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Sociedade Espiritualista Mata Virgem

BANHOS RITUALÍSTICOS

A Umbanda, religião ligada aos Orixás e a natureza, tem como fundamentos a


utilização de elementos da natureza, que são “regidos” pelos Orixás. Os elementos
são: AR ,TERRA ,FOGO ,ÁGUA
Estes elementos podem estar reunidos ou não em diversos rituais umbandistas, no
intuito de manipulação de energias. Em todo Universo, temos o Prana ou Éter Vital,
que é energia essencial para a manutenção da vida em vários níveis energéticos. O
Prana é absorvido pelos elementos da natureza e por nós direta ou indiretamente.
A respiração, o “banho” de sol, a alimentação adequada, são alguns dos meios desta
absorção energética.
Nos rituais da Umbanda, podemos manipular, então os elementos da natureza e o
Prana, através de vários rituais. Alguns exemplos :
A vela votiva – Temos os elementos Fogo, Ar, Água e Terra. O Fogo consome o Ar e a
resina da vela (Terra) e transforma a Água, contida na resina da vela, em vapor. Isto
apenas falando materialmente deste ritual, sem contar o aspecto religioso e mágico.
A defumação – Temos o Fogo, Ar, a Terra e a Água envolvidos. A Água e a Terra
estão contidos nas ervas defumadas.
Como podemos constatar, estes elementos estão sempre presentes nos rituais, sendo
essenciais para o bom êxito de cada ação ritualística.
A magia, contida em muitos rituais umbandistas, tem a necessidade de elementos
materiais de ligação entre a matéria e o plano espiritual.
Devido às nossas necessidades materiais, precisamos nos equilibrar espiritualmente,
usando elementos materiais. O plano espiritual, então, faz-nos utilizar de rituais
utilizando a matéria, ou seja, aquilo que temos em mão.
Os ciclos da natureza e os astros influenciam a vida de todos os seres vivos, aqui na
Terra, pois regulam toda a vida, trazendo o equilíbrio. Devemos entender o máximo
possível sobre estas influências, pois é de grande importância, obter o melhor
resultado na extração e manipulação energética.

BANHOS RITUALÍSTICOS

Finalmente, após pequenas dissertações de tópicos importantes introdutórios,


adentremos no assunto dos banhos ritualísticos.
Os banhos ritualísticos de uma maneira geral, são rituais, onde utilizamos
determinados elementos da natureza, de maneira ordenada e com conhecimento de
causa, com o intuito de troca energética entre o indivíduo e a natureza, a fim de
fornecer-lhe equilíbrio energético e mental.
Estes banhos prestam-se para limpar as energias negativas, livrar as pessoas de
influências negativas, reequilibrar a pessoa, aumentar a capacidade receptiva do
aparelho mediúnico, já que os chacras serão desobstruídos, enfim, tem grande
importância na manutenção dos corpos.
Embora o banho utiliza-se de elementos materiais, que serão jogados sobre o corpo
físico, a contraparte etérica será depositada sobre os chacras, corpo astral e aura que
receberão diretamente o prana ou éter vital, bem como a parte astral dos elementos
densos.
Não somente os médiuns ativos na Umbanda devem tomar determinados banhos, mas
todos nós, em geral, podemos usá-los.

Temos algumas categorias de banhos :

a) Banhos de Descarrego
Esta categoria de banho, conhecido também como banho de descarga ou
desimpregnação energética é o mais comum e mais conhecido.

Estes banhos servem para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas.


Conforme vivemos, vamos passando por vários ambientes, trocamos impressões com
todo o tipo de indivíduo e como estamos num planeta atrasado em evolução espiritual,
a predominância do mal e de energias negativas são abundantes. Toda esta egrégora
formada por pensamentos, ações, vão criando larvas astrais, miasmas e toda a sorte
de vírus espirituais que vão se aderindo à aura das pessoas. Por mais que nos
vigiemos, ora ou outra caímos com o nosso nível vibratório e imediatamente estamos
entrando neste egrégora. Se não nos cuidarmos, vamos adquirindo doenças, distúrbios
e podemos até sermos obsediados.

