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09/04/08

Dasa amplia negócios nas classes populares

Depois de consolidar sua presença em todo o território brasileiro através de uma estratégia
agressiva de aquisições, a Diagnósticos da América (Dasa), agora quer reforçar sua participação
no atendimento de baixo custo para pessoas que não possuem assistência médica privada. A
empresa, a maior da América Latina no setor, com mais de 10% do pulverizado mercado brasileiro
de exames em que opera com 15 marcas próprias, criou um projeto piloto instalado em São Paulo
a partir de junho de 2006 com sua marca Lavoisier. "Nas unidades em que temos o Laboratório
Popular esta operação já representa entre 10% a 16% do faturamento", explica Milton Zymberg,
diretor de medicina diagnóstica da empresa.

Neste tipo de operação, os exames como raio-x têm um custo de R$ 30,00 e papanicolau, por
exemplo, custa R$ 17,00. O de colesterol sai por R$ 4,20 e um teste de gravidez por R$ 19,50.
"Os descontos dos exames chegam 80% em relação aos custos normais dos exames", diz. O
grande objetivo da Dasa é incorporar entre os clientes parcelas do imenso contingente do SUS que
não podem esperar, às vezes, mais de um mês para fazer exames diagnósticos. "Há no Brasil
cerca de 37 milhões de pessoas que possuem planos de saúde. O nosso mercado, portanto é todo
o restante", acrescenta o diretor.

Depois do sucesso de São Paulo com o Lavoisier Popular, a Dasa encaminhou o projeto para outros
estados. No Rio do Janeiro, a empresa lançou o Bronstein Popular e o Pasteur Popular, e em
Curitiba o da Santa Casa. "Nosso projeto prevê a expansão do serviço para todas as regionais,
incorporando Salvador, Fortaleza e Florianópolis. No lugares em que não conseguirmos lançar o
projeto com as marcas já existentes, vamos comprar alguma unidade para o lançamento", diz
Zymberg. Atualmente o Laboratório Popular existe em 56 unidades em todo o país e atendeu mais
de 80 mil pacientes em 2007. "A grande vantagem para a empresa é a utilização da capacidade
ociosa para atender este segmento de mercado com exames que são processados com a mesma
qualidade do trabalho normal", completa o diretor. Em 2007, a Dasa obteve uma receita de R$
930 milhões, um crescimento de 32% sobre o ano anterior. No total, a empresa realizou 7,7
milhões de atendimento ou 26% a mais do que em 2006.

Fonte: Gazeta Mercantil / SP

Dasa inaugura 100ª unidade

A 100ª unidade da Diagnósticos da América (Dasa), na região metropolitana de São Paulo, acaba
de ser inaugurada, sendo o imóvel reformado para receber o novo Delboni Auriemo. Foram quase
18 meses de obras até a abertura da unidade, que também marca a inauguração do primeiro Club
DA para atendimento à região dos Jardins e Itaim. O Club DA é um espaço exclusivo criado para
pacientes que buscam privacidade.

Fonte: Diário Comércio & Indústria / SP

Quem ganha dinheiro com saúde

| 15/12/2004

Os paradoxos de um setor que se expande como poucos, mas onde só alguns têm
lucros
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Por Roberta Paduan


O ocaso da Interclínicas, no início de dezembro, é o mais recente sintoma de uma
grave crise que há pelo menos cinco anos acomete o setor privado de saúde no
Brasil. Depois de reinar durante um bom tempo como a maior operadora de planos
de saúde do país, a Interclínicas acabou com uma dívida acumulada em 100
milhões de reais. Sua carteira de 166 000 clientes foi vendida por cerca de 35
milhões de reais ao Grupo Saúde ABC, líder em sua área de atuação no ABC
paulista. O caso da Interclínicas está longe de ser isolado. No ano passado, 34%
das 2 200 empresas de planos de saúde do país tiveram prejuízo. De acordo com a
Agência Nacional de Saúde Suplementar, que regula as operadoras, 300 dessas
empresas estão em dificuldades financeiras. "Na verdade, elas estão à beira da
falência", afirma Herbert Gonçalves, diretor da área de negócios de saúde da
consultoria Booz Allen Hamilton.

