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Consultoria para implementar atividades voltadas à formalização e estruturação

socioeconômica de catadores de materiais recicláveis

Contrato n.º BRA10 3404/2008

Produto 4

Plano de Sustentabilidade em Engenharia de Produção

1. Introdução

A sustentabilidade dos EES depende de fatores que têm relação direta com os
processos de trabalho e produção que os empreendimentos consigam implementar
internamente e que interferem em sua produtividade. Ou seja, a sustentabilidade de
empreendimentos econômicos depende também de estratégias relacionadas à
ampliação da eficácia no emprego dos fatores de produção, os quais são objetos de
estudo da Engenharia de Produção como área de conhecimento, e para a qual a
mesma desenvolveu e desenvolve continuamente ferramentas e instrumentos, em
forma de técnicas, procedimentos, equipamentos e metodologias.

Em termos de eficácia da produção das ACs, o princípio fundamental é a


indissociabilidade entre dimensões técnicas (ambientais, qualidade, eficiência...),
econômicas (geração de renda, redução de custos, mercado...) e sociais (autogestão,
cidadania, inclusão social...), que define limites para o aumento de produtividade no
sentido estritamente técnico, ou seja, para a economia crescente de tempo de trabalho
por unidade produzida.
A sustentabilidade de empreendimentos econômicos depende de estratégias
relacionadas à ampliação da eficácia no emprego dos fatores de produção
Há que se desenvolver tecnologias alternativas, sobretudo organizacionais, e
processos produtivos adaptados às necessidades, às características e aos objetivos
dos empreendimentos solidários.

2. Considerações gerais:

2.1 Análise ergonômica do trabalho

O objetivo da Análise Ergonômica do trabalho é melhorar a qualidade de vida no


trabalho, levando em consideração a questão econômica e de eficiência produtiva. O
princípio fundamental da ergonomia é adaptar o trabalho ao homem e não o inverso
como é comumente usado em outras metodologias. Dessa forma, nós analisamos que
seria muito interessante a intervenção desse profissional nas Cooperativas.

O ergonomista pode atuar no desenvolvimento de postos de trabalho (triagem,


prensagem, transporte de material), na organização do trabalho, na organização do
fluxo produtivo, no desenvolvimento de ferramentas de planejamento e controle,
dentre outros, sempre adaptados à realidade de trabalho.
Não existe um modelo único de ação ergonômica, a sua construção assume uma
abordagem particular a cada realidade. Por certo existem conhecimentos gerais em
ergonomia, mas não fornecem habitualmente soluções prontas que possam ser
simplesmente aplicadas aos problemas levantados.

Durante a nossa intervenção, observou-se uma grande demanda de equipamentos de


apoio a produção, tais como: dispositivo de transporte de bag´s e fardos;
equipamentos de apoio a triagem (ex. pá, sustentação de bag’s, etc).
2.2 Planejamento e Controle da Produção

O planejamento e controle de produção pode ser entendido como um sistema de


informação para apoio à tomada de decisões, táticas e operacionais e para dar retorno
aos doadores e à prefeitura (informar quanto de material chegou, quanto foi
processado e quanto foi gerado de rejeito). Os dados levantados são importantes,
também, para subsidiar uma análise critica à cerca da produção.

Percebeu-se que as associações planejam as suas atividades de forma informal, as


lideranças se encarregam disso. O planejamento se resume na definição de qual
material os trabalhadores vão triar (material de doação, material da prefeitura mais
antigo, ou o mais novo, ou o da região onde atrapalha o fluxo de pessoas, etc) e na
definição do quê e quem prensar.

O levantamento de alguns dados é imprescindível, tais como:

• Dados da quantidade do material que chega (kilos e caminhões)

• Dados de produção (quanto foi triado)

• Dados da quantidade do rejeito

• Dados da quantidade que foi vendida (valor em kilos e preço)

Esses dados permitem uma leitura em forma de números das cooperativas, dessa
forma é possível calcular, dentre outras coisas, a capacidade de produção das
cooperativas. Dado importante para saber quantos caminhões a cooperativa consegue
processar.

2.3 Analise de Custos

Realizar uma analise de custos para:

• avaliar se compensa coletar o material, levando em consideração a questão


do transporte pago pelas cooperativas e a questão da qualidade do material
• avaliar se compensa enfardar os materiais
• avaliar a viabilidade de vender para um comprador em outro estado
• avaliar o custo das perdas do processo

2.4 Colocar em prática a comercialização em rede:

A comercialização em rede exige estudos concernentes à logística a ser empregada


para maior eficiência, tais como, por exemplo, a análise da necessidade e adequação
da constituição de um ponto de apoio para estoque de materiais coletados, o qual
significará um custo fixo a ser agregado ao sistema versus a alternativa de se realizar
coletas em tempos reais em cada Associação, com descentralização de custos de
estoques. Dependerá também da capacidade de se entender o mercado de materiais
recicláveis, dentro e fora do estado de Minas Gerais, já que hoje, muitas vezes a
venda dos materiais são feitos de forma casada, com produtos de menor preço sendo
comercializados em conjunto com outros.