Há dois tipos de banhos de descarrego:

a1) Banho de Sal Grosso


Este é o banho mais comumente utilizado, devido à sua simplicidade e eficiência. O
elemento principal que é o sal grosso é excelente condutor elétrico e “absorve” muito
bem os átomos eletricamente carregados de carga negativa, que chamamos de íons.
Como, em tudo há a sua contraparte etérica, a função do sal é também tirar energias
negativas aderidas na aura de uma pessoa. Então este banho é eficiente neste
aspecto, já que a água em união como o sal, “lava” todo o aura, desmagnetizando-o
negativamente.
O preparo deste banho é bem simples, basta, após um banho normal, banhar-se de
uma mistura de um punhado de sal grosso, em água morna ou fria. Este banho é feito
do pescoço para baixo, não lavando os dois chacras superiores (coronal e frontal).
O porquê de não poder lavar os chacras superiores, está ligado ao fato de serem estes
chacras ligados à coroa da pessoa, tendo que ser muito bem cuidada, já que é o elo de
ligação, através da mediunidade, entre a pessoa e o plano astral superior.
Após o banho, manter-se molhado por alguns minutos (uns 3 minutos) e enxugar-se
sem esfregar a toalha sobre o corpo, apenas secando o excesso de umidade.
Algumas pessoas, neste banho, pisam sobre carvão vegetal ou mineral, já que eles
absorverão a carga negativa.
Este banho é apenas o banho introdutório para outros banhos ritualísticos, isto é,
depois do banho de descarrego, faz-se necessário tomar um outro banho ritualístico, já
que além das energias negativas, também se descarregou as energias positivas,
ficando a pessoa desenergizada, que só é conseguido com outro tipo de banho.
Este banho, não deve ser realizado de maneira intensiva (do tipo todos os dias ou uma
vez por semana), pois ele realmente tira a energia da aura, deixando-o muito
vulnerável.
Existem pessoas que usam a água do mar, no lugar da água e sal grosso.

a2) Banho de Descarrego com Ervas (ervas quentes)


Este banho é mais complexo e menos conhecido do que o de sal grosso. A função
deste banho é a mesma que a do sal grosso, só que tem efeito mais duradouro e
conseqüências maiores. Quando uma pessoa está ligada à uma obsessão e larvas
astrais estão ligadas a ela, faz-se necessário um tratamento mais eficaz. Determinadas
ervas, são naturalmente descarregadoras e sacodem energeticamente a aura de uma
pessoa, eliminando grande parte das larvas astrais e miasmas. Algumas ervas que são
muito boas para este banho: arruda, guiné, espada de São Jorge, aroeira, folhas de
fumo, etc.

b) Banho de Defesa (mistura de erva quente com erva morna)


Este banho serve de manutenção energética dos chacras, impedindo que eles se
impregnem de energias nocivas em determinados rituais. Por exemplo, quando vamos
realizar alguma oferenda numa cachoeira, é importante que nos “fechemos” para
determinadas vibrações que podem estar abundantes num sítio energético, já que além
de nós, todo o tipo de pessoa vai até estes lugares para pedidos escusos, com
entregas “pesadas”.
Usamos, também, quando vamos conhecer um outro terreiro e não sabemos se ele é
ou não idôneo, pois, infelizmente, ainda existem aqueles que usam o nome da
Umbanda para comercializar a fé alheia.
Quando vamos num sítio energético para determinados rituais com ou sem
incorporação, enfim, “fechamos” os nossos chacras.
Até mesmo para nos prevenirmos para os trabalhos com os Exus Guardiões, já que
todo o tipo de problemas e situações estará presente na assistência.
As ervas para estes banhos, podem ser aquelas relacionadas ao próprio Orixá regente
da pessoa, ou aquelas que uma entidade receitar.

c) Banho de Energização (ervas mornas)


Após tomarmos um banho de descarrego, é importante que restabeleçamos o
equilíbrio energético, através de um banho de energização. Este banho reativa os
centros energéticos e refaz o teor positivo da aura. É um banho que devemos usar
quando vamos trabalhar normalmente em giras de direita, ou mesmo, após uma gira
em que o ambiente ficou carregado.
Também, podemos usá-lo regularmente, independente se somos ou não médiuns.
Um bom e simples banho: pétalas de rosas brancas ou amarelas, alfazema e alecrim.