Como os planos médicos são um elo fundamental na cadeia da saúde, problemas


nesse setor afetam todo o resto. "É um efeito em cascata", diz Gonçalves. Os
planos de saúde geram 91% das receitas dos hospitais particulares e 95% do
faturamento dos centros de diagnósticos. Os hospitais particulares têm, em média,
seis meses de seu faturamento anual comprometidos com dívidas. As margens com
que o setor vem trabalhando estão cada vez menores -- hoje estão em torno de
5,5% e são consideradas apertadíssimas pelos profissionais do setor. "Com esses
ganhos é impossível fazer os investimentos obrigatórios em tecnologia, que são
pesadíssimos na nossa área", afirma Francisco Balestrin, vice-presidente da
Associação Nacional de Hospitais Privados. Boa parte dos centros de diagnósticos
por imagem existentes no país também está endividada.

Nesse cenário inóspito, existem algumas ilhas de eficiência que, até agora, vêm
conseguindo se manter saudáveis e em crescimento. Na área de planos de saúde, a
Intermédica, com mais de 1,2 milhão de clientes, faturou 528 milhões de reais e
lucrou 48 milhões em 2003. Com faturamento de 300 milhões de reais no ano
passado, o laboratório Fleury colheu um lucro de 37,5 milhões de reais. A
Sociedade Israelita Albert Einstein, dona do Hospital Albert Einstein, um dos
melhores do país, teve receita de 481 milhões de reais e lucrou 76 milhões no ano
passado. Todas essas empresas, de alguma forma, conseguiram escapar das
principais armadilhas do sistema brasileiro de saúde privada.

Um ponto em comum em todas as organizações que vêm conseguindo bons


resultados é a profissionalização de suas administrações, assunto que só
recentemente ganhou importância no setor de saúde no Brasil. "Normalmente, o
melhor médico do hospital virava gestor", afirma Carlos Alberto Suslik, coordenador
do curso de gestão da saúde do Ibmec São Paulo. "Quase sempre, perdia-se um
grande médico e ganhava-se um péssimo administrador." Um dos exemplos de
profissionalização nessa área é a Sociedade Israelita Albert Einstein. No início deste
ano, a Sociedade completou seu processo de profissionalização. O engenheiro
Gustavo Leite foi trazido da presidência da subsidiária brasileira da Monsanto como
o principal executivo da Sociedade.

O Einstein vem seguindo o modelo de negócios apontado pelos hospitais de classe


mundial -- o da especialização. "Com o desenvolvimento da medicina em diversos
campos, ficou impossível fazer tudo e fazer tudo bem", diz Reynaldo Brandt,
presidente do conselho do Albert Einstein. Os conselheiros e executivos do Einstein
já definiram os quatro grandes campos de atuação em que o hospital deve se
concentrar -- oncologia, cardiologia, neurologia e transplantes. Isso significa que,
com o tempo, o hospital deixará de realizar procedimentos simples, como cirurgia
de amígdalas. "Ao se concentrar em algumas poucas áreas, é possível aumentar a
qualidade técnica e controlar melhor os custos", diz Brandt. Nos Estados Unidos,
esse caminho já foi apontado por hospitais como o Mount Sinai, de Nova York,
entre os mais conceituados no tratamento de câncer e transplantes. Atualmente, a
estrutura do Mount Sinai reúne um hospital gigantesco, com 1 171 leitos, mais que
o dobro do Einstein, e uma escola com mais de 400 alunos de medicina.

