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Unificação Alemã

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História da Alemanha

Antiguidade

 Germanos
 Grande Migração

Idade Média
 Frância oriental
 Reino da Germânia
 Sacro Império Romano-Germânico
 Colonização do Leste
 Seccionalismo

Formando uma nação


 Confederação do Reno
 Confederação Germânica
 Revolução de 1848
 Confederação da Alemanha do Norte
 Unificação Alemã

Império Alemão
 Império Alemão
 I Guerra Mundial
 República de Weimar
 Alemanha Nazi
 Governo Flensburg

Alemanha pós-Guerra desde 1945


 Ocupação Aliada
 Expulsão dos alemães
 Alemanha Oriental
 Alemanha Ocidental
 Reunificação da Alemanha

Alemanha moderna
 Alemanha moderna

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A Unificação Alemã foi um processo iniciado em meados do século XIX e finalizado


em 1871, para a integração e posterior unificação de diversos estados germânicos em
apenas um: a Alemanha. O processo foi liderado pelo primeiro-ministro prussiano Otto
von Bismarck, conhecido como Chanceler de Ferro, e culminou com a formação do
Segundo Reich (Império) alemão.

Índice
 1 Antecedentes
 2 A Revolução de 1848 nos Estados Alemães
 3 A Unificação Alemã: a Prússia de Bismarck
o 3.1 A Guerra dos Ducados (1864), contra a Dinamarca
o 3.2 A Guerra Austro-Prussiana (1866)
o 3.3 A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
o 3.4 Pretexto da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
o 3.5 Motivos da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana
o 3.6 A Coroação de Guilherme I: O Segundo Reich
 4 Consequências da Unificação Alemã
 5 Resumo
 6 Notas e referências
 7 Bibliografia
 8 Ver também

[editar] Antecedentes
Em meados do século XIX, após a separação territorial no Congresso de Viena, o
espaço territorial germânico era constituído por 39 diferentes reinos, ducados e cidades
livres, que apenas tinham em comum a mesma raiz linguística (o alemão) e a mesma
base cultural. Nele, a hegemonia política era disputada pelas suas duas principais
potências: a Áustria dos Habsburgos, que dominava a Dieta (o Parlamento da
Confederação Germânica) e a Prússia, governada pelos Hohenzollern. No plano
econômico, o território germânico ainda vivia, em linhas gerais, numa estrutura feudal,
em plena Idade Contemporânea; a exceção era a Prússia, mais industrializada, com
maior poder económico, que desde 1834 implantara o "Zollverein'", uma aliança
aduaneira entre os Estados da Liga Alemã.

Desde o início do século XIX que o desejo da unidade nacional podia ser notado,
principalmente nos meios acadêmicos e literários. Como exemplo, Freiherr vom Stein,
na Prússia tentou implantar um programa político inspirado nessa pretensão, porém
acabou sendo afastado em 1808. Após isso a Áustria reimplantou sua influência, e o
nacionalismo alemão ficou inoperante até 1848, quando ocorreram diversas revoluções
por toda a Europa, a chamada "Primavera dos Povos".

Ver artigo principal: Revoluções de 1848

[editar] A Revolução de 1848 nos Estados Alemães

Revolta de 19 de Março de 1848 em Berlim.

A partir do movimento de Fevereiro de [1848], na França, que conduziu à abdicação de


Luís Filipe I de França, nos meses seguintes diversos Estados alemães também se
revoltaram, registrando-se manifestações populares e um movimento a favor de um
parlamento nacional eleito pelo povo, que elaborasse uma nova constituição para uma
Alemanha unificada.

No Império Austríaco, constituído pela Áustria e pelos reinos da Hungria, da Boémia,


Lombardo-Vêneto e da Galiza (sul da atual Polónia), registravam-se tendências
separatistas entre as diversas minorias étnicas, que haviam sido arbitrariamente reunidas
sob a Coroa Austríaca pelo Congresso de Viena (1815). Submetidas a um regime
político absolutista, personificado pelo primeiro-ministro von Metternich, a Áustria-
Hungria era uma região economicamente atrasada, onde no campo persistiam os laços
de servidão, e nos centros urbanos, uma alta burguesia pouco numerosa controlava as
atividades económicas, sujeitando a pequena burguesia, os artesãos e os operários. Em
Março de 1848, assim que as notícias do levante de Fevereiro em Paris tornaram-se
conhecidas em Viena, a burguesia liberal uniu-se à pequena burguesia e ao operariado,
promovendo manifestações de rua para reivindicar a ampliação do direito de voto e a
destituição de Metternich. Diante da radicalização do movimento, Metternich fugiu para
a Inglaterra e o imperador Fernando I outorgou uma Constituição, com a qual esperava
esvaziar a revolta. Entretanto, um novo levante em Maio obrigou-o a convocar uma
Assembleia Nacional, eleita por sufrágio universal masculino.

Poucos dias após a insurreição em Viena, burgueses e operários de Berlim ergueram


barricadas nas ruas, entrando em choque com as tropas do rei Frederico Guilherme IV
da Prússia, que também foi obrigado a autorizar a convocação de uma Assembleia
Constituinte.

Ao mesmo tempo, ainda em Maio de 1848, uma Assembleia composta por deputados
eleitos por todo o território germânico - o Deutscher Bund - se reuniu em Frankfurt-am-
Main para a elaboração da nova constituição alemã. Nela, distinguiam-se dois grupos de
deputados: os Grossdeutsche e os Kleindeutsche. Os deputados do primeiro grupo
defendiam uma Alemanha incluindo a Áustria, estendendo-se do mar Báltico, ao norte,
até ao Adriático, ao sul. Já o segundo grupo defendia uma Alemanha sob liderança dos
prussianos, excluindo assim a Áustria. A solução encontrada para o impasse foi a de um
Estado governado pelos Hohenzollern. A Coroa da nova Alemanha foi oferecida ao rei
da Prússia, Frederico Guilherme IV, que recusou-a e também não aceitou a Constituição
de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Áustria e dos outros Estados
alemães. O povo alemão, embora quisesse ver a nova Constituição aprovada, não estava
totalmente satisfeito com ela, pois o poder ainda continuaria na mão dos antigos líderes.
Deste modo, a revolução ficou enfraquecida, a Assembleia foi dissolvida e a restauração
conservadora se completou, acabando, por algum tempo, com o sonho de uma
Alemanha unificada.

