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Nesta Edição:
02 - Conversa de Luluzinha 18 - Memorial
03 - Darth Jeder 22 - Maionese
04 - Dead Fish 25 - Show Ben
06 - World Metal 28 - Perfil RM
09 - Capa: Varial 30 - Eu Estava
15 - O que estou ouvindo?
Expediente
Direção Geral
Pei Fang Fon
Fotografia
Pei Fang Fon
Revisão
Jonas Sutareli
Pei Fang Fon
Yzza Albuquerque
Capa
Lucas Marques
Pei Fang Fon
Equipe
Daniel Lima
Jonas Sutareli
Lucas Marques
Pei Fang Fon
Yzza Albuquerque
Agradecimentos
10 Charlene Araújo
PopFuzz
Vitória Alcântara
Contato
Email: contato@rockmeeting.net
Orkut: Revista Rock Meeting
l Dio Twitter: @rockmeeting
Veja os nossos outros links:
e 2º dia www.meadiciona.com/rockmeeting
neficente
M
Lá
As matérias são de responsabilidade de
quem assina e não reflete, necessariamente,
a opinião da Revista.
Editorial
Lembranças: s. f. 1. Ato ou efeito de lembrar. 2. Coisa própria para
ajudar a memória. 3. Memória. 4. Recordação que a memória conserva
por certo tempo. S. f. pl. Cumprimentos, recordações, expressões de
amizades.
Nome forte que expande os pensamentos, as vontades, os desejos
e que perduram ao infinito. O tempo é o senhor absoluto para dar
continuidade à vida sem esquecer o passado e dar uma trégua às perdas.
Esta edição traz uma reflexão do que é a lembrança. Do que ela
é capaz de fazer com o ser humano. Da solidariedade. Do viver. Do
continuar e não esmorecer.
Quando olhamos para trás parece que muitas situações
aconteceram ontem, pois a lembrança é mais forte do que desejaríamos
que fosse. Esta força que nos diz quem somos e como nos sentimos,
que traça os nossos caminhos.
Qualquer pessoa pode dizer do que sente falta, do que se lembra
em tal momento de sua vida. Dificilmente esquecerá, pois aquele instante
foi único e é algo que não acontecerá novamente. As lembranças são
únicas e distintas. Talvez você esteja achando que se trata de uma perda
familiar, por exemplo, eis que também pode ser neste aspecto, mas as
lembranças contemplam um amplo lugar na memória afetiva de cada
um de nós. Não são apenas as perdas de um ente, mas também de
um período que aconteceu e que não voltará, a não ser, que alguém o
resgate.
Resgatar o que já houve um dia requer boas doses de bom senso
e, principalmente, paciência. A paciência seria, segundo o dicionário,
a pessoa que espera com calma. Calma? E quem a tem? Esquece.
Viveremos de lembranças antes que elas sejam mais presentes do que
as nossas ações.
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02 Rock Meeting
Jeder Janotti Jr. - Headbanger
e professor da UFAL-UFPE
O que é, afinal ,
peso no heavy metal?
Parece fácil, sabemos que o rock que estar ligado ao fato de ouvirmos canções
ouvimos é pesado, mas quando perguntado que falam também do peso de nossa
sobre o que é peso no metal, titubeei. Em existência, de um lado obscuro da vida
um primeiro momento comecei a achar que é simplesmente ignorado pela maioria
que pesado é a sonoridade grave, presente das “músicas de bunda pra cima” ou das
nas marcações do bumbo e nos baixos do “baladinhas açucaradas” que povoam boa
heavy metal. Mas, pasmem! Freqüências parte da paisagem sonora atual. Mas aí
graves é uma característica marcante não seria uma sonoridade pesada e sim,
do pagode baiano, da música axé e do um universo de letras e temáticas de parte
forró eletrônico, então não pode ser por do metal. Estou encucado, pois sempre
aí. Até porque Deep Purple, os primeiros associei a ideia de peso à sonoridade do
álbuns do Metallica e boa parte do metal heavy metal. Então onde me perdi?