Retrato da crise

Desde a última década, o sistema privado de saúde brasileiro passa por uma
crise sem precedentes. Eis algumas das dificuldades enfrentadas pelo setor

O número de usuários de planos de saúde diminuiu de

41 milhões, em 1998, para 38 milhões, em 2004

A rentabilidade média das empresas de planos de saúde caiu de

8,4%, em 1995, para 2,4%, em 2003

A dívida das clínicas e dos centros de diagnósticos por imagem com


fornecedores de equipamentos é de cerca de

900 milhões de reais

Fontes: Federação Brasileira de Hospitais, Milliman Consultoria, Colégio


Brasileiro de Radiologia

A especialização não elimina a possibilidade de crescer com diversificação -- desde


que isso seja feito ao redor de seus campos originais de atuação. Uma das grandes
apostas do Fleury é o hospital-dia que será inaugurado no primeiro semestre de
2005. Fruto de um investimento de 8 milhões de reais, o hospital-dia localizado em
Higienópolis, na capital paulista, vai realizar pequenas cirurgias que não requerem
internação, como vasectomias e implantes de prótese mamária. "Isso se encaixa na
nossa estratégia como uma extensão natural da medicina diagnóstica, que, em
alguns casos, permite a realização de procedimentos terapêuticos durante o próprio
exame", afirma Marcos Ferraz, diretor do centro de diagnósticos do Fleury.

Outro movimento relevante que vem ocorrendo nesse setor é o de consolidação. O


Centro de Medicina Diagnósticos da América (Dasa), dono das redes de laboratórios
paulistas Delboni Auriemo e Lavoisier, é um símbolo dessa movimentação. O Dasa
foi fundado em 1999, quando os centros de diagnósticos paulistas Delboni Auriemo
e Lavoisier, que haviam se juntado naquele mesmo ano, receberam um aporte de
capital de um fundo de investimentos. De lá para cá, o Dasa fez mais aquisições e
fechou seu faturamento em 373 milhões de reais em 2003. "Percebi que sozinho
não conseguiria dar conta dos investimentos necessários para permanecer nesse
mercado", diz o médico Caio Auriemo, um dos fundadores do Delboni Auriemo.
Quando iniciou o laboratório, no começo da década de 60, Auriemo pouco dependia
de tecnologia. Hoje, uma máquina de ressonância magnética custa entre 1 milhão e
2 milhões de dólares. Em novembro deste ano, a empresa se tornou a primeira da
área da saúde a lançar ações na Bolsa de Valores de São Paulo. Nos Estados
Unidos, a consolidação está mais adiantada e atinge todo o setor. Nos últimos 15
anos, cerca de 1 000 hospitais americanos fecharam. No caso das operadoras de
planos de saúde, as dez maiores empresas detinham 38% dos beneficiários em
1986. Hoje possuem 55%. No Brasil, esse movimento ainda está no início -- as dez
maiores têm 25% do mercado.

As fusões e aquisições são a resposta a uma realidade que é comum no mundo


todo. "Os custos relacionados à medicina aumentam em uma escala muito maior
que a produção de riqueza das sociedades", afirma Ferraz, do Fleury. Isso acontece
devido ao fenômeno que mais impulsiona o setor -- a evolução tecnológica. Ao
mesmo tempo que equipamentos e materiais vêm revolucionando os diagnósticos e
tra tamentos de doenças, estudos como os do genoma humano abrem novas
fronteiras. "Isso significa a possibilidade de criação de mercados hoje inexistentes
e, portanto, mais oportunidades na área da saúde", diz José Carlos Góes,
presidente da subsidiária brasileira da Milliman, maior empresa americana de
consultoria na área de saúde. "Mas a necessidade de se atualizar rapidamente
aumenta as dificuldades de ganhar dinheiro no setor."

O desafio de acompanhar esse avanço é generalizado. No mundo todo, governo e


empresas privadas têm de lidar com uma conta difícil de fechar. Nos Estados
Unidos, por exemplo, a inflação acumulada de 2000 a 2003 foi de 12%. No mesmo
período, os custos da área de saúde subiram 68%. O aumento da expectativa de
vida mundial ajuda a agravar o descompasso da equação custos versus riqueza
gerada. A população idosa, a que mais gasta com saúde, é a que menos pode
pagar, porque deixa de ser economicamente ativa. Esse desequilíbrio afeta
diretamente as operadoras de planos de saúde, que repassam o problema para os
hospitais, os centros de medicina diagnóstica e os médicos.