Em Viena, constatando que não conseguia mais controlar o povo, a burguesia voltou
atrás em seu apoio à revolução, optando por sujeitar-se a um governo fortemente
centralizado a colocar em risco a sua posição económica. Com a união da burguesia à
aristocracia, o exército retomou a cidade, conseguindo sufocar a rebelião em Outubro. O
novo primeiro-ministro, Schwarzenberg, dissolveu a Assembleia Constituinte, forçando
o imperador Fernando I a abdicar em favor de seu sobrinho Francisco José, que
restaurou o Absolutismo.

Nas demais regiões do Império, as minorias nacionais, encorajadas pelos levantes de


Viena e Berlim, mobilizaram-se pela independência. Na Boémia (atual República
Checa), em Abril de 1848, foi convocado um Parlamento independente como primeiro
passo para a formação de uma Assembleia Constituinte. Na Hungria, o advogado Lajos
Kossuth, líder do movimento autonomista, proclamou a República, em Abril de 1849.
Mas todas essas rebeliões foram sufocadas pelo exército austríaco que, no caso da
Hungria, recorreu à ajuda das tropas do czar Nicolau I da Rússia.

As Revoluções de 1848 na região, mesmo sem sucesso, permitiram mostrar o caminho a


ser seguido: um processo de unificação liderado pela Prússia, mas não pelos meios
revolucionários, e sim pela Casa dos Hohenzollern.

[editar] A Unificação Alemã: a Prússia de Bismarck


Otto von Bismarck o "Chanceler de Ferro" (1815-1898), responsável pela unificação do
território alemão.

O fracasso da Revolução de 1848, de intuitos unificadores, implicou a continuidade da


fragmentação da Alemanha. Na década de 1850, os grandes senhores da Prússia,
detentores do poder político, mantinham os seus privilégios - o monarca, receando uma
nova revolução, resolveu manter a Constituição onde esses privilégios eram
consagrados.

A partir de 1848, o ritmo de desenvolvimento do setor industrial e das cidades foi


bastante acelerado e apenas a divisão política travava o progresso do capitalismo.
Tornava-se indispensável a unificação da Alemanha para prosseguir o projeto
econômico germânico.

A liderança da unificação alemã ficou com a Prússia, pois este era o Estado alemão mais
industrializado e com grande importância política na Europa. Era também a maior
potência militar entre os estados alemães. Seu desejo expansionista vinha de algumas
décadas, de quando desejava unificar seus territórios ocidental e oriental. Para este fim,
foi criado o Zollverein, uma união aduaneira e alfandegária nos Estados da Liga Alemã,
em 1834. A criação do Zollverein proporcionou à região um grande crescimento
industrial e integração dos Estados, principalmente com o desenvolvimento de uma rede
ferroviária interligando as diversas regiões do território germânico;

Bismarck, Roon e Moltke.

Por volta de 1850, a Prússia já superava economicamente a Áustria, mas a liderança


política veio apenas em 1862, quando começou a governar a Prússia o rei Guilherme I,
um apaixonado pelas questões militares, que fez uma reforma em suas forças armadas.
Convocou, para auxiliá-lo, Moltke, chefe de Estado-Maior, e Roon, como ministro da
Guerra. O exército da Prússia logo se transformou no melhor da Europa.

Otto von Bismarck - que tinha ocupado, entre outros cargos, o de embaixador na Rússia
e na França - foi nomeado chanceler (primeiro-ministro). Membro da aristocracia alemã
e também favorável a uma monarquia centralizada, Bismarck realizou uma política de
aliança dos junkers (grandes proprietários e aristocratas) com a alta burguesia, e através
dela resolveu fortalecer o Zollverein, intensificando a integração dos Estados alemães
além de modernizar o exército, sendo isso de grande importância para as batalhas que
aconteceriam nos anos seguintes. Para levar a cabo a reforma militar, Bismarck
prescindiu no Parlamento: "Os problemas de hoje não se decidem com discurso, nem
tampouco com o voto das maiorias. Esse foi o grande erro de 1848 e 1849. Decidem-se
com ferro e sangue".

Utilizando-se da estratégia de exaltação do espírito nacionalista, criou uma política de


guerras contra inimigos externos e contra a ocupação das regiões alemãs, o que auxiliou
na expansão do território prussiano e, posteriormente, germânico. Em um período de
sete anos (1864 - 1871), três guerras de destaque foram decisivas para a unificação dos
Estados germânicos: A Guerra dos Ducados (1864), a Guerra Austro-Prussiana (1866) e
a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871).

[editar] A Guerra dos Ducados (1864), contra a Dinamarca

Em 1864 a Prússia juntou-se à Áustria em uma guerra contra a Dinamarca pelo domínio
dos ducados de Schleswig e Holstein. O confronto ficou conhecido como Guerra dos
Ducados' e ao seu final, Prússia e Áustria, vitoriosas, dividiram a administração dos
ducados através da Convenção de Gastein, em 1865. A Áustria, porém, tentou implantar
uma política única ao condado de Holstein, privando assim a Prússia de direitos
assegurados em outros acordos. Restou a Bismarck entrar em guerra contra a Áustria em
1866.

[editar] A Guerra Austro-Prussiana (1866)

Em 1866, a Prússia, com o auxilio da Itália,[1] também sob processo de unificação


nacional, entrou em Guerra contra a Áustria. A vitória prussiana veio após a Batalha de
Königgrätz, em Sadowa (3 de Julho de 1866). No dia 23 de Agosto de 1866, foi firmado
o acordo de paz em Praga. Com a vitória a Prússia expulsou a Áustria da Alemanha.