PREPARAÇÃO DOS BANHOS


Em todos os banhos, onde se usam as ervas, devemos nos preocupar com alguns
detalhes:
A colheita deve ser feita em fases lunares positivas, devido a abundância de prana.
• Antes de colhermos as ervas, toquemos levemente a terra, para que
descarreguemos nossas mãos de qualquer carga negativa, que é levada para o solo.
• Não utilizar ferramentas metálicas para colher, dê preferência em usar as próprias
mãos, já que o metal faz com que diminua o poder energético das ervas.
• Normalmente usamos folhas, flores, frutos, pequenos caules, cascas, sementes e
raízes para os banhos, embora dificilmente usemos as raízes de uma planta, pois
estaríamos matando-a.
• Colocar as ervas colhidas em sacos plásticos, já que são elementos isolantes, pois
até chegarmos em casa, estaremos passando por vários ambientes
• Lavar as ervas em água limpa e corrente
• Os banhos ritualísticos devem ser feitos com ervas frescas, isto é, não se demorar
muito para usá-las, pois o prana contido nelas, vai se dispersando e perde-se o efeito
do banho.
• A quantidade de ervas, que irão compor o banho, é 1 ou 3 ou 5 ou 7 ervas diferentes
e afins com o tipo de banho. Por exemplo, num banho de defesa, usamos três tipos de
de ervas (guiné (erva quente), arruda (erva quente) e alecrim (erva morna)).
• Não usar aqueles banhos preparados e vendidos em casas de artigos religiosos, já
que normalmente as ervas já estão secas, não se sabe a procedência nem a qualidade
das ervas, nem se sabe em que lua foi colhida, além de não ter serventia alguma, é
apenas sugestivo o efeito.
• Alguns banhos, são feitos com água fria e as plantas são maceradas com as próprias
mãos e só depois, se for o caso, adicionar um pouco de água quente, para suportar a
temperatura da água.
• Banhos feitos com água quente devem ser feitos por meio da abafação e não
fervimento da água e ervas, isto é, esquenta-se a água, até quase ferver, apague o
fogo, deposite as ervas e abafe com uma tampa, mantenha esta imersão por uns 10
minutos antes de usar. Alguns dizem que a água quente não é eficiente para um
banho, mas esquecem que o elemento Fogo, também faz parte dos rituais de
Umbanda. A água aquecida “agita” a mistura, liberando o prana das ervas.
• Acender uma vela para o anjo de guarda e manter-se em oração e concentração, já
que se está realizando um ritual.
• Os banhos devem não devem ser feitos nas horas abertas do dia (06 horas, 12 horas
ou meio-dia, 18 horas e 24 horas ou meia-noite), pois as horas abertas são horas
“livres” onde todo o tipo de energia “corre”. Só realizamos banhos nestas horas,
normalmente os descarregos com ervas, quando uma entidade prescrever
(normalmente um exu).
• Não se enxugar, esfregando a toalha no corpo, apenas, retire o excesso de umidade,
já que o esfregar cria cargas elétricas (estática) que podem anular parte ou todo o
banho.
• Embora todo o corpo será banhado, a parte da frente do corpo é que devemos dar
maior atenção, já que estão as “portas” dos chacras, além da parte frontal possuir uma
maior polaridade positiva, que tem propriedades elétricas de atrair as energias
negativas e que são eliminadas com o banho, recebendo carga positiva e aceleradora.
• Após o banho, é importante saber desfazer-se dos restos das ervas. Aquilo que ficou
sobre o nosso corpo, nós retiramos e juntamos com o que ficou no chão. Colocamos
tudo num saco plástico e despachamos aquilo que é biodegradável, em água corrente.

