiva preocupação com a auto-
imagem. É na insegurança que nascem os complexos de inferioridade e
superioridade, ambos problemáticos e violadores da Palavra que nos ensina a
“não pensar de nós além do que nos convém” – Romanos 12.3, pois é tão
enfermo subestimar-se como superestimar-se.
A competição é outra forma de demonstrar superioridade e tentar atrair os
holofotes para nós mesmos. Por que será que, às vezes, aparece dentro de
nós, um sentimento de alegria com o fracasso do outro, ou então de tristeza
com o sucesso do outro? A razão desses sentimentos pecaminosos, embora
bem acobertados é que o sucesso do outro ressalta nosso fracasso, e o
fracasso do outro evidencia nosso sucesso. Daí a explicação para a praga da
maledicência: por que concentrarmo-nos nas coisas negativas das pessoas e
comentarmos sobre elas? Porque ao concentrarmo-nos no ruim dos outros,
achamo-nos melhores.
Frustração – Lucas 10. 36-42, o texto nos dá a nítida impressão de que Marta
estava querendo impressionar Jesus pelo seu trabalho, enquanto Maria estava
tão-somente sedenta, sem nenhuma intenção de fazer boa figura. E isso nos
leva a refletir sobre o trabalho que fazemos para Jesus. Quais são minhas
reais motivações? A frustração sempre aparece quando a minha motivação é
receber os elogios por aquilo que estou fazendo. Se os elogios não aparecem
então começo a culpar os outros e a lamuriar.
Tenho de perguntar continuamente com que motivação estou fazendo
isso. A frustração é um indício de que saí dos trilhos da adoração e cai na
armadilha da auto-promoção. Devemos prestar atenção também à falsa
modéstia ou falsa humildade. A verdadeira humildade não busca o elogio, mas
o aceita, reconhecendo com alegria ter sido instrumento nas mãos de Deus.
É interessante observar que há na Bíblia relato de pessoas que foram
mortas por serem falsos adoradores: Levíticos 10 (Nadabe e Abiú); I
Samuel 6.7 (Uzá) e Atos 5.1-11 (Ananias e Safira). Deus nos mostra com
esses exemplos a seriedade da adoração.

A nossa vida cristão também recebe uma sentença de morte e definha quando,
igualmente, realizamos qualquer coisa com o objetivo de atrair sobre nós o
foco do louvor. Preciso sondar continuamente minhas motivações e, quantas
vezes, nos encontraremos como falsos adoradores... Quando estamos atentos
à malignidade do nosso coração podemos correr para o Trono da graça e
receber o bálsamo curador do sangue de Jesus que nos purifica de todo
pecado, e, assim sermos conduzidos a andar naquelas obras preparadas de
antemão para nós, que quando vistas trazem glória ao nosso Pai celestial. (Ef.
2.1, Mateus 5.16)

Resultados da vivência desse princípio:

O principal resultado é vivenciar o clima do reino. Outro é uma contínua vida


de adoração e o adorador não murmura, pois reconhece que Deus é soberano sobre
todas as coisas (1 Timóteo 6.13-16); que nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça sem
o Seu conhecimento (Mateus 10.29-30); que todas as coisas cooperam para o bem dos
que o ama (Romanos 8.28), e esse reconhecimento é suficiente para que tenhamos um
coração agradecido em toda e qualquer circunstâncias (1 Tessalonicenses 5.18).
Assim quando reclamo, reclamo do próprio Deus. É certo que há um
sofrimento fruto da minha rebelião, desobediência, mas há também o sofrimento que não
é por pecado direto de quem está sofrendo – grande tema do livro de Jó.

 O princípio expandido no corpo do Sermão


Mateus 6.1-18 nos dá exemplos de como o princípio pode ser aplicado:
1- Ao Fazer o bem;
2- Ao orar – Jesus nos mostra que há uma espiritualidade ostentatória. A
verdadeira oração é um relacionamento de amor entre Pai e filho, onde o Pai
sabe das necessidades do filho, e, tem prazer de ver o filho expondo com
liberdade os seus desejos;
3- Ao jejuar
Mateus 6.9-13 colocar a oração do Pai Nosso dentro do Princípio da Adoração tem
por objetivo mostrar que toda oração genuína, quer seja petição, intercessão, confissão,
louvor, é, na realidade, um ato de adoração. Pois é, pela oração que estamos afirmando
nossa total dependência de Deus e reconhecendo Sua soberania sobre todas as coisas.

2. Princípio do Servir
“Bem--aventurados
“Bem aventurados os que choram porque serão consolados”. Mateus 5.4

O que Jesus quer dizer com “chorar”? Será simplesmente expressar uma
emoção?

