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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTARO
Processo TC N° 01429/08

Prestação de Contas Anuais da Câmara


Municipal de Matinhas. Recurso de
Revisão. Conhecimento do recurso. Não
provimento, mantendo a decisão recorrida.

ACÓRDÃO APL TC I Li J O ~ I
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 01429/08, relativo ao
recurso de revisão contra o Acórdão APL TC 487/2006, pelo qual o Tribunal julgou irregular a
Prestação de Contas Anual da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Matinhas, presidida pelo
Vereador Gilvandro Barbosa Lucena, relativa ao exercício de 2002, ACORDAM os integrantes do
Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em sessão plenária hoje realizada, em
conhecer do recurso, por sua tempestividade e, no mérito, lhe negar provimento mantendo a decisão
contida no Acórdão APL TC 158/2004.

Assim decidem, tendo em vista que o Parecer Normativo PN-47/01 diz que o Tribunal
julgará irregulares às Prestações de Contas de Mesas de Câmara de Vereadores que incidam no
pagamento de despesas não previstas em lei, inclusive remuneração em excesso aos edis ou
descumprimento dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e de decisão do Tribunal Pleno e de
suas Câmaras.
O interessado alega que o não existiu Lei que aprovou a remuneração dos vereadores para a
legislatura 200112004 aprovada na legislatura anterior, pois, o Projeto de Lei aprovado não foi
sancionado e publicado, portanto, deveria valer a Lei n° 058-A/2001 que foi obedecida pelos
vereadores.
O mencionado Parecer também diz que não serão considerados, tendo em vista o princípio
da anterioridade, atos de fixação de remuneração de Vereadores, eventualmente, baixados após
31/12/2000 e que quando não tiver sido fixada a remuneração dos vereadores para a gestão
200112004, o Tribunal, tendo em vista o direito à remuneração do trabalho, a habitualidade da
remuneração dos agentes políticos, tomará como devida a remuneração efetivamente paga na
legislatura anterior e considerada legal por esta Corte.
Assim, mesmo que não houvesse Lei anterior sancionada os Vereadores deveriam
permanecer recebendo o que a legislatura anterior recebeu e não aprovar uma Lei durante a
legislatura corrente.

Presente ao julgamento a Procuradora Geral.


Publique-se e cumpra-se. 'oI
TC - Plenário Min. João Agripino, em O~ de ~de20

Conselheiro
Presi

A ~
I~ Terêsa Nóbrega
Procuradora Geral
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC N° 01429/08

RELATÓRIO

O presente processo trata da Prestação de Contas Anual da Mesa Diretora da Câmara


Municipal de Matinhas, presidida pelo Vereador Gilvandro Barbosa Lucena, relativa ao
exercício de 2002.
Em 07 de abril de 2004, o Tribunal emitiu o Acórdão APL TC 158/2004, julgando
irregular a Prestação de Contas, tendo em vista a remuneração em excesso recebida pelos
Vereadores.
Insatisfeito com a decisão desta Corte, o interessado ingressou com o presente Recurso
de Revisão e mesmo não concordando com a decisão desta Corte, recolheu em 26 de junho de
2007, a quantia lhe foi imputada através do referido acórdão.
Ao analisar o recurso, a Auditoria manteve o entendimento anteriormente apresentado.
Instada a se pronunciar, a Procuradoria, em parecer do Procurador André Carlo Torres
Pontes, opina, preliminarmente, pelo não conhecimento e, no mérito, superada a preliminar, pelo
seu improvimento.
É o relatório.

VOTO

O interessado alega que não existiu Lei que aprovou a remuneração dos vereadores para
a legislatura 2001/2004 aprovada na legislatura anterior, pois, o Projeto de Lei aprovado não foi
sancionado e publicado, portanto, deveria valer a Lei n° 058-A/2001 que foi obedecida pelos
vereadores.
O Parecer Normativo PN-47/01 diz que o Tribunal julgará irregulares às Prestações de
Contas de Mesas de Câmara de Vereadores que incidam no pagamento de despesas não
previstas em lei, inclusive remuneração em excesso aos edis ou descumprimento dos limites da
Lei de Responsabilidade Fiscal e de decisão do Tribunal Pleno e de suas Câmaras.
O mesmo Parecer também diz que não serão considerados, tendo em vista o princípio da
anterioridade, atos de fixação de remuneração de Vereadores, eventualmente, baixados após
31/12/2000 e que quando não tiver sido fixada a remuneração dos vereadores para a gestão
2001/2004, o Tribunal, tendo em vista o direito à remuneração do trabalho, a habitualidade da
remuneração dos agentes políticos, tomará como devida a remuneração efetivamente paga na
legislatura anterior e considerada legal por esta Corte.
Assim, mesmo que não houvesse Lei anterior sancionada os Vereadores deveriam
permanecer recebendo o que a legislatura anterior recebeu e não aprovar uma Lei durante a
legislatura corrente. Na hipótese atentou-se contra o princípio da anterioridade, a cuja
obediência está obrigado o Poder Legislativo na fixação dos subsídios de seus integrantes.
Diante do exposto, VOTO no sentido de?o Tribunal conheça do recurso por sua
tempestividade e no mérito lhe negue provimen~ ,;mtendo a decisão contida no Acórdão APL
TC 158/2004. -_.._.~_ "/

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