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O ciclo da revoluo burguesa no Brasil Octvio Ianni

A abolio da escravatura, a queda do regime monrquico, a imigrao de braos para a lavoura, o predomnio do fazendeiro de caf, o desenvolvimento capitalista e outros desdobramentos da histria ajudam a delimitar a poca da revoluo.

A proclamao da Repblica resulta do fracionamento na classe dominante de senhores de terra, quando os setores mais avanados da burguesia agrria e industrial procuram libertar-se do velho aparelho de Estado representado pela monarquia.

A I repblica aparece como uma fase de transio com o antigo regime e no contribui de fato, para a consolidao do estilo democrtico de vida. Como ncleo da ideologia da ditadura, da doutrina de segurana e desenvolvimento, do lema ordem e progresso ressurgiu a idia da sociedade amorfa ou dbil.

Todas as formas histricas do Estado, desde a Independncia at ao presente, denotam a continuidade e reiterao das solues autoritrias, de cima para baixo.

Durante a Repblica, em suas diversas etapas, o Estado adquiriu a filosofia oligrquica, corporativa, popular, populista, militar. A revoluo de 30 assinala a transio para uma poca na qual dinamizam-se processos econmicos, polticos, culturais, demogrficos e outros tais como os seguintes: industrializao, urbanizao, sindicalismo estatal, intervencionismo governamental crescente na economia, fortalecimento do aparato estatal, principalmente do executivo.

Talvez se possa afirmar que o mbito histrico da revoluo burguesa no Brasil situa-se entre a abolio da escravatura e o desfecho da ditadura militar. Sob vrios aspectos, em diferentes ocasies da histria da sociedade brasileira, os fios do militarismo e da ordem e progresso tornam-se numa poderosa rede, as servio das classes dominantes.

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