A sensibilidade que Jesus ressalta é espiritual, que é expressa de duas


maneiras:

• Sensibilidade ao próprio pecado – é o mesmo que quebrantamento ou pronta


atitude em assumir a responsabilidade pelo erro cometido sem atribuir culpa aos
outros. É contrição ou tristeza pela falta cometida. Assim, é bem-aventura, feliz,
sadio aquele que não está endurecido pelo engano do pecado, que está pronto
para lidar com seu pecado, sem a tendência de pensar que os seus problemas ou
pecados existem por culpa dos outros. É quem não tem a síndrome da vítima: toda
vez que errar procurará atenuar sua culpa atribuindo-a a outros ou, até mesmo, a
Deus. Os possuidores dessa síndrome são cobradores e auto-centrados. São
cristãos infantis, pois agem como crianças que ainda não descobriram que o
mundo não gira ao se redor.
“Os que choram” são aqueles que descobriram que os seus problemas não estão do
lado de fora, mas do lado de dentro. Reagir com as pessoas ou situações externas
esperando sempre que os outros mudem, ou resolvem meus problemas promove o
endurecimento, que é o contrário do QUEBRANTAMENTO.

• Sensibilidade aos pecados e/ou problemas dos outros – somente aquele que se
enxerga pecador, responsável pelos seus próprios erros e que chora por causa
deles consegue ser compassivo com os outros pecadores. Aquele que chora pelos
próprios pecados também chorará pelos do próximo.
Bem-aventurados, portanto, aqueles que empatizam com o próximo.
“Pathos”, do grego, dor, sofrimento
“syn” + “patho” = simpatia, sofrer com
“pathos” + “em” = empatia, sofrer em, sofrer dentro ->sofrer por profunda
identificação, sofrer por olhar a vida pelo prismo do outro.
O sofredor es´ta precisando de alguém que o escute e consiga orar e chorar com ele
e não de explicações, esclarecimentos, pregação exortativa.

Resumindo, os que choram são aqueles que são sensíveis ao seu pecado, sendo,
portanto, pessoas quebrantadas, ou seja, que olham para a vida não como vítimas, mas
como responsáveis pelos erros cometidos, e que, por isso, são igualmente sensíveis ou
compassivos com os pecados e/ou problemas do próximo, procurando ver a vida pelo
prisma do outro, desenvolvendo assim a compreensão de servo.

 Conseqüências da violação:

Eu violo esse princípio quando me torno me torno uma pessoa auto-centrada,


olhando para vida e para os outros de uma forma errada, entendendo que os outros são
os responsáveis pelos meus problemas e que existem em função de me servir.

Egoísmo ou egocentrismo – é a postura da pessoa que vê os outros sempre


como seus devedores. Ela está sempre pensando nos outros de uma forma
utilitária;
Insensibilidade ou endurecimento para com os próprios pecados – quem é
auto-centrado tenderá sempre a justificar-se dos erros atribuindo-os aos
outros;
Insensibilidade para com os pecados e/ou problemas dos outros – a pessoa
endurecida será sempre fria e indiferente para com os pecados ou problemas
do próximo;
Oração vazia e sem efeito – a oração egocêntrica faz de Deus meu servo.
Estarei sempre voltado par aos meus interesses, incapaz de derramar-me
pelos outros, pois minha atitude será continuamente de cobrança, até de Deus.
A oração do servo é diferente, pois seu alvo é mais abençoar do que ser
abençoado. O servo não ora transferindo para Deus toda a
responsabilidade, mas ora colocando-se em suas mãos para ser usado
como resposta. O servo sempre pergunta o que Deus quer que ele faça.
Lembrando que é tão pecado não fazer o que Deus mandou, como fazer o que
Ele não mandou. O primeiro é rebelião, o segundo é pretensão.
Hipocrisia religiosa – o mundo está cansado de um discurso religioso de amor
ao próximo que não se efetiva na prática. Lucas 10.25-37, parábola do
Samaritano. Há três filosofias nessa parábola:
1 – A filosofia dos salteadores: “o que é teu é meu”;
2 – A filosofia dos religiosos: “o que é meu é meu” (teoria sem prática
desmoraliza o discurso);
3 – A filosofia do genuíno cristão: “o que é meu é teu”. Jesus coloca o
samaritano no papel de genuíno cristão para confrontar ainda mais os
soberbos judeus que tinham nos samaritanos um povo desprezível. O
samaritano envolve-se de corpo e alma com a situação. Assim, o genuíno
cristão é aquele que olha para o próximo da perspectiva de servo.
Só vivemos de fato quando nos doamos, quando saímos do nosso egocentrismo e
olhamos para o outro da perspectiva correta. Filipenses 2.3. Isso é ser como Jesus. Por
essa parábola Jesus ensina-nos a estar atentos a situações comuns em nossa vida diária
que poderão exigir de nós envolvimento.

