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10.

Considerações Finais
“O êxito em futebol tem mil receitas. O
treinador deve acreditar numa e com ela
seduzir os seus jogadores”
(Valdano, 1998)
1. Que preparador físico/metodólogo de
treino/preparador atlético no futebol
actual?
Diferentes países diferentes realidades

 Espanha – O trabalho de preparação física é repartido por vários


elementos:

– Responsável pelo ginásio (trabalho individual de ginásio);


– Responsável pela gestão/equilíbrio do esforço do atleta – estado de
saúde do atleta (análise individual). Ex. potência aeróbia para laterais
não utilizados no jogo anterior;
– Responsável pela gestão da densidade da carga (espaço de jogo e
tempo de jogo em função do nº de jogadores e complexidade do
exercício) – em sintonia com o treinador;
– Responsável pela operacionalização do trabalho das diferentes
capacidades motoras em intimidade com o modelo de jogo (Ex.
exercícios de passe com contexto táctico em regime de resistência).
Diferentes países diferentes realidades

 França – O trabalho de preparação física é desenvolvido por um só


elemento:

– Responsável por todo o trabalho físico desenvolvido no campo ou no


ginásio;
– Utilização de uma metodologia tradicional com clara separação das
componentes de rendimento (física, técnica, táctica e psicológica);
– Preparação desenvolvida em especificidade com as características da
modalidade e a cultura do clube;
– A preparação física não concebe exercícios com bola;
– Grande importância atribuída a esta área do rendimento.
Diferentes países diferentes realidades

 Itália – O trabalho de preparação física é repartido por vários


elementos:

– Coordenador de todo o trabalho físico desenvolvido e principal


responsável pelo trabalho de campo;
– Colaborador no trabalho de campo;
– Responsável pelo ginásio (trabalho individual de ginásio) e responsável
pela recuperação de atletas pós lesão.
- // -
– Separação das componentes do rendimento com grande importância
atribuída à componente física;
– A preparação física não concebe exercícios com bola;
– Especificidade única em relação à modalidade.
Diferentes países diferentes realidades

 Inglaterra – O trabalho de preparação física é repartido por vários


elementos:

– Responsável pelo ginásio (trabalho individual de ginásio);


– 2 responsáveis pelo trabalho de campo.
- // -
- Separação muito vincada das diferentes áreas do rendimento;
- Alguns exercícios congregam aspectos físicos e técnicos (treino
integrado);
- Grande valorização da preparação física do atleta, nomeadamente, no
que se refere ao trabalho de força;
- Forte investimento na recuperação dos atletas dado o elevado número
de jogos disputados.
2. Periodização Táctica
versus
Periodização Convencional
 Periodizar…

é operacionalizar no tempo.

Definir os Conteúdos / Princípios / Sub-


Sub-principios

Hierarquizar / Priorizar

Operacionalizar / Desenvolver / Aplicar


Periodização Convencional

 Concepção espartilhada das componentes do rendimento (física,


técnica, táctica e psicológica)

 Adopção de modelos de treino tradicionais (Matveiev) provenientes


de outros desportos (individuais)

 Utilização da ‘carga’ como dimensão central do exercício, no seu


binómio volume x intensidade

 Concepção de ‘forma’ num contexto estritamente físico (picos de


forma em determinados momentos da época)
Operacionalização

 A pré-
pré-época como a base de todo a época desportiva

 O trabalho físico geral no centro do processo de treino

 O trabalho técnico-
técnico-táctico baseado em ‘treinos de conjunto’ e ‘peladinhas’
(método global)

 O pinhal e a praia como locais de trabalho preferenciais

 As interrupções de campeonato como momentos óptimos para realizar ‘pré-


‘pré-
épocas em miniatura’.
Evolução no sentido de uma maior especificidade… pouco específica…

Método Integrado

 Procura uma maior especificidade utilizando a bola

 A bola existe para adornar o exercício e motivar o atleta

 Privilegia a dimensão técnica (relação com bola) em detrimento do lado


táctico (organização colectiva)

 Ainda não se observa uma contextualização do exercício relativamente ao


Modelo de Jogo Adoptado (forma de jogar pretendida)
O Futebol como um jogo de essência táctica (Garganta e Pinto, 1994)

Periodização Táctica

 Metodologia de treino cuja preocupação central é o


“jogar” que se pretende que a equipa transporte para a
competição.

O primeiro problema é entender o jogo. Depois,


entender os vários jogos (diferentes formas de jogar).
Só depois, a preocupação passa a ser o nosso jogo
(Victor Frade, 2003).
Características dos jogadores Ideias do Treinador

Modelo de Jogo Adoptado

Princípios, Sub-princípios, …

Modelo de treino Modelo de jogador

4 Momentos do Jogo
Operacionalização

 Pré-
Pré-época: 1 microciclo de adaptação ao esforço seguido de microciclos
padrão
 Estabelece a criação de um microciclo padrão (morfociclo)
 O volume existe como quantidade de intensidades, intercaladas com
períodos de recuperação/transmissão de informação
 Nas paragens competitivas mantêm-
mantêm-se microciclos padrão sem abruptas
variações de trabalho
 Assegura a disponibilidade do atleta para um desempenho em intensidade,
no respeito pela recuperação entre esforços
 Valoriza a fadiga, em especial a fadiga táctica / emocional / central
 Os exercícios visam uma adaptação ao ‘jogar’ pretendido
 Os exercícios são de dominante táctica, arrastando consigo as dominantes
física, técnica e psicológica
MODELO
DE
JOGO

MODELO
DE
EXERCÍCIO

MODELO
DE
ESFORÇO
Criar o microciclo (morfociclo padrão) tendo em consideração…

 O nosso jogo (princípios do nosso modelo)

 O jogo que a equipa realizou (feedback da última competição realizada)

 O jogo que pretendemos que a equipa produza na próxima partida


(lado táctico-
táctico-estratégico) (Tamarit, 2007)
Segundo Vitor Frade (2005), o morfociclo padrão deverá reger-
reger-se por 3
princípios:

 Princípio da Progressão Complexa

 Princípio das Propensões

 Princípio da Alternância horizontal Específica (tensão, duração e velocidade)


Microciclo Semanal (1 jogo)

100

90

Elevada tensão (espaços


80 reduzidos)
Curta duração
Espaços amplos (+ jogad.)
70 Intensidade elevada
(contracções excentricas) Maior duração Competição
60 Grandes princípios e articulação
Coord./Vel. Re
Intensidade: média-baixa Espaço e duração menor Veloc. Esp.
50
Muitas interrupções Grande velocidade Resist. Esp.
40
Especificidade sem dinâmica Força Esp.
Rec activa
30

20

10

0
DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
Microciclo Semanal (2 jogos)

100

90

80

70

Competição
60
Coord./Vel. Re
50
Veloc. Esp.
Resist. Esp.
40 Força Esp.
Rec activa
30

20

10

0
DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
Muito grato pela vossa atenção!

(jose.pedropinto1@gmail.com)
Não sei o que levam de mim…

Basta-me saber o que levo de vós!

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