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Tumores gastro-intestinais

Abordagem Multidisciplinar
PAPEL DA
RADIOTERAPIA

12/09/21
Tradicional tratamento cirúrgico
como abordagem curativa
A utilização da RT é movida por:

 medo da operação
 recusa da mutilação
 condição física deficiente
 taxa de recaida local elevada
Efeitos da combinação com a cirurgia
 Melhoria das taxas de recaida local e distante

 Conversão cirúrgica (inoperável >>> operável) (+Q)

 Redução cirúrgica ( >>> CIR conservadora) (+Q)


Vantagem acrescida com a QT
 Potenciação do efeito local

 Modificação do efeito sistémico:


pelo efeito directo da QT
pelo efeito local melhorado (?!)

 Maior toxicidade
Combinações terapêuticas
 Em quase todas as localizações diversas
combinações de RT com CIR com ou sem QT
foram testadas

 Foi “inventada“ a terapêutica (neo)adjuvante

QT ou RT ou QRT ou QT/RT
antes ou depois ou durante
ou em vez de CIR
Tratamento conservador
 É o nome que se dá ao tratamento adjuvante, quando a
CIR não é efectuada

 Ganhou pontos à custa de:


 taxas de sobrevivência e controlo melhores (ou iguais)
 qualidade de vida melhorada pela conservação de orgão
Radioterapia
Pré-operatória
A favor:
 melhores condições locais (oxigenação)

 possibilidade de reduzir a agressão cirúrgica

 em casos irressecáveis pode permitir a cirurgia

Contra:
 sobretratamento

 maior risco de complicações cirúrgicas

 compromisso no estadiamento (prescrição de QT)


Radioterapia
Pós-operatória
A favor:
 melhor selecção de casos após diagnóstico

histopatológico (definição de risco)

Contra:
 piores condições locais (volumes de tratamento, O 2)

 maior risco de complicações rádicas


Situação actual (válido para casos não susceptiveis de ressecção curativa, i.e.T1-2 N0)
 Esófago: QRT + CIR >>> QRT
 Estômago:QT + CIR (+ ressecabilidade)
CIR + QRT (+s) (+c)
 Pâncreas: CIR + QRT (+s) (+c) (=v.bil)
 Colon: CIR + QT (+s) (+c)
 Recto: CIR + RT >>> CIR + QT/RT (+s) (+c)
RT + CIR >>> QRT + CIR (+s) (+c) (+Q)
 Canal anal: RT + CIR >>> QRT + CR >>> QRT
Canal anal
Resultados (S5a)
 CIR: 48-69%

 RT: T1 - T2: 68-79%

T3 - T4: 31-43%

 QRT: 70-78%
Pâncreas
Resultados
 Ressecáveis (Kalser 1985)(GITSG 1985)(Foo 1994):
CIR0: S5a = 5% S1/2=11m
CIR0+QRT: S5a=10-20% S1/2=20m

 Irressecáveis (PS<2) (GITSG 1988)(Moertel 1969):


RT: S1/2= 6.3m

RQT: S1/2=10.4m
Esófago
Resultados
 CIR0: S5a= 20% S1/2=35-50m
 CIR: S5a= 5-10% S1/2=12-15m
 RT: S5a= 5 - 7% S1/2= 10m
 RT pré ou pós-op: (+?)C
 QT+RT: (sem vantagem)
 QRT S5a=18-25% S1/2= 15m Cl=45-80%
 QRT+CIR**: S5a=31-58% S1/2=12-36m
Vias biliares
Resultados
 A RT pode ter vantagem após CIR0, CIR1 ou mesmo após
drenagem das vias biliares.

 S5a=5-11m (Hishikawa 1983), podendo haver vantagem na


associação com 5FU (Kopelson 1991)

 Os resultados publicados são variáveis:


 pequeno número de casos
 inomogeneidade na selecção
Análise de resultados
 Multiplicidade de ensaios (II e III)

 Diversas combinações:
 RT (dose / fraccionamento / técnica)
 QT (fármacos / doses / administração)
 CIR (tumor vs. compartimento)

 Selecção de doentes (nº e qualidade)


Análise de resultados
 Tentação elevada para extrapolar resultados

 Importante avaliar cuidadosamente a metodologia:


 selecção de casos,
 administração terapêutica e

 análise de resultados

 Avaliação de resultados (experiência)


Conclusões
 Todas estas neoplasias têm um prognóstico sombrio.

 Têm havido progressos conceptuais na abordagem


terapêutica, traduzidos por melhoria nas taxas de
sobrevivência e controlo e na qualidade de vida.

 O número de variáveis da doença, do doente e da


terapêutica, dificulta a escolha da melhor opção.
A recordar
 A selecção de doentes é primordial

o facto de algo ser possível não quer dizer que deva ser feito

 A experiência das equipas multidisciplinares é


essencial

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