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Circula pela Internet um Power Point que também pode ser encontrado em vídeo no You
Tube (www.youtube.com/watch?v=geGiexlyluM).
O texto desse Power Point, que infra reproduzo e comento é uma amálgama de falsidades.
Fruto de ignorância ou de má-fé constitui parte de uma campanha de desinformação a nível
mundial destinada a enganar a maioria dos que nada entendem de toureio ou do Touro pela
apresentação de imagens com sangue, muito sangue, tentando confundir a percepção dos
leitores lançando mão de uma falácia, que consiste na confusão de sangue com dor e
sofrimento, o que não corresponde à verdade. Sangue é sangue, liquido natural que corre
nas veias e artérias de todos os animais e que tem como função o transporte - de oxigénio a
distribuir pelos orgãos, por um lado, de impurezas a eliminar através do sistema urinário por
outro. Para que saia do seu conduto natural é forçoso que as paredes dessas veias e artérias
se rompam, é certo, mas a dor, como sistema de alarme natural, pode não estar presente
aquando desse rompimento e não ocorrer qualquer sofrimento (ver comentário mais abaixo)
ou, pelo menos, sofrimento físico como descrevem os autores do texto. Do sofrimento
psíquico não cuido agora porque não é o que é posto em causa e, sinceramente, acho que
sabemos bem pouco dele. O mais que podemos é especular sobre o que imaginamos que
possa ser ou conforme o que queremos que seja. É certo que a lide de um touro envolve
sangue. Porém esse sangue é um aspecto meramente secundário. Ninguém vai a uma
corrida de touros para ver sangue.
O que ainda não percebi é porque, sustentando os ditos "amigos" dos animais uma causa
nobre (mal dirigida mas, em tese, nobre), na defesa dessa causa recorrem à mentira, à
trafulhice, à mistificação, à mais pura aldrabice para atingir os seus fins. O que me leva à
conclusão de que, ou não são tão nobres assim ou são simplesmente ignorantes e palermas.
Quem, com real vontade de saber, se quiser informar sobre o Touro e o toureio tem amplos
recursos disponíveis, tanto na internet como na biblioteca.
O touro é idolatrado pelos aficionados da Festa Brava. A nossa admiração é real e enorme.
Ele simboliza o poder, a força, a beleza e, in extremis, a morte. E é essa morte que o
toureiro enfrenta na arena. É essa morte (e o medo dela) que ele vence. E vence-o
cumprindo regras técnicas estritas muito exigentes e produzindo um efeito estético de
superior beleza.
Para os que tenham curiosidade e vontade de saber algo sobre o touro e a Festa:
Ganaderia Palha
https://www.youtube.com/watch?v=0nVj1nvuX5M
Tendido cero
http://www.rtve.es/alacarta/videos/tendido-cero/
Tiempo de toros
http://www.cmmedia.es/programas/tv/tiempo-de-toros/videos/
Los Toros
http://www.cmmedia.es/programas/tv/los-toros/videos/
Encierros desde Guadalajara
http://www.cmmedia.es/programas/tv/encierros-de-guadalajara/videos/
«CORRIDA DE TOIROS
PARA MIM, É MATAR POR DIVERSÃO…
Talvez já tenhas ouvido dizer que a festa de touros é uma arte, mas não é…
É uma ciência... A Ciência da Tortura. E nada na festa brava é genuíno, excepto a dor.»
Comento: porque contra factos não há argumentos, leiam o texto científico do Prof. Juan
Carlos Illera del Portal, director do Departamento de Fisiología Animal de la Facultad de
Veterinaria de la Universidad Complutense de Madrid de acordo com o qual o touro, durante
a lide, liberta inibidores da dor em grau suficiente para lhe embotar essa mensagem:
http://toroderegalo.blogspot.com/2011/04/un-estudio-revela-por-que-el-toro-no.html?spref=fb
https://revistas.ucm.es/index.php/RCCV/article/view/RCCV0707330001A/22583
Mais do que os humanos, que no calor de uma refrega ou de uma prova desportiva também
libertam substâncias que inibem a dor, ao ponto de a não sentir, os touros não sentem a dor
que é apregoada pelos anti-taurinos. E que a não sentem podemos testemunhar em cada
corrida de touros, verificando as reacções do animal. Quando o animal sente dor, os sinais
são inequívocos. Sucede quando não está interessado na peleia, quando, na terminologia
taurina, é manso e não bravo. E o normal é não dar esses sinais.
Comento: puro disparate, absolutamente falso. O touro é mimado e tratado nas palminhas
até entrar na praça. O único animal que serve para ser lidado é o touro bravo, com casta e
trapio e na plena posse das suas faculdades. Um touro diminuído é rechaçado pelo público
(e pela lei que tem critérios muito exigentes). Desde que nasce até que entra na arena, os
contactos com os humanos são mantidos no mínimo possível a fim de preservar a sua
bravura, a sua natureza selvagem, a sua ferocidade. Apenas um touro integro e na plena
posse das suas faculdades serve ao espectáculo. Diminuir-lhe alguma das suas
características resultaria demasiado perigoso porque não se saberia como reagiria.