melódico não se utilizam do grave como Na verdade, acredito que todos
força expressiva. os elementos que citei acima acabam
Então pensei no meio tom ou em contribuindo para que possamos sentir
um tom abaixo usado para afinar os uma experiência de “peso” diante da
instrumentos de cordas de bandas como música que ouvimos. Há uma mistura de
Black Sabbath. Talvez essa sonoridade temas, letras, afinações, jeito de tocar,
mais grave, das cordas frouxas aliadas aos preferências pela cor preta, vocais e até os
graves do bumbo e dos tons, marque o inferninhos em que vamos ver as bandas
peso do metal. Mas isso ainda me pareceu da cena local que acabam contribuindo
pouco. Lembrei-me dos vocais guturais, para essa tal vivência em torno do peso
mas aí o velho ídolo Ozzy estaria na do heavy metal. Uma música que não se
categoria dos leves, bem leves, e olha que quer açucarada, não se quer confundida
o madman é um dos maiores ícones do com o colorido dos carnavais, com a
“rock pesado”. leveza das musiquinhas tudo bem. Afinal,
Ao escrever essas linhas estou a vida é bem mais dura do que nos fazem
ouvindo “Sad But True” do Mettalica, crer essas “musiquinhas”. “Sad but true”.
começo então a pensar que o pesado pode
03 Rock Meeting
Mais um show memorável na
terra dos Marechais
Dead Fish não decepciona e representa o Hardcore
O dia 12 de maio foi bastante nostálgico para os que estavam presentes na casa de shows
Orákulo, que aguardavam o Dead Fish e frequentavam a cena do rock alagoano entre oito e seis
anos atrás. O line up do evento contou com Zé Caveira, The Doses, Chicones (CE), Combustão,
Varial e Dead Fish.
A Zé Caveira abriu o show, com pouca gente no local, mandando uns covers de Zumbis do
Espaço como “Espancar e Matar”. Todavia, a fila lá fora estava grande e o pessoal já ia entrando
pra curtir o show. Logo após, The Doses sobe ao palco, com seu teor etílico, por assim dizer,
tocando músicas próprias e fazendo cover de Matanza. A essa altura, já tinha um pouco mais
de gente se aglomerando no local, mas a fila não diminuía e o pessoal ainda ia entrando. Em
seguida, Combustão subiu ao palco, mas leia ao final. A Chicones, de Fortaleza, assumiu os lugares
e mandou seu Hardcore cru e direto para os presentes. Um show um pouco mais curto que os
demais. Durante o show da Chicones, a casa já estava quase lotada. A partir daí, com muita gente
no local, o show começou a ficar mais quente e empolgante do que já estava.
Combustão canta Mutação
A Zé Caveira tem um guitarrista que fez parte da formação da banda Mutação, que
acabou há alguns ano. Combustão assumiu o posto logo após a The Doses, tocando somente
Mutação. A Combustão tem dois integrantes da formação original da Mutação. Esse foi um
dos motivos da nostalgia. Tanta gente importante, que contribuiu bastante para a cena do rock
alagoano, fazendo parte de um show muito legal.
Combustão abriu o show logo com a música “Odisseia”, enlouquecendo os presentes
e causando um frisson de nostalgia na galera “das antigas”. Combustão seguiu com ‘Busca
Moderna’, ‘Bom dia’, ‘Lei que encobre’, ‘Crimes de ódio’, ‘Aos homens da Rua’, ‘Otimismo aparente’,
‘Otimismo aparente II’, ‘Autodestruição’, ‘Porquê’, ‘Bullyng’, ‘Prefiro continuar assim’, ‘Nosso dia’
e ‘Na roda’. Esse foi o setlist da Combustão, que durante todo o show, não deixou ninguém
parado. Muitos moshs e circlepits, o público ensandecido com as músicas. Foi um show muito
energético, nostálgico e bem executado. Logo após a Combustão, a Varial assumiu o palco. Um
show bastante energético, como sempre e com o público quase que inteiro cantando todas as
músicas, mostrando a força da Varial com seu público.
Então, Dead Fish sobe ao palco. Moshs, circle pits, público ainda ‘fora de si’. Um show
impulsivo, que não deixou a desejar, causando mais nostalgia ainda pelo fato de o Dead Fish
ter feito a maioria do repertório com músicas dos seus trabalhos antigos. Um show longo, como
esperado, com os maiores hits da banda. O único ponto negativo da noite foi o som estar um
pouco alto e o microfone um pouco baixo, deixando uma impressão, às vezes, de não ouvir a
voz de quem cantava. Fora isso, foi uma noite de ‘flash back’, enlouquecida e que valeu muito
a pena para quem foi curtir o show.