Outro fator relevante para o sucesso da comercialização em rede é a padronização da


qualidade dos produtos que serão vendidos.

2.5 Necessidade de diálogo entre os profissionais:

Um processo produtivo é um processo complexo onde várias dimensões cruzam no


dia-a-dia da produção. A realidade da produção não é dividida por disciplinas, elas se
interagem no cotidiano de uma forma complexa. Sendo assim, é imprescindível um
diálogo entre as diversas áreas de apoio. Na prática, o sistema de gestão não é
separado da área da produção, que não é separado da autogestão ou da área
administrativa.

Na concepção de galpões, por exemplo, o diálogo entre os profissionais se releva


necessário. A participação dos cooperados na elaboração dos projetos evita equívocos
entre espaço físico e atividade produtiva. Deve haver diálogo entre os cooperados e os
técnicos (arquitetos, engenheiros civis e de produção) e entre os técnicos, para
conceber projetos coerentes com a realidade.

Na elaboração de projetos de captação de recursos esse diálogo também é


importante. Quem conhece as reais demandas das cooperativas são os cooperados
que possuem o saber tácito da produção, cabe ao profissional aprofundar na demanda
e sistematizá-la, a luz do seu conhecimento científico.

2.6 Relação com a prefeitura:

As cooperativas têm uma relação de parceria com a prefeitura, no entanto, nem


sempre essa relação reflete os interesses das cooperativas. É necessário ajustar
alguns pontos:

• Logística de caminhões da coleta seletiva

Atualmente as cooperativas recebem os materiais em poucos dias da semana e em


horários aproximados. Portanto a chegada dos caminhões é concentrada e provoca
grandes estoques de material. Ao mesmo tempo em alguns grupos a distribuição
concentrada de caminhões pode ser positiva pois a chegada de caminhões pára o
processo de triagem, então quanto mais concentrado as chegadas menos paradas.

Como cada grupo tem sua especificidade, não pode ser feito regras gerais de
distribuições de caminhões. As cooperativas poderiam articular com a prefeitura um
planejamento que atendam, também, as demandas delas.

• Capacidade das cooperativas:


A capacidade de produção das cooperativas é inferior a quantidade de materiais que
chegam nos galpões, dado as condições precárias de infra-estrutura, de trabalho, de
remuneração e de valor dos materiais. As cooperativas poderiam articular com a
prefeitura melhorias nas condições de trabalho e um planejamento que levem em
consideração as restrições delas.

• Formalizar a relação com a prefeitura

Os acordos com a prefeitura são feitos verbalmente o que dificulta a execução dos
mesmos. Isto pode ser ilustrado com o envio de mais caminhões que o combinado
com os grupos. Este problema é uma realidade de todas as cooperativas.

Alguns instrumentos como atas de reuniões, relatórios de visitas dos técnicos,


confirmação por email, lista de presença, são importantes para evitar mal entendidos e
para cobrar a execução do que foi prometido.

Seria interessante realizar reuniões periódicas (semanais ou quinzenais) com a SLU


para discutir os problemas vivenciados pelos grupos.

• Saber quem procurar na prefeitura

Cada problema deve ser encaminhado a pessoa responsável. Não basta encaminhar
os problemas a qualquer pessoa, é importante saber quem procurar, quem poderá
resolver o problema. Anotar o nome da pessoa também é importante.

• Má qualidade da coleta seletiva

O material proveniente da coleta seletiva tem um alto nível de rejeito (cerca de 35%).
Esse alto índice pode ser minimizado com uma boa campanha de mobilização. A
mobilização, segundo algumas experiências no Brasil, é mais eficiente com a
participação dos catadores. Portanto poderia ser negociada a inserção dos catadores
na mobilização da coleta seletiva em Belo Horizonte.

3. Considerações específicas

3.1.Coopersoli

3.1.1 Galpão Provisório ( galpão II )

Leiaute Proposto

Para minimizar os problemas do fluxo de produção, foi feito uma análise da atividade
da cooperativa no galpão provisório (galpão II). A partir de então elaborou-se uma
proposta de organização da produção de forma a tornar o processo mais eficiente,
levando em consideração as restrições de recursos.