OUTROS BANHOS
Além destes banhos preparados, podemos contar com outros tipos de banhos, que
podem ter algum efeito, dependendo da maneira que os encaremos:

Banhos Naturais
São banhos que realizamos em sítios energéticos, onde as energias estão em
abundância. Neste caso, não precisamos em nos preocupar em não molhar os chacras
superiores (coronal e frontal), localizados na cabeça, é uma ótima chance de
naturalmente tratar da “coroa”, claro que se efetuarmos em locais livres da poluição.

Dentre eles podemos destacar:

Banhos de Mar (ótimos para descarrego e para energização, principalmente sob a


vibração de Yemanjá. Podemos ir molhando os chacras à medida que vamos
adentrando no mar, pedindo licença para o povo do mar e para Mamãe Yemanjá. No
final, podemos dar um bom mergulho de cabeça, imaginando que estamos deixando
todas as impurezas espirituais e recarregando os corpos de sutis energias. Ideal se
realizado em mar com ondas e sob o sol.

Banhos de Cachoeira
Com a mesma função do banho de mar, só que executado em águas doces. A queda
d’água provoca um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias, ao
mesmo tempo que limpamos toda a nossa alma. Saudemos, pois Mamãe Oxum e todo
povo d’água. Ideal se tomado em cachoeiras localizadas próximas de matas e sob o
sol.

Banhos de rio e lagoas


Tem também grandes propriedades, desde que não estejam poluídos. Saudemos Nanã
Buruquê.

Banhos artificiais
São ótimos também para levantar o bom ânimo de qualquer ser, desde que sejam
encarados de maneira respeitosa. Podem servir como descarregos, relaxantes,
estimulantes, etc., embora não podemos considerá-los ritualísticos.

Alguns deles:

Banhos de chuveiros ou duchas


São excelentes, restituem a leveza e tranqüilizam. Se forem frios, estimulam, se
quentes, relaxam. Podem-se usar sabonetes naturais com ervas.

Banhos de banheira
São excelentes para o relaxamento e descarga energética. Se usarmos os sais de
banho são ótimos relaxantes. Hidromassagens são tranqüilizantes e fornecem
renovação para todo o corpo. Claro que este banho não devemos efetuar em locais
onde o sexo corre “solto”, como motéis. O ideal é fazê-los no próprio lar.
Banhos Turcos ou de mangueira
São banhos realizados com um jato potente de água, normalmente frio. São
estimulantes e trazem bom ânimo. A própria mangueira do quintal é ótima para este
tipo de banho, que torna até uma sadia brincadeira, envolvendo adultos e crianças.

Banhos de piscinas
Também são ótimos banhos para relaxamento e reparo do ânimo de qualquer um. Se a
água estiver quente, relaxa, se estiver fria, estimula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do que tudo que aqui foi escrito, vale lembrar que o assunto pode ser
aprofundado em vários aspectos. A intenção foi apenas demonstrar a importância que
os banhos têm sobre todos nós, principalmente para aqueles que são umbandistas e
praticam estes rituais. Além de criar nas mentes daqueles que sejam adeptos da
Umbanda, a consciência de que não cultuamos uma religião fetichista, mas uma
religião que sabe integrar o espírito com a própria natureza e indiretamente com Deus,
com os Orixás e todo o plano astral, porque é isto que eles querem de nós, que
sejamos libertos das amarras da matéria e nos voltemos a Eles de maneira mais
natural possível.

Qualquer crítica será muito bem-vinda, já que não tenho a pretensão de saber tudo,
apenas me esforço para distribuir o pouco conhecimento que detenho.

Agradeço a toda a espiritualidade em especial Deus, Mestre Jesus e meu guia e Pai
Senhor Pena-Branca que me deu um “grande auxílio” intuitivo nesta pequena
dissertação.

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