Resultados da vivência desse princípio:

São consolados por experimentarem a maravilhosa sensação de perdão dos


seus pecados;
São consolados por verem a atuação de Deus na vida do próximo por seu
intermédio;
São consolados por verem a resposta de Deus às suas orações, nas quais
muitas vezes foram usados como instrumentos de Deus;
São consolados por perceberem que o genuíno quebrantamento torna-os
sensíveis às necessidades dos outros;
São consolados por descobrirem a longanimidade de Deus para consigo
levando-os a serem longânimos com o próximo;
São consolados pela alegria de servir ao invés de ficarem esperando ser
servidos;
São consolados por extiguirem um espírito de cobrança que os levava sempre
a olhar para os outros como devedores;
São consolados pela liberdade adquirida de olhar o mundo da maneira de
Jesus: “Não estou no mundo para ser servido, mas para servir e doar a minha
vida”.

 O princípio expandido no sermão:

Mateus 5-13-15
1. O sal – sabor, preservação, conservação. O servo é aquele que dá sabor
agradável ao meio onde vive, pois sua atuação é para fora, assim como o sal.
O sal desfaz-se para dar sabor ou valorizar os alimentos. 2 Coríntios 12.15.
O servo mantém o meio saudável por viver em função de servir e não de ser
servido. É o servo que salga a sociedade impedindo-a de deteriorar-se
totalmente, pois sua atitude a permeia de um significado maior.
2. A luz – Jesus diz que nós SOMOS a luz e não que devemos ser. João 8.12
e Mateus 5.14 Jesus é o sol e nós somos a lua. O mundo não pode mais ver a
Jesus, senão em nossas faces e é na face do servo que Jesus se mostra ao
mundo.
Jesus é visto na face do servo que se curva para lavar os pés do próximo. A
luz que ilumina os passos dos perdidos é a luz do servo que trabalha na calada
da noite em busca do cansado e do aflito.

Mateus 5.43-48
Amar é muito mais do que sentir; é uma atitude que seria melhor
compreendida pela palavra servir. O texto de Romanos 12.17-21 elucida bem o
que é amar.
Amar o inimigo é suprir-lhe as necessidades.
- Mateus 7.12 – Lei Áurea – Nós gostamos de ser servidos e bem tratados.
Não é errado gostar disso. O que Jesus nos ensina aqui é tomar essa intenção
por base ao agirmos para com o nosso próximo.

3. Princípio da Submissão
“Bem--aventurados
“Bem aventurados os mansos porque herdarão a terra”. Mateus 5.5

A base do edifício espiritual do Reino de Deus é amar a Deus sobre todas as


coisas e ao próximo como a si é exemplificada pelos dois primeiros princípios.
O terceiro conduz-nos a compreensão de que somos apenas mordomos e não
donos do que Deus coloca em nossas mãos, inclusive da nossa vida.

-> O que não é ser manso: ter caráter fraco; praticar a filosofia da “paz a
qualquer preço. Enfim, mansidão não é anulação.

Então, o que é mansidão?


Manso é aquele que se submeteu inteiramente ao Senhor, entregando-lhe
todos os seus direitos e pertences, entendendo assim, que não é mais
dono de nada, nem mesmo de sua própria vida, mas tão-somente um
administrador dos bens do Senhor. É ter a consciência clara de estar
inteiramente submisso ao comando de Jesus desejando, acima de todas
as coisas, alimentar-se da Sua vontade.
Conversão genuína é colocar Jesus no comando de tudo!

 Conseqüências da violação:

Quando violo as leis da física, me ocorrem conseqüências físicas; do mesmo


modo, quando violo leis espirituais, sofro conseqüências espirituais.

Esse princípio pode ser violado de duas maneiras:


Permitindo falsos deuses no controle da minha vida – Jeremias 2.12-13.
Cisterna rota= falsas fontes de vida. Tudo aquilo que vier a constituir-se em
nossa fonte de segurança ou de significado, ou de contentamento, torna-se
uma “cisterna rota” ou um “falso deus”. Cavas cisternas rotos é procurar
significado fora de Deus, o que nos levar a destronar Deus e nos colocarmos
no trono, ou melhor, uma divindade falsa vai para o trono e começa a nos
controlar.
O coração de Deus sofre ao nos ver correndo em tantas direções a procura de
significado, deixando-O de lado por não descobrir que nEle estão todos os
tesouros que nossa alma anela.
É preciso estar atento aos deuses que insinuam em nossa vida por meio de
desejos legítimos.
Salmo 37.4 – Quando você descobrir que em Deus está toda a razão de viver,
você não mais ficará correndo atrás de qualquer coisa para preencher vazios
de sua alma, no entanto, perdurarão desejos legítimos, que deixarão de ser
dominantes, e Deus, então, fará uma de duas coisas: ou os satisfará ou os
tirará do seu coração.
Assumir o papel de dono – ocorre quando vivo em função do ter e não do ser.
É um sentimento de posso, em que “amo as coisas” e “uso as pessoas”.