Atualmente a cooperativa está em um galpão provisório alugado pela prefeitura,


enquanto o galpão oficial da Coopersoli (galpão I) está sendo reformado. Após a
finalização da reforma, o galpão provisório receberá somente o material das parcerias
(empresas e orgãos públicos) e o galpão I receberá o material proveniente da coleta
seletiva da prefeitura. Porém em situações emergenciais, o galpão II também poderá
ser usado para a coleta seletiva.

Foi proposto, então um novo leiaute de produção para o galpão II. Esse novo leiaute
contempla um novo fluxo de materiais e pessoas no galpão, além de fazer algumas
considerações a cerca da organização do trabalho. O leiaute proposto está organizado
da seguinte forma:

6 4 2

5 5 5

1 1
10 13

8
11
11

12
9

Figura 3: leiaute proposto para o novo fluxo da produção com legenda.


A Figura 3, mostra como será o novo leiaute e o fluxo da produção com essa nova
forma de organização. Pode-se então descrever o fluxo do materiais da seguinte
forma:

Descrição

1- O material proveniente das grandes empresas chega no galpão e é alocado


na área roxa, área 1.
2- O material da área 1 é colocado em bags e destinado ao estoque
intermediário de material não triado, área 2.
3- Assim que for necessário, as triadoras retiram o material da baias
localizada na área 2 e levam para o setor de triagem (área 3), dando início
a separação do materiais.
4- Assim que os bags azul, vermelho e verde estiverem completos, nestes são
fixadas plaquetas de identificação do grupo de triagem e em seguida estes
serão enviados para o estoque de material triado e não pesado, área 4.
5- Na área 4, o material fica em espera até que seja pesado e registrado a
produção do grupo de triagem. Após pesado, os materiais prontos para a
prensagem são encaminhados para as baias da área 5, onde ficam em
espera até o enfardamento.
6- O material PET, Copinho e o material PEAD presentes na área 4, são
pesados e enviados para a área 6, pois estes devem ser triado novamente
(separação em PET branco, PET óleo, PET verde ou LERO LERO; Copinho
PS ou Copinho PP; PEAD verde/azul, PEAD branco/amarelo ou PEAD
vermelho/preto).
7- Todo o vidro pesado advindo da área 4, deve ser enviado para a área 7
(setor de triagem do vidro), em seguida ele é triado e as garrafas são
estocadas na área 8 aguardando a venda do material enquanto os cacos
são encaminhados para a área 9 (caçamba de cacos).
8- Estoque de garrafas triadas.
9- Estoque de cacos.
10- Retomando o material triado presente na área 5, esses materiais ficam em
espera para os prensistas localizados na área 10, onde os materiais serão
enfardados e pesados, registrando os respectivos pesos nos fardos.
11- Após prensado, os fardos são pesados na balança digital presente também
na área 10, registrando o peso nos fardos e logo são encaminhados para o
estoque de fardos (área 11), ficando no estoque até que seja acumulado
um volume superior a 25 fardos para um mesmo comprador.
12- Plataforma de descarga de materiais.
13- Área de alocação dos rejeitos da triagem.
Considerações de infra-estrutura

3 3 3 3

2 2

3
3 1 1
1
4
7

1 1 1

7 7 1

3 3

4
2

5
66
66

Figura 5: Planta baixa para o novo fluxo da produção.

Legenda:
1) Colocação de estrutura metálica tipo alambrado para a formação das baias.
2) Eliminação de paredes.
3) Marcação do piso para as áreas de triagem e estocagem (marcação com tinta).
4) Eliminação de paredes e colocação de portas para a comunicação com a parte
traseira do galpão.
5) Construção de plataforma de descarga com desnível de 1,20 metros (abaixo do
nível do galpão).
6) Expansão da área coberta do galpão (expansão do telhado).
7) Colocação de eletro-calhas com tomadas para a alimentação elétrica do
maquinário.

A plataforma de descarga de matérias otimizará o espaço no galpão, além de evitar o


esforço excessivo dos cooperados e dos ajudantes de caminhão no carregamento dos
caminhões.
Algumas medidas poderá ser tomada afim de minimizar futuros problemas com o
dimensionamento das baias e a delimitação dos espaços de circulação. Nesse
sentido, as baias poderá ser substituídas por marcação com tinta no piso, isso será
importante para simular a nova forma de organização do galpão, identificar possíveis
problemas não previstos e ainda dar início à implementação das melhorias.

A eliminação das paredes desobstruíra algumas passagens no galpão.

Dada a restrição de recursos financeiros, sugere-se a implementação contínua das


melhorias. Algumas propostas depende de um maior investimento como a expansão
do telhado para a área de descarga e construção da plataforma de descarga. Outras já
exigem menores recursos como a proposta de colocação das baias.

