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ALIMENTOS TRANSGÊNICOS, FUNCIONAIS E ORGÂNICOS.

Resumo

Introdução
Organismos Geneticamente Modificados são os organismos que sofreram alteração no
seu código genético por métodos ou meios que não ocorrem naturalmente, onde algumas
propriedades de certas bactérias são introduzidas nas plantas e delas começam a fazer parte.
Trata-se da engenharia genética ciência responsável pela manipulação das informações
contidas no código genético, que comanda todas as funções da célula. Esse código é retirado da
célula viva e manipulado fora dela, modificando a sua estrutura (modificações genéticas),
chamados de alimentos transgênicos.

Desenvolvimento

ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

Os alimentos geneticamente modificados estão chegando à mesa dos consumidores


sem que estes saibam bem o que são e que efeitos nocivos podem ter. No Brasil, embora o
plantio ainda esteja proibido, culturas clandestinas de soja transgênica começam a aparecer no
Sul do País.
Mas por ter cultivado mais o alimento orgânico até agora, como, por exemplo, a soja,
o Brasil vem crescendo no mercado de exportações, segundo dados da Folha, sinal de que os
outros países ainda não aderiram totalmente aos alimentos transgênicos. A alegação de alguns
países é a de que a disseminação dos transgênicos pode vir a se mostrar predatória em certo
sentido. "Mas a agricultura é, em si, uma atividade predatória", afirma o biólogo Adilson Leite,
da Unicamp. "Os transgênicos nos permitem aumentar a produtividade sem aumentar a área
cultivada, o que é bom para o ambiente".
No entanto em 1995, foi aprovada a Lei de Biossegurança no Brasil, que gerou a
constituição da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), pertencente ao MCT
(Ministério da Ciência e Tecnologia). Este fato permitiu que se iniciassem os testes de campo
com cultivos geneticamente modificados, que são hoje mais de 800.
Assim testes feitos em laboratórios europeus detectaram a presença de transgênicos
em 11 lotes de produtos vendidos no Brasil, a maioria deles contendo a soja geneticamente
modificada Roudup Ready, da Monsanto ou com o milho transgênico Bt, da Novartis. Dentre
eles: Nestogeno, da Nestle do Brasil, fórmula infantil a base de leite e soja para lactantes
contendo soja RR; Pringles Original, da Procter & Gamble, batata frita contendo milho Bt 176
da Novartis; Salsicha Swift, da Swift Armour, salsichas do tipo Viena contendo soja RR; Sopa
Knorr, da Refinações de Milho Brasil, mistura para sopa sabor creme de milho verde contendo
soja RR; Cup Noodles, da Nissin Ajinomoto, macarrão instantâneo sabor galinha contendo soja
RR.
Dentre os paises que cultivam alimentos transgênicos estão os Estados Unidos: melão,
soja, tomate, algodão, batata, canola, milho; União Européia: tomate, canola, soja, algodão.
Argentina: soja, milho, algodão.
Consumidores de países onde já ocorre a comercialização de alimentos transgênicos
exigem a sua rotulagem, assim como estão sendo feito com os orgânicos, para que possam ser
distinguidos na hora da escolha do alimento.