Quando somos controlados por divindades falsas ou pelo sentimento de posse


há sintomas que se apresentam:

Ansiedade – 1 Pedro 5.6 e 7. A ansiedade é uma forma muito sutil de orgulho.


É um sentimento pecaminoso que nos faz querer ter o controle do futuro. Por
que o dinheiro nos fascina? Por nos fornecer um certo sentimento de
segurança em relação ao amanhã.
Ansiedade é o mesmo que preocupação (ocupar-se antes). Nós não temos
ansiedade pelo bem, mas pelo mal. Diante do bem, temos expectativa. Mateus
6.34.
Só há uma maneira de vencer a ansiedade: Filipenses 4.6 e 7. A oração
verdadeira é um ato de humilhação, pois é a declaração de nossa falência, de
nossa impossibilidade, que nos está levando a depender inteiramente de Deus.
Ansiedade é contrário de orar. É angustiar-se por querer ter a solução em si
mesmo.
Quando lançamos sobre Deus a nossa ansiedade e fazemos conhecidas dele
as nossas petições somos invadidos por Sua paz que excede todo
entendimento. Só na dependência completa, há cura para a ansiedade.
Amargura – a amargura acontece quando nossa divindade é atingida. Ficamos
ressentidos e amargurados contra Deus porque Ele tocou no que nos era tão
precioso. Ficamos também amargurados com as pessoas quando nossos
direitos são invadidos.
Irritação – é um alerta espiritual muito importante, que nos adverte da quebra
desse princípio.
Geralmente ficamos irritados quando nossos direitos são violados. O que Deus
espera é que percebamos que o servo não tem direitos, só deveres, e que
devemos entregar a Ele a defesa do que consideramos ser nossos “direitos”.
Lucas 17. 7-10.
ENTREGA TOTAL = MANSIDÃO = DESCANSO E PAZ.
A consciência de que não somos donos de nada nos liberta da irritação.
Deus cuida de todas as coisas – grandes e pequenas – Mateus 10.30: O nosso
Deus é o Deus do fio de cabelo.
Preste bastante atenção nas coisas que o irritam, pois seguramente são
aquelas áreas que você acha que estão os seus direitos invioláveis. Parece
que Deus está deixando alguém mexer lá! Acorde! Peste atenção!
O importante na entrega é a libertação que passamos a experimentar por
deixarmos a questão nas mãos do verdadeiro dono, confiando que Ele fará
exatamente o que deve ser feito: mudando ou não as situações.
Ódio – ser possuído pelas coisas gera em nós verdadeiro ódio contra aqueles
que ameaçam nossas posses. Se alguém nutre um sentimento de posse numa
relação de amizade ou na vida conjugal, ela transforma o outro em uma coisa
a ser usada ou consumida.
Avareza – é o domínio do ter; é idolatria, pois o avarento torna-se
autocentrado, numa adoração de si mesmo, vivendo como se tudo existisse
em função dele próprio.

Resultados da vivência desse princípio

Quem descobre que não é dono de nada, mas apenas mordomo, realmente
herda, ou usufrui a vida sobre a terra de forma plena e cheia de paz. Os mansos
experimentam também a Plenitude de Deus, sobre a qual Paulo fala em Efésios 3.14-19;
a gloriosa libertação do domínio de falsos deuses e nessa liberdade que podem usufruir a
vida sobre a terra, sem ser dominados pelo domínio do ter.

 O princípio expandido no sermão:

Mateus 5.38-42 – não resistência ao perverso e prontidão em servir. Há 4


maneiras de não opor resistência:
1. Dando a outra face – atenção a questão da ofensa pessoal. Jesus está nos
chamando a atenção para perceber as nossas reações pecaminosas, para lidar com elas
no nascedouro.
2. Deixando a túnica – não agarrar-se a nada. Se o que está sob minha guardo
é do Senhor, então Ele é o meu defensor, eu não tenho que assegurar a posse de nada.
3. Andando a segunda milha – o servo fiel vai além do que lhe é exigido.
4. Dando o que nos pede e não voltando as costas para quem nos pede
emprestado

Mateus 6.19-34 traz cinco ensinamentos claros enfatizando o princípio da


submissão:
a) não ajuntar tesouros na terra, mas no céu: precisamos investir os bens que
vierem às nossas mãos em vidas, pois assim estaremos ajuntando tesouros no céu.
b) perceber que os olhos são as portas de entrada da alma: os olhos maus são
cobiçosos, e os bons, dadivosos. Há pessoas sendo atraídas para a luz do evangelho
com promessas que acentuam a avareza, ou o ter, como evidência da fidelidade de Deus.
c) não é possível servir a dois senhores
d) buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, o que significa descansar nEle
quanto às questão da nossa sobrevivência, o que nos trará saúde espiritual e emocional
e) perceber que temos de enfrentar apenas o mal de cada dia: a ansiedade, é
na realidade, medo do mal no futuro. Jesus está nos desafiando a enfrentar o mal de hoje
deixando com Ele o mal que poderá vir amanhã. Em outras palavras, Ele está nos
ensinando a viver cada dia como se fosse único.