3.1.2.Galpão Oficial ( galpão I):

Diagnóstico:

Durante a reforma do galpão da Coopersoli não houve diálogo com a cooperativa, o


que gerou alguns equívocos em relação ao espaço físico e a atividade produtiva:

3 Refeitório escuro e sem janela;


4 Escritório sem segurança, pois não tem porta e nem parede;
5 Espaço para armazenagem de rejeito insuficiente (a largura da porta menor
que a dos Bag´s);
6 Espaço de triagem insuficiente para o número de triadores;
7 Silo de triagem insuficiente para a quantidade de material recebido (tempo de
vazão de saída menor que o de entrada, não há espaço para o estoque
gerado);
8 Não há paredes laterais no local de descarregamento de material o que expõe
o galpão à chuva, o material à população, além de facilitar a entrada de
ladrões;
9 Não há portão na entrada do silo;
10 Não há espaço no banheiro para colocar os escaninhos;
11 A água proveniente da chuva entra no galpão através do portão principal.
12 Galpão inadequado à atividade produtiva

Foi feita uma visita ao local, no dia 22 de dezembro, com técnicos da SLU e com a
presença de uma representante da Coopersoli. Foi exposto os problemas
diagnosticados.

Análise de capacidade do novo galpão:

Os caminhões da prefeitura chegam ao galpão nas terças e quartas e um caminhão da


coleta seletiva da prefeitura carrega em média 2 toneladas, segundo os dados de
controle da cooperativa. Em um mesmo dia chegam até 5 caminhões na cooperativa,
o que totaliza até 10 toneladas.

Segundo os dados de produção da Coopersoli uma triadora processa


aproximadamente, 190 kg / dia. A bancada de triagem projetado no silo é para 4 ou no
máximo 5 triadoras. Ou seja, a capacidade de triagem seria de aproximadamente 1
tonelada / dia, considerando a organização do trabalho da Coopersoli atual.
A capacidade do silo é de aproximadamente de 30 m³ e de 3.900 Kg, considerando
que a densidade do material proveniente da coleta seletiva da prefeitura é de 130
kg/m³.

Com base nesses dados levantados podemos perceber que a triagem será o gargalo
do processo produtivo. A capacidade de produção seria determinada pela triagem, ou
seja, de 1 tonelada / dia. O restante da estrutura do galpão seria subutilizada.

O desafio para viabilizar o novo galpão é propor uma organização tal que os fatores
produtivos possam ser usados de forma mais eficiente. Com esse norte, nós fizemos
uma proposta de organização.

Proposta de organização do galpão reformado:

Estoque do
material não
triado Triagem
Triagem
banhei
ro
triagem

v
Rampa de
Pré-

refeitóri
chegada de
caminhão banhei
balan

? ?
?
sucata

? prensa
rejeit Válvula de escape
triagem completa
fardos

Estoque de material

No silo seria feita uma pré-triagem dos seguintes materiais: vidro, papeis, papelão e
plásticos. Dessa forma, pretende-se aumentar o fluxo de saída do silo.

O vidro seria transportado para o local de triagem fina dos vidros, assim como e papel
e o plástico. O transporte demandaria que alguns cooperados ficassem
exclusivamente com essa atividade.

Considerando a questão da falta de capacidade do silo, foi reservado um espaço para


essa finalidade (válvula de escape). Nessa situação os triadores teriam que separar
todos os tipos de materiais.

3.2 Copemar

3.2.1 Leiaute proposto

As modificações em leiaute geralmente são ações difíceis de serem realizadas e de


longo prazo, pois demandam grandes investimentos. Para contornar este problema,
tentou-se gerar opções de curto prazo e que demandassem poucos investimentos.
Os objetivos durante a elaboração do novo leiaute foi a simplificação do fluxo dos
materiais, redução dos custos e estoques, minimização de distâncias de
movimentação e racionalização no uso do espaço.

Visou-se também o conforto e adequação do trabalho aos coperadores e a facilidade


na coordenação das atividades.

Os problemas de arranjo físico e fluxo observados estão diretamente associados aos


problemas de infra-estrutura do galpão. Portanto, para resolver os problemas de
arranjo e fluxo se faz necessária a resolução dos problemas de infra-estrutura, como a
inexistência de espaço adequado para o recebimento dos materiais, pavimentação e
cobertura do terreno.

A solução do problema de recebimento dos materiais partiu da identificação de um


local apropriado para construção de uma solução comumente utilizada para o
recebimento de materiais recicláveis: Os silos de recebimento.