“Todo o cidadão tem o direito de saber o que irá consumir. Por isto, a descrição da
composição do alimento e o gene que foi inserido no produto, devem ser informados. Além dos
rótulos dos produtos nacionais são necessários que sejam analisados os produtos importados
produzidos através da biotecnologia” (processo tecnológico que permite a utilização de
material biológico para fins industriais).
Assim é possível identificar alimentos transgênicos como a presença do símbolo de
Transgênicos no painel principal, representado pelo triângulo eqüilátero amarelo, com a letra T
dentro, caso a embalagem não seja colorida o triângulo pode ser preto impresso sobre fundo
branco; presença da frase “Produto produzido a partir de soja transgênica” ou “Soja
transgênica” e “Contém soja transgênica”; presença do nome da espécie doadora do gene no
local reservado para a identificação dos ingredientes.
Nesses alimentos encontram-se argumentos a favor dos transgênicos como aumento
da produção de alimentos, melhoria do conteúdo nutricional, desenvolvimento de nutricênicos
(alimentos que teriam fins terapêuticos); maior resistência e durabilidade na estocagem e
armazenamento; alguns alimentos tiveram comprovados certos benefícios, com alto teor de
vitaminas. Por exemplo, em 1997, segundo a Cronologia dos Transgênicos publicada na Folha
de São Paulo, uma instituição americana, a Sustainabele Maize and Wheat Systems for the
Poor (Sistemas Sustentáveis de Milho e Trigo para Pobres), desenvolveu um milho híbrido
mais rico em vitamina A, zinco e ferro.
No entanto apresentam argumentos contra como aumento das reações alérgicas; as
plantas que não sofreram modificação genética podem ser eliminadas pelo processo de seleção
natural, pois, as transgênicas possuem maior resistência às pragas e pesticidas; aumento da
resistência aos pesticidas e gerando maior consumo deste tipo de produto; apesar de eliminar
pragas prejudiciais à plantação, o cultivo de plantas transgênicas pode, também, matar
populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas.
Pesquisadores e cientistas estão desenvolvendo pesquisas sobre quais são as reais
consequências da utilização de alimentos genéticos no organismo humano e no meio-ambiente.
De acordo com a Cronologia dos Transgênicos (Folha de SP), em 1989, nos Estados Unidos,
5.000 pessoas ficaram doentes, 37 pessoas morreram e 1.500 ficaram inválidas depois de
consumirem um suplemento alimentar feito a partir de uma bactéria modificada geneticamente,
produzido pela empresa japonesa Showa Denko.
Segundo Dr. Borlaug diz que as controvérsias sobre os alimentos transgênicos são
emocionais, enquanto ambientalistas tentam prevenir as comunidades para que se utilizem
somente de alimentos orgânicos. E até a presente data, nenhuma fonte científica indicou
exatamente o que pode e o que não pode causar a bactéria que deu origem aos transgênicos,
além dos potenciais fatores positivos que os transgênicos podem trazer como diminuição do
custo, aumento da resistência na lavoura entre outros. Para o bem da nossa saúde, o assunto
ainda terá que ser mais claramente explicado.