VIVER TODOS OS DIAS COM DEUS E PARA DEUS É O REMÉDIO PARA A


ANSIEDADE!!!

4. Princípio da Santidade
“Bem--aventurados os que têm fome
“Bem fome e sede de justiça porque serão fartos”. Mateus 5.6

Os princípios do sermão do monte têm implicação individual, mas também


afetam o nível social. Assim, ter fome e sede de justiça social tem de ser conseqüência de
ter fome e sede de ser santo, reto, justo.
A busca por justiça deverá nascer de um coração sincero que, diante de Deus
anela por ser reto, santo e justo em todo seu proceder.
1 Pedro 2.9
Santo é aquele que nasceu e novo por uma ação sobrenatural do Espírito
Santo e assim é nova criatura, e agora, “separado” para Deus deseja viver. E tem duas
características básicas:
1 Fome de obediência – quem é nascido de Deus passa a ter o desejo de
obedecer a Deus. João 1.11-13 e 14.21
2 Arrependimento – nem sempre obedecer é a sua vontade real, por isso, o
genuíno cristão falha, erra, peca, mas não permanece no pecado ou na desobediência,
pois é quebrantado e volta-se para Deus. Nisto consiste a santificação, um contínuo
processo de crescimento na obediência. Efésios 4.28, 29 e 1 Tessalonicenses 4.3
Santos, portanto, são aqueles que estão num processo de santificação, ou
num crescimento na obediência.
O ensinamento bíblico é que o pecado não tem mais domínio sobre nós, mas
que, enquanto estivermos no corpo estaremos sujeitos a pecar. I João 3.9 e 1.8-10.
Assim, o pecado é um acidente de percurso e não uma norma.
Ter fome e sede de justiça é o mesmo que tomar a Palavra de Deus a
sério para obedecê-la.

Fome e sede denotam saúde, pois a ausência de fome pode acontecer por
doença ou morte. Uma pessoa morta nos seus delitos e pecados não manifestará
nenhuma forme pelas Escrituras. Da mesma forma, é possível que um discípulo de Jesus
fique espiritualmente doente e perca todo apetite pelas coisas de Deus. Mas Deus tem a
cura para o “amarelão” espiritual (Jeca Tatu de Monteiro Lobato).

A vida cristão realmente vitoriosa e cheia de santidade prática é


semelhante a uma fazenda bonita de se ver. Uma santidade atraente como a de
Jesus é a conseqüência natural de aprendermos a andar no Espírito tratando das
enfermidades a medida que surgem, não deixando que se tornem endêmicas.

A surdez da alma é um sintoma de amarelão espiritual, porque desenvolve


impermeabilidade ao Espírito.
Os santos, ao contrário, quando escutam uma pregação ligam-se ao pregador
para comer e beber o máximo possível, estando, também, abertos para mudança de vida.

 Conseqüências da violação:

Estagnação espiritual (Hebreus 5.11-14) Infância ou adolescência espiritual. O


crente estagnado é presa fácil do maligno, porque não discerne as coisas
espirituais.
Perda de interesse pela comunhão com os irmãos, pelo louvor, pelo estudo da
palavra, por testemunhar, por contribuir etc
Religiosidade aparente para tentar manter o status espiritual, mas será algo
puramente de aparência, sem profundidade espiritual, o que as torna
legalistas.
Profissionalismo pastoral
Irresponsabilidade social trazendo uma alienação com as injustiças sociais que
os rodeia, sem importar-se com nada que não os atinja.

Resultados da vivência do princípio


Os que têm fome e sede de justiça serão fartos, isto é, serão santos, vasos de
honra usados por Deus, suas vidas evidenciarão a justiça de Deus, serão usados por
Deus para implantar seu Reino.
Aqueles que fazem da vontade de Deus sua comida serão saciados por verem
a atuação da justiça de Deus por intermédio da sua vida, pois são “educados na justiça” e
assim “habilitados para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16)

 O princípio expandido no sermão:

Mateus 7.15-23
Jesus não avalia a santidade de uma pessoa pelos feitos miraculosos que
possa realizar, mas pela obediência a sua vontade.
Pelos frutos se conhece a árvore e a árvore da santidade produz justiça e
retidão.
Construir sobre a rocha é tomar a Palavra de Deus a sério para obedecê-la,
enquanto construir sobre a areia é dar ouvidos à Palavra edificando a vida sobre as
próprias idéias e valores.