05 Rock Meeting
Symphony X: Hammerfall:
confirmado veja “Send
show da Me The Sign”,
banda em novo clipe
Manaus da banda
O Symphony X,
através de seu
myspace, divulgou mais uma data no Brasil. A banda
norte-americana fará uma turnê pela América do
Sul a partir de junho, onde passará também pelo Confira o novo
país. O grupo também se apresentará na cidade de clipe do Hammerfall, “Send Me The Sign”.
Manaus (AM). O show acontecerá no dia 3 de junho,
no Teatro Direcional. Informações sobre ingressos Clique AQUI
e pontos de venda serão divulgadas em breve.
06 Rock Meeting
Yes: mais detalhes Kiss: banda
do novo álbum entra
de estúdio novamente
para o
Gravado em Guinness
Los Angeles no ano
passado, “Fly From
Here”, o novo álbum de
estúdio do Yes depois Gene Simmons e Paul Stanley do Kiss,
de 10 anos conta mais participaram de um evento que entrou para o Guinness.
uma vez com a arte de Roger Dean para a capa. Os músicos criaram um Chat e se comunicaram com
O álbum também estará disponível nos pessoas de todo o mundo, em mais de 100 países.
seguintes formatos: CD; CD + DVD Digipak; LP O evento, chamado de Live Kiss and Global,
(FR LP 520); box set with CD, vinyl + DVD; DVD: foi apresentado e oferecido pelo Ortsbo.com, em
making-of documentary (25 minutes); “We Can tempo real e com tradução simultânea.
Fly” videoclip.
Paul Di’Anno:
turnê
brasileira em
setembro e
outubro
07 Rock Meeting
O que
há de
novo?
Depois de um hiato de mais de um
ano, a banda Varial volta aos palcos
com formação e música novas.
Confira esta entrevista feita com o
baixista da banda, Carlos Peixoto.
09 Rock Meeting
A pergunta, que já é de praxe, nunca foi tão importante! Apresentem
os integrantes. Queremos saber também sobre os novos!
Carlinhos – A formação atual é a seguinte: Léo (Vocal), Derick (Guitarra), Carlos (Baixo),
Igor (Guitarra) e Junior (Ivalter) na Batera. Igor e o Junior são os novos integrantes
da banda. O Igor já tinha tocado na banda há alguns anos e agora está de volta e o
Junior entrou um mês atrás para fazer seu primeiro show com a Varial.
Vocês têm dois discos lançados, muito bem aceitos, por sinal.
Como foi a produção e trabalho inicial desses dois discos?
Carlinhos – Nós gravamos várias Demos no início da banda, e um CD, intitulado Atitude,
em 2003 ainda na fase de Lost. Em 2005 a gente estava em um processo de criação
e composição bem acelerado tínhamos bastante material, e começamos a fazer uma
pré-produção das músicas já com a ideia de gravar um CD bem produzido. Foi nesse
período que o Marcelo Pompeu (produtor e vocalista da banda Korzus) entrou em
contato com o Derick, ele ouviu nossas músicas antigas no MySpace da banda e curtiu
muito a linha de som. O Derick também passou para ele o nosso material novo (toda
a pré-produção do cd que foi gravada em casa mesmo), foi assim que surgiu parceria,
Pompeu veio para Maceió no inicio de 2006 e entramos em estúdio para gravar o
CD Equilíbrio. O processo foi muito rápido, gravamos em 5 dias as 10 músicas desse
trabalho, e toda mixagem e masterização foi feita em São Paulo pelo Heros Trench. O
CD Equilíbrio foi lançado de forma totalmente virtual, pela ZonaPunk Records (onde
rolou uma grande divulgação da banda a nível nacional) e pela TramaVirtual.
10 Rock Meeting
Já o CD Refúgio nós gravamos em São Paulo, no estúdio MRSOM, contando mais uma vez
com a produção de Marcelo Pompeu e mixagem e masterização de Heros Trench (ambos do Korzus).