As empresas desse setor lidam com uma agravante no Brasil. Vivemos num sistema
misto. Planos de saúde individuais têm seus reajustes regulados pelo governo.
Hospitais, centros de diagnósticos e fabricantes de equipamentos, não.
Pressionados pelo Estado, esses planos médicos tentam controlar os custos da
cadeia. O poder deles cresce na medida da dependência dos prestadores de
serviços. Isso explica, em parte, por que hospitais e centros de elite, como o
Einstein e o Fleury, conseguem condições melhores de preços. Graças à qualidade
do serviço prestado, conseguiram criar uma marca, garantir a fidelidade dos
usuários e escapar das imposições das tabelas dos planos de saúde. Empresas do
setor com menos poder de fogo dependem mais dos planos para atrair clientes,
sujeitam-se ao aperto das tabelas de preços e acabam levadas de roldão em
momentos de quebradeira. Por isso, a crise de um plano de saúde nunca é uma
crise isolada.

Para fugir do aumento dos custos, as empresas normalmente optam por duas
saídas. Uma delas é evitar ao máximo clientes de alto risco -- idosos e portadores
de doenças crônicas. Diante disso, a venda de planos de saú de individuais é, hoje,
um negócio em declínio. A outra é investir na prevenção e no monitoramento de
pacientes crônicos. No ano passado, a revista americana Fortune elegeu a empresa
American Healthways, especializada em monitoramento de clientes de alto risco
para planos de saúde, como a mais promissora em sua lista de novos negócios. Por
aqui, a AxisMed trabalha de maneira muito semelhante à americana. Sua equipe de
26 enfermeiras reveza-se em ligações e em visitas a cerca de 2 000 pessoas que
sofrem de doenças crônicas. Esses pacientes pertencem a sete operadoras de
planos de saúde, que têm suas carteiras de clientes rastreadas por um software.
Com esse programa, a empresa identifica os prováveis portadores de doenças
crônicas e estabelece um plano de monitoramento. Fundada há três anos, a
empresa mais que triplicou seu faturamento de 2003 para 2004, passando de 800
000 reais para 2,6 milhões de reais.

A Intermédica, uma das maiores operadoras de planos de saúde do país em


número de clientes, trabalha com o monitoramento de pacientes crônicos desde
1996 e com saúde preventiva desde 1982. No ano passado, 44 000 clientes da
operadora participaram de cursos relacionados à saúde. Uma equipe de 70
estagiárias percorre as salas de espera dos centros clínicos da Intermédica
pesquisando o estado de saúde dos clientes, convidando-os para as palestras e
encaminhando-os a programas de apoio a pacientes crônicos que monitoram o
tratamento. Com esses programas, houve redução de até 80% nos gastos com
esse tipo de cliente. "Trabalhamos com o conceito de que plano de saúde não existe
para tratar doenças", afirma Paulo Sérgio Barbanti, presidente da Intermédica.
"Isso significa prevenir a doença e, quando não for possível, tratá-la."

Estágios diferentes

Quanto as dez maiores empresas de planos de saúde detinham do mercado


americano na década de 80 e quanto concentravam no início desta década

Antes Depois

38% 55%

No Brasil, as dez maiores empresas têm 25%

CONCLUSÃO No Brasil, o setor ainda é muito pulverizado, o que inviabiliza os


ganhos de escala e aumenta os custos

Fontes: Goldman Sachs, BAH, ANS

http://portalexame.abril.com.br/degustacao/secure/degustacao.do?COD_SITE=35&CO
D_RECURSO=211&URL_RETORNO=http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/e
dicoes/0833/negocios/m0051486.html

