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Zé e Nicó – Agentes Secretos de

Deus

“então foi e tirou o corpo de Jesus” Jo 19:38.

Com um pouco de esforço e com os olhos


espirituais consegue-se ver três cruzes lá no Gólgota
e em cada uma delas um cadáver. Era véspera da
páscoa dos judeus.
É preciso sumir com estes corpos. Ora, corpo de
malfeitor, morto na cruz, não reclamado por parente
ou por algum amigo, tinha como destino algum lixão
fora dos muros da cidade, evidentemente, ou seria
cremado. Dificilmente, seria mumificado. Este era
um processo mais caro. As vísceras eram extraídas
com um instrumento apropriado. Depois de vazio, o
cadáver era mumificado, com o uso de algumas
especiarias.
Pois bem. Depois da crucificação e da morte do
Senhor Jesus, poder-se-ia contemplar os três corpos
nas respectivas cruzes. O corpo de Jesus era o do
meio. Véspera da páscoa, como já foi dito. Nenhum
judeu tocaria em cadáver naquele dia, sob pena de
se contaminar e não poder participar da festa. Além
do mais, criminoso que morria na cruz não merecia
sepultamento digno. O destino já foi dito: lixão da
periferia de Jerusalém ou alguma vala.
É bom lembrar que trabalho de sumir com o
corpo era realizado pelos agentes de governo
romano instalado em Jerusalém.
Observe. Os soldados romanos estão descendo
da cruz o corpo do Dimas, o que foi salvo por Jesus
como um verdadeiro rabisco. Deus gosta demais de
trabalhar ou aproveitar os rabiscos. Vão sumir com o
corpo dele agora em algum lugar.
Veja o que aconteceu depois que fizeram descer
o cadáver do rebelde Gestas. Eles, os soldados
romanos, iam se dirigindo ao do meio, mas na hora
de tocar no corpo de Jesus, a conversa foi com um
agente secreto de Deus chamado José de Arimatéia,
que era rico e autoridade pública na cidade de
Jerusalém, que se encontrava em companhia do
Dr.Nicodemos, outro agente secreto de Deus. Dois
homens poderosos naquele lugar. Dois judeus ricos.
Dr.Nicodemos, além de rico, era membro do
poderoso Sinédrio, o famoso tribunal religioso e civil
do povo judeu nos tempos de Jesus Cristo.
Ô amado. Você já viu o tamanho do susto que
os dois aplicaram nos soldados romanos? Os
soldados obedeceram. O corpo de Jesus ficou na
cruz por mais um pouco de tempo, vigiado por
Dr.Nicó, para que não fosse, eventualmente,
molestado por alguém, enquanto Zé vai ao
governador fazer uma surpreendente confissão, pois
era crente secreto, e pedir o aludido corpo, a quem
dariam funerais de rei.
Agora veja a cara de besta do Pilatos querendo
saber se Zé de Arimatéia era parente do Nazareno.
Sem entender nada, Pilatos quis saber se Zé de
Arimatéia era amigo do falecido. Zé esclareceu ao
governador, dizendo que não era parente, mas era
mais do que amigo dele, isto é, era discípulo de
Jesus, acrescentando que tinha sido um crente
oculto por medo dos judeus, que poderiam ter
estragado aquele precioso momento planejado por
Deus.
Supõe-se que Pilatos ainda indagou sobre a
páscoa, mas Zé não teve dúvida: disse ao
governador que estava cuidando do pão da vida, ou
seja, do Cordeiro de Deus que tira os pecados do
mundo, de tal modo que não estava preocupado
com essa conversa de contaminação coisa
nenhuma.
Pilatos ficou pelo menos uma noite sem dormir
e perdeu todos os apetites quando soube que os
dois ricaços deram ao Nazareno funerais de rei, pois
quarenta quilos de mirra e aloés foram utilizados
nos funerais do Salvador, quantidade suficiente para
o sepultamento digno de um rei.
Jesus foi posto num sepulcro novo, jamais seria
colocado em uma vala qualquer. Nenhum osso lhe
foi quebrado e nenhuma de suas vísceras
arrancadas. Ele viveu como servo, mas teve funerais
de rei.
Zé e Nicó, como agentes de Deus, fizeram a
parte difícil. A parte que estava reservada a eles.
Fizeram a vontade do Deus Pai e se tornaram seus
amigos. Souberam agir num momento único. Hoje
também é assim: ou se faz a vontade de Deus ou se
corre o risco de perder uma boa oportunidade de
passar da sexta-feira para a novidade de vida
gerada pela ressurreição no domingo de páscoa.
Judas, o iscariote, ficou travado na sexta feira,
porque não foi à cruz receber purificação. Judas
também não foi ao Monte das Oliveiras para receber
comissão, nem ao cenáculo, onde teria recebido
revestimento do alto. O Senhor do crente Judas
nunca foi Jesus, o Nazareno.
Zé e Nicó, domingo de manhã bem cedo, viram
o túmulo vazio. Eles sabiam que Jesus seria como
foi, ressuscitado. Muitos já sabem que Jesus vive e
viverá eternamente. Amém!

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