No ano seguinte, Bismarck dividiu a Confederação em dois grupos de Estados; a


Confederação do Norte e a do Sul, tendo como limite o rio Main. A Confederação da
Alemanha do Norte, logicamente, ficou sob seu controle, com os países (principados e
cidades livres), luteranos, que a apoiaram na Guerra Austro-Prussiana. Os quatro
Estados que formavam a Confederação do Sul, majoritariamente católicos, não
conseguiram se consolidar em uma unidade. Estes Estados viriam a negociar um pacto
com a Confederação da Alemanha do Norte, segundo o qual, em caso de guerra com a
França, o rei da Prússia tornar-se-ia general dos exércitos germânicos. A Confederação
do Norte é a antecessora do Império Alemão, que precisava de muito pouco para se
concretizar: a guerra contra a França.

[editar] A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)

Apesar de a Áustria ter sido derrotada pela Prússia, o sul da Alemanha era constituído
por democratas e aspiravam a uma Alemanha liberal, se opondo à união com a Prússia
de Bismarck, que era um Estado militarista. Visando eliminar este entrave à unificação
do norte com o sul, Bismarck necessitava de um inimigo comum que uniria, e
possibilitaria a futura unificação; e este inimigo mais adiante seria a França de Napoleão
III. Desde os tempos das guerras napoleônicas (de Napoleão I, derrotado em 18 de
junho de 1815), os prussianos não simpatizavam com a França, e os professores
prussianos repassavam este sentimento aos seus alunos em relação à nação francesa.
Daí, Bismarck afirmar que foi o mestre-escola quem ganhou a guerra franco-prussiana,
logo após a derrota da França na guerra contra a Prússia.

[editar] Pretexto da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)

A Espanha, que estava sem rei desde 1868, ofereceu através de seu parlamento a Coroa
ao príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, parente afastado do rei da Prússia
(também da Casa dos Hohenzollern). Tal fato era inaceitável pela Europa anti-prussiana
que contava também com a França. O ministro do exército francês proferiu um discurso
indignado e belicoso contra a Prússia, o que gerou sentimentos anti-franceses no sul da
Alemanha. Bismarck aproveitou-se da ideia de guerra entre os dois países, pois estava
interessado em territórios franceses e sabia que conseguiria apoio no sul da Alemanha, o
que seria decisivo para seus planos de unificação alemã.

Ele também sabia da superioridade de seu poderio militar sobre o medíocre exército
francês. Todavia antes do conflito começar, Napoleão III temendo a expansão prussiana,
protesta e exige do rei da Prússia a renúncia do príncipe Leopoldo, que desiste de
disputar o trono espanhol.

Napoleão III ainda não satisfeito, e querendo agradar à opinião pública francesa, exige
novas garantias de que jamais um membro de sua família ocuparia o trono espanhol.

Apesar de Guilherme I aceitar todas as condições impostas pelo imperador francês, este
último insistia que o rei deveria dar estas garantias e negociar pessoalmente ao
embaixador Benedetti da França. O rei prussiano que anteriormente atendera a todas as
reivindicações de Napoleão III refutou (recusou) ter que negociar e dar novas garantias
ao embaixador francês, Benedetti.

Em Paris, a atitude do rei prussiano foi tida como uma ofensa ao orgulho nacional da
França e ao povo francês - este foi o motivo da França de Napoleão III declarar guerra à
Prússia.

Finalmente França e Prússia entraram em guerra em 1870 e, logo a Prússia mostrou-se


preparada o suficiente para encurralar a França em seu próprio território. Os franceses
perderam em todas as frentes. O forte exército prussiano acumulava vitórias, como
sucedeu na esmagadora vitória na batalha de Sedan (1 de Setembro de 1870) na qual o
próprio imperador francês foi feito prisioneiro. No dia 2 de setembro de 1870 conclui-se
a batalha de Sedan, onde a cavalaria francesa resistiu bastante, a ponto do rei Guilherme
I da Prússia admirar a bravura com que estes lutaram.

Porém, Napoleão III viu que era inútil sacrificar vários soldados seus, e manda hastear a
bandeira branca, e entrega sua espada, ficando prisioneiro do rei prussiano. Dois dias
depois, a república seria proclamada em Paris.

No dia 20 desse mês, os prussianos cercavam Paris. Perante esta situação, o governo de
Defesa Nacional (republicano, em funções desde 4 de Setembro, altura em que depusera
Napoleão III) assinou a rendição. Na paz de Frankfurt (10 de Maio de 1871) a França,
para além de pagar uma pesada indenização de 5 bilhões (ou 5 mil milhões em
Português europeu) de francos para a Prússia, entregava o rico território da Alsácia-
Lorena, de maioria germânica e rica em carvão, para o novo Império Alemão.

A vitória em Sedan estimulou o nacionalismo no sul da Alemanha e os Estados


germânicos ao sul do rio Main (Hesse, Baden, Baviera e Würtemberg) entraram na
Confederação. A esses Estados, porém, foram garantidas certas autonomias, como, por
exemplo, exército próprio em tempo de paz.

Com a integração desses Estados ao novo Reich (II Reich; pois o I Reich ou Sacro
Império Romano-Germânico, foi fundado por Carlos Magno, rei franco, sucedido
mais adiante por Oto I o Grande), completou-se a última etapa para a unificação alemã.

[editar] Motivos da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana

A derrota da França comandada pelo general francês Mac-Mahon se deu por ser o
exército prussiano maior e estar mais bem organizado para a guerra. Enquanto os
canhões franceses eram carregados pela boca, os da Prússia tinham os famosos Krupp,
de aço, carregados pela culatra, o que possibilitava tiro mais rápido.

Paris resistiu o quanto pôde aos prussianos, mas capitulou após quatro meses, por causa
da fome.

[editar] A Coroação de Guilherme I: O Segundo Reich

Proclamação do Segundo Império Alemão. Bismarck está de branco, ao centro.

Os Estados Germânicos unificados, formando o Segundo Reich (1871-1919).