ALIMENTOS ORGÂNICOS

Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um


ambiente de produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os
princípios agro ecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e
dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.
Na agricultura orgânica não é permitido o uso de substâncias que coloquem em
risco a saúde humana e o meio ambiente. Não são utilizados fertilizantes sintéticos
solúveis, agrotóxicos e transgênicos
Uma das características fundamentais da produção orgânica é a preocupação
com o meio ambiente. Os sistemas orgânicos de produção priorizam o uso responsável
dos recursos naturais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. A agricultura
orgânica busca diversificar e integrar a produção de espécies vegetais e animais com o
objetivo de criar ecossistemas mais equilibrados (MAPA, 2010).
Objetivos da produção orgânica visam à diminuição dos gastos com infra-
estrutura, diminuição das despesas com as criações, ex.: medicamentos, veterinários,
etc. Ausência de resíduos tóxicos nos alimentos. Produção de alimentos mais saudáveis
e equilibrados. Animais mais saudáveis e equilibrados. Melhor preço na
comercialização. Tornar o produtor menos dependente da aquisição de alimentos
externos da propriedade.

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:

Sistema orgânico de produção agropecuária: todo aquele em que se adotam


técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e
socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais,
tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos
benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável,
empregando, sempre que possível métodos culturais, biológicos e mecânicos, em
contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos
geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de
produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção
do meio ambiente.
Certificação orgânica: ato pelo qual um organismo de avaliação da
conformidade credenciado dá garantia por escrito de que uma produção ou um
processo claramente identificados foi metodicamente avaliado e está em
conformidade com as normas de produção orgânica vigentes.
Sistemas Participativos de Garantia da Qualidade Orgânica: conjunto de
atividades desenvolvidas em determinada estrutura organizativa, visando assegurar a
garantia de que um produto, processo ou serviço atende a regulamentos ou normas
específicas e que foi submetido a uma avaliação da conformidade de forma
participativa;
1: Produção Vegetal.
Critérios mínimos para a produção paralela: (Art. 13, § único da IN nº 64/08)
I - distância entre as áreas sob manejo orgânico e não orgânico;
II - direção do vento;
III - posição topográfica das áreas, incluindo o percurso da água;
IV - insumos utilizados nas áreas convencionais e forma de aplicação;
V - demarcação específica da área não orgânica;
VI - facilidade de acesso para inspeção.
Na conversão parcial ou produção paralela, a unidade de produção deverá ser
dividida em áreas, com demarcações definidas, sendo proibida a alternância de práticas
de manejo orgânico e não orgânico numa mesma área (Art. 14 da IN nº 64/08).
Não pode: usar os mesmos equipamentos de pulverização; usar os
equipamentos e implementos usados no manejo convencional sem passar por uma
limpeza para uso no manejo orgânico; armazenar no mesmo lugar insumos orgânicos e
os usados no manejo convencional; usar resíduos de produção animal não orgânica, seja
da propriedade ou de fora da mesma, sem compostar.
É proibida a utilização de organismos geneticamente modificados em sistemas
orgânicos de produção vegetal. É vedado o uso de agrotóxico sintético no tratamento e
armazenagem de sementes e mudas orgânicas.
Antes da colheita ou da obtenção do produto de origem animal em unidade
com produção paralela, o produtor deve comunicar a Organização de Avaliação de
Conformidade (OAC), Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade
(OPAC) ou Organização de Controle Social (OCS) (Art. 15 da IN nº 64/08):
• data prevista da obtenção dos produtos;

• os procedimentos de separação entre produção orgânica e


convencional;

• produção estimada.

O Plano de Manejo Orgânico (PMO) da unidade de produção com conversão


parcial ou produção paralela deve conter (Art. 16 da IN nº 64/08):
• procedimentos que visem à aplicação das boas práticas de
produção;

• procedimentos que visem à eliminação do uso de organismos


geneticamente modificados (OGMs) e derivados em toda a unidade de
produção;

• previsão da quantidade estimada, da freqüência, do período e da


época de produção orgânica e não orgânica.

2-Produção Animal
Para que animais, seus produtos e subprodutos possam ser reconhecidos como
orgânicos, deverão atender às disposições estabelecidas no Art. 32 da IN nº 64/08:
I - para aves de corte: pelo menos 3/4 (três quartos) do período de vida em
sistema de manejo orgânico;
II - para aves de postura: pelo menos 75 dias em sistema de manejo orgânico;
III - para bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos leiteiros: pelo menos 180 dias
em sistema de manejo orgânico, antes do início da lactação;
IV - para bovinos e bubalinos e eqüídeos para corte: IV - 12 meses em sistema
de manejo orgânico, sendo que represente
V - para ovinos e caprinos e suínos para corte: seis meses, em sistema de
manejo orgânico, sendo que represente pelo menos 3/4 (três quartos) do período de vida
do animal;
Não será permitido o sistema intensivo e a retenção permanente em gaiolas,
correntes, cordas ou qualquer outro método restritivo aos animais. Hormônios e os
promotores de crescimento e de lactação sintéticos, administrados por qualquer via.
São permitidos:
• complementos minerais: sal grosso, sal marinho, fosfato bicálcico,
farinha de ossos calcinados, farinha de algas, farinha de ostras, calcário, flor de enxofre
e micronutrientes em geral;

• complementos vitamínicos: óleo de fígado, óleo de peixe e leveduras;

• aditivos diversos: algas calcinadas, plantas medicinais, plantas


aromáticas, soro de leite fresco, óleos essenciais, carvão e argila,

• outros complementos e aditivos só poderão ser utilizados com


autorização prévia (FONSECA, 2010)

Procedimento para a sanidade animal:


São recomendados os tratamentos homeopático, fitoterápico e demais
tratamentos alternativos. Em caso de risco de vida do animal, será permitido o
tratamento alopático, mas o fato terá de ser comunicado por escrito à Certificadora no
prazo máximo de 48 horas e os seus produtos não poderão ser comercializados como
orgânicos até que seja cumprida a carência estabelecida pelo técnico inspetor da
Certificadora.
São obrigatórias as vacinas estabelecidas por lei, e recomendadas às vacinações
para as doenças mais comuns a cada região. São recomendados também os agentes
etiológicos dinamizados.
Em animais leiteiros, são obrigatórios os exames de tuberculose e brucelose, a
cada 6 meses.
Como medida preventiva contra parasitas, recomenda-se a rotação de pastagens
e o uso de compostos de ervas medicinais e alho, juntamente com a ração ou o sal
mineral
Na prevenção de bernes e carrapatos, além das medidas preventivas
aconselhadas para parasitas, devem-se manter as esterqueiras cobertas e protegidas de
moscas.
A higiene no processamento dos produtos será fator decisivo para o
reconhecimento da qualidade do produto.

Produtos proibidos ou que possuem restrições:


Agrotóxicos (aplicados ou fornecidos ao animal diretamente, como por meio
dos alimentos tratados com agrotóxicos); drogas hormonais e anabolizantes sintéticos;
anti-helmínticos sintéticos; nitrogenados e quimioterápicos; tranqüilizantes sintéticos;
drogas estimulantes de apetite; antiparasitários sintéticos e antibióticos; pigmentos para
acentuar a cor da gema dos ovos e da carcaça de frangos, e demais corantes; sendo
permitidos a critério do técnico inspetor da Certificadora, produtos naturais para esses
fins; anti-oxidantes. aromatizantes e flavorizantes artificiais nos produtos processados;
injeções de ferro em suínos (DEXTRU, 2008)

3-Produtos processados:
Para ter o nome “orgânico” ou “produto orgânico” no rótulo, o produto deve
conter, no máximo, 5% de ingredientes não-orgânicos. Mas é preciso escrever quais são
esses ingredientes. E não valem ingredientes que estejam proibidos pelas regras da
produção orgânica.
Produtos que tem uma porção maior de ingredientes não-orgânicos só podem
ser chamados de “produto com ingredientes orgânicos”. A parte orgânica devem ser no
mínimo, 70% do total (BRASIL 2009).
RAZOES PARA PREFERIR PRODUTOS ORGANICOS:

1. Manter os agrotóxicos longe do prato: Pesquisas mostram que resíduos


de agrotóxicos nos alimentos podem causar danos à saúde dos consumidores.
2. Consumir alimentos mais nutritivos e saborosos: Frutas e vegetais
orgânicos têm mais vitaminas e minerais. Leites orgânicos têm mais vitamina E. Além
disso, esses alimentos possuem melhor sabor e aroma.
3. Proteger a qualidade das águas e a vida do solo: A água potável está cada
vez mais escassa. Os agrotóxicos e fertilizantes sintéticos contaminam o solo, rios, lagos
e águas subterrâneas, e é a segunda causa de contaminação das águas.
4. Proteger as gerações futuras: A escolha do alimento hoje terá repercussão
direta na saúde das próximas gerações e do planeta. Quando você compra um produto
orgânico está apoiando produtores que não contaminam o meio ambiente.
5. Promover a biodiversidade: Nas fazendas orgânicas o manejo visa à
criação de ecossistemas mais ricos, propiciando o aumento da fauna e da flora local.
6. Reduzir o aquecimento global: Os sistemas orgânicos retêm uma
quantidade maior de carbono no solo, reduzindo o aquecimento global.
7. Tratar os animais com respeito e consideração: Nas criações orgânicas o
bem-estar animal é fundamental. Eles são criados em harmonia, sem sofrimento físico
ou psíquico (WORD PRESS, 2010)
Foi publicado no Journal of Applied Nutrition (1993) pesquisa realizada durante
2 anos em Chicago, Estados Unidos, onde ficou comprovada a grande diferença entre o
alimento orgânico e o alimento produzido de forma convencional. Foram analisadas
várias amostras de maçã, batata, pêra, trigo e milho doce, e comprovou-se que os
alimentos orgânicos possuem uma diferença acentuada no conteúdo de alguns minerais
essenciais, como mostra a Tabela 1:
Tabela 1: Porcentagem de minerais em relação aos alimentos convencionais.
Mineral % superior no alimento orgânico
Cálcio 65%
Ferro 73%
Magnésio 118%
Fósforo 91%
Potássio 125%
Zinco 60%
Fonte: Coisas da fazenda – Alimentos orgânicos.