5. Princípio do Perdão
“Bem--aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”. Mateus 5.7
“Bem

Graça é mão de Deus que nos dá tudo o que não merecemos e a misericórdia
segura ou retém tudo que eu mereço.
Misericórdia pode ser vista também como compaixão ou perdão incondicional.
O Deus da Bíblia é um Deus cheio de compaixão ou misericórdia, como diz
Isaías, Deus é rico em perdoar (Is. 55.7)
A essência de Deus é sua misericórdia. Deus é intrinsecamente amor, cheio de
misericórdia, que é traduzida em longanimidade.

Misericordioso, portanto, é aquele que perdoa completamente, que procura o


ofensor/ofendido com a atitude certa para ganhá-lo de volta à comunhão.
Mateus 7.5 – argueiro é poeira, pequeno cisco, algo que pode causar irritação,
embora bem pequeno. A trave é a viga de madeira sobre a qual a casa é edificada. Com
isso Jesus está nos ensinando que temos responsabilidade com a correção erro do irmão,
mas temos que lidar primeiro conosco, fazer uma auto-avaliação, pois são hipócritas
aqueles que não se reconhecem pecadores e exigem mais dos outros que de si.
Mateus18.15-17 – Três passos para a reconciliação, cuja motivação não deve
ser apenas reparação, mas restaurar a comunhão:
1. Avaliar nossa real motivação, pois se a motivação não for ganhá-lo de volta
à comunhão trataremos o irmão de formam legalista e doentia, aumentando ainda mais o
problema.
Quando alguém peca contra nós isso desencadeia dentro de nós uma reação
pecaminosa, por isso, temos de lidar primeiro com a trave no nosso olho, somente depois
de termos lidado com o nosso pecado e de termos segurança da nossa real motivação de
ganhar o irmão de volta à comunhão, poderemos dar o primeiro passo.
É preciso estarmos cheios de misericórdia antes de tratar com o irmão para
que mesmo que ele não se arrependa e não seja possível resgatar a comunhão ficarmos
com o coração livre da amargura e dos ressentimentos.
2. “Tu e ele só” – o pecado de um irmão contra nós deve ficar apenas entre
nós.
3. Procurar uma situação que seja mais agradável possível para tratar a
questão.
O ouvir que Jesus trata no texto é reconhecer a falta e desculpar-se
sinceramente.
Argüi-lo tem a ver com ajudá-lo a ver a falta cometida, com coração
quebrantado.
Efésios 4.26. O tempo não cura as feridas! É preciso tratar da questão antes
que ela fique purulenta. É preciso coragem para enfrentar e curar os nossos machucados.
Se ganharmos o irmão, devemos perdoá-lo e fazer um voto de que de nossa
boca ninguém tomará conhecimento do fato.
4. Na necessidade de um encontro com testemunhas, elas deverão ser isentas
e devem se portar como mediadores e ter a mesma postura de ganhar o irmão,
exortando-o ao arrependimento. Caso o irmão seja ganho, é preciso fazer o voto de não
divulgar a notícia.
Os passos tratam de um processo, precisamos estar em intercessão,
desejando, de fato, o arrependimento e a restauração do irmão.
5. Se chegar à igreja, toda ela deve estar com a intenção de restaurar o irmão,
visando seu arrependimento e restauração plena.
Se, por fim, o irmão não quiser arrepender-se, ele será desligado da comunhão
da igreja, mas ainda assim poderemos trata-lo com todo carinho, buscando sua
conversão.

Mateus 18.23-35
João 13.1-17: quem lavava os pés dos convidados eram os escravos mais
desqualificados. Jesus enfatiza que na conversão a pessoa é lavada totalmente, mas, por
vezes, na caminhada, suja os pés, ou seja, peca. E quando peca não tem que banhar-se
de novo, apenas lavar os pés = lidar com os pecados do dia a dia da caminhada cristã.

 Conseqüências da violação:

Devemos sempre estar prontos a perdoar, mesmo que não haja o


arrependimento do faltoso, para ficarmos livres das conseqüências da falta de perdão,
que são:
Ressentimento é ferida aberta que não cicatriza e sempre provoca dor;
Maledicência quando não se perdoa alguém o nome dela sempre será
lembrado de forma perniciosa;
Crítica amarga
Condenação assumimos o posto de juiz e passamos a condenar todas as suas
atitudes;
Desejo de vingança
Formação de uma “raiz de amargura” uma pessoa amargurada pela falta de
perdão pode se tornar um câncer numa comunidade, torna-se tão voltada para
si que é incapaz de ver sua trave.

