Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
História da Alemanha
Antiguidade
Germanos
Grande Migração
Idade Média
Frância oriental
Reino da Germânia
Sacro Império Romano-Germânico
Colonização do Leste
Seccionalismo
Império Alemão
Império Alemão
I Guerra Mundial
República de Weimar
Alemanha Nazi
Governo Flensburg
Alemanha moderna
Alemanha moderna
editar
Índice
1 Antecedentes
2 A Revolução de 1848 nos Estados Alemães
3 A Unificação Alemã: a Prússia de Bismarck
o 3.1 A Guerra dos Ducados (1864), contra a Dinamarca
o 3.2 A Guerra Austro-Prussiana (1866)
o 3.3 A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
o 3.4 Pretexto da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
o 3.5 Motivos da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana
o 3.6 A Coroação de Guilherme I: O Segundo Reich
4 Consequências da Unificação Alemã
5 Resumo
6 Notas e referências
7 Bibliografia
8 Ver também
[editar] Antecedentes
Em meados do século XIX, após a separação territorial no Congresso de Viena, o
espaço territorial germânico era constituído por 39 diferentes reinos, ducados e cidades
livres, que apenas tinham em comum a mesma raiz linguística (o alemão) e a mesma
base cultural. Nele, a hegemonia política era disputada pelas suas duas principais
potências: a Áustria dos Habsburgos, que dominava a Dieta (o Parlamento da
Confederação Germânica) e a Prússia, governada pelos Hohenzollern. No plano
econômico, o território germânico ainda vivia, em linhas gerais, numa estrutura feudal,
em plena Idade Contemporânea; a exceção era a Prússia, mais industrializada, com
maior poder económico, que desde 1834 implantara o "Zollverein'", uma aliança
aduaneira entre os Estados da Liga Alemã.
Desde o início do século XIX que o desejo da unidade nacional podia ser notado,
principalmente nos meios acadêmicos e literários. Como exemplo, Freiherr vom Stein,
na Prússia tentou implantar um programa político inspirado nessa pretensão, porém
acabou sendo afastado em 1808. Após isso a Áustria reimplantou sua influência, e o
nacionalismo alemão ficou inoperante até 1848, quando ocorreram diversas revoluções
por toda a Europa, a chamada "Primavera dos Povos".
Ao mesmo tempo, ainda em Maio de 1848, uma Assembleia composta por deputados
eleitos por todo o território germânico - o Deutscher Bund - se reuniu em Frankfurt-am-
Main para a elaboração da nova constituição alemã. Nela, distinguiam-se dois grupos de
deputados: os Grossdeutsche e os Kleindeutsche. Os deputados do primeiro grupo
defendiam uma Alemanha incluindo a Áustria, estendendo-se do mar Báltico, ao norte,
até ao Adriático, ao sul. Já o segundo grupo defendia uma Alemanha sob liderança dos
prussianos, excluindo assim a Áustria. A solução encontrada para o impasse foi a de um
Estado governado pelos Hohenzollern. A Coroa da nova Alemanha foi oferecida ao rei
da Prússia, Frederico Guilherme IV, que recusou-a e também não aceitou a Constituição
de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Áustria e dos outros Estados
alemães. O povo alemão, embora quisesse ver a nova Constituição aprovada, não estava
totalmente satisfeito com ela, pois o poder ainda continuaria na mão dos antigos líderes.
Deste modo, a revolução ficou enfraquecida, a Assembleia foi dissolvida e a restauração
conservadora se completou, acabando, por algum tempo, com o sonho de uma
Alemanha unificada.
Em Viena, constatando que não conseguia mais controlar o povo, a burguesia voltou
atrás em seu apoio à revolução, optando por sujeitar-se a um governo fortemente
centralizado a colocar em risco a sua posição económica. Com a união da burguesia à
aristocracia, o exército retomou a cidade, conseguindo sufocar a rebelião em Outubro. O
novo primeiro-ministro, Schwarzenberg, dissolveu a Assembleia Constituinte, forçando
o imperador Fernando I a abdicar em favor de seu sobrinho Francisco José, que
restaurou o Absolutismo.
