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Processo Te n° 02766/02 /r-/ Secretaria dol.Tribunal Pleno


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Câmara Municipal de Caaporã. Prestação de Contas do


Exercício de 2001. Recurso de Revisão. Não atendimento
aos requisitos regimentais. Não conhecimento.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do processo TC N° 02766/02, referente ao


Recurso de Revisão interposto pelo ex-Presidente da Câmara Municipal de Caaporã, Sr. Lindinaldo
Chaves Correia, contra decisão consubstanciada no Acórdão APL- TC 96/2003, que julgou irregular a
prestação de contas relativa ao exercício de 2001, e

CONSIDERANDO que o conhecimento do recurso depende do atendimento ao disposto no


artigo 192 do Regimento Interno deste Tribunal;

CONSIDERANDO que os novos documentos acostados não têm eficácia sobre a prova
produzida, portanto, não atendem às exigências do artigo 192, inciso Ill, do Regimento Interno deste
Tribunal;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o Parecer do Ministério Público, a proposta de


decisão de relator, e o mais que dos autos consta;

ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, com


declaração de impedimento do Conselheiro Antonio Nominando Diniz e do Conselheiro Substituto
Renato Sérgio Santiago Melo, em sessão plenária hoje realizada, em não conhecer do Recurso de
Revisão, em vista do não atendimento aos requisitos regimentais, determinando o arquivamento do
processo.

Presente ao julgamento o Exm", Sr. Procurador Geral em Exercício.


Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripino, em 17 de setembro de 2008.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo TC n° 02766/02

o processo TC n" 02766/02 trata de Recurso de Revisão interposto pelo ex-Presidente da


Câmara Municipal de Caaporã, Sr. Lindinaldo Chaves Correia, contra decisão consubstanciada no
Acórdão APL-TC 96/2003, publicado em 12 de março de 2003, que julgou irregular a prestação de
contas relativa ao exercício de 2001.
A referida decisão teve como fundamento a existência de 45 dos 48 servidores da Câmara
recebendo salário abaixo do mínimo nacional, irregularidade esta mantida por ocasião do julgamento
do Recurso de Reconsideração, Acórdão APL-TC 369/2003.
O Recurso sob análise foi apresentado tempestivamente, repetindo os argumentos já analisados
por ocasião do Recurso de Reconsideração de que o pagamento de salários abaixo do mínimo nacional
é legalmente possível desde que seja proporcional à redução da carga horária, conforme já decidido
pela Justiça do Trabalho. A redução da carga horária teria se realizado através de acordo com os
servidores e foi formalizada pela Portaria n." 008/2001, que fixou jornada diária das 08:00 às 12:00,
como forma de cumprir as metas impostas pela LRF.
Como novidade nos autos, foram acostados termos de adesão assinados pelos servidores.
Observo que, na análise de mérito deste tema, este Tribunal decidiu que "a redução da jornada
de trabalho dos servidores fundamentou-se em Portaria, instrumento administrativo unilateral sem
força legal para retirar garantias e direitos estabelecidos em lei". Acolhendo, desta forma, a proposta
de decisão do relator, que afirmava: "(...) o instrumento utilizado para determinar a redução da
jornada de trabalho e da remuneração dos servidores efetivos é claramente inadequado. Sendo
servidores efetivos, devem estar amparados pela lei municipal que criou seus cargos e estabeleceu sua
remuneração, não podendo, dessa forma, ter seus direitos tolhidos por mero instrumento
administrativo, no caso, a Portaria emitida pelo Presidente da Câmara".
Ou seja, não está em questão a possibilidade de pagamento proporcional ao salário mínimo, mas
sim a irredutibilidade dos vencimentos, que independe da vontade dos servidores, pois não se trata de
direitos disponíveis, mas de garantia constitucional (art. 37, XV).
Na análise do Recurso, a Auditoria não acatou os argumentos do recorrente e observou que
estariam ausentes ainda termos de adesão de 12 servidores.
Em seu Parecer, o Ministério Público entendeu, em preliminar, que o Recurso de Revisão não
deve ser conhecido, por não atender às hipóteses previstas na Lei Complementar 18/93 e no artigo 192
do Regimento Interno desta Corte. No mérito, caso seja apreciado, opinou pelo seu não provimento por
almejar, tão somente, rediscutir matéria já decidida na via do Recurso de Reconsideração.

É o relatório, informando que o interessado foi notificado da inclusão do processo na pauta da


presente sessão de julgamento.

Acompanho o Parecer do Ministério Público pelo não conhecimento do Recurso de Revisão,


pois os novos documentos acostados não têm eficácia sobre a prova produzida, haja vista que nunca
esteve em questão a vontade dos servidores, portanto, não atende às exigências do artigo 192, inciso III,
do Regimento Interno deste Tribunal.

É a proposta, em 17 de setembro de 200~' .'

AUDITOR OSCAR . E ANTIAGO MELO


ATOR

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