1 Maio 2009 9

PORTUGAL
Governo não está “para distracções”
O secretário de Estado da Administração
Pública afirma que este “não é momento para
distracções” mas para discutir a contratação
colectiva. Gonçalo Castilho dos Santos
respondia à Frente Comum dos Sindicatos da
Administração Pública que, no final da
primeira ronda negocial da contratação
colectiva, disse ser altura de devolver aos
trabalhadores os direitos que perderam.
Arauto despede
A empresa de calçado Arauto
comunicou aos funcionários que
vai encerrar a actividade sem
pagar as indemnizações, os
salários de Abril ou a metade
dos subsídios de Natal em falta.
Cada trabalhador recebeu uma
carta de despedimento com o
comprovativo da sua inscrição
no fundo de desemprego.
Bancos cobram comissões a mais
A Comissão Europeia considera
injustificadas algumas das comissões
bancárias cobradas aos consumidores, disse
a comissária europeia dos assuntos dos
consumidores, Meglena Kuneva. “O estudo
ainda não está pronto, mas tudo aponta para
a existência de um grande número de
comissões inaceitáveis”, afirmou a
comissária europeia aos jornalistas.

Crédito malparado regista subida apreciável MUNDO DO TRABALHO

O crédito malparado a particulares e empresas está
a registar as taxas de crescimento anuais mais
elevadas desde pelo menos 1998, ano em que o Banco
de Portugal (BdP) começou a publicar estes dados.
De acordo com o Boletim Estatístico publicado pelo
banco central, o volume de crédito malparado a
particulares suportado pelos bancos portugueses foi,
em Fevereiro, 32,3 por cento superior ao registado em
igual período do ano passado. No que diz respeito às
empresas, as falhas na amortização dos empréstimos
aumentaram, em termos homólogos, 75,8 por cento.
O peso do crédito malparado no total dos
empréstimos concedidos continua longe dos máximos
históricos, mas apresenta, nos últimos meses, uma
subida apreciável. No crédito a particulares, o peso é
de 2,4 por cento, o valor mais alto desde Maio de
2004, enquanto nas empresas atinge agora os 2,6 por
cento, o máximo desde Maio de 2003.
Com as taxas de desemprego em trajectória
ascendente, é provável que a tendência de subida dos
indicadores de crédito malparado se mantenham nos
próximos meses.
HBC prepara insolvência
A empresa de confecções HBC, de Oliveira do Hospital, iniciou o
processo de insolvência, deixando no desemprego 170 trabalhadores que já
não recebem os salários desde Fevereiro, disse Fátima Carvalho, do
sindicato do sector.
Por trás do encerramento, está a situação difícil que a HBC atravessava,
com dívidas à Segurança Social e ao fisco. O contexto, que “já era
problemático há alguns meses”, agravou-se com a falta de encomendas,
levando ao pedido de insolvência agora efectuada, disse Fátima Carvalho.

Mais indícios de ilícitos relacionados com o BPP
A Comissão do Mercado de
Valores Mobiliários (CMVM) vai
comunicar ao Ministério Público
novos indícios de ilícitos criminais
relacionados com o Banco Privado
Português (BPP), adiantou à
agência Lusa Carlos Tavares (foto),
presidente do supervisor.
“A comunicação ao Ministério
Público será feita esta semana”,
revelou o presidente da CMVM,
acrescentando que a decisão foi
tomada pelo conselho directivo da
instituição na passada sexta-feira.
Carlos Tavares escusou-se a revelar
de que novos indícios se tratam,
adiantando apenas que a CMVM
“está presente desde Outubro no
banco”. Estas declarações foram
feitas no final do primeiro painel do
seminário comemorativo dos 35
anos da DECO, mas durante a sua
intervenção no evento o presidente
da CMVM já havia revelado que a
CMVM detectou situações na área
da gestão de activos do BPP com
semelhanças com o caso Madoff.
“Há alguns elementos na área da
gestão de activos (do BPP)] em que
podemos encontrar algumas
situações do mesmo tipo do caso
Madoff”, especificou Carlos
Tavares, à margem do seminário
que assinala os 35 anos da DECO -
Associação Portuguesa para a
Defesa dos Consumidores,
acrescentando que “não houve uma
comparação total entre o caso BPP
e o caso Madoff”.
O presidente da CMVM admitiu
ainda que as irregularidades “num
caso e noutro não foram detectadas
atempadamente pelas supervisões
próprias”.
“Quando se criam veículos
fictícios, com activos fictícios, para
alimentar outros veículos” o
trabalho de detecção é muito mais
complicado para os supervisores,
afirmou então Carlos Tavares.
Madoff, financeiro norte-
americano preso há mais de um
mês após se declarar culpado das
acusações de branqueamento de
capitais, fraude e falsificação de
documentos, presta agora contas à
Justiça pela suspeita do seu
envolvimento na criação de um
esquema piramidal superior a 50
mil milhões de euros.
Leoni despede 120 trabalhadores
A fábrica de Viana do Castelo do grupo alemão Leoni anunciou, em
comunicado, que vai avançar para um despedimento colectivo,
abrangendo 120 trabalhadores, face à “redução dramática” de pedidos da
indústria automóvel.
A fábrica, que produz essencialmente cablagens para a indústria
automóvel de veículos ligeiros, emprega 722 trabalhadores.
Actualmente, a fábrica está a laborar apenas quatro dias por semana, o
que, segundo os sindicatos, significa que os trabalhadores recebem entre
170 a 200 euros a menos no final do mês. “Isto cria algumas situações
dramáticas. Muitos não conseguem pagar a renda de casa, outros nem
sequer conseguem providenciar os bens de primeira necessidade para as
suas famílias”, alertou Miguel Moreira, do Sindicato dos Trabalhadores
das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro (STIENC).
Cofina “ajusta a sua estrutura”
A Cofina tem em marcha o despedimento colectivo de dez
trabalhadores do Correio da Manhã.
Ao que o PÚBLICO apurou, tratam-se de três gráficos e sete
jornalistas, alguns da sede, mas a maioria de delegações do jornal.
Citada pela Lusa, fonte oficial da Presslivre, que edita os títulos
Correio da Manhã, Sábado, TV Guia e Flash!, explicou que a empresa
pretende “ajustar a sua estrutura” para fazer face à quebra das receitas
publicitárias, que no primeiro trimestre atingiu 21,7 por cento.
Já no início do mês outro título da Cofina, o desportivo Record, foi alvo
de um processo de despedimento colectivo que abrangeu outros dez
trabalhadores, adiantou a Lusa.
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