Com todas as etapas completas, a unificação alemã se consolidou em Janeiro de 1871
com a proclamação de Guilherme I como o primeiro Kaiser (Imperador) do Império
Alemão, formando assim o Segundo Reich alemão. A coroação de Guilherme I
aconteceu no Palácio de Versalhes (18 de Abril de 1871), para humilhação dos
franceses, vencidos na guerra Franco-Prussiana. Isso apenas intensificou o revanchismo
francês. Bismarck também foi nomeado como o primeiro chanceler da Alemanha,
ficando no cargo de 1871 a 1890.

Após a unificação, o governo alemão manteve características autoritárias, sem


incorporar o liberalismo democrático. Apesar disso, a Alemanha cresceu rapidamente,
logo superando a Inglaterra na produção de aço, tornando-se uma das maiores potências
europeias. O Segundo Reich durou até 1919, após a Primeira Guerra Mundial, quando
foi substituído pela República de Weimar. Durante toda a sua existência (1871 - 1919),
o Segundo Reich foi governado pela dinastia prussiana dos Hohenzollern.

[editar] Consequências da Unificação Alemã


A unificação dos Estados da Germânia foi um evento que gerou inúmeras
consequências, imediatas ou posteriores, em toda a Europa e que foram responsáveis
pela instabilidade no território europeu até a metade do século XX.

É possível dizer que a unificação alemã foi um dos principais motivos para o estouro da
Primeira Guerra Mundial. A unificação da região de Alsácia-Lorena ao Segundo Reich
Alemão gerou o revanchismo francês. Os franceses inconformados com a situação e
com a humilhação provocada pelos alemães (como na coroação de Guilherme I no
próprio Palácio de Versalhes, em território francês) mantiveram um sentimento de
revanche que foi decisivo na política de alianças dos países europeus até quando eclodiu
o conflito em 1914. Outro fator de influência para o surgimento do conflito foi a batalha
dos países europeus por territórios na África e Ásia, no período conhecido como
neocolonialismo. Os alemães, recém unificados, exigiam uma redivisão colonial nos
continentes (ver Império colonial alemão), o que aumentou a tensão entre as potências.

[editar] Resumo
O Império Germânico, inicialmente, era formado por mais de 240 Estados. Mais tarde,
foi substituída pela confederação Germânica, com a queda de Napoleão, por 39 Estados.
Houve a União Aduaneira, que estabelecia a mesma moeda para os estados alemães. A
confederação durou até a vitória da Prússia na Guerra Austro-Prussiana, quando a
Alemanha foi dividida em Alemanha do Norte e Estados do Sul. Na Guerra Franco-
Prussiana, além da Prússia ganhar as regiões da Alsácia-Lorena, a Alemanha foi
unificada.

Notas e referências
1. ↑ No processo simultâneo, unificação italiana, em 1866, a Itália alia-se à Prússia –
contra a Áustria. Os italianos são vencidos em Custozza, mas os prussianos aniquilam
os austríacos em Sadowa. No fim desta guerra (chamada “Guerra das Sete Semanas”), a
Itália adquire Veneza.
[editar] Bibliografia
 ALVES, Antônio. História B Padrão Contato de Ensino. 2. ed. Recife: Liber
Gráfica e Editora Ltda, 1982.
 BARRACLOUGH, Geoffrey. Atlas da História do Mundo - The Times / Folha
de São Paulo (1993).
 HERMIDA, Antônio José Borges. História Geral para os cursos de grau médio.
35274.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1964.
 MOMMSEN, Wolfgang. Imperial Germany 1867-1918: politics, culture, and
society in an authoritarian state, translated by Richard Deveson from Der
Autoritäre Nationalstaat, London: Arnold, 1995. ISBN 0340645342.
 ZAMBELLI, Rosa Luiza. História Geral (2002).
Risorgimento
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Série
História de Itália

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Itália pré-romana

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República Romana

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Províncias romanas:
Itália (província romana),
Gália Cisalpina

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Dominação Napoleónica

Risorgimento

Reino de Itália

Itália fascista

República Social Italiana

Império colonial italiano

Itália republicana

Categoria: História da Itália


O Risorgimento (em português Ressurgimento) é o movimento na história italiana que
buscou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era uma coleção de pequenos Estados
submetidos a potências estrangeiras.

Na luta sobre a futura estrutura da Itália, a monarquia, na pessoa do rei do Piemonte-


Sardenha, Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, apoiado pelos conservadores liberais,
teve sucesso quando em 1859-1861 se formou a Nação-Estado, sobrepondo-se aos
partidários de esquerda, republicanos e democráticos, que militavam sob Giuseppe
Mazzini e Giuseppe Garibaldi. A desejada unificação da Itália se deu assim sob a Casa
de Saboia, com a anexação ao Reino de Sardenha, da Lombardia, do Vêneto, do Reino
das Duas Sicílias, do Ducado de Módena e Reggio, do Grão-ducado da Toscana, do
Ducado de Parma e dos Estados Pontifícios.

Na primeira fase do Risorgimento (1848-1849), desenvolveram-se vários movimentos


revolucionários e uma guerra contra o Império Austríaco, mas concluiu-se sem
modificação do statu quo.

A segunda fase, em 1859-1860, prosseguiu no processo de unificação e concluiu com a


declaração da existência de um Reino de Itália. Completou-se com a anexação de Roma,
antes a capital dos Estados Pontifícios, em 20 de setembro de 1870.

Índice
 1 Antecedentes
 2 As sociedades secretas e o movimento Jovem Itália
 3 Revoltas contra a volta do antigo regime
 4 A Revolução de 1848 e a tentativa de unificação de Carlos Alberto
 5 Vitor Emanuel e Cavour
 6 Guerras de Independência
 7 A conquista da Sicília
 8 A proclamação do Reino de Itália
 9 Veneza e Roma
 10 As províncias irredentas
 11 Mapas do processo de unificação
 12 Referências
 13 Ver também
 14 Ligações externas

[editar] Antecedentes
Península Itálica no tempo de Napoleão (1812).

Península Itálica após o Congresso de Viena (1814-1815).