A liderança da unificação alemã ficou com a Prússia, pois este era o Estado alemão mais
industrializado e com grande importância política na Europa. Era também a maior
potência militar entre os estados alemães. Seu desejo expansionista vinha de algumas
décadas, de quando desejava unificar seus territórios ocidental e oriental. Para este fim,
foi criado o Zollverein, uma união aduaneira e alfandegária nos Estados da Liga Alemã,
em 1834. A criação do Zollverein proporcionou à região um grande crescimento
industrial e integração dos Estados, principalmente com o desenvolvimento de uma rede
ferroviária interligando as diversas regiões do território germânico;
Otto von Bismarck - que tinha ocupado, entre outros cargos, o de embaixador na Rússia
e na França - foi nomeado chanceler (primeiro-ministro). Membro da aristocracia alemã
e também favorável a uma monarquia centralizada, Bismarck realizou uma política de
aliança dos junkers (grandes proprietários e aristocratas) com a alta burguesia, e através
dela resolveu fortalecer o Zollverein, intensificando a integração dos Estados alemães
além de modernizar o exército, sendo isso de grande importância para as batalhas que
aconteceriam nos anos seguintes. Para levar a cabo a reforma militar, Bismarck
prescindiu no Parlamento: "Os problemas de hoje não se decidem com discurso, nem
tampouco com o voto das maiorias. Esse foi o grande erro de 1848 e 1849. Decidem-se
com ferro e sangue".
Em 1864 a Prússia juntou-se à Áustria em uma guerra contra a Dinamarca pelo domínio
dos ducados de Schleswig e Holstein. O confronto ficou conhecido como Guerra dos
Ducados' e ao seu final, Prússia e Áustria, vitoriosas, dividiram a administração dos
ducados através da Convenção de Gastein, em 1865. A Áustria, porém, tentou implantar
uma política única ao condado de Holstein, privando assim a Prússia de direitos
assegurados em outros acordos. Restou a Bismarck entrar em guerra contra a Áustria em
1866.
Apesar de a Áustria ter sido derrotada pela Prússia, o sul da Alemanha era constituído
por democratas e aspiravam a uma Alemanha liberal, se opondo à união com a Prússia
de Bismarck, que era um Estado militarista. Visando eliminar este entrave à unificação
do norte com o sul, Bismarck necessitava de um inimigo comum que uniria, e
possibilitaria a futura unificação; e este inimigo mais adiante seria a França de Napoleão
III. Desde os tempos das guerras napoleônicas (de Napoleão I, derrotado em 18 de
junho de 1815), os prussianos não simpatizavam com a França, e os professores
prussianos repassavam este sentimento aos seus alunos em relação à nação francesa.
Daí, Bismarck afirmar que foi o mestre-escola quem ganhou a guerra franco-prussiana,
logo após a derrota da França na guerra contra a Prússia.
A Espanha, que estava sem rei desde 1868, ofereceu através de seu parlamento a Coroa
ao príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, parente afastado do rei da Prússia
(também da Casa dos Hohenzollern). Tal fato era inaceitável pela Europa anti-prussiana
que contava também com a França. O ministro do exército francês proferiu um discurso
indignado e belicoso contra a Prússia, o que gerou sentimentos anti-franceses no sul da
Alemanha. Bismarck aproveitou-se da ideia de guerra entre os dois países, pois estava
interessado em territórios franceses e sabia que conseguiria apoio no sul da Alemanha, o
que seria decisivo para seus planos de unificação alemã.
Ele também sabia da superioridade de seu poderio militar sobre o medíocre exército
francês. Todavia antes do conflito começar, Napoleão III temendo a expansão prussiana,
protesta e exige do rei da Prússia a renúncia do príncipe Leopoldo, que desiste de
disputar o trono espanhol.