PONTOS NEGATIVOS DOS PRODUTOS ORGÂNICOS:

A dificuldade do cultivo encarece os produtos. A escala de produção é


baixa, isso implica em maiores custos como frete, insumos e custos fixos, que são
diluídos na produção. O segundo motivo é a lei da oferta e procura. Como a demanda
(procura) por alimentos orgânicos é maior e a oferta ainda é menor, o preço do produto
fica mais elevado (ORGÂNICA ALIMENTOS).

ALIMENTOS FUNCIONAIS

Há em todo o mundo um crescente interesse pelo papel desempenhado na saúde por


alimentos que contém componentes que influenciam em atividades fisiológicas ou
metabólicas, ou que sejam enriquecidos com substâncias isoladas de alimentos que
possuam uma destas propriedades, os quais estão sendo chamados alimentos
funcionais.
Historicamente falando os alimentos funcionais fazem parte da história da humanidade,
conforme Hipócrates disse há 2500 anos “o alimento está para o remédio assim como o
remédio está para o alimento”. Partindo deste principio vários estudos acerca de
alimentos foram realizados visando comprovar sua eficácia em alguma função
biológica.
Esses estudos tomaram maiores proporções no fim do século XX, aproximadamente na
década de 80, os japoneses começaram a investigar a atuação de alimentos com
substâncias benéficas a saúde humana, os quais ficaram conhecidos como FOSHU
(foods for specified health use). A partir de tais estudos e seus resultados o Japão
formulou então uma legislação especifica para tais alimentos, tornando-se então o
primeiro país a regulamentar os alimentos funcionais. Já na década de 90 outros países,
como EUA, União Europeia, Brasil entre outros, começam a regulamentar os alimentos
funcionais, visando proteger os consumidores, pois o aumento no consumo, mesmo sem
comprovações, crescia vertiginosamente. Diante de tal cenário cada país formula sua
legislação referente aos alimentos funcionais. Nos EUA o órgão regulamentador e
fiscalizador é a FDA (Food and Drug Administration), no Brasil a responsabilidade de
fiscalizar é da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e em outros países
é responsabilidade dos órgãos e departamentos da área de saúde. O Brasil apesar de ser
um país com economia baseada na agricultura e lavouras diversas ainda não se destaca
na produção mundial de alimentos funcionais. Com relação a definição de alimento
funcional cada país define sob seu ponto de vista, mas com o mesmo sentido. No Brasil
a ANVISA define alimento funcional como: "todo aquele alimento ou ingrediente que,
além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual,
produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos á saúde, devendo ser
seguro para consumo sem supervisão médica”. ANVISA,PORTARIA NO 398 de
30/04/99. Ainda dentro do conceito dos alimentos que promovem saúde existem duas
alegações.
• Alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel
metabólico ou fisiológico que uma substância (seja nutriente ou
não) tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e
outras funções normais do organismo humano.
• Alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma,
sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou
ingrediente com doença ou condição relacionada á saúde. Não
são permitidas alegações de saúde que façam referência à
cura ou prevenção de doenças.

Além dessas duas alegações que norteiam e fiscalizam a comercialização dos alimentos
funcionais, os mesmos devem passar por rigorosos testes que certificam sua eficácia na
prevenção de doenças.
Existe uma classe muito grande desses alimentos que já tiveram sua eficácia
comprovada, mas para que os efeitos positivos dos alimentos funcionais sejam
comprovados pelo usuário faz-se necessário a observação de algumas regras e
mudanças de hábitos, tais como:
 É necessário que o consumo destes alimentos seja
regular a fim de que seus benefícios sejam alcançados. A
indicação fica no maior uso de vegetais, frutas, cereais
integrais na alimentação regular, já que grande parte dos
componentes ativos estudados se encontra nesses alimentos.
 O consumidor deve também estar atento e procurar
saber se o alimento que está comprando teve sua eficácia
avaliada por pesquisas sérias.
 Para que os resultados sejam eficazes, é importante que
o consumidor siga as instruções do fabricante utilizando o
produto da forma recomendada pelo seu fabricante.
 O risco que existe na ingestão deste tipo de alimento
restringe-se somente em não obter os resultados esperados, já
que esses alimentos não possuem contra indicação.
 Além disso, é importante que todos saibam que esses
alimentos somente funcionam quando fazem parte de uma
dieta equilibrada, balanceada.
Seguindo essas recomendações, aliando-se a uma vida ativa os resultados alcançados
serão surpreendentes.
A tabela a seguir traz os alimentos funcionais mais conhecidos e que já foram
estudados, comprovando sua atividade funcional.
Tabela 2. Tabela de alimentos funcionais, fontes e benefícios a saúde.
SUBSTÂNCIA FONTES ALIMENTARES BENEFÍCIOS À SAÚDE
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
PEIXES DE ÁGUAS FRIAS
CARDIOVASCULARES
COM ALTO TEOR DE
ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 PREVENÇÃO E CONTROLE DE
GORDURA; ÓLEOS VEGETAIS
DOENÇAS AUTO-IMUNES E
(LINHAÇA)
INFLAMATÓRIAS