Napoleão Bonaparte criou diversos estados na península Itálica: Reino da Etrúria, Reino
de Itália (1805-1814) e entregou o governo do Reino de Nápoles ao seu irmão José.
Durante esse período, esses territórios passaram por reformas liberais e pela extinção
dos privilégios feudais e eclesiásticos. Após o Congresso de Viena, com a conferência
de paz que se seguiu à derrota de Napoleão, e a liquidação do sistema, a península
Itálica ficou dividida e subjugada. A Áustria dominava a Lombardia e Vêneto
(Venécia); os ducados de Parma e Piacenza, Módena e Toscana eram regidos pelos
arquiduques austríacos; o Piemonte, que integrava o Reino de Sardenha junto com o
Ducado de Saboia e Gênova, era governado pela casa de Saboia; o Papa governava os
Estados Pontifícios, estendendo sua autoridade às províncias do Adriático, e os
Bourbons voltavam ao Reino das Duas Sicílias.

Em todas essas regiões, foi estabelecido o absolutismo. O único Estado que permaneceu
mais ou menos liberal foi o Reino da Sardenha, na ocasião composto das atuais regiões
de Piemonte e da Sardenha.
Os governantes do antigo regime, impostos pelo Congresso de Viena, sem apoio
popular, governavam com auxílio das forças austríacas.

Entretanto, as ideias nacionalistas e revolucionárias continuavam propagando-se,


incentivadas pelo progresso econômico e o amadurecimento das instituições. O
incremento da produção têxtil do Reino da Sardenha exigia um vasto mercado que
somente poderia ser a Itália unificada. As ferrovias favoreceram as comunicações e,
com elas, a unidade dos diversos Estados. Outro elemento aglutinador era a língua
italiana. Os italianos podiam estar separados pelas fronteiras, com monarcas
estrangeiros impostos pela Santa Aliança, mas ninguém podia despojá-los do idioma de
Dante, Petrarca e Boccaccio. Por outro lado, o romantismo, que se identificou na Itália
com o Risorgimento letterario, adquiriu um claro poder político. Assuntos
aparentemente literários ou históricos encontravam-se cheios de alusões à escravidão e a
tirania. Onde não se tolerava a crítica, empregava-se a sátira.

[editar] As sociedades secretas e o movimento Jovem


Itália
As ideias revolucionárias também se propagaram através de sociedades secretas, como
os carbonários, os adelfos e os neoguelfos.

Durante o domínio napoleônico, formou-se na Itália uma resistência que contou com
membros de uma organização secreta – a Carbonária. A Carbonária, uma sociedade
mais ou menos maçônica, surgiu em Nápoles, dominada pelo general francês Joaquim
Murat, cunhado de Bonaparte. Seu objetivo, como o da maçonaria em geral, era
combater a intolerância religiosa, o absolutismo e defender os ideais liberais. Lutava
contra os franceses, porque as tropas de Napoleão haviam iniciado uma espoliação da
Itália, embora defendessem os mesmos princípios de Bonaparte.

Com a expulsão dos franceses, a Carbonária queria unificar a Itália e implantar os ideais
liberais.

Giuseppe Mazzini (1805-1872), fundador do movimento Jovem Itália.


Os carbonários eram, principalmente, da média e da pequena burguesia e organizavam-
se em vendas, cada uma contendo vinte membros, que desconheciam os grandes chefes.
Todas as orientações eram transmitidas pelas vendas. Havia uma venda central,
composta por sete membros, que chefiava o trabalho das demais. A Carbonária não
tinha nenhuma ligação popular, pois como sociedade secreta, não propagandeava suas
atividades. Além disso, a Itália era uma região agrícola e extremamente católica, com
camponeses analfabetos e religiosos, que tradicionalmente se identificavam com ideias
e chefes conservadores. Giuseppe Mazzini (1805-1872), político genovês, entrou para a
sociedade dos Carbonários em 1830. Ao ser preso em 1831 por advogar
inflamadamente a rebelião, passou a criticar as sociedades secretas, seus ritos e a
ineficiência militar. Afinal, elas não conseguiram realizar a unificação italiana e não
tinham nenhuma representatividade popular. Da crítica às sociedades, Mazzini passou à
ação. Fundou a Jovem Itália[1]), organização paramilitar que pretendia libertar as regiões
italianas do domínio austríaco e unificar o país, por meio da educação do povo e da
fundação de uma república democrática. Suas palavras de ordem eram: direito dos
homens, progresso, igualdade jurídica e fraternidade. A sociedade organizou células
revolucionárias em toda a península.

A esse movimento democrático opunham-se outras correntes que também pretendiam a


unificação italiana. Eram os reformistas monarquistas, contrários à violência proposta
por Mazzini e que acreditavam na realização da unidade política em torno do reino
sardo-piemontês, sob um regime monárquico constitucional, e os neoguelfos,
moderados liderados por Vincenzo Gioberti, que, por intermédio de acordos com a
Áustria, queriam formar uma monarquia constitucional sob o controle do papa. O nome
neoguelfos tem origem nos políticos medievais que defendiam que os papas romanos
deveriam ter também o poder temporal da Europa.

[editar] Revoltas contra a volta do antigo regime

O Reino da Sardenha, em 1839.

Em 1820, revoltam-se em Nápoles dois oficiais franceses, Morelli e Silvati, com as suas
divisões de cavalaria, ao clamor do rei e da ausência de uma constituição, claramente
incitados pela agitação que eclodira pouco antes na Espanha. A revolta começa
vitoriosa, o exército agrupa-se quase completamente ao redor dos insurrectos, cujo
comando é assumido por Guglielmo Pepe. O rei vê-se forçado a proclamar a
constituição e a formar um governo predominantemente constituído por antigos adeptos
de Joaquim Murat. Os acontecimentos em Nápoles se propagam imediatamente à
Sicília, onde a revolta assume um caráter autonomista. Um movimento de carbonários
piemonteses exige da mesma forma a promulgação de uma constituição, concedida pelo
regente do rei Carlos Félix, Carlos Alberto. Mas tanto o movimento napolitano quanto o
piemontês são reprimidos. Morelli e Silvati acabam na prisão e com eles muitos outros.
No Piemonte, Laneri e Grelli são condenados. E assim quase todos os que tinham se
comprometido com as insurreições dos carbonários se veem forçados a ir para o exílio.