Napoleão III ainda não satisfeito, e querendo agradar à opinião pública francesa, exige
novas garantias de que jamais um membro de sua família ocuparia o trono espanhol.
Apesar de Guilherme I aceitar todas as condições impostas pelo imperador francês, este
último insistia que o rei deveria dar estas garantias e negociar pessoalmente ao
embaixador Benedetti da França. O rei prussiano que anteriormente atendera a todas as
reivindicações de Napoleão III refutou (recusou) ter que negociar e dar novas garantias
ao embaixador francês, Benedetti.
Em Paris, a atitude do rei prussiano foi tida como uma ofensa ao orgulho nacional da
França e ao povo francês - este foi o motivo da França de Napoleão III declarar guerra à
Prússia.
Porém, Napoleão III viu que era inútil sacrificar vários soldados seus, e manda hastear a
bandeira branca, e entrega sua espada, ficando prisioneiro do rei prussiano. Dois dias
depois, a república seria proclamada em Paris.
No dia 20 desse mês, os prussianos cercavam Paris. Perante esta situação, o governo de
Defesa Nacional (republicano, em funções desde 4 de Setembro, altura em que depusera
Napoleão III) assinou a rendição. Na paz de Frankfurt (10 de Maio de 1871) a França,
para além de pagar uma pesada indenização de 5 bilhões (ou 5 mil milhões em
Português europeu) de francos para a Prússia, entregava o rico território da Alsácia-
Lorena, de maioria germânica e rica em carvão, para o novo Império Alemão.
Com a integração desses Estados ao novo Reich (II Reich; pois o I Reich ou Sacro
Império Romano-Germânico, foi fundado por Carlos Magno, rei franco, sucedido
mais adiante por Oto I o Grande), completou-se a última etapa para a unificação alemã.
A derrota da França comandada pelo general francês Mac-Mahon se deu por ser o
exército prussiano maior e estar mais bem organizado para a guerra. Enquanto os
canhões franceses eram carregados pela boca, os da Prússia tinham os famosos Krupp,
de aço, carregados pela culatra, o que possibilitava tiro mais rápido.
Paris resistiu o quanto pôde aos prussianos, mas capitulou após quatro meses, por causa
da fome.
É possível dizer que a unificação alemã foi um dos principais motivos para o estouro da
Primeira Guerra Mundial. A unificação da região de Alsácia-Lorena ao Segundo Reich
Alemão gerou o revanchismo francês. Os franceses inconformados com a situação e
com a humilhação provocada pelos alemães (como na coroação de Guilherme I no
próprio Palácio de Versalhes, em território francês) mantiveram um sentimento de
revanche que foi decisivo na política de alianças dos países europeus até quando eclodiu
o conflito em 1914. Outro fator de influência para o surgimento do conflito foi a batalha
dos países europeus por territórios na África e Ásia, no período conhecido como
neocolonialismo. Os alemães, recém unificados, exigiam uma redivisão colonial nos
continentes (ver Império colonial alemão), o que aumentou a tensão entre as potências.
[editar] Resumo
O Império Germânico, inicialmente, era formado por mais de 240 Estados. Mais tarde,
foi substituída pela confederação Germânica, com a queda de Napoleão, por 39 Estados.
Houve a União Aduaneira, que estabelecia a mesma moeda para os estados alemães. A
confederação durou até a vitória da Prússia na Guerra Austro-Prussiana, quando a
Alemanha foi dividida em Alemanha do Norte e Estados do Sul. Na Guerra Franco-
Prussiana, além da Prússia ganhar as regiões da Alsácia-Lorena, a Alemanha foi
unificada.
Notas e referências
1. ↑ No processo simultâneo, unificação italiana, em 1866, a Itália alia-se à Prússia –
contra a Áustria. Os italianos são vencidos em Custozza, mas os prussianos aniquilam
os austríacos em Sadowa. No fim desta guerra (chamada “Guerra das Sete Semanas”), a
Itália adquire Veneza.
[editar] Bibliografia
ALVES, Antônio. História B Padrão Contato de Ensino. 2. ed. Recife: Liber
Gráfica e Editora Ltda, 1982.