Compreendamos o seguinte: os touros, como as pessoas, são da mesma espécie mas são
todos diferentes, no temperamento, no carácter, na forma de abordar os desafios. Os
criadores tentam, através da manipulação genética (pela escolha dos pais) produzir um
touro com bravura e poder físico mas, até que saia à praça nunca se sabe como reagirá o
animal. Ainda assim, há comportamentos comuns e é da sua observação que o toureiro
pode compreender o que tem pela frente a dar ao animal a lide que exige. Desorientar o
animal, diminui-lo, causar-lhe ardores, tudo isso alteraria o que se conhece do animal e
obliteraria a base conhecida do touro para algo imprevisível. Ninguém saberia o que fazer.
Além de que seria indigno.
Ao contrário do que é afirmado, a condição natural do touro é acometer, atacar, não fugir.
Espalhar este tipo de mentira pode ser perigoso e já revelou ser fatal para a malograda
Vicky Moore (https://www.youtube.com/watch?v=bfgoiOK-WY8). Ao sair à praça, ela é toda dele, todo aquele
terreno lhe pertence. Ao longo da lide ele será dominado pelo Homem e, no fim, morre já
sem terrenos, que passaram para o domínio do toureiro.
Das condições em que o touro é tratado podem aferir se acederem aos corrais da Praça de
Madrid pelo Google Earth (+40° 25' 55.65", -3° 39' 47.83") ou através de um browser no
Google Maps ourecorrendo aos milhares de vídeos publicados na internet:
https://www.youtube.com/watch?v=hilYGfeNClI
https://www.youtube.com/watch?v=67ixLRes39M
Não há escuridão, não há falta de espaço, antes conforto, protecção. Nada lhes sucede até
que saem à praça, a não ser a aposição da divisa da ganadaria, em pleno morrilho, quando
estão já no corredor de acesso à arena.
Comento:
O disparate é tanto que nem sei que diga. É verdade que os cavalos dos picadores não são
puros sangue mas têm valor comercial e não morrem em 3 ou 4 corridas, antes vão de Feira
em Feira (em Espanha as Feiras Taurinas mais importantes festejam-se consecutivamente,
de Março a Outubro) sendo preservados pela sua utilidade e saber. Não sofrem perfurações,
não estão feridos nem têm as vísceras expostas. Não sofrem quebra de costelas pelos
acometidas do touro. Podem ser feridos, eventualmente, se o touro os virar e cornear
nalguma parte não protegida pelos peitos (uma espécie de avental em material
imperfurável) mas isso é muito raro, não é suposto acontecer e todos os envolvidos tentam
evitá-lo, tal como a qualquer outro percalço de qualquer dos envolvidos.
https://www.youtube.com/watch?v=DrAkgEMid-c
Após algumas passagens, que podem ser já de grande beleza estética se o toureiro
conseguir já tourear (tourear é parar, mandar e templar, como já explicarei) são chamados
os picadores com seus cavalos, em número de dois, um de serviço e outro subalterno.
O de serviço coloca-se na área em que deverá picar, para cá da linha dos tércios, na de
tábuas enquanto o touro é colocado para lá da linha de médios (aquelas linhas brancas
circulares pintadas na arena). Essa é a distância mínima regulamentar. Haverá o touro de ir
duas ou três vezes ao cavalo. Para que serve ? Para medir a bravura do touro e para corrigir
a sua investida (não diminuir a sua força) ao mesmo tempo que, sangrando-o um pouco
(não, não são os dez litros que já li por aí mas um ou dois dos trinta e seis que o touro
tem). Se o touro investe com franqueza e humilhando (baixando a cabeça), é bravo. Se o
touro continua a investir ao sentir o castigo, é bravo. Se o touro repete, investindo 2ª e 3ª
vez ao cavalo, apesar de saber que será castigado, ele é bravo. Se a sorte de varas for bem
executada o touro sai em bom estado para ser lidado. A vara do picador tem na ponta uma
"puia" de 5 cm, que é parte que pica o touro, não se enterrando mais porque uma cruzeta o
impede. O local a atingir é o morrilho, a parte mais protuberante do cachaço, com menos
terminações nervosas, onde provoca, aliás, menos danos que noutra parte qualquer. Nada
de destruir músculos que são necessários a que o touro se mantenha em pé e capaz de
aguentar a lide que se segue.
Comento:
Não asseguram hemorragia nenhuma e só por ignorância se pode pretender que seja mais
nefasta que a puia. Não têm mais de 4 cm de arpão. As "de castigo" são tão raras que, em
trinta anos nunca vi nenhumas. Não têm outra importância que devolver ao touro, que saiu
consciente de uma derrota no cavalo, alguma alegria na investida. O toureiro investe a corpo
nu para o touro e espeta-lhe as bandarilhas no cachaço (o talsítio onde tem menos
sensibilidade). Colocadas aos pares, num máximo de três.
https://www.youtube.com/watch?v=fTVF_oRFCII
Comento:
O estoque deverá ter um máximo de 88 cm de lâmina. É com ele que se mata o touro,
devendo a lâmina ser introduzida na cruz, ou seja no centro superior das agulhas,
imediatamente a seguir ao morrilho pelo terceiro ou quarto espaços intercostais. Deve ser
introduzido direito em relação à espinha dorsal e num angulo de 45º quanto à
perpendicularidade das patas dianteiras. Desta maneira tocará algum dos vasos principais do
espaço interpulmonar, aorta posterior, veia cava e a morte sobrevirá em instantes. Se ficar
atravessada pode tocar os pulmões, provocando as golfadas de sangue descritas, mas não é
isto que se pretende.