O que caracteriza essas primeiras tentativas é o quase completo afastamento das massas
populares e da burguesia. São movimentos conduzidos por oficiais e descendentes da
nobreza, com ideais de liberdade, constituição e parlamento, muito distantes das
preocupações da população, ligada à agricultura principalmente, tais como repartição de
terras, contratos de arrendamento e a situação geral dos camponeses. As insurreições
seguintes, de 1830 e 1831, sobretudo nos Estados da Igreja, em Módena e em Parma,
igualmente reprimidos em sangrentos combates, continuam a não mostrar modificações
nesta esfera.

[editar] A Revolução de 1848 e a tentativa de


unificação de Carlos Alberto

A península Itálica em 1843, dividida em oito Estados.

O movimento de unificação de Itália foi desencadeado pela revolução de 1848-1849.


Após a Revolução de Julho, na França, nacionalistas italianos começaram a apoiar
Mazzini e o movimento Jovem Itália. Foram incentivados pelo liberal Carlos Alberto da
Sardenha, que havia assumido o trono da Sardenha e que se tornara o governante de
Piemonte em 1831. O rei Carlos Alberto adotou uma forma de governo diferente dos
demais: o parlamentarismo. Seguindo, inclusive, orientações do Papa Pio IX, que
abolira o absolutismo nos Estados Pontifícios, dando anistia aos condenados políticos,
promulgou uma Constituição liberal (o Estatuto Fundamental). Administrador capaz,
reformou o sistema financeiro e reforçou o exército.
Carlos Alberto de Savoia-Carignano

Em 1847, Camilo Benso, o Conde de Cavour, começou a editar um jornal chamado Il


Risorgimento, influenciando largamente o rei, que, convicto da necessidade de expulsar
os austríacos da Lombardia e de Veneza, declarou guerra à Áustria em 1848, contando
unicamente com suas próprias forças (seu lema era "L'Italia fará da sé"). Os sardo-
piemonteses tiveram que lutar sozinhos, sendo derrotados em Custozza (1848) e Novara
(1849). As condições de paz eram humilhantes para serem aceitas e, acreditando que
sua utilidade para o país havia terminado, Carlos Alberto abdicou em 23 de março de
1849 em favor de seu filho Vitor Emanuel II (1849-1878) e se exilou em Portugal,
vindo a morrer meses depois.

Entre 1848 e 1849, começam as tentativas de unificação do reino da Itália. Durante esse
período, os revolucionários proclamam pelo menos três repúblicas, a de São Marcos, a
Toscana e a República Romana. Essa última república foi proclamada quando, em 1849,
Mazzini comandou uma revolução em Roma. Os revoltosos cercaram o palácio do
Quirinal, onde morava o Papa Pio IX, e o ameaçaram seriamente. Para salvar-se, o
pontífice, dissimulado sob outros trajes, fugiu para Gaeta, fortaleza localizada no Reino
das Duas Sicílias (24 de novembro de 1848). Em 9 de fevereiro de 1849, uma
Assembleia Constituinte em Roma proclamou a República Romana. Um dos primeiros
atos da nova república foi a elaboração de uma constituição que pudesse ser utilizada
por uma Itália unida. Pio IX apelou para as potências européias, pois o Congresso de
Viena tinha reconhecido e confirmado as fronteiras dos Estados da Igreja. Nações
católicas como a Áustria, a França e a Espanha mandaram tropas para atacar Roma e a
república foi abolida em julho de 1849. O Papa voltou à sua capital em 1850][2].

Proclamação da República Romana (1849)

O movimento de Mazzini, apesar de outras tentativas de insurreição, em 1853,


enfraquecia. As forças que queriam construir uma Itália mais moderna e democrática
foram vencidas.

Depois da onda revolucionária, os partidos mais tradicionais cresceram, promovendo


posteriormente a unidade italiana, em bases não-democráticas, sob a égide do Reino da
Sardenha.

A derrota dos revolucionários provocou a restauração do absolutismo em quase todos os


Estados italianos. O único reino que manteve uma constituição liberal foi o Piemonte-
Sardenha. Quase todos os partidos empenhados na unificação depositaram aí suas
esperanças.

[editar] Vitor Emanuel e Cavour

Vítor Emanuel II, nascido em Turim, no Piemonte. Ascendeu ao trono em 1849 com a
abdicação do pai, Carlos Alberto de Saboia.

Vitor Emanuel II subiu ao trono do Reino de Sardenha com 29 anos. Destemido na


guerra, embora não tão bem dotado como governante, mostrou coragem ao rejeitar as
imposições da Áustria para que revogasse a constituição de seu pai, embora esta atitude
tenha lhe custado extensos territórios. Mas ao insistir em conceder anistia aos italianos
que haviam se revoltado contra os austríacos, tornou-se um herói para seu povo,
atraindo vários partidários de ideias unificadoras. Apesar da derrota de seu pai, seu
reino crescia a cada dia em população e progresso, tornando-se o centro do movimento
nacionalista.

Após a derrota frente à Áustria, em 1852, Vítor Emanuel II nomeou como chefe de
gabinete o Conde de Cavour (1810-1861), líder do Partido Moderado e descendente de
ricos latifundiários. Este político queria dar à Itália uma constituição de tipo britânico e
era partidário da unificação da Itália, acreditando que a Casa de Saboia deveria liderar o
processo. Um dos principais obstáculos à unidade italiana era a Áustria, que possuía
muitos territórios no Norte da Itália. Cavour atuou em duas frentes para derrotá-la: no
reaparelhamento militar e econômico do Piemonte-Sardenha e na diplomacia
internacional para conquistar aliados contra aquele país.
Camilo Benso, o Conde de Cavour. (1810 - 1861).