Resultados da vivência desse princípio:

Quem perdoa, é longânimo e compassivo, também será perdoado e usufruirá


da longanimidade de Deus.
O perdoador será sempre alguém quebrantado.
Uma comunidade de pecadores quebrantados será uma comunidade cheia de
saúde, pois não existirão nela laços destruidores como o legalismo e a maledicência.
 O princípio expandido no sermão:

Mateus 6.12, 14-15


Jesus condiciona o perdão que nos dá ao perdão que damos a nosso
semelhante.
Mateus 7.1-5 – aqui se trata de julgar motivações, que não posso fazer, porque
não conheço o coração, mas as ações podem e devem ser julgadas (Efésios 5.26)

6. Princípio da Reconciliação
“Bem--aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus”. Mateus 5.9
“Bem

O princípio contido aqui é o princípio da reconciliação contra quem nós


pecamos.
Pacificador é aquele que procura, de todas as maneiras possíveis, promover a
reconciliação entre as pessoas que estão separadas, estando sempre pronto a consertar
o que esteja errado em relações pessoais, tanto de si, quanto de terceiros.
Mateus 5.23-24
1. Lembrar – o altar aqui refere-se ao lugar do sacrifício, poderíamos comparar
como culto de ceia que nos aponta três direções. Se ao olharmos para o presente,
percebemos um relacionamento quebrado devemos dar o segundo passo.
2. Deixar a oferta – Jesus está nos ensinando que a nossa relação vertical com
Deus é afetada pela nossa relação horizontal com os irmãos.
3. Ir – a iniciativa é sempre nossa, pois em nenhuma situação – ofensor ou
ofendido – devo ficar esperando o outro vir em minha direção. Só assim o corpo será
sempre saudável, pois seremos todos igualmente responsáveis pela saúde do corpo.
4. Reconciliar – esse passo deve ser dado o mais rápido possível, mas sempre
deve ser permeado de um coração quebrantado, assumindo a culpa que é devida e
fazendo os acertos necessários.
5. Voltar e ofertar – é celebrar a vitória da cruz sobre o pecado. É participar da
ceia do Senhor com o coração limpo, em harmonia com os irmãos.

Cuidemos de passar sempre a “boa palavra”, fazendo-a chegar onde deve,


isso será muito útil quando tivermos de promover a reconciliação entre terceiros.
Quanto à “má palavra” devemos fazê-la cessar, convidando o portador da
notícia a orar pela pessoa. O inimigo nos engana de duas maneiras muito sutis: 1) leva-
nos a crer que, sendo verdade o que estamos falando, temos o direito de falar; 2) dando-
nos a entender que, tendo falado com a pessoa em questão, estamos autorizados a falar
para outros, no entanto a Bíblia nos exorta explicitamente a “NÃO FALARMOS MAL UNS
DOS OUTROS”. Tiago 4.11
Quando passamos a “boa palavra” estamos aproximando pessoas e “matando
a má palavra” num lago de amor estamos “cobrindo a multidão de pecados”.

 Conseqüências da violação:

Sentimento de culpa
Insegurança
Afastamento
Infecção na comunidade: as doenças dos membros passam para a igreja
porque ela é um organismo vivo.
Maledicência
Resultados da vivência do princípio:

Se você precisa se arrepender de algum pecado, o caminho de Deus é o


confronto (Filemom). É vir para a luz, colocar tudo às claras, só assim haverá libertação.
Deus é luz e em seu Reino nada pode ficar embaixo do tapete.

 O princípio expandido no sermão:

Mateus 5.21-26
Provérbios 6.16-19

7. Princípio da Integridade
“Bem--aventurados os limpos de coração porque verão a Deus”. Mateus 5.8
“Bem

Esse princípio trata das motivações. É limpo de coração quem tem motivações
corretas, não havendo ambigüidade entre suas motivações e suas ações. Daí concluir-se
que esse princípio trata da inteireza do ser. Uma pessoa íntegra é mesma sempre, não
vivendo diferentes papéis.
Provérbios 4.23 – nós não somos o pensamos ser, mas o que sentimos e
fazemos; a nossa pessoa real não se evidencia pela nossa racionalidade, mas por nossas
ações, que são fruto de nossas emoções ou do nosso coração.
Precisamos guardar a porta dos nossos sentimentos e desejos emocionais,
pois é aí que se trava a batalha da integridade entre o ser e o fazer.

Os limpos de coração são, portanto, aqueles que mantêm essa guarda


contínua em seus corações impedindo o domínio do fazer sobre o ser; que não guardam
cartas na manga; que não camuflam; que não procuram enganar para tirar vantagem.

É na intimidade com Deus que ele descobre estar, de fato, sendo o filho
agradável do Pai, pois sabe que Deus é luz, e nele não há subterfúgios.

