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As gliadinas são responsáveis pela extensibilidade da massa, enquanto as
gluteninas são responsáveis pela elasticidade da massa. As quantidades destas duas
proteínas no trigo são fatores determinantes para a qualidade da rede formada no
processo de panificação. Farinhas pobres em proteínas precisam ser enriquecidas de
glúten para assegurar a qualidade do pão (SEBESS, 2010).
Outro componente importante da farinha é o amido, que é constituído por
cadeias de glicose ramificadas, chamadas de amilopectina, e cadeias lineares, chamadas
de amilose. Estas cadeias formam estruturas semicristalinas chamadas de grânulos, os
quais são quebrados pela enzima amilose em açúcares livres importantes para
fermentação (SEBESS, 2010).
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final dos produtos. O açúcar exposto a elevadas temperaturas sofre uma química que
contribui para a formação de uma superfície levemente dourada. Essa reação é chamada
reação de Maillard, e ocorre entre os açúcares, os aminoácidos e as proteínas de outros
ingredientes presentes no produto, causando douramento. Tais reações resultam no
aroma característico exalado durante a cocção. Além da doçura, a sacarose também
desempenha outras funções em produtos de panificação, proporcionando corpo,
auxiliando na textura e na preservação dos produtos. (CANELLA-RAWLS, 2003;
PONTES, 2006).
A gordura é um ingrediente opcional na produção dos pães. Quando utilizada, a
gordura atua como melhorador de cor e sabor, além de enriquecer nutricionalmente o
produto. Dependendo da concentração utilizada, as gorduras conferem aumento do
volume do pão. Além disso, elas auxiliam na incorporação e retenção dos gases
produzidos durante a fermentação, e contribuem para aumentar a vida de prateleira de
pães (GRAGNANI, 2010; PONTES, 2006).
O efeito melhorador da gordura no volume no pão pode ser explicado com base
na modificação da extensibilidade da massa. Portanto, sobre a pressão do gás produzido
durante a fermentação, a massa pode ser esticada em maior extensão, resultando no
maior volume final do pão. Entretanto, excesso de gordura tende a baixar às ligações
das moléculas de proteína na massa, resultando numa estrutura mais fraca e de menor
volume (EL-DASH et al, 1982).
As gorduras contribuem para as propriedades de mastigação, conferindo maciez
aos produtos de panificação. A adição das gorduras às massas em quantidades que
variam de 2-5% produz um pão com textura apreciavelmente mais aveludada e estrutura
da célula do miolo mais uniforme, sendo o efeito progressivo com o aumento da
quantidade adicionada até 5-6% (EL-DASH et al, 1982).
Além disso, óleos e gorduras têm importante papel como lubrificantes na massa
de produtos de panificação, evitando a aderência nos recipientes durante sua mistura e
manipulação. Para pães de forma, esses ingredientes são importantes para evitar o
esfarelamento durante o fatiamento (PONTES, 2006).
O uso do leite na massa de pão beneficia este consideravelmente, alguns efeitos
são mais notáveis, por exemplo:
coloração da crosta: embora a lactose (açúcar do leite) não seja
fermentável, a sua caramelização é mais lenta no forno e uma boa
quantidade permanece favorecendo o aparecimento de uma coloração
bonita e apetitosa;
sabor: o sabor dos pães com leite é característico, agradável e superior
àqueles feitos sem o uso de algum tipo de leite;
coloração do miolo: existe uma sensível melhoria na coloração do miolo;
um branco mais puro se apresenta nesses pães com leite;
absorção: há um notável aumento na absorção das massas quando
usamos leite, principalmente o tipo em pó desnatado. Na maioria das
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vezes isso pode ser explorado com muitos benefícios para a maciez,
durabilidade e rendimento das massas (ARAUJO, 1991).
E, em relação aos melhoradores utilizados em panificação, seus componentes e
funções são:
Lecitina de soja: trata-se de um emulsionante, que deixa a massa mais
macia, melhora a textura e deixa o miolo do pão mais fino e suave.
Facilita a formação de cadeias de proteínas com o amido, dando maior
estabilidade às massas;
Ácido ascórbico: por ser um agente oxidante, reforça a rede de glúten,
deixa a massa mais flexível, e serve também para proteger a massa da
ação dos fermentos proteolíticos;
Amido ou farinha (melhorador em pó) e gordura (melhorador em pasta):
serve para dar corpo;
Amilases: a amilase fúngica é a mais segura para emprego na panificação
em virtude de seu baixo pH (5). O malte (que é portador de enzimas
amilásicas) produz grandes quantidades de açúcares fermentáveis,
alimento vital para as leveduras, ativando a fermentação e
consequentemente, o aumento do volume do pão e melhoria da vida útil;
Glúten: se contém, serve para suprir a carência de glúten em farinhas
com insuficiência de proteínas (SEBESS, 2010).
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BIBLIOGRAFIA:
ARAUJO, M. S. Falando de panificação. Editora Técnica Ltda, São Paulo - SP, 1991,
p. 80 e 81.
CANELLA-RAWLS, Sandra Cássia. Pão: arte e ciência. Editora Senac, São Paulo –
SP, 2003.
SEBESS, Paulo. Técnicas de Padaria Profissional. Editora Senac, Rio de Janeiro – RJ,
2010.