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COOPERVESP

1. APROFUNDAMENTO DO DIAGNÓSTICO

1.1. INTRODUÇÃO

A Coopervesp existe há dois anos. Começou com a produção de garrafas PET e há


três meses ocupa um pequeno galpão de triagem. Seus associados, porém,
começaram efetivamente a atividade de triagem há 1 mês e meio. Apenas duas das
associadas já tinham experiência prévia.

Atualmente a associação não recebe nenhum tipo de apoio junto à prefeitura de


Vespasiano, tendo, inclusive, gastos com a coleta do material a ser triado.

1.2. PROCESSO PRODUTIVO

• Chegada do Material:

O material é proveniente de duas fontes básicas: doações feitas por empresas e


materiais advindos da própria comunidade.

• Separação

Todo o material que chega é amontoado no fundo do galpão. As triadoras ficam em


volta desse monte fazendo a separação : papeis, plástico, vidro e sucata.

5 bags 
Chegada do material Papeis

1 bag 
Plásticos
Formação  Separação do 
do “monte”  material 1 bag 
Vidros
de material
1 bag 
sucatas

O detalhamento do processo para cada tipo de material é mostrado a seguir:

Papeis:

O espaço físico do galpão não comporta uma triagem individual, então, os


assossiados dividem os bag´s de papeis.

O processo pode ser sintetizado pelo fluxograma abaixo:


Papel Misto
Papel Jornal Estocagem Venda
Papel Branco
Papelão
Papelão Especial
Tetra Park

Plásticos e sucatas:

Primeiramente, todos os tipos de plásticos e sucatas são depositados em bags pelas


triadoras e depois são separados por tipo e cor. Cada tipo é guardado em um bag e
estocado. As garrafas PET de refrigerante não amassadas são separadas para a
produção de vassouras.

PET Estocagem Venda

PEAD, 
PP, PVC,  Estocagem Venda
etc
Latinhas de 
alumínios,  Estocagem Venda
latas, ferro 
velho, etc

Rejeitos

Os rejeitos são aqueles materiais que não são recicláveis. Tais materiais são
guardados em sacos de lixo. O caminhão da prefeitura recolhe os rejeitos.

1.3. PROBLEMAS IDENTIFICADOS

Problemas no recebimento e coleta de material: Foi observada que a chegada de


materiais é incerta, em quantidades e datas variáveis. A venda de material, que
depende também de transporte terceirizado, também é muito inconstante. Esses dois
fatores causam enormes transtornos para os cooperados, que podem ficar sem
material para triar ou sem espaço para receber mais material.

A associação arca com o custo do transpote o que onera significatimente os custos do


processo. Às vezes, o custo do tranporte é maior que o valor das vendas do material
triado.
Outro problema é a disponibilidade do carreteiro responsável pelo transporte que não
se dispoe quando é necessário. Isso causa transtorno com os parceiros. A cooperativa
tem dificuldade em conseguir outro carreteiro.

Problemas com a coleta do rejeito realizada pela prefeitura de Vespasiano: A prefeitura


algumas vezes não coleta o rejeito, o que causa superlotação do galpão, ocupando o
espaço das triadoras e do material a ser triado.

Problema de padronização da nomenclatura do material: Durante a etapa de


observação, notamos que durante a triagem, os associados tinham muitas dúvidas
com relação à nomenclatura adotada, principalmente dos plásticos.

Falta de infra-estrutura mínima para os associados: Faltam cadeiras adequadas ou


bancos. Ausência também de uma bancada para a triagem.

Problemas com a movimentação interna dos bags: Como existe apenas um portão no
galpão, todo o material que chega é colocado no fundo do galpão. Isso gera, excesso
de movimentações de bags.

Baixa produtividade: Está relacionada a diversos fatores como falta de prática das
triadoras ou mesmo ao sistema de remuneração por horas trabalhadas que não
incentivam a triagem rápida.

Espaço físico inadequado: Falta de espaço e instalações elétricas adequadas para a


instalação da prensa.

2. APROFUNDAMENTO DOS PROBLEMAS

2.1. PROBLEMA l: BAIXA PRODUTIVIDADE

Na primeira semana de nossa análise, o faturamento dos associados foi muito baixo.
Isso se deve a diversos fatores:
 Queda do preço do papel;
 Sistema de remuneração, que é feito por horas trabalhadas;
 Problemas com o recebimento de material. Relacionado à falta de carreteiro ou
falta de espaço no galpão.

A organização e ao leiaute do galpão tem como principal objetivo, liberar espaços


ocupados por entulhos ou mesmo espaços mal utilizados. Assim, o recebimento de
material seria facilitado.

O leiaute atual pode ser visualizado na figura a seguir:


Fotos que evidenciam os problemas relatados:

Visão da porta do galpão

Rejeitos a serem coletados pela prefeitura


Bags cheios de material triado

Bags vazios

Montanha de material a ser triado


Porta de acesso à 
cozinha e ao banheiro

Entulho dificulta o acesso à cozinha e ao banheiro

As propostas de melhoria foram executadas pelos próprios associados, no caso de


terem sido aceita, como mostra o quadro a seguir:

Ação Objetivo Resposta dos Observações


Triadores
Melhor organização
Colocar os bags do ambiente e
Aceita e
vazios no fundo do redução das
executada
galpão movimentações dos
bags cheios
Retirar o entulho do Liberar espaço Aceita e
galpão executada
Fazer pás de Ajuda na redução de Aceita A associação possui
madeira esforço físico na restos de madeira
hora de colocar o que podem ser
material a ser triado usados. Mas não
nas caixas possui a mão de obra
Tentar verticalizar o Liberar espaços Rejeitada Acharam que isso
estoque de produto geraria um esforço
triado ainda maior para
colocar e tirar os
sacos da parte
superior.

Também com intuito de aumentar a produção dos associados da Coopervesp foi


sugerida a possibilidade de fixar datas para a chegada de material e venda de material
triado. Ambas as atividades hoje são feitas aleatoriamente. Isso evitaria a falta de
material por indisponibilidade de transporte e também incentivaria a produção das
triadoras. A sugestão foi bem aceita pela representante da associação mas existem
dificuldades colocadas pelos carreteiros que não querem se comprometer com dia da
semana e horário.
Quanto ao sistema de remuneração, a primeira proposta foi a mudança para a
remuneração por produção. Entretanto, o espaço do galpão inviabiliza tal sistema, pois
cada triador teria que ter seus bags individuais o que no atual galpão se torna
impossível.

Diante do problema, surgiu a idéia de um sistema de gratificação por grupos. Os


associados seriam divididos em dois grupos e a triagem seria feita por grupo. O grupo
que apresentar uma pesagem maior ao final da semana recebe uma gratificação. O
sistema ainda está em fase de teste, mas está sendo bem aceito pelos membros da
associação.

2.2. PROBLEMA II: AUSÊNCIA DE PADRONIZAÇÃO DA NOMECLATURA E DA


TRIAGEM DOS MATERIAIS

Percebemos que o problema da nomenclatura poderia influenciar na baixa


produtividade da associação. Muitas vezes, por desconhecimento do tipo de material,
os triadores paravam para averiguar e tentar identificar o material. Os problemas mais
frequentes foram com os plásticos, principalmente na identificação dos PETs e PEADs.

A solução encontrada foi a capacitação dos associados. A equipe de engenharia de


produção do projeto promoveu no dia 19/12/2008 uma oficina de nomenclatura.

A oficina teve como objetivo padronizar a nomenclatura dos materiais. Um quadro foi
fixado na parede direita do galpão, de modo que fique bem visível à todos os
associados. Esse quadro foi dividido em 10 tipos de plásticos, para cada tipo foi fixado
exemplares. Dessa forma, na hora da dúvida, os cooperados podem checar o tipo do
material no quadro. A atividade contou com a colaboração de todos os associados
presentes no dia.

Seguem as fotos da oficina:


2. OUTRAS QUESTÕES TRABALHADAS

Podemos destacar ainda pequenas sugestões de melhoria na rotina de trabalho da


associação. Foram presenciadas algumas discussões entre os associados sobre a
limpeza do banheiro, dessa forma foi elaborado uma escala de limpeza do banheiro e
da cozinha. Foi afixado avisos no banheiro como: ”Favor dar descarga sempre que
usar o banheiro” ou ”Não jogar papel higiênico no vaso”.

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