BARRACLOUGH, Geoffrey. Atlas da História do Mundo - The Times / Folha
de São Paulo (1993).
HERMIDA, Antônio José Borges. História Geral para os cursos de grau médio.
35274.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1964.
MOMMSEN, Wolfgang. Imperial Germany 1867-1918: politics, culture, and
society in an authoritarian state, translated by Richard Deveson from Der
Autoritäre Nationalstaat, London: Arnold, 1995. ISBN 0340645342.
ZAMBELLI, Rosa Luiza. História Geral (2002).
Risorgimento
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Unificação italiana)
Ir para: navegação, pesquisa
Março de 2011 cita fontes fiáveis e independentes, mas
elas não cobrem todo o texto.
Por favor, melhore este artigo providenciando mais fontes fiáveis e
independentes, inserindo-as em notas de rodapé ou no corpo do texto,
nos locais indicados.
Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus
Série
História de Itália
Itália na Pré-História
Itália pré-romana
Roma Antiga
Reino de Roma
República Romana
Império Romano
Províncias romanas:
Itália (província romana),
Gália Cisalpina
Renascimento
Dominação Napoleónica
Risorgimento
Reino de Itália
Itália fascista
Itália republicana
Índice
1 Antecedentes
2 As sociedades secretas e o movimento Jovem Itália
3 Revoltas contra a volta do antigo regime
4 A Revolução de 1848 e a tentativa de unificação de Carlos Alberto
5 Vitor Emanuel e Cavour
6 Guerras de Independência
7 A conquista da Sicília
8 A proclamação do Reino de Itália
9 Veneza e Roma
10 As províncias irredentas
11 Mapas do processo de unificação
12 Referências
13 Ver também
14 Ligações externas
[editar] Antecedentes
Península Itálica no tempo de Napoleão (1812).
Napoleão Bonaparte criou diversos estados na península Itálica: Reino da Etrúria, Reino
de Itália (1805-1814) e entregou o governo do Reino de Nápoles ao seu irmão José.
Durante esse período, esses territórios passaram por reformas liberais e pela extinção
dos privilégios feudais e eclesiásticos. Após o Congresso de Viena, com a conferência
de paz que se seguiu à derrota de Napoleão, e a liquidação do sistema, a península
Itálica ficou dividida e subjugada. A Áustria dominava a Lombardia e Vêneto
(Venécia); os ducados de Parma e Piacenza, Módena e Toscana eram regidos pelos
arquiduques austríacos; o Piemonte, que integrava o Reino de Sardenha junto com o
Ducado de Saboia e Gênova, era governado pela casa de Saboia; o Papa governava os
Estados Pontifícios, estendendo sua autoridade às províncias do Adriático, e os
Bourbons voltavam ao Reino das Duas Sicílias.
Em todas essas regiões, foi estabelecido o absolutismo. O único Estado que permaneceu
mais ou menos liberal foi o Reino da Sardenha, na ocasião composto das atuais regiões
de Piemonte e da Sardenha.
Os governantes do antigo regime, impostos pelo Congresso de Viena, sem apoio
popular, governavam com auxílio das forças austríacas.
Durante o domínio napoleônico, formou-se na Itália uma resistência que contou com
membros de uma organização secreta – a Carbonária. A Carbonária, uma sociedade
mais ou menos maçônica, surgiu em Nápoles, dominada pelo general francês Joaquim
Murat, cunhado de Bonaparte. Seu objetivo, como o da maçonaria em geral, era
combater a intolerância religiosa, o absolutismo e defender os ideais liberais. Lutava
contra os franceses, porque as tropas de Napoleão haviam iniciado uma espoliação da
Itália, embora defendessem os mesmos princípios de Bonaparte.
Com a expulsão dos franceses, a Carbonária queria unificar a Itália e implantar os ideais
liberais.