REDUÇÃO DO RISCO
MILHO, SOJA, TRIGO, ÓLEOS DOENÇAS CARDIOVASCU-
ESTERÓIS/ESTANÓIS VEGETAIS
DE MADEIRA LARES, DIMINUI A ABSORÇÃO
DO COLESTEROL

EFEITO ANTIOXIDANTE – AÇÃO


SOBRE A FORMAÇÃO DE
UVA, AMORA,FRAMBOESA, RADICAIS LIVRES E
FRUTAS CÍTRICAS, DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS DE
FLAVONÓIDES
BRÓCOLIS, REPOLHO, CHÁ LDL-COLESTEROL
VERDE, SOJA*,ETC. * ALÍVIO DAS ONDAS DE
CALOR EM MULHERES NA
MENOPAUSA

ANTOCIANINAS FRUTAS EM GERAL PREVENÇÃO DE DOENÇAS


(PRINCIPALMENTE EM CARDIOVASCULARES E
FRUTAS VERMELHO CÂNCER
ESCURAS E ROXAS)

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E
INIBIÇÃO DA
UVA, MORANGO, CHÁ
CATEQUINAS FORMAÇÃO DE ATEROMAS
VERDE, CHÁ PRETO
PREVENÇÃO DE CERTOS
TIPOS DE CÂNCER

ESTÍMULO À PRODUÇÃO DE
ENZIMAS
LIMONÓIDES FRUTAS CÍTRICAS PROTETORAS CONTRA O
CÂNCER E REDUÇÃO
DO COLESTEROL

REDUÇÃO DO RISCO DE
DOENÇAS
CASCA DE UVA, VINHO CARDIOVASCULARES;
RESVERATROL E QUERCETINA
TINTO, MAÇÃS INIBIÇÃO DA FORMAÇÃO DE
CARCINÓGENOS, COÁGULOS
E INFLAMAÇÕES

ALÍVIO DOS SINTOMAS DA


MENOPAUSA
REDUÇÃO DO RISCO DE
SOJA, LEGUMINOSAS,
DOENÇAS
ISOFLAVONAS AMENDOIM, ALCAÇUZ,
CARDIOVASCULARES
LEGUMES E ERVILHA
REDUÇÃO DO RISCO DE
CÂNCER DE MAMA E
PRÓSTATA

REDUÇÃO DO RISCO DE
PROTEÍNAS DA SOJA SOJA E DERIVADOS DOENÇAS
CARDIOVASCULARES

AVEIA, CEVADA, LEGUMES E CONTROLE DA GLICEMIA E DO


BETAGLUCANA
ALGUNS OUTROS GRÃOS COLESTEROL SÉRICO

AUMENTO DA ATIVIDADE DE
BRÓCOLIS, REPOLHO,
ENZIMAS (TIPO 2)
ISOTIOCIANATOS E INDOL COUVE-FLOR, RABANETE
PROTETORAS CONTRA
E FOLHA DE MOSTARDA
CARCINOGÊNESE

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE
REDUÇÃO DO RISCO DE
LICOPENO TOMATE, GOIABA, MELANCIA DOENÇAS CARDIOV.
PROTEÇÃO CONTRA CÂNCER,
PRINCIPALMENTE PRÓSTATA