Figura 1 – Legenda
Figura 4 - Leiaute com prensagem na porção central do galpão
Considerações de infra-estrutura, equipamentos e organização do trabalho

Na solução proposta, o silo aproveita o caimento existente no terreno e conduz o


material a partir do nível do pavimento superior até o interior pavimento inferior galpão
interno.

O silo permite o processamento dos materiais em um regime FIFO (fist in- first out –
Primeiro que entra – Primeiro que sai). Com isto, os materiais são processados em
sua ordem de chegada.

Uma bancada anexa ao silo torna a posição de triagem mais eficiente e confortável,
evitando que o material seja triado diretamente do solo.

A localização do silo de recebimento no local indicado também racionaliza o fluxo e o


torna mais linear.

A triagem passaria a se localizar no galpão interno, onde atualmente se localiza a área


de prensagem.

O material pós-triagem seria pesado para contabilização do pagamento das triadoras,


que é feito por quilo de material triado.

Em seguida os plásticos que necessitam de triagem posterior seriam encaminhados


para uma das portas de abertura do galpão interno, onde seria construída uma
bancada para triagem e uma grade de contenção para os materiais, constituindo um
silo menor e mais simples.

Os demais materiais seriam encaminhados para a outra porta de abertura, onde se


atualmente se encontra a doca de recebimento e a caçamba de sucata leve.

De lá, seriam movimentados via esteira de roletes até uma área para estocagem, onde
aguardaria a prensagem. Este ponto de estoque pode ter suas quantidades de entrada
e saída mais facilmente registradas para controle.

A caçamba de papelão se localizaria ao lado de onde atualmente se encontra a


caçamba de sucata leve, para minimizar a distância de movimentação dos papelões.

Uma vez que a triagem no galpão interno comportaria somente de 6 a 8 postos de


triagem, foi inserida uma outra área de triagem no fundo do galpão, porém ocupando
menos espaço. Dessa forma, possibilita a expansão do número de postos de triagem.

A prensagem e o estoque de produtos acabados se localizam na porção central do


galpão. Nessa solução, o fluxo é direcionado das extremidades superiores e inferiores
do terreno até a parte central.

Esta opção reduz as distâncias de movimentação, mas acarreta em movimentações


contra a inclinação do terreno na porção inferior do galpão.

Outra desvantagem dessa opção é o fato de que não poderá ser construído um silo
para segunda área de triagem por não haver espaço adequado para a construção de
uma rampa para caminhões nessa solução.
3.3 Comarp

3.3.1.Leiaute Proposto

Condicionantes do novo leiaute:

• A Comarp passa a contar com um número fixo de até 15 associados;


• A Kombi , assim como anteriormente, fará a coleta de materiais nos órgãos
doadores durante cinco dias úteis na semana; trabalho a ser revezado por
todas as equipes da Comarp (galpão em questão e galpão da rua Caldas da
Rainha);
• Será entregue no galpão apenas um caminhão por dia, durante cinco dias úteis
na semana, com material proveniente da coleta seletiva de BH.

No esquema 3 está apresentado o leiaute proposto, contendo:

- Duas áreas cobertas (em laranja);


- O tamanho da área coberta a se localizar na parte traseira do espaço, foi
dimensionado de acordo com a área dos “boxes” de triagem antes utilizados na área
invadida. Fez-se uma proporção de 2,5 “boxes” para dimensionar o local a ser coberto,
visto que a triagem abrigará 10 associados;
- A cobertura da área localizada na parte traseira do espaço, deve ser alta o suficiente
para que o caminhão tenha condição de entrar ao despejar o material proveniente da
coleta seletiva de BH;
- Prevê-se uma cortina retrátil em lona, acoplada à estrutura da cobertura da área
localizada na parte traseira do espaço para os dias de sol intenso ou chuva de vento;
- Uma abertura com portão do lado esquerdo do galpão existente, possibilitando o
trânsito de pessoas e materiais
- Uma prateleira na lateral direita da área coberta proposta, para organização do vidro
estocado;
- A alocação das duas prensas sem funcionamento na área ao lado da recepção,
liberando o espaço do galpão para produção.
ESQUEMA PROPOSTO PARA UTILIZAÇÃO DO GALPÃO
No esquema 4 apresenta-se a proposta 1 de organização e funcionamento do
novo leiaute:
- Na área coberta ao fundo, os triadores processarão o material proveniente da coleta
seletiva de BH;
- A outra área coberta, à esquerda, alocará a equipe de triadores responsável pela
separação do material da Kombi;
- O estoque em processo (PEAD, PP água mineral, tampinha e PET), a ser prensado,
se localizará em “baias” dentro do galpão. Essas “baias” poderão ser construídas em
grade de arame;
- O estoque de material pronto para venda (sacarias de jornal, sacarias de revista,
sacarias de papel branco, sacarias de papel misto e fardos) também ficará dentro do
galpão;
- A sucata já triada ficará estocada perto do portão de acesso aos caminhões;
- O rejeito a ser despachado ficará acondicionado na área coberta ao lado da triagem
do material da coleta;
- As posições das prensa e balança foram previstas levando-se em consideração as
pilastras existentes no galpão e o menor caminho percorrido por pessoas e materiais.
PROPOSTA 1
ESQUEMA PROPOSTO PARA UTILIZAÇÃO DO GALPÃO
No esquema 5 apresenta-se a proposta 2 de organização e funcionamento do
novo leiaute:

- Na área coberta ao fundo, os triadores processarão o material proveniente da coleta


seletiva de BH;
- A outra área coberta, à esquerda, estocará todo o material já pronto para venda
(sacarias de jornal, sacarias de revista, sacarias de papel branco, sacarias de papel
misto e fardos), separado por “baias”;
- Em frente ao portão de acesso ao galpão coberto, ficará a equipe de triadores
responsável pela separação do material da Kombi;
- O estoque em processo (PEAD, PP água mineral, tampinha e PET), a ser prensado,
se localizará em “baias” dentro do galpão;
- A sucata já triada ficará estocada perto do portão de acesso aos caminhões;
- O rejeito a ser despachado ficará acondicionado na área coberta ao lado da triagem
do material da coleta;
- As posições das prensa e balança foram previstas levando-se em consideração as
pilastras existentes no galpão e o menor caminho percorrido por pessoas e materiais.
PROPOSTA 2
ESQUEMA PROPOSTO PARA UTILIZAÇÃO DO GALPÃO

3.4 Copersol Venda Nova


3.4.1 Leiaute Proposto

A figura a seguir mostra uma proposta de alteração do leiaute do galpão. Tal proposta
visa, principalmente, a organização dos estoques e a facilitação da movimentação de
pessoas:

Figura 1: Proposta de alteração do Leiaute

Justificativas

Pela proposta, a montanha de material seria deslocada para esquerda, de forma a


abrir espaço no centro do galpão. Todas a entrada de materiais seria feita pelo portão
do lado direito. Atrás da prensa pequena, ficariam os estoques de sacarias e sacolas.
Nos fundos do galpão, próximos aos vestiários, ficariam estocados matérias com baixa
rotatividade. O portão do lado esquerdo seria utilizado apenas para a retirada de
matérias. O espaço próximo a esse portão seria aproveitado para estocar os bags com
plásticos, sucatas e rejeitos.

Uma escada poderia ser construída para facilitar o acesso a laje dos vestiários. Essa
laje poderia ser utilizada para estocagem de materiais mais leves, como as sacolas de
plástico.

Uma segunda proposta, seria construir um portão no lado direito aos fundos do
galpão. Através desse portão seria feita a entrada dos caminhões para despejar os
materiais. A construção desse portão acabaria com o problema de interrupção das
triadoras no momento da descarga dos caminhões e melhoraria o fluxo no galpão.

Considerações de infra-estrutura, equipamentos e organização do trabalho


Aquisição de uma empilhadeira

Tendo uma empilhadeira, poderia ser mais bem aproveitado o espaço vertical do
galpão para a estocagem de materiais. Além disso, facilitaria o processo de
carregamento de fardos e bags nos caminhões.

Realização de capacitações

A realização das seguintes capacitações ajudaria a melhorar o trabalho na


cooperativa:

Informática: Uso do computador poderia agilizar certos processos na cooperativa


relacionados com a administração. Contudo, ninguém na cooperativa possui
conhecimentos de informática. Poderia ser feita uma capacitação em informática,
preferencialmente para os administradores.

Prensa: Como já foi exposto, apenas os administradores da cooperativa fazem a


prensagem dos materiais. Além disso, eles não possuem tanto conhecimento e fazem
algumas coisas de maneira intuitiva. Poderia ser feito um treinamento na prensa para
duas ou três pessoas na cooperativa, de forma a melhorar a eficiência desse processo
e reduzir a quantidade de atividades sob responsabilidade dos administradores.

Triagem: A diferença de produção entre os cooperados da triagem é bastante elevada,


conforme pôde ser observado na tabela 2. Poderia ser feito uma capacitação, onde
triadoras mais experientes de outras cooperativas fossem até Venda Nova
acompanhar a triagem e dar dicas aos cooperados, principalmente àqueles com mais
dificuldade.