Em 1820, revoltam-se em Nápoles dois oficiais franceses, Morelli e Silvati, com as suas
divisões de cavalaria, ao clamor do rei e da ausência de uma constituição, claramente
incitados pela agitação que eclodira pouco antes na Espanha. A revolta começa
vitoriosa, o exército agrupa-se quase completamente ao redor dos insurrectos, cujo
comando é assumido por Guglielmo Pepe. O rei vê-se forçado a proclamar a
constituição e a formar um governo predominantemente constituído por antigos adeptos
de Joaquim Murat. Os acontecimentos em Nápoles se propagam imediatamente à
Sicília, onde a revolta assume um caráter autonomista. Um movimento de carbonários
piemonteses exige da mesma forma a promulgação de uma constituição, concedida pelo
regente do rei Carlos Félix, Carlos Alberto. Mas tanto o movimento napolitano quanto o
piemontês são reprimidos. Morelli e Silvati acabam na prisão e com eles muitos outros.
No Piemonte, Laneri e Grelli são condenados. E assim quase todos os que tinham se
comprometido com as insurreições dos carbonários se veem forçados a ir para o exílio.
O que caracteriza essas primeiras tentativas é o quase completo afastamento das massas
populares e da burguesia. São movimentos conduzidos por oficiais e descendentes da
nobreza, com ideais de liberdade, constituição e parlamento, muito distantes das
preocupações da população, ligada à agricultura principalmente, tais como repartição de
terras, contratos de arrendamento e a situação geral dos camponeses. As insurreições
seguintes, de 1830 e 1831, sobretudo nos Estados da Igreja, em Módena e em Parma,
igualmente reprimidos em sangrentos combates, continuam a não mostrar modificações
nesta esfera.
Entre 1848 e 1849, começam as tentativas de unificação do reino da Itália. Durante esse
período, os revolucionários proclamam pelo menos três repúblicas, a de São Marcos, a
Toscana e a República Romana. Essa última república foi proclamada quando, em 1849,
Mazzini comandou uma revolução em Roma. Os revoltosos cercaram o palácio do
Quirinal, onde morava o Papa Pio IX, e o ameaçaram seriamente. Para salvar-se, o
pontífice, dissimulado sob outros trajes, fugiu para Gaeta, fortaleza localizada no Reino
das Duas Sicílias (24 de novembro de 1848). Em 9 de fevereiro de 1849, uma
Assembleia Constituinte em Roma proclamou a República Romana. Um dos primeiros
atos da nova república foi a elaboração de uma constituição que pudesse ser utilizada
por uma Itália unida. Pio IX apelou para as potências européias, pois o Congresso de
Viena tinha reconhecido e confirmado as fronteiras dos Estados da Igreja. Nações
católicas como a Áustria, a França e a Espanha mandaram tropas para atacar Roma e a
república foi abolida em julho de 1849. O Papa voltou à sua capital em 1850][2].
Vítor Emanuel II, nascido em Turim, no Piemonte. Ascendeu ao trono em 1849 com a
abdicação do pai, Carlos Alberto de Saboia.
Após a derrota frente à Áustria, em 1852, Vítor Emanuel II nomeou como chefe de
gabinete o Conde de Cavour (1810-1861), líder do Partido Moderado e descendente de
ricos latifundiários. Este político queria dar à Itália uma constituição de tipo britânico e
era partidário da unificação da Itália, acreditando que a Casa de Saboia deveria liderar o
processo. Um dos principais obstáculos à unidade italiana era a Áustria, que possuía
muitos territórios no Norte da Itália. Cavour atuou em duas frentes para derrotá-la: no
reaparelhamento militar e econômico do Piemonte-Sardenha e na diplomacia
internacional para conquistar aliados contra aquele país.
Camilo Benso, o Conde de Cavour. (1810 - 1861).
Guerra Austro-prussiana.
Os povos dos ducados de Módena e Parma, governados por duques ligados ao Império
Austríaco, expulsaram seus governantes. A Toscânia, seguida por outros estados,
revoltou-se e juntou-se ao Reino da Sardenha.