 Conseqüências da violação:

Vida dupla ou hipocrisia religiosa: falsidade é querer aparentar o que não é; e


uma necessidade enorme de sermos reconhecidos e valorizados é o que nos
leva a esconder e a cumprir papéis.
Desonestidade: qualquer negócio só é bom se for bom para todos. Esconder
detalhes que me favorecem é uma forma de dolo.
Impureza sexual: a genuína fé cristã não é estóica, nem hedonista, ela não
nega, nem diviniza o prazer, em se tratando do prazer sexual, ela o canaliza
para o casamento, num ambiente de pleno compromisso.
Defraudação: 1 Tessalonicenses 4.1-8
Domínio da lascívia: que é o prazer sexual na mente.
Incapacidade de testemunhar: quando agasalhamos imoralidade em nosso
coração, nossa boca se fecha e não conseguimos falar de Jesus
Rejeição da boa consciência: afundamos em imoralidade, em desonestidade,
em vários tipos de permissividade, pois a nossa boa consciência ficou
cauterizada.

Resultados da vivência desse princípio:


O resultado é pureza de coração e ver Deus é ter percepções espirituais mais
aprofundadas, ou um perceber mais acurado das ações de Deus no viver diário, ou
reconhecê-lo em todos os seus caminhos.

 O princípio expandido no sermão:

Mateus 5.27-32
1. Adultério no coração: Jesus nos conduz a uma “sintonia fina”. Jesus
levantou a lei do nível da ação para o nível da intenção, para assim, proteger-nos do
coração enganoso, nos ensinando a lidar com o pecado no seu nascedouro. Jesus está
nos protegendo da leviandade do coração.
2. Medidas radicais a serem tomadas: conscientização das medidas radicais
que precisamos tomar nas áreas em que somos vulneráveis.
3. Quanto ao divórcio: Jesus estabelece como único motivo legítimo para
repudiar-se a mulher a quebra da aliança ou pacto de fidelidade sexual.

8. Princípio do Testemunho
“Bem--aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem
“Bem Bem-aventurados
sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra
vós. Regozijai-
Regozijai-vos e, exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos
profetas que viveram antes de vós”. Mateus
Mateus 5.10-
5.10-12

Trata do posicionamento que precisamos tomar diante da injustiça, do


desvirtuamento da pessoa de Jesus e também do engano, da mentira, da falsidade, etc.
O genuíno cristão não pode se calar, pois ele é chamado a testemunhar.
A perseguição de que trata o texto é por causa da justiça e não por causa da
estultícia.
Bem-aventurado é aquele que toma posição ao lado de Jesus, ao lado da
verdade, ao lado da justiça. Perseguido pela justiça é aquele que está pronto a se
comprometer verbalmente acerca de sua fé em Cristo, assumindo todas as implicações
que daí possam advir.
Todos temos o ministério da reconciliação 2 Coríntios 5.17-20

 Conseqüências da violação:

Medo: busca proteger sua imagem sem vincular-se com Jesus.


Vida dupla ou hipocrisia religiosa: na companhia de outros cristãos é falante,
espiritual, ousado, mas sozinho... toma a cor do ambiente. É o crente
camaleão.
Testemunho nulo: testemunhar é viver e falar. Ser testemunha é dizer: eu vi,
eu experimentei; eu conheço, eu fui tocado pelo amor de Deus.
Esterilidade espiritual: o cristão que não se posiciona dificilmente se
reproduzirá espiritualmente

Resultados da vivência:

Já viver no clima do Reino, pois o buscam em primeiro lugar. Deus é o centro


de suas vidas e eles O buscam e dependem inteiramente dele. Jesus é o próprio fim.

 O princípio expandido no sermão:


Mateus 5.33-37
O princípio do testemunho tem muito a ver com o uso que fazemos das
palavras. O verdadeiro discípulo dá testemunho pelo falar seguro e sem subterfúgios.

TERAPIA DE DEUS:

1. Reconhecer-se pecador: Jeremias 3.13-14


2. Querer ser tratado por Deus, porque a doença, apesar de paralisar traz
algumas vantagens; QUERES SER CURADO?
3. Ser totalmente honesto com Deus, que significa chamar o pecado pelo
nome sem arranjar desculpas ou atenuantes. Salmo 51 e 32
4. Olhar para Jesus, diferenciando remorso de arrependimento. No remorso a
pessoa procura pagar pelo seu erro, devido a seu orgulho; Colossenses
2.14
5. Confiar totalmente em Jesus 1 João 1.9. O resultado prático da confissão é
ser perdoado plenamente (as únicas marcas que permanecem do nosso
pecado são as que estão nas mãos de Jesus Zacarias 13.6); ser purificado
e ter certeza de que Deus se esquece dos nosso pecados (Isaías 43.25)

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