Para matar o touro o toureiro coloca-se à sua frente, ergue a espada à altura dos seus olhos,
fazendo pontaria à cruz, provoca a investida e avança também (ou espera a investida,
recebendo, ou avança com o touro imóvel), cravando-lhe a espada.
«E a Tortura continua...
O touro, numa tentativa desesperada por sobreviver, resiste a cair, e tenta caminhar
penosamente até à porta por onde o fizeram entrar, procurando uma saída a tanto maltrato
e dor. Mas então apunhalam-no na nuca com o DESCABELLO, uma outra espada que termina
numa lâmina de 10 cm. Apesar destes terríveis tormentos, o animal não consegue morrer de
imediato pela sua grande força, mas finalmente cai ao solo, porque a espada foi destruindo
os seus órgãos internos…»
Comento:
Se o touro, ferido de morte, se mantém em pé, deve ser descabellado, isto é, deve ser-lhe
seccionada a espinal medula introduzindo a ponta de um estoque provido de uma cruzeta na
extrema entre as primeiras vértebras cervicais. Assim se garante uma morte pronta e sem
sofrimento. O touro deverá estar imóvel e oferecer a nuca ao toureiro, baixando a cabeça.
Com este golpe a morte é imediata. Tudo o mais é fantasia histérica.
E prossegue…
Rematam com a PUNTILLA de 10 cm, com a qual lhe tentam seccionar a espinal-medula, ao
nível das vértebras atlas e axis. O touro fica assim paralisado, sem poder sequer realizar
movimentos com os músculos respiratórios, pelo que morre por asfixia, muitas vezes
afogado no seu próprio sangue, que lhe sai em grandes golfadas pela boca e pelo nariz.»
Comento: caso não tenha sido descabellado nem tenha morrido fulminado, ao dobrar as
mãos antes de morrer, efectua-se a mesma operação de seccionamento da espinal medula
com um punhal de nome puntilla, assegurando a morte imediata do touro. Não há mais
nada, nem golfadas nem afogamentos nem qualquer outro disparate.
«O Arrasto…
Após lhe terem destroçado as vértebras, o touro perde o controlo sobre o seu corpo desde o
pescoço para baixo. No entanto, a cabeça mantém-se intacta, pelo que está consciente de
todo o horror que lhe está a acontecer e de como está a ser arrastado para fora da arena.»
Comento:
Sem comentários, a ignorância é total, a demagogia impera, já que pretensamente, o
animal, apesar de morto, afogado no seu próprio sangue afinal está vivo. Não há pachorra.
Comento:
A lágrima é o toque final e demonstra ou a suma ignorância ou a patetice total. Os bovinos,
como muitos outros animais, não choram (no sentido de produção de lágrimas) de dor. A
sua demonstração exterior de dor é sonora (mugindo com certa entoação) e/ou corporal
(contorcendo-se). Dispõem de glândulas lacrimais que têm uma função lubrificante e
higiénica do olho.
• Antonio Gala, ex-toureiro, nascido em 1937, escreveu na crónica dominical do “El País”, a
30 de Julho de 1995, um artigo no qual confessava a sua "conversão" a anti-taurino: “E de
repente [o touro] olhou para mim. Com a inocência de todos os animais reflectida nos olhos,
mas também implorando. Era a revolta contra a injustiça inexplicável, a súplica face à
crueldade desnecessária...”
http://www.antoniogala.es
Há alguns anos entrevistou um grande Toureiro, Morante de La Puebla, num encontro que
ficou histórico e de que retiro apenas a citação "Yo llevo el toreo dentro de mí. Es la creación
de la belleza." Para anti-taurino, não está mal.
(https://elpais.com/diario/2006/08/15/ultima/1155592801_850215.html)
Comento: Adolf Hitler, vegano, tratava muito bem os animais. Era boa pessoa ?
Comento: Pensa pela tua cabeça, informa-te até dominares o tema e depois decide
conforme achares que deve ser.
«Se tudo isto te tocou ao menos um pouco o
Coração, une-te a mim!!!
E, difundindo estas imagens, farás com que quem desfruta destas festas selvagens tome
consciência do que faz…
Recorda que por cada e-mail que envies podes fazer mudar a maneira de pensar de muita
gente…»
Comento: Une-te a quem quiseres, difunde o que quiseres mas fá-lo com conhecimento de
causa. Não vás em xaropadas só porque és boa pessoa e parece que têm razão.