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Engenho de Dentro: 3 Séculos de História!

No século XVIII, o Engenho de Dentro pertenceu ao mestre de Campo João


Árias de Aguirre. Com o desmembramento de suas terras, destacou-se a
Chácara do Dr. Francisco Fernandes Padilha, que se estendia até o sopé da
Serra dos Pretos Forros.

O Dr. Padilha possuía uma fábrica de carvão e, em sua Chácara abriu


diversas ruas: a Dr. Peçanha, hoje Adolfo Bergamini, a Dr. Leal, a Dr.
Bulhões, entre outras e criou o núcleo do bairro.

Existia uma fábrica de vidro no final da rua Luis Carneiro, atual Gustavo
Riedel que, em 1908, foi transformada em hospital de emergência e mais
tarde tornou-se o Hospital Dom Pedro II, destinado aos doentes do antigo
Hospício da Praia Vermelha. Atualmente, o antigo “Hospital dos Alienados” é
chamado de Instituto Municipal Nise da Silveira, uma homenagem a uma de
suas principais colaboradoras e fundadora do Museu do Inconsciente.

A única Capela do bairro, era a de N.S. da Conceição (atual São Sebastião)


na rua Francisca Meyer, hoje Catulo da Paixão Cearense mas, no início do
século XX, o monsenhor Antônio Jerônimo Rodrigues achando-a pequena,
fundou um Colégio e começou as obras que deram origem a atual Matriz de
N.S. da Conceição, na avenida Amaro Cavalcanti. Esta rua, aberta pelo
prefeito que lhe deu o nome, liga o Méier ao Engenho de Dentro.

O que deu impulso ao bairro foi a abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro
II, depois Central do Brasil, pois nele foram construídas as grandes oficinas
ferroviárias do Engenho de Dentro que, em 1881, eram consideradas as
mais importantes da América Latina. Sob a direção do Engenheiro Conrado
de Niemeyer, as oficinas compreendiam uma área coberta de 12.825
metros quadrados e fabricavam vagões e carros de passageiros, reparação
de locomotivas e, em 1954, passou a cuidar da tração diesel-elétrica.

Em 1873, foi inaugurada a estação do Engenho de Dentro, que, mais tarde,


foi demolida. Em 1937, foi construída a nova estação: um grande pavilhão,
com cobertura em telha de fibro-cimento, apoiada em estrutura de ferro em
forma de arco que vence um vão livre de 50 metros. A estação, projeto do
engenheiro Jorge Leal Burlamaqui, tem influência da arquitetura inglesa.

As oficinas do Engenho de Dentro foram ampliadas por Trajano Sabóia de


Medeiros, em 1907, que projetou a oficina “Trajano de Medeiros & Cia”,
para construção de vagões e, principalmente, de bondes elétricos. A partir
de 1970, foi usada para construção de pontes de estrutura metálica na
RFFSA, sendo desativada em 1994. Em 1983, na área das oficinas, foi
instalado o Museu do Trem, ou Centro de Preservação Histórica Ferroviária
do Rio de Janeiro, com várias relíquias históricas, como a famosa
locomotiva “Baronesa” que inaugurou a Estrada de Ferro Mauá.
A construção da “Linha Amarela”, entre 1994 e 1997, possibilitou a ligação
dos subúrbios com a Barra da Tijuca e valorizou o Engenho de Dentro. Com
a realização dos jogos PAN-AMERICANOS no Rio de Janeiro, o Engenho de
Dentro foi escolhido para abrigar uma das mais importantes instalações do
evento, o Estádio Olímpico João Havelange, construído no terreno das
antigas oficinas ferroviárias, com capacidade para 46 mil pessoas,
popularmente conhecido como “Engenhão”. O jogo inaugural foi: Botafogo 2
X 1 Fluminense, em 30 de junho de 2007.

O Engenho de Dentro se destacou, também, pelo carnaval de rua, com os


blocos “Chave de Ouro”, de 1940, e “Arranco”, transformado em Escola de
Samba, em 1973.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida


pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto
Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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