O setor de saúde suplementar reúne mais de 2000 empresas operadoras de planos de saúde , milhares
de médicos, dentistas e outros profissionais, hospitais, laboratórios e clínicas. Toda essa rede prestadora de
serviços de saúde atende a mais de 37 milhões de consumidores que utilizam planos privados de
assistência à saúde para realizar consultas, exames ou internações.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS é uma agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde
que trabalha para promover o equilíbrio nas relações entre esses segmentos para construir, em parceria com a
sociedade, um mercado sólido, equilibrado e socialmente justo.

http://www.ans.gov.br/portal/site/entenda_setor/entenda_setor.asp

10/09/2008 - 10h25

Grupo Fleury compra laboratórios Campana


da Folha Online

O grupo Fleury anunciou ontem a compra dos Laboratórios Campana, por valores
não revelados. É a 20ª aquisição do Fleury em seis anos e indica a tendência de
consolidação do mercado de medicina diagnóstica.

"Esse mercado cresce com a geração de empregos formais e a tendência é que ele
continue em alta", disse o presidente do grupo, Mauro Figueiredo. O faturamento
do Fleury, de R$ 581 milhões em 2007, deverá crescer 25% neste ano.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u443341.shtml
23/06/2005 - 09h54

Hospitais de São Paulo oferecem suítes cinco


estrelas
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ANA PAULA DE OLIVEIRA


FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo

Suítes luxuosas, ambientes iluminados e planejados por decoradores e paisagistas,


música ao vivo com pianista, serviço de concierge, cardápio elaborado por chefs de
cozinha. Essas e outras comodidades já são encontradas, quem diria, dentro de
alguns hospitais brasileiros e vieram para substituir as tradicionais paredes brancas,
refeições insossas, enfermeiras carrancudas e quartos escuros e sem vida.
Apelidados por alguns de Daslu da medicina, os hospitais cinco estrelas de São
Paulo se desdobram para agradar aos pacientes. A diária de algumas suítes chega a
custar o equivalente à do hotel Ritz, de Paris (cerca de R$ 1.500).

"Todos os hospitais que querem melhorar dizem que desejam ser como hotéis.
Daqui para a frente, são os hotéis que têm que morrer de inveja dos hospitais",
provoca o arquiteto Lauro Michelin, sócio de uma empresa que trabalha com
empreendimentos de saúde há 18 anos. Segundo ele, é "uma loucura" o fato de
uma pessoa sadia ter todo o conforto em um hotel, enquanto um paciente que
chega debilitado ao hospital fica num ambiente hostil, sem estímulo visual e sem
ergonomia no mobiliário.

O arquiteto diz que os cuidados para projetar hospitais vão além dos que são
tomados nos hotéis. "Soma-se a complexidade de uma hotelaria à complexidade da
atenção médica. Até a luz, se não for adequada, interfere na visualização da cor da
pele do paciente, que deve ser a mais fiel possível", exemplifica.

As cores de um ambiente de saúde, segundo Michelin, devem ser amenas, com


tons vivos em pequenos objetos, para que haja estimulação visual. "Não é porque é
um hospital que tem que ser branco. Aliás, o branco, no Brasil, pode ser péssimo. É
uma cor que faz a reflexão completa da radiação e, quando há muito sol, dá um
excesso de claridade que pode causar até dor de cabeça."

Para o médico Milton Glezer, coordenador da organização de procura de órgãos do


Hospital das Clínicas e vice-diretor clínico do hospital Albert Einstein, os mimos vêm
para ajudar a justificar os gastos com equipamentos médicos de última geração
"Todo o investimento em modernas aparelhagens não é visível para um leigo. O
paciente não sabe se o tomógrafo é de primeira ou de quinta geração. Então, os
hospitais investem em luxos, como TV de plasma, porque isso é mais palpável."