Internamente, Cavour procurou desenvolver a indústria, o comércio, as ferrovias e o


exército sardo-piemontês. Externamente, participou da Guerra da Crimeia (1854-1856)
contra a Rússia, ao lado da França e da Inglaterra, para obter apoio contra a Áustria. Em
1855, Napoleão III, que tinha simpatia pela causa italiana e era contrário aos tratados de
Viena, perguntou a Vitor Emanuel II e ao seu primeiro-ministro, Cavour, qual a
contribuição que a França poderia dar à Itália. Em 1856, França e Inglaterra debatiam
abertamente o problema do obscurantismo predominante nos Estados Pontifícios e no
Reino das Duas Sicílias, chegando à conclusão de que as duas potências tinham a
responsabilidade de modificar essa situação. Cavour utiliza-se da Conferência de Paris,
após a guerra, para denunciar a Áustria e despertar o interesse das nações europeias para
a causa italiana.

Ele e Napoleão III se reuniram secretamente em Plombiers, no verão de 1858. No final


do encontro, a França se comprometeu a apoiar o Reino da Sardenha em caso de
invasão austríaca. Confiando nessa promessa, Cavour logo iniciou uma política
beligerante contra os austríacos, tentando envolvê-los numa guerra contra o Piemonte-
Sardenha.

[editar] Guerras de Independência


Ver artigos principais: Primeira Guerra de Independência Italiana, Segunda
Guerra de Independência Italiana,

Guerra Austro-prussiana.

Entre 1848 e 1866 os exércitos do Reino de Sardenha e do Império Austríaco


combateram três guerras que, com êxitos alternados, levaram à libertação da maior parte
do Norte da península Itálica do domínio austríaco.
A primeira guerra se desenvolveu em 1848-1849 e terminou com a derrota do exército
sardo-piemontês. A segunda guerra se desenvolveu em 1859, quando o Reino de
Sardenha se aliou à França e terminou com a derrota da Áustria e a formação do núcleo
que originaria o reino de Itália. A terceira guerra ocorreu em 1866 e o Reino de Itália
aliou-se à Prússia contra a Áustria. Graças à vitória do exército prussiano contra a
Áustria, o reino de Itália adquiriu o controle sobre o Vêneto.

Giuseppe Garibaldi. Partidário do movimento Jovem Itália, teve de deixar o país em


1834, regressando catorze anos depois.

Os austríacos invadiram o Piemonte, parte do Reino da Sardenha, em 1859, iniciando a


Segunda Guerra de Independência Italiana que teve a França lutando ao lado da
Sardenha. A partir do Sul, voluntários aderiram à guerra sob a liderança de Giuseppe
Garibaldi, um dos próceres do movimento de unificação do país, chamado a intervir
para conferir a este conflito um caráter mais popular.

Os povos dos ducados de Módena e Parma, governados por duques ligados ao Império
Austríaco, expulsaram seus governantes. A Toscânia, seguida por outros estados,
revoltou-se e juntou-se ao Reino da Sardenha.

Na frente de batalha ao norte, os austríacos sofreram retumbantes derrotas frente aos


franceses e sardo-piemonteses nas batalhas de Montebello (20 de maio de 1859),
Magenta (4 de julho de 1859) e Solferino (21 de Junho de 1859).
Mapa que mostra Nice e a área do Ducado de Saboia anexado em 1860 à França
(marrom-claro) e à Itália (amarelo)

Se as hostilidades continuassem, é muito provável que os austríacos tivessem sido


expulsos por completo da Península Itálica. Apesar das vitórias, o governante francês,
amedrontado pela possibilidade da guerra evoluir para uma revolução, pela violenta
campanha dos católicos franceses (protestando contra o ataque aos Estados da Igreja) e
pela possibilidade de a Prússia entrar no conflito em apoio ao imperador Francisco José
I da Áustria (a Prússia concentrou poderoso exército nas fronteiras com a França),
preferiu assinar um armistício em Villafranca.

Em 10 de Novembro de 1859, foi firmado o Tratado de Zurique que confirmava o


controle da Áustria sobre o Vêneto, cedia a Lombardia à França e estabelecia o retorno
ao trono dos soberanos de Toscana, Parma e Módena. Este desrespeito de Paris para
com a aliança franco-italiana foi denunciado por Marx e Engels, em artigos publicados
em jornais europeus e italianos.

Ainda que Napoleão III repassasse, posteriormente, a Lombardia ao Piemonte-


Sardenha, as condições do armistício provocaram indignação nos patriotas. Os ducados
de Toscana, Parma e Módena não reempossaram seus soberanos. Esses ducados e parte
dos Estados Pontifícios (as Marcas e a Úmbria) optaram, mediante plebiscitos
populares, pela união com o Piemonte-Sardenha. Napoleão III concordou, desde que a
França recebesse o Ducado de Saboia e Nice. No mesmo ano, foi feito um plebiscito
nessas duas regiões, que passaram à França, praticamente por unanimidade.

Olhando com desconfiança para a política francesa na Itália, uma vez que ela visava
aumentar a zona de influência de Paris, desequilibrando as forças no continente
europeu, o governo inglês preferiu apoiar a criação de um Estado unificado na Itália,
impedindo que a França assumisse o papel de árbitro na política peninsular.
[editar] A conquista da Sicília
Ver artigo principal: Expedição dos Mil

Garibaldi partindo para a conquista da Sicília.

Em Abril de 1860, iniciou-se uma insurreição camponesa na Sicília, para onde se dirigiu
Garibaldi. Em Maio de 1860, o lendário Giuseppe Garibaldi – líder da Sociedade
Nacional, um movimento criado por ele e Pallavicino, com o apoio do Conde de Cavour
e que tinha por finalidade unificar a Itália – partiu de Gênova e desembarcou em
Marsala com um exército popular de 1070 homens conhecido como os "mil de
Garibaldi" ou os "mil camisas-vermelhas", porque estes voluntários usavam camisas-
vermelhas.