PROTEÇÃO CONTRA A
FOLHAS VERDES (LUTEÍNA)
DEGENERAÇÃO MACULAR
LUTEÍNA E ZEAXANTINA PEQUI E MILHO
MANUTENÇÃO DE UMA BOA
(ZEAXANTINA)
VISÃO

INIBIÇÃO DE TUMORES
LIGNANAS LINHAÇA
HORMÔNIO DEPENDENTES

REDUÇÃO RISCO DOENÇAS


CARDIOVASCULARES
SULFETOS ALÍLICOS (ALIL
ALHO E CEBOLAS ESTÍMULO À PRODUÇÃO DE
SULFETOS)
ENZIMAS PROTETORAS
CONTRA O CÂNCER GÁSTRICO
MELHORA DA SAÚDE
FIBRAS/PREBIÓTICOS (FIBRAS
INTESTINAL
INSOLÚVEIS E SOLÚVEIS GRÃOS INTEGRAIS, FRUTAS
REDUÇÃO DO RISCO DE
FRUTOOLIGOSSACARÍDEOS, E VEGETAIS EM GERAL
CÂNCER DO CÓLON
INULINA, ETC.)
CONTROLE DO COLESTEROL

MELHORA DA SAÚDE
INTESTINAL
PROBIÓTICOS
LEITES FERMENTADOS, REDUÇÃO DO RISCO DE
(BIFIDOBACTÉRIAS E
IOGURTES, ETC. CÂNCER DO CÓLON
LACTOBACILOS)
MELHORA DA INTOLERÂNCIA À
LACTOSE
Conclusão

TRANSGÊNICOS
Uma espécie viva (a bactéria), emprestando suas propriedades a outra espécie viva
(o alimento que será consumido), trará benefícios ou malefícios? Até hoje, cientistas e
estudiosos não chegaram a um acordo. Os argumentos contra e a favor podem ajudar o leitor
a tomar posição, mas não são definitivos, pois, além do estudo dos transgênicos em si, muitos
outros fatores contraditórios estão em jogo: ética, poder, dinheiro, idealismo, interesses
internacionais, sem contar com um fator inevitável – a atual superpopulação da Terra.
ORGÂNICOS
Alimentos orgânicos alem de serem cultivados sem agrotóxicos, são resultante de
um sistema que busca manejar os sistemas naturais de forma harmoniosa garantindo não só
saúde para quem os consome mas também para todo o ambiente em questão.
FUNCIONAIS
Apesar de todas as alegações que tem se levantado sobre alimentos funcionais,
muito se tem a estudar para que realmente os funcionais possam ter garantidos os benefícios
prometidos. Vale salientar também, que muitas classes de funcionais já tem sua eficácia
comprovada, desde que o consumidor tenha uma dieta balanceada e faça uso constante de
tais alimentos.

Referências
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<http://www.mundovestibular.com.br/articles/9140/1/Alimentos-
Transgenicos/Paacutegina1.html>. Acesso em: 17 mai. 2011.
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http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3833&ReturnCatID=1775>. Acesso
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http://espacodanutricao.wordpress.com/2009/08/25/o-que-sao-alimentos-organicos/>.
Acesso em: 24 mai 2011
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ABASTECIMENTO, 2010. Disponível em: <
http://www.prefiraorganicos.com.br/agrorganica/legislacaonacional.aspx >. Acesso em:
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http://www.organicaalimentos.com.br/?page=pages/organica.php>. Acesso em: 23 mai
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http://www.zootecniabrasil.com.br/sistema/modules/smartsection/item.php?itemid=35>.
Acesso em 23 mai 2011.
7 BRASIL 2009. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
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http://www.organicsnet.com.br/wp-content/uploads/cartilha-mapa.pdf>. Acesso em: 23
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http://www.nutraceuticosefoshu.com.br>. Acesso em: 19 maio 2011.
10 ALIMENTOS FUNCIONAIS E NUTRACÊUTICOS: DEFINIÇÕES,
LEGISLAÇÃO E BENEFÍCIOS À SAÚDE. Disponível em:
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