Alta gastronomia
Vistos da rua João Julião, no bairro do Paraíso, os 51 mil metros quadrados de
terreno do Hospital Alemão Oswaldo Cruz não demonstram a suntuosidade intra-
muros, obtida, principalmente, pelo espaço verde --são 355 árvores, plantas, flores
e um carpete de grama minuciosamente cuidado, com casinha de beija-flor.

Escolhido como o hospital do ano pelo Top Hospitalar 2004, o destaque do Oswaldo
Cruz fica por conta da cozinha, que está mais para a alta gastronomia do que para
a tão estigmatizada "comida de hospital". No dia em que a reportagem da Folha
visitou o local, o prato servido aos pacientes era codorna assada, ovinhos da ave
sobre cenouras fatiadas, dispostas em formato de ninho, e arroz com legumes. Em
vez da gelatina de sempre, a sobremesa era um apetitoso merengue de morango.

Apelidados de suítes presidenciais, os quartos de luxo do Oswaldo Cruz


impressionam: além do cômodo principal, são três TVs, duas ante-salas com sofá-
cama, dois frigobares, dois cofres, viva-voz e dois banheiros, revistas e assinatura
de jornal diário. As persianas podem ser manejadas via controle remoto da cama
do paciente. Valor da diária da suíte presidencial: R$ 1.450 (o apartamento básico
custa R$ 550). Muitos dos "hóspedes" dessas suítes não abrem mão de que seus
seguranças também se "hospedem" nas ante-salas dos leitos ou em quartos
separados, diz Márcia Oliveira Menezes, gerente comercial do Oswaldo Cruz.

Ferrari

O recém-inaugurado Higienópolis Medical Center veio se somar às opções que já


existem para atender aos paulistanos mais endinheirados. O edifício espelhado, de
19 andares, lembra um centro comercial de alto padrão e contrasta com o entorno
da rua, formado por casas antigas, um açougue, uma feira livre que ocorre uma vez
por semana e, é preciso mencioná-lo, um cemitério (da Consolação).

O complexo é formado por um hospital-dia (indicado para procedimentos com prazo


de recuperação não superior a 12 horas), um centro de diagnósticos e 18 andares
de consultórios médicos. Na entrada, uma galeria comercial abrigará lanchonete,
farmácias, ótica, doceria e outras lojas de apoio. O estacionamento tem mais de mil
vagas. Alguns consultórios já estão funcionando, mas o hospital-dia e o centro de
diagnósticos (ambos administrados pelo Laboratório Fleury) serão abertos ao
público em julho.

De acordo com Fábio Navajas, diretor comercial do International Medical Center


(grupo responsável pelo empreendimento), a idéia é, em primeiro lugar, simplificar
a vida do médico. "O objetivo é que ele não precise se deslocar dentro da cidade,
perdendo tempo e qualidade de vida. O paciente também sai beneficiado, porque
pode se consultar, fazer exames de laboratório e passar por intervenções cirúrgicas
em um só local."

Navajas define o Higienópolis Medical Center: "É como se fosse uma Daslu para os
médicos. É o top dos consultórios. Podemos dizer que fabricamos consultórios
"Mercedes" e "Ferrari'".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3957.shtml

26/02/2001 - 03h44

Laboratório cria check-up vip para executivo


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AURELIANO BIANCARELLI, da Folha de S.Paulo

No curto intervalo entre um procedimento e outro, Marcello Delano Guimarães


senta-se ao computador, abre seu e-mail, recolhe as mensagens e repassa
instruções à secretária.

O espaço lembra um pequeno escritório com telefone, fax, computadores, revistas


da semana e jornais do dia. Mas é a sala de espera de uma clínica de análises de
São Paulo -o laboratório Fleury. Guimarães, 36, é executivo de uma multinacional e
está entre as centenas de altos funcionários que anualmente passam por check-up
-por recomendação e exigência da empresa.

Fazem parte de uma classe de funcionários que não podem perder o contato com a
empresa e, especialmente, não querem perder tempo. Também por conta desse
ritmo, estão entre os cidadãos mais estressados, mais sedentários e sem horários
para refeições.