VALIDAÇÃO DAS PROPOSTAS

As propostas citadas anteriormente foram discutidas com algunsmembros da


cooperativa. A tabela a seguir mostra os resultados dessa discussão:

PROPOSTA SITUAÇÃO OBSERVAÇÕES


Realização de Validada A capacitação da prensa foi aceita e já está sendo
capacitações encaminhada. As outras também foram consideradas
importantes.
Mudanças no Não A proposta de alteração do leiaute do galpão, a
Leiaute do galpão Validada princípio, não foi bem aceita. O problema, segundo os
administradores, é que o estoque do galpão é muito
dinâmico e se altera a todo o momento. Isso inviabiliza
qualquer tentativa de organização. Há momentos em
que o monte é menor, contudo, pode acontecer do
monte chegar até ao portão da cooperativa. O ideal,
segundo os administradores, seria construir o portão
aos fundos para que o caminhão possa descarregar o
material sem a necessidade de ter que abrir espaço na
parte da frente.
Aquisição de uma Validada Os administradores concordam que uma empilhadeira
Empilhadeira seria muito útil, inclusive eles já fizeram um pedido
junto a rede para conseguir uma.
Tabela 1: Validação das Propostas

Outras considerações

PLANO DE AÇÃO

A seguir é apresentada uma proposta de Plano de Ação para ser feito na cooperativa:

AÇÃO QUANDO QUEM COMO


Mudança no sistema de Imediato Administração da Fazer a pesagem diária e o
pesagem e pagamento cooperativa pagamento por produção
Criação de uma rotina Imediato Administração da Criar um modelo próprio ou
para a prestação de cooperativa utilizar o modelo proposto.
contas
Elaborar um estudo de Curto Administração da Tentar negociar com a SLU a
viabilidade para a prazo cooperativa; SLU construção de um portão aos
construção de um portão fundos da cooperativa. Mostrar
aos fundos da as melhorias possíveis com a
cooperativa construção.
Construção de uma Curto SLU Idem a anterior
escada de acesso a laje prazo
dos vestiários
Aquisição de uma Médio SLU, Rede Sol Junto a rede, tentar negociar
empilhadeira prazo verbas, junto a órgãos do
governo e empresas privadas.
Capacitação na prensa Imediato Cooperados Escolher alguns cooperados
para fazer um treinamento na
prensa em outras cooperativas
da rede.
Capacitação em Curto Cooperados Buscar verbas junto a rede
informática Prazo para a realização dessa
capacitação.
Capacitação na triagem Curto Cooperados Levar à cooperativa triadoras
Prazo experientes de outras
cooperativas da rede, para
instruir as triadoras da
Coopersol.
Tabela 2: Plano de Ação

3.5.Coopervesp

3.5.1 Leiaute Proposto

Dada a situação totalmente inadequada do galpão, a proposta do leiaute visou apenas


aumentar a área de circulação e de triagem.
Ação Objetivo
Colocar os bags vazios no Melhor organização do ambiente e redução das
fundo do galpão movimentações dos bags cheios
Retirar o entulho do galpão Liberar espaço

3.5.2 Projeto de Captação de Parcerias

O maior desafio da Coopervesp, dado o nível do empreendimento, é a ampliação da


sua estrutura física e da quantidade de material que chega ao galpão. Dessa forma,
propomos um projeto de captação de parcerias conforme pode ser visualizado abaixo:
PROJETOCAPTAÇÃO
DEPARCERIAS
COOPERVESP

COOPERVESP

ACOOPERVESP
ESTÁPRECISANDO
DOSEUAPOIO
QUEMSOMOS

COOPERVESP

A Coopervesp é uma Associação de Recicladores


da região de Vespasiano que possui 28
associados, todos pessoas de baixa renda. Os
cooperados trabalham com a coleta e a triagem
de materiais recicláveis dentro dos princípios e
valores da economia popular solidária.
Além disso, contribuem com a preservação do
meio ambiente e garante a geração de trabalho e
renda, promovendo assim a qualidade de vida e a
construção da cidadania.

HISTÓRICO

COOPERVESP

A associação surgiu em 2006 por iniciativa de uma pessoa,


hoje associada, que sentiu a necessidade de organizar os
catadores, através do cooperativismo, da região do Bairro Vila
Esportiva na Cidade de Vespasiano.
O grupo procurou o apoio do Centro Público de Economia
Popular e Solidária, da Unisol e do Fórum Municipal Lixo e
Cidadania de Belo Horizonte. Esses parceiros promoveram
capacitações em triagem de materiais recicláveis e de corte e
costura para alguns associados. Desde então, a Associação
participa ativamente das atividades dessas entidades.

HISTÓRICO

COOPERVESP

Em fevereiro de 2007, a associação comprou uma máquina


de desfio de PET e iniciaram a produção. O produto é
vendido para uma fábrica de vassouras em Venda Nova.
Essa produção funciona provisoriamente em um espaço da
casa de um dos associados.
No inicio de 2008 a ONG Moradia e Cidadania arcou com os
custos de registros de CNPJ e a associação foi registrada
em 28/07/2008.
Atualmente a associação desenvolve o processo de coleta e
triagem de materiais recicláveis, além do desfio do PET,
contando com parcerias de moradores da região.
QUALAIMPORTÂNCIADEAPOIAR
INICIATIVASCOMOADACOOPERVESP

COOPERVESP

As organizações de catadores, através de


associações e cooperativas, são uma das
alternativas importantes para a geração de trabalho
e renda no Brasil. Além disso, preservam o meio
ambiente, retirando das ruas e lixões os materiais
recicláveis, tratados como lixo, e dão a eles um
novo destino. Dessa forma, preservam os recursos
naturais e ainda provocam uma economia
significativa de energia e outros recursos.

QUALAIMPORTANCIADEAPOIAR
INICIATIVASCOMOADACOOPERVESP

COOPERVESP
Esses empreendimentos conseguem obter
excelentes resultados na inserção social de
pessoas marginalizadas (moradores de rua,
dependentes de drogas), com efeitos positivos nas
relações familiares, diminuição do trabalho infantil,
retorno das crianças às escolas, diminuição da
violência e desenvolvimento da cidadania.
O fortalecimento destes grupos é importante no
combate à exclusão e exploração dos catadores de
materiais recicláveis, à construção da autonomia e
à conquista dos direitos humanos.

DEMANDASATUAISDACOOPERVESP

COOPERVESP

Hoje a situação da cooperativa é inadequada a atividade


produtiva fazendo com que a retirada mensal oscile entre R$
100,00 a R$ 150,00 por cooperado. Existem inúmeras ações
que podem ser feitas visando a melhoria das condições de
trabalho dos associados entretanto, tais melhorias
demandam investimentos financeiros.

• Galpão de Triagem
• Maquinário ( prensa, balança, empilhadeira)
• Equipamentos ( luvas, carrinhos de fardos, fogão,
geladeira, cadeiras)
QUAISASVANTAGENSDEAPOIAR
ACOOPERVESP

COOPERVESP

RESNPOSABILIDADE SOCIAL

• preservação do meio ambiente


• inserção social e produtiva de pessoas excluidas
• geração de trabalho e renda
• apoio ao desenvolvimento local

VANTAGENS PARA A EMPRESA

• promoção da imagem da empresa

Sua empresa estará beneficiando 28 pessoas diretamente


(cooperados) e 112 pessoas indiretamente (familiares dos
cooperados), além comunidade como um todo.

COMOAPOIAR

COOPERVESP

• destinando seus materiais recicláveis a


cooperativa;
• apoiando financeiramente a aquisição de
maquinários, pagamento de aluguel, energia,
água, dentre outros

CONTATOS

COOPERVESP

Associação dos Recicladores e Grupos produtivos da Vila


Esportiva e Região – COOPERVESP

CNPJ: 10.320.334/0001-04
Endereço: RUA M, 03 - VILA ESPORTIVA
VESPASIANO – MG CEP:33.200-000
Responsável: Roselene da Costa
Telefone: (31) 3622-4736 (31) 8657-1029
Email: reciclandovesp@yahoo.com.br
3.6. Coopersol Leste

A Cooperativa está em um momento transitório. A Coopersol Leste foi fundada em


2003 como uma cooperativa de triagem de material reciclável. Desde a sua criação,
eles nunca trabalharam com reciclagem por não terem espaço. Eles trabalham, desde
então, com artesanato. O galpão de triagem está sendo construindo e tem data
prevista de entrega para julho de 2009.

Para o processo produtivo do artesanato, propomos que seja feita uma análise de
custos da produção. Essa análise tem como resultado o ponto de equilíbrio, ou seja,
quanto deve ser produzido para gerar XX de retirada por cooperado. Esse dado seria
importante para analisar a possibilidade de geração de renda do empreendimento de
artesanato.

Com relação ao futuro galpão ressaltamos a importância da participação dos


cooperados, com experiência em triagem, no processo de concepção e execução das
obras do novo galpão. Os equívocos que houveram na construção dos galpões da
Coopersoli Barreiro e da Comarp, podem servir de argumento para negociações com a
prefeitura. O apoio da rede, enquanto força política, também será essencial na relação
com a prefeitura.

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