Olhando com desconfiança para a política francesa na Itália, uma vez que ela visava
aumentar a zona de influência de Paris, desequilibrando as forças no continente
europeu, o governo inglês preferiu apoiar a criação de um Estado unificado na Itália,
impedindo que a França assumisse o papel de árbitro na política peninsular.
[editar] A conquista da Sicília
Ver artigo principal: Expedição dos Mil
Em Abril de 1860, iniciou-se uma insurreição camponesa na Sicília, para onde se dirigiu
Garibaldi. Em Maio de 1860, o lendário Giuseppe Garibaldi – líder da Sociedade
Nacional, um movimento criado por ele e Pallavicino, com o apoio do Conde de Cavour
e que tinha por finalidade unificar a Itália – partiu de Gênova e desembarcou em
Marsala com um exército popular de 1070 homens conhecido como os "mil de
Garibaldi" ou os "mil camisas-vermelhas", porque estes voluntários usavam camisas-
vermelhas.
Republicano convicto, Garibaldi opunha-se à política da Casa de Saboia, pois ela daria
ao país o regime monárquico. Apesar disso, Garibaldi voluntariamente reconheceu a
autoridade de Vítor Emanuel quando esta foi exigida por Cavour e entregou o Reino das
Duas Sicílias ao rei, pois preferia ver uma Itália monárquica unida a uma Itália
desunida. Vítor Emanuel foi proclamado, em 17 de março de 1861, rei da Itália, cuja
capital passou de Turim para Florença em 1865, já falecido Cavour. Em 1861, a
comunidade internacional, com exceção da Áustria, reconheceu o nascimento do novo
Estado italiano.
Em 1866, a Prússia entrou em guerra com a Áustria, auxiliada pelo novo Estado
italiano. Garibaldi e os seus homens sofreram muitas derrotas, mas as tropas da Prússia
ditaram o resultado final deste conflito. Após a assinatura da Paz de Viena em 1868, a
Áustria foi coagida a renunciar ao Vêneto e a região foi integrada ao Reino de Itália.
Em 1862, Garibaldi tentara conquistar Roma, mas fora vencido. Em 1867, tentou
novamente, porém o imperador francês Napoleão III, pressionado pelos católicos de seu
pais, invadiu Roma e recolocou o Papa no trono. Pela importância histórica da cidade,
antiga capital do Império Romano e sede da cristandade ocidental, a Itália sem Roma
era como um homem sem cabeça. Os partidários da unificação queriam transformá-la na
capital do novo reino. Os obstáculos eram o exército francês, que ocupava a cidade e o
papa, que controlava as amplas massas italianas, majoritariamente católicas.
O Papa Pio IX, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando
conservar o poder da Igreja, recusou as duas ofertas e declarou-se prisioneiro voluntário
do Estado italiano. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do
novo reino.
Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão
Romana, só terminou em 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini,
necessitando de apoio da Igreja e dos católicos, assinou com o Papa Pio XI a
Concordata de São João Latrão. Por esse tratado, firmou-se um acordo pelo qual se
criava o Estado do Vaticano, o Sumo Pontífice recebia indenização monetária pelas
perdas territoriais, o ensino religioso era obrigatório nas escolas italianas e se proibia a
admissão em cargos públicos dos sacerdotes que abandonassem a batina.
Referências
1. ↑ JANNUZZI, Giovanni. Breve historia de Italia. 1 ed. Buenos Aires: Letemendía,
2005. 80 p. p. 1 vol. vol. 1. ISBN 987-21732-7-3
2. ↑ PICK, Daniel. Roma ou morte: as obsessões do general Garibaldi. 1 ed. Rio de
Janeiro: Record, 2009. 276 p. 1 vol. ISBN 978-85-01-07702-8
Reino de Sardenha
Reino Lombardo-Vêneto
Reino das Duas Sicílias
Ducado de Módena e Reggio
Ducado de Parma e Piacenza
Estados Pontifícios
Museo nazionale del Risorgimento italiano