A preocupação com o perfil desse paciente -e com o mercado que representa- está
levando os laboratórios e clínicas de diagnóstico a criarem um atendimento
diferenciado aos executivos. A regra comum é a concentração de todos os exames
numa única manhã. Outra é um check-up personalizado. Um detalhado exame
clínico permite que a equipe médica defina exatamente quais exames são
necessários.

A bateria de exames, quando feita por particulares, custa de R$ 700 a R$ 1.500,


dependendo da clínica e do programa oferecido. Grandes empresas mantêm
convênios com determinado laboratório, como é o caso da multinacional Atlas-
Schindler, onde trabalha Marcello Guimarães.

Uma vez por ano, os cerca de 30 executivos da empresa passam por exames no
Check-up Fleury, como o serviço deste laboratório é chamado.

"Uma semana antes você recebe, por e-mail e com senha própria, um minucioso
questionário", diz Guimarães. Também por e-mail, o paciente é orientado sobre os
exames, alimentação, horário e medicação.

O paciente chega em jejum, faz a coleta de sangue e passa ao "breakfast". No


intervalo de 90 minutos entre o lanche e o teste de esteira, Guimarães é ouvido por
um clínico-geral e um urologista. Um cardiologista vai acompanhá-lo no teste de
esforço.

"O check-up bem orientado é fundamental, porque várias doenças, inclusive câncer,
são curáveis quando diagnosticadas precocemente", diz Nelson Carvalhaes Neto,
médico responsável pelo Check-up Fleury.

"Programa de saúde"
Os laboratórios e clínicas para executivos descobriram que esse tipo de
paciente não quer apenas conforto e rapidez no exame e nos resultados.
Quer também um acompanhamento "pós-check-up". "Constatar que estão com
colesterol alto não basta", diz Fábio Nasri, coordenador da Unidade Diagnóstica
Einstein, dos Jardins. "Eles querem que alguém os oriente, que acompanhe sua
alimentação e seus exercícios físicos. Que o oriente sobre seus hábitos."

Dessa necessidade nasceu a Clínica de Nutrição e a Oficina de Nutrição, que


funcionam no Einstein Jardins. O executivo é orientado por nutricionistas sobre o
que comer e como pode combinar os alimentos.
Pode, também, fazer um curso rápido de cozinha. No geral, preferem enviar suas
mulheres ou a cozinheira da casa para fazer o curso.

Com a mesma preocupação, vai ser inaugurada agora em março a Clínica do


Movimento, onde os executivos serão orientados sobre os exercícios que podem
fazer e como devem fazê-los.

Boa parte dos fatores de risco estão relacionados aos hábitos de vida, dizem os
médicos. Logo, nada mais necessário do que investir na mudança desses hábitos.

"Nossos especialistas montam um programa de saúde para o executivo, como um


"pós-check-up'", diz Gilberto Ururahy, diretor médico da clínica de diagnóstico Med-
Rio Check-Up.

Para executivas
Outra preocupação na área de diagnóstico é o check-up específico para a mulher
executiva. Até os anos 70, as mulheres se submetiam a exames ginecológicos,
nada mais. Com sua entrada no mercado de trabalho e a ocupação de cargos de
chefia, as mulheres passaram a sofrer com o estresse, alimentação irregular e
consequentes problemas cardíacos.

Como em várias outras clínicas, a Omni Serviços Diagnósticos, de São Paulo,


também tem essa preocupação, diz seu diretor médico, Farid João Ajaj. Dos 140 mil
exames que a clínica faz, cerca de 30% são de executivos, com um número
crescente de executivas.

Juarez Ortiz, presidente da Omni e presidente eleito da Sociedade Brasileira de


Cardiologia, diz que a clínica está abrindo em dois meses uma unidade exclusiva
para executivos na região empresarial da av. Luiz Carlos Berrini, zona sudoeste.
Sinal claro de que o mercado está crescendo.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u23237.shtml

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