Dentro de duas semanas, os revolucionários chegaram à cidade de Palermo, obtendo a


capitulação de um exército regular de 20.000 homens. Em Setembro, Garibaldi entrou
em Nápoles, sendo logo seguido pelo exército de Vítor Emanuel II, que havia
conquistado os Estados Pontifícios. Garibaldi assumiu o poder em Nápoles, com o
apoio incondicional de uma parte considerável da população, com exceção dos
camponeses, que não constituíam uma forte oposição aos latifundiários.

Republicano convicto, Garibaldi opunha-se à política da Casa de Saboia, pois ela daria
ao país o regime monárquico. Apesar disso, Garibaldi voluntariamente reconheceu a
autoridade de Vítor Emanuel quando esta foi exigida por Cavour e entregou o Reino das
Duas Sicílias ao rei, pois preferia ver uma Itália monárquica unida a uma Itália
desunida. Vítor Emanuel foi proclamado, em 17 de março de 1861, rei da Itália, cuja
capital passou de Turim para Florença em 1865, já falecido Cavour. Em 1861, a
comunidade internacional, com exceção da Áustria, reconheceu o nascimento do novo
Estado italiano.

[editar] A proclamação do Reino de Itália


Em 18 de fevereiro de 1861, Vítor Emanuel II reuniu em Turim os deputados de todos
os Estados que reconheciam sua autoridade e assumiu, em 17 de março, o título de Rei
da Itália "por graça de Deus e vontade da nação", mantendo porém o número que lhe
cabia como soberano do Reino da Sardenha. O Reino da Itália foi governado com base
na constituição liberal adotada no Reino da Sardenha em 1848 (Estatuto Albertino).

[editar] Veneza e Roma


Ainda permaneciam fora do Reino de Itália o Vêneto (em poder da Áustria) e Roma (em
poder do papa). Negociações diplomáticas, realizadas pelo governo italiano com a
Áustria e com o Papa fracassaram.

Em 1866, a Prússia entrou em guerra com a Áustria, auxiliada pelo novo Estado
italiano. Garibaldi e os seus homens sofreram muitas derrotas, mas as tropas da Prússia
ditaram o resultado final deste conflito. Após a assinatura da Paz de Viena em 1868, a
Áustria foi coagida a renunciar ao Vêneto e a região foi integrada ao Reino de Itália.

Em 1862, Garibaldi tentara conquistar Roma, mas fora vencido. Em 1867, tentou
novamente, porém o imperador francês Napoleão III, pressionado pelos católicos de seu
pais, invadiu Roma e recolocou o Papa no trono. Pela importância histórica da cidade,
antiga capital do Império Romano e sede da cristandade ocidental, a Itália sem Roma
era como um homem sem cabeça. Os partidários da unificação queriam transformá-la na
capital do novo reino. Os obstáculos eram o exército francês, que ocupava a cidade e o
papa, que controlava as amplas massas italianas, majoritariamente católicas.

Papa Pio IX.

O primeiro obstáculo foi removido com a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871).


Devido a essa guerra, as tropas francesas foram retiradas da "Cidade Eterna" para
combater os prussianos, e os italianos invadiram a cidade, que foi ocupada pelas tropas
de Vítor Emanuel em 20 de setembro de 1870, sendo transformada na capital do reino
que se formava. Em 13 de Março de 1871, Vítor Emanuel ofereceu como compensação
ao Papa uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do
Vaticano, um bairro de Roma onde ficava a sede da Igreja (as leis de garantia).

O Papa Pio IX, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando
conservar o poder da Igreja, recusou as duas ofertas e declarou-se prisioneiro voluntário
do Estado italiano. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do
novo reino.
Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão
Romana, só terminou em 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini,
necessitando de apoio da Igreja e dos católicos, assinou com o Papa Pio XI a
Concordata de São João Latrão. Por esse tratado, firmou-se um acordo pelo qual se
criava o Estado do Vaticano, o Sumo Pontífice recebia indenização monetária pelas
perdas territoriais, o ensino religioso era obrigatório nas escolas italianas e se proibia a
admissão em cargos públicos dos sacerdotes que abandonassem a batina.

[editar] As províncias irredentas


Ver artigo principal: Irredentismo

A unificação da Itália ainda não se havia completado. Algumas províncias como


Trentino, Tirol Meridional, Trieste, e Ístria, continuavam sob domínio austríaco, sendo
chamadas de províncias irredentas, isto é, não libertadas. Nessas regiões, irrompeu um
movimento de caráter nacionalista: o Irredentismo. Ao final da Primeira Guerra
Mundial, partes dessas regiões foram incorporadas à Itália.

[editar] Mapas do processo de unificação

Os Estados italianos em 1859: em laranja o Reino de Sardenha,em amarelo o


Reino das Duas Sicílias, em vermelho os Estados Pontifícios, em azul o Reino
Lombardo-Vêneto e em verde o Grão-ducado da Toscana e os Ducados de
Parma e de Modena

Reino de Sardenha (em laranja) em 1860 depois da anexação da Lombardia, do


Grão-ducado da Toscana, dos Ducados emilianos e da Romanha pontifícia.

O Reino de Sardenha depois da Expedição dos Mil, depois denominado Reino


de Itália (1861)

O Reino de Itália em 1866 depois da Terceira Guerra de Independência

O Reino de Itália em 1870 depois da conquista de Roma

O Reino de Itália em 1919 depois da Primeira Guerra Mundial

Império italiano em 1940


República Italiana, em 1946

Referências
1. ↑ JANNUZZI, Giovanni. Breve historia de Italia. 1 ed. Buenos Aires: Letemendía,
2005. 80 p. p. 1 vol. vol. 1. ISBN 987-21732-7-3
2. ↑ PICK, Daniel. Roma ou morte: as obsessões do general Garibaldi. 1 ed. Rio de
Janeiro: Record, 2009. 276 p. 1 vol. ISBN 978-85-01-07702-8

[editar] Ver também

O Commons possui uma categoria com multimídias sobre Risorgimento

 Reino de Sardenha
 Reino Lombardo-Vêneto
 Reino das Duas Sicílias
 Ducado de Módena e Reggio
 Ducado de Parma e Piacenza
 Estados Pontifícios
 Museo nazionale del Risorgimento italiano

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