Gravamos dez músicas, que juntando com todo o processo de mixagem e masterização duraram três
semanas, onde nós ficamos morando no estúdio em São Paulo. O resultado do Equilíbrio já tinha
agradado muito a todos da banda, mas para conseguir tirar o som que a gente realmente queria foi
preciso gravar tudo em SP mesmo, desde o inicio da banda nós sempre procuramos fazer gravações
com qualidade, sempre fazemos uma pré-produção das músicas para escolher o que vai entrar no CD
ou não, e nesse CD, o Refúgio, a gente conseguiu deixar a sonoridade da banda como nós realmente
queríamos. O CD “Refúgio” foi lançado pelo Selo/distribuidora paulista Voice Music em Outubro de
2008.
Depois dos dois discos, vocês vão lançar um EP agora. Como está a pré-
produção e quais as expectativas?
Carlinhos – O objetivo para 2011 é esse, nós já lançamos um single (Sempre Foi Assim) que é uma
prévia do material que vêm por ai. Vão ser cinco músicas incluindo esse single que foi lançado no show
do dia 12 de maio com Dead Fish aqui em Maceió. A sonoridade ficou mais rápida e pesada que nos
CDs anteriores, mas, sem perder as características antigas da banda a fusão de peso com melodias.
13 Rock Meeting
nos shows? E fora daqui, onde renomados filmes de surf nacionais (Hang-Loose
tocaram, algum público teve reação (Quintal de casa) e o Que!LifeStyle).
negativa?
Carlinhos - Depois do lançamento do Equilíbrio, A Varial tem letras bastante
em 2006, nossos shows só melhoraram, as interessantes. Quem é o letrista e
pessoas começaram a procurar material da como costumam compor as letras e
banda, comparecer em todos os eventos que a músicas?
Varial toca, cantando as músicas do início ao fim, Carlinhos – No Equilíbrio e no Refúgio eu e o
trocando ideias com gente depois dos shows, Derick escrevemos todas as letras, já o novo
pela internet em nossos meios de divulgação, single o Léo veio com a ideia e o tema inicial
sempre mantemos essa relação com a galera que e construiu junto com a gente, nossas letras
curte a banda. A gravação do clipe Quebrando expressam a nossa realidade. Raiva, frustrações,
o Silêncio foi um exemplo dessa relação, com desejos, alegrias, etc.. Escrevemos sobre o que
o lançamento do Refúgio. A aceitação foi bem acreditamos, sem privações, de forma agressiva
maior, as vendas dos CDs principalmente aqui ou melódica a gente procura passar mensagens,
em Maceió aumentaram. Saber que a pessoas se sempre foi assim desde o inicio da banda. Já as
identificam com nossas músicas e letras é o que músicas, toda a parte instrumental, nós criamos
realmente faz a gente continuar com a banda. com a banda toda em estúdio, alguém vem com
De todos os shows que a gente fez não me lembro uma ideia inicial e a gente coloca em pratica
de nenhuma reação negativa do público. juntos.
14 Rock Meeting
Alter Brigde
Por Jonas Sutareli (@sutareli | jonas @rockmeeting.net)
Bullet Bane
Por Lucas Marques (@lucasmarx | lucas@rockmeeting.net)
15 Rock Meeting
Resolvi radicalizar totalmente! Eu já escutava, mas
Paul Wilbur havia arquivado nas minhas memórias mais profundas e
Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)
belas. Voltei a escutar o cd ‘Levanta-te Jerusalém’ pela
carga emocional que este álbum tem para mim. A música
é um dos poucos artifícios que consegue coagular vários
sentimentos em minutos de audição. Para mim, deixou de ser
apenas música e virou uma sensação afetiva forte o bastante e
bem presente que me faz voltar o que vivi antes.
Agora falando um pouco do cantor estaduniense,
Paul Wilbur é compositor de música judaica-messiânica. Ele é
conhecido em seu país, em Israel e no Brasil. Já fez parcerias
com as cantoras Aline Barros e Cristina Mel e com o grupo
ministerial mais conhecido na América Latina, o Diante do
Trono, bem aos moldes do grupo australiano, Hillsong, que tem
vários cantores, faz uso de coral e grupo de dança em suas apresentações.
O cd em questão, ‘Levanta-te Jerusalém’, tem a parceria de Cristina Mel, e foi lançado em 2002.
Cantando em português pelo americano, o sotaque é um detalhe a mais nas canções, mas mesmo
assim, bem cantado. Em algumas passagens ele arrisca algumas frases em português e continua a sua
conversa em inglês com o apoio de Cristina, traduzindo.
As músicas são o puro reflexo da apropriação de elementos judaicos, é impossível não notar,
além de serem canções traduzidas para o português e tendo sua versão em outros idiomas.
Muito além de ser um álbum de caráter cristão, a expressão da calmaria, da esperança e da
alegria estão ‘estampados’ a cada faixa de se ouve. ‘Shalom Jerusalém’ é a canção de abertura que
representa, para mim, o início de todas as coisas boas que possam vir, e a admiração do instrumental
tipicamente judaico. É uma sequencia incrível que pode observar a relação do americano com a cultura
dos judeus. Mas a música marcante é ‘Sejas bendito’. Nela eu posso sentar e ouvir várias vezes a doce
voz de Cristina Mel cantando em português e algumas partes em hebraico.
Para sair bem das músicas ‘from hell’ e obedecer o meu lado cristão, eis ‘o que estou ouvindo’
nestas últimas semanas. Uma viagem à memória e o fortalecimento da minha crença.
Fleetwood Mac
Por Yzza Albuquerque (@yzzie | yzza@rockmeeting.net)
17 Rock Meeting
Um ano que
o Heavy
Metal está
órfão
Já se passaram 365 dias sem o
principal ícone do metal mundial,
Dio se foi e deixou um legado para
os que não o conheceram
18 Rock Meeting
‘I cry for magic, I feel it
dancing in the light
It was cold, lost my hold
To the shadows of the night’
- Shadows in the night
16 de maio de 2010. 7h45. O mundo
do Heavy Metal lamentara pela perda de seu
principal expoente do estilo. Vítima
da doença que assola o mundo,
Dio faleceu por conta de um câncer
no estômago, diagnosticado em
novembro de 2009, em estágio
inicial. Ronald James Padavona
nasceu em Portsmouth, New
Hampshire (EUA). 67 anos. Desde
os anos de 1970 que ele começou
a se mostrar para o mundo
da música, tendo destaque no
Rainbow e, claro, Black Sabbath
quando substituiu ninguém menos
que Ozzy Osbourne, em 1979.
Foram quatro CDs gravados
com o Black Sabbath, dentre
eles o aclamado ‘Heaven and
Hell’ considerado por muitos o
melhor álbum de todos os tempos.
Permaneceu na banda até 1983, e
no ano lançou seu primeiro single
solo ‘Rainbow in the dark’ do cd
Holy Diver, a música é o grande
sucesso de Dio.
Não podendo esquecer que,
Ronnie James Dio, é considerado
o precursor dos tão famosos
‘chifrinhos’ do mundo do Heavy
Metal. Como ele mesmo conta no
documentário ‘Metal – A Headbanger
Journey’, por ele ser descendente
de italianos, a sua avó fazia tal gesto para
afastar o ‘mal olhado’, Dio, observara isso
enquanto criança e, posteriormente, adotou
o tal símbolo parental para afastar, também,
as energias negativas que pudessem vir
sobre ele. No mínimo, virou o maior gesto de
identificação do estilo no mundo. Já o Dio,
surgiu de um mafioso italiano, Jhonny Dio.
20 Rock Meeting
A luta pela vida ele sabia que era muito amado por todos que
o conheciam. E muitos já haviam o visitado
Para quem já passou e quem esteve antes mesmo do dia fatídico.
presente durante o tratamento de alguém que
fora diagnosticado com câncer, sabe o quanto Dio no Brasil
é doloroso, cansativo, sofrido e traumático
vivenciar toda a fase da quimioterapia e Muito antes de saber da doença, e no
radioterapia, para alguns momentos felizes auge do ‘Heaven & Hell’, a banda esteve no
e outros nem tanto, já que duas pessoas Brasil em três shows, dois em São Paulo e
da equipe da revista, inclusive que escreve, um no Rio de Janeiro. E foi em maio de 2009
sabem bem como é tudo isso. que ele se fez presente e arrebatou centenas
São momentos de agonia, incertezas de fãs aos locais do evento. A formação da
e esperança. Infelizmente, como também no banda contava com dois integrantes da antiga
meu caso, a perda foi inevitável. Para o Heavy Black Sabbath, o guitarrista Tony Iommi
Metal, foi um pai, um exemplo de liderança, e o baixista Geezer Butler, além de Dio e o
vontade e superação. baterista Vinny Appice.
Dio vinha sendo tratado no Hospital de Em muitos sites de notícias, que fizeram
Houston no Texas, quando foi diagnosticada a os reviews da passagem do ‘Heaven & Hell’,
doença, em estágio inicial, tão logo diminuiu afirmam que foi uma explosão de emoções e
a agenda de shows para se dedicar ao de historicidade, tocando os grandes clássicos
tratamento. No entanto, seis meses depois do Black Sabbath, sem deixar as composições
ele foi vencido e silenciou-se. Em nota no site próprias da banda.
do Dio, Wendy (sua esposa), havia dito que
O Coletivo PopFuzz tem organizado
em Maceió algumas intervenções culturais
para alavancar e dar oportunidade a
produção independente da cena alternativa,
O Metal
por assim dizer, a cena underground.
Eles são vinculados ao ‘Circuito Fora
do Eixo,’ que é uma rede que agrupa os
no
produtores culturais dos mais variados
cantos do país, na busca de informações,
troca de experiências e afins, facilitando a
divulgação das bandas locais.
22 Rock Meeting
O Evento
A Rock Meeting esteve
presente no segundo dia
para conferir as atrações do
Metal no Maionese, conhecido
principalmente, por atrair bandas
mais alternativas. Em 2011 foi
diferente. Apesar de se fazer
presente na metade do evento
perdendo assim, o início show, o
que fora visto até então já era o
suficiente para apreciar e ficar
impressionado.
Com dois palcos montados no
Armazém Usina, o público não dava
para ‘descansar’ do som de uma
banda que logo a outra já iniciara
a sua apresentação. Ou seja, as
pessoas foram bombardeadas com
música o tempo todo. O Festival
começou criteriosamente no seu
tempo e respeitando os horários
estipulados. Ponto positivo! O outro
era a climatização do ambiente de
show, alguns até sentiram frio, ao
que era possível constatar. De calor
o público não poderia reclamar
muito. Som e iluminação foram
dois pontos importantes, apesar
de que o som estava alto em
demasia, mas nada que pudesse
tirar a áurea das bandas.
Além das bandas locais,
Autopse chamou atenção e muitos
burburinhos foram ouvidos.
Positivamente. Na voz agressiva
do rosto angelical de Dani Serafim
não se poderia imaginar que de
um corpo tão franzino, da mãe
de Igor, pudesse vir uma voz
tão ‘ameaçadora’ e imponente,
causando espanto e fazendo os
carinhas bater cabeça. Tocando
suas novas canções do CD
‘Descontrole Mental’, a banda
iniciou a fase mais agressiva do
Maionese.
Já a banda Morcegos, que finalizou seus cabelos’. Já a banda pernambucana, que
o evento, trouxe os seus vinte anos para o outrora havia tocado num dos festivais mais
palco do festival. São três integrantes, dois importantes do nordeste – Abril Pro Rock –,
deles que estão na banda desde o início, não decepcionou quem esperava em vê-los
mostraram o sua força com um som sujo e tocar. No seu bom death metal de presença,
carregado de história. o trio mostrou sua força e seu poder com
Mas os destaques da segunda noite vocal agressivo e rasgado e muita, mas muita
de apresentações foram as bandas Desalma velocidade na execução do som. Para os
(PE) e Monster Coyote (RN). A banda potiguar adeptos do estilo foi uma ótima pedida.
mostrou o seu stoner metal que, em alguns No fim das contas o Maionese conseguiu
momentos, lembrou banda estaduniense, executar bem o seu papel de disseminadora
Black Label Society, do renomado guitarrista de projetos independentes, mesclando e
Zakk Wylde. Bons riffs e breakdowns que não trazendo novas bandas para que o público
podem passar despercebidos. O som típico de alagoano tenha conhecido que está sendo
quem deseja entrar nos circlepits ou ‘balançar feito em seu próprio estado.
Headbangers se reúnem em
torno de uma causa: ajudar
Por Daniel Lima (@daniellimarm | daniel@rockmeeting.net)
Fotos: Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)
O ser humano tem a mania de achar que nada acontece com ele, apenas
com os outros e todos sabem que a realidade não é exatamente essa. Quando
acontece com alguém próximo ou com nós mesmo isso parece não ser real, é
algo que ao ver imaginamos cenas de filmes de guerra ou terror. É nessa hora
que a bomba explode na cabeça e foi isso que aconteceu com Marlus, guitarrista
bastante conhecido no underground alagoano. Uma enchente invadiu a casa dele
causando prejuízo e tristeza.
Amigos sabendo do fato reuniram-se para organizar um show e arrecadar
fundos para ajudá-lo. As bandas Raiser, Imdy Project, Powerslave, Slayer Cover e
Anesthesia reuniram-se na noite do dia 21 de maio no velho e conhecido K’fofo
que fica localizado no Jaraguá não apenas para mais um show e sim para serem
solidários.
O show atrasou um pouco, mas nada que viesse a atrapalhar a apresentação
da Raiser que foi a primeira banda a tocar. Fazendo uma junção no repertório de
músicas próprias e covers. Durante a apresentação, Luis Henrique (vocalista da
Anesthesia que faz cover do Metallica) e Dey Matos (baterista da Mastermind e
Hellbound) subiram ao palco para fazer alguns clássicos do Heavy Metal. Iniciou
com ‘Hangar 18’ do Megadeath, em seguida ‘Walk’ do Pantera e para encerrar
‘Raining Blood’ do Slayer. A banda não estava se importando se o público estava
pequeno, eles fizeram um show como se o K’fofo estivesse lotado.
25 Rock Meeting
A próxima banda foi Imdy Project que
faz cover do Iron Maiden na era Paul
D’ianno. Clássicos da Donzela como
‘Wrathchild_’, ‘Killers’, ‘Prowler’ e ‘Running
Free’ estiveram presentes no repertório.
Os presentes cantavam as músicas do
Iron e dessa maneira correspondia a Imdy
Project. Dessa vez o público ouviu músicas
próprias o que diferenciou bastante o
show deles. São bastante empolgantes e
bem no estilo Iron Maiden de ser. Entre
as músicas citadas do repertório está
a que encerrou a apresentação que foi
‘Running Free’. Bastante conhecida, todos
cantavam e no final aplaudiram.
Em seguida outra banda que faz
cover do Iron Maiden sobe no palco do
K’fofo, Powerslave toca músicas gravadas
com Bruce Dickinson no vocal. O repertório
ficou basicamente nos anos 80 e poucas da década de 90. ‘22 Acacia Avenue’,
‘Helloween be Thy Name’, ‘Die With Yours Boots’, são algumas dos anos oitenta que
estavam no repertório além da música ‘Deja Vu’ do álbum ‘Somewhere In Time’ que
nunca foi tocada pelo Iron Maiden em nenhuma turnê desde o seu lançamento.
Partindo para os anos noventa o destaque ficou por conta da música ‘Fear Of The
Dark’, a Powerslave ainda não havia tocado antes esse clássico em nenhuma de
suas apresentações. A essa hora o público já estava um pouco maior, as pessoas
começaram a chegar meio tarde nesse evento.
A quarta banda foi Slayer Cover e finalmente depois de várias bandas as rodas
começaram a acontecer. A essa hora já passava da meia noite e o mundo não havia
acabado como disseram e foi noticiado nos jornais. Se o mundo tivesse hora para
acabar seria justamente durante essa apresentação, Thrash Metal puro e público
empolgado na maior pancadaria nos clássicos do Slayer. Durante a apresentação da
banda Marlus pegou o microfone e falou que dava para contar as pessoas que estavam
lá mas aquele era o melhor show da vida dele e que de oitenta e cinco a noventa por
à noventa por cento do público era feito de amigos. Para encerrar tocaram ‘Angel of
Death’ e ‘Raining Blood’ e a galera continuava empolgada como se fosse a primeira.
Muito aplaudido eles deixaram o palco para o Thrash Metal continuar.
26 Rock Meeting
Anesthesia foi a última banda a se apresentar,
já passava de uma hora da manhã quando eles
começaram a apresentação
com a música ‘Creeping Death’
do álbum ‘Ride The Lightning’.
‘For Whom the Bells Toll’,
‘Battery’, ‘Master Of Puppets’,
‘Enter Sandman’ estavam
no repertório da Anesthesia.
Problemas na pedaleira do
guitarrista Fabinho incomodava
o mesmo, mas nada que viesse
a atrapalhar a apresentação
da banda. ‘Seek And Destroy’
foi a música que encerrou a
apresentação da Anesthesia e
a apresentação das bandas.
O público presente não se
arrependeu de esperar para
ver a apresentação dos caras,
eles realmente detonaram.
A maior lição que se
tirou desse evento não é
aquela que sempre é discutida
nas conversas sobre estrutura,
som, iluminação, público
ou coisas do tipo, foi que é
preciso ajudar ao próximo
sem pensar em quem. Assim
como aconteceu com o Marlus
poderia ser com qualquer outra
pessoa. Não é a primeira vez que é feito um evento para
ajudar pessoas já que aconteceram alguns arrecadando
alimentos, mas para ajudar uma pessoa que sofreu um
abalo como aconteceu com ele só mostra que o Marlus
realmente tem amigos. A equipe que faz a revista Rock
Meeting abraçou a causa e desejamos que ele possa se
recuperar desse fato o mais rápido possível.
Perfil RM
O perfil não poderia ser outro.
Jefferson Santos conta um pouco
sobre ele, seus projetos, suas
bandas e o futuro. Confira o
que o baixista da Imdy Project e
Powerslave tem a declarar.
28 Rock Meeting
Ultimamente, você tem se aventurado pelo menos duas dezenas de músicas!!! Vamos
no Twitter. Como é ser o ‘weather lá:
man’?
‘Hallowed Be Thy Name’: a primeira que ouvi,
Sou fã de tecnologia e de suas possibilidades. clássico absoluto.
Trabalho num serviço de utilidade pública, e o ‘Aces High’: sou fanático por aviação e estava na
Twitter é a bola da vez. Criei a página do meu Força Aérea nessa época.
trabalho, e depois o meu perfil pessoal. Fico feliz ‘Sign of the Cross’: tensa! Andamento marcante,
em ver o retorno que os seguidores têm dado e forte. Um “terror militarizado”. Sempre volto a
entendo que com isso estamos sendo úteis. escutar.
‘Infinite Dreams’: que letra é aquela, bicho? Que
Você e outras pessoas estão se arranjo de baixo é aquele? Que dobra de solo
mobilizando/organizando um é aquela? Que mudanças de andamento são
evento em prol de um amigo aquelas? O que é aquilo???
que perdeu seus bens na chuva. ‘The Talisman’: novinha, mostrando que se pode
Como surgiu a ideia e o que tem evoluir sem deixar de ser você mesmo.
representado o evento para todos?
Qual o show que foi inesquecível
A ideia veio do vocalista do IMDY, o Daniel para você? Conte-nos um pouco
DaVoiz. Encampei de imediato, pois em 2004 eu sobre ele.
mesmo fui afetado, e contei com a solidariedade
dos colegas de trabalho. Para nós, representa Já tive a sorte de ver Judas Priest, Megadeth,
poder retribuir um pouco do que o Marlus já Queensryche, Scorpions, ACDC, Deep Purple e
fez pela cena do rock aqui na cidade. O cara mais alguns por aí, mas a primeira vez “frente
é batalhador, vem de muito tempo fazendo o a frente” com o Maiden não vai se apagar...
seu trabalho com um monte de coisas contra, e “Hellcife” 2009... após aquela explosão dos
além de tudo tem uma família maravilhosa, que fogos e eles entrarem tocando ‘Aces High’, as
sempre nos recebeu muito bem. lágrimas desceram...
29 Rock Meeting
Eu estava lá
O ‘Eu estava lá’ desta edição para o leitor
algumas imagens do show beneficente
realizado no Kfofo. O evento teve o intuito
de ajudar ao guitarrista da Imdy Project/
Powerslave/Raiser, uma vez que ele perdeu
seus bens materiais numa enchente. Confira
algumas fotos do evento e veja o álbum
completo na página do Facebook da Rock
Meeting